ISSN 0798 1015

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Vol. 38 (Nº 06) Año 2017. Pág. 11

Viabilidade econômica e financeira para implantação de um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO

Economic and financial viability to implantation of a beauty salon in Guajará-Mirim/RO

Genifer Yani Figueira de HOLANDA 1; Tiago de Oliveira LOIOLA 2; João Carlos ERPEN 3; José Otavio VALIANTE 4; Otacílio Moreira de Carvalho COSTA 5

Recibido: 18/08/16 • Aprobado: 12/09/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Referencial teórico

3. Metodologia

4. Resultados

5. Conclusão

Referências Bibliográficas


RESUMO:

Este trabalho apresenta como seu principal objetivo identificar a viabilidade econômica financeira para implantação de um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO. Para ter um melhor resultado foi feito um estudo sobre a oferta de salão de beleza em Guajará-Mirim/RO, com a finalidade de buscar dados concretos para tornar os resultados os mais confiáveis possíveis, como quantidade de serviços e números de vendas para cada serviço prestado em um salão de beleza, para identificar através do ponto de equilíbrio e dos indicadores de viabilidades: TIR, VPL, Payback e C/B, se realmente é viável a implantação de um salão de beleza na cidade de Guajará-Mirim/RO.
Palavras-chaves: Setor Terciário, Salão de Beleza, Viabilidade.

ABSTRACT:

This work presents as its main objective to identify the financial economic feasibility for the implementation of a beauty salon in Guajará-Mirim/RO for a better result this study on the provision of beauty salon in Guajará-Mirim/RO, with the purpose of seeking hard data to make the most reliable results possible, such as amount of services and sales numbers for each service provided in a beauty salon to identify through the point of balance and providing indicators: IRR, NPV, Payback and C/B, if it really is feasible the deployment of a beauty salon in the city of Guajará-Mirim/ro.
Key words: Tertiary Sector, beauty salon, viability.

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1. Introdução

Os serviços oferecidos no ramo de estética e beleza vêm se desenvolvendo mundialmente, pois as pessoas estão cada vez mais preocupadas não só com sua aparência, mas também com sua saúde, já que a estética traz além da beleza benefícios à saúde, como alivio das tensões de um dia longo de trabalho e elava a autoestima de muita gente. Os profissionais dessa área têm que sempre tentar superar as expectativas de seus clientes com o serviço prestado além de mantê-los satisfeitos, pois os mesmos querem um bom resultado na sua alteração visual. Afinal sem consumidor não há razão para abrir o tal negócio.

No Brasil nos últimos anos houve um aumento do número de empresas de salões de beleza, fazendo com que gerasse uma competitividade neste ramo, destacando-se aqueles que oferecem qualidades em seus serviços e capacidade de modernizarem tecnologicamente. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC, 2015), mostra que cresce cada vez mais os índices de novos empreendimentos para a atividade no segmento de cabeleireiros.

Este trabalho apresenta como objetivos específicos: Calcular a receita e despesa da implantação de um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO, calcular o ponto de equilíbrio econômico e contábil; analisar os indicadores de viabilidade, Payback, VPL, TIR, C/B.

2. Referencial teórico

2.1. Economia Brasileira do Terceiro Setor

“Serviço é um sistema complexo, interligado por fluxos de informação e de conhecimento, que depende da quantidade e da qualidade das pessoas, das tecnologias e das organizações envolvidas nesta rede de criação” (MAGLIO et al. 2006 apud MALDONADO et. al. p. 1, 2010).

A evolução do capitalismo fez com que se proliferassem atividades de serviços na economia, no sentido de que o setor absorveu a mão de obra excedente da agricultura e da indústria. A ideia é de que, com o declínio do fordismo e a ascensão da fase de acumulação flexível nas economias, os empregos industriais deteriorados pelo aumento da produtividade, dadas a substituição por altas tecnologias, passaram a ser absorvidos pelos setores de serviços que demandavam baixa qualificação. CASTELLS (1999 apud PEREIRA, 2012 p.15).

Segundo Cardoso e Almeida (2013) a economia pode ser dividida em dois períodos: o industrialista e o pós-industrialista, onde a industrialista aponta o setor industrial como principal fator do crescimento econômico, já o segundo destaca o setor de serviço como propulsora no desenvolvimento.

O setor terciário vem perdendo muito de seu caráter residual na economia e transformando-se de produtos intangíveis num serviço moderno intensivo em informação e conhecimento de modo que em muitos setores de serviço a capacidade de padronização e operação em larga escala vem se perpetuando da mesma forma que nos setores primários e secundários da economia, sendo, portanto, um setor insumo importante para os demais setores KON (1999 apud CARDOSO E ALMEIDA p. 2, 2013).

Silva (2009) tinha uma visão de que os serviços que são representados pelos produtos intangíveis eram negativamente opostos às fontes que representam a produção de bens tangíveis, tanto no curto e longo prazo, pois estava incluindo nas atividades não produtivas diante à economia.

Gershunny (1987 apud Cardoso e Almeida, 2013) infere que os serviços estão associados à agilidade da produção industrial. Segundo o mesmo existem serviços intermediários que se atribui ao exercício produtivo e serviços finais se aplicam ao consumo final. O primeiro se relaciona com a produção de bens e extremamente subordinado ao processo industrial. Nos serviços finais a sua procura está ligada a mudanças que são atribuídos ao processo de desenvolvimento econômico, não gerando estímulos com o passar do tempo.

Para Melo et al, (1998 apud Cardoso e Almeida 2013) no Brasil, o processo de avanço dos serviços para economia brasileira foi marcado pelo dualismo: expandiram-se tanto os serviços tradicionais como os novos, com o sincronismo das etapas de expansão. O avanço da industrialização processou-se ao lado de uma agropecuária e serviços tradicionais. Esta dualidade e o dinamismo da industrialização brasileira mostraram que o PIB brasileiro de serviços tem um comportamento diferente da evolução consagrada pela literatura econômica internacional. Além disso, a expansão do emprego terciário foi um fato incontestável para a economia brasileira.

Em conformidade o SIMBRACS (2014) relata que o setor terciário com sua evolução vem apresentando um grande influenciador para o crescimento da economia brasileira, abrangendo oportunidades de emprego, fazendo com que ocorra mais competitividade empresarial e trazendo bem-estar à população. O setor de serviços teve um crescimento percentual do PIB no período de 2003 a 2013 elevou-se praticamente a cinco pontos percentuais na participação do setor, atingindo quase 70%.

Segundo Kon (2004 e 2007 apud Souza 2008) deve-se entender a evolução do setor de serviços como um componente de um processo amplo de renovação econômica e social que é moldado pelas demandas de produção rentável em economias de mercado, em que a forte integração e a múltipla responsabilidade entre os setores são apontadas como essenciais na indução do processo de crescimento.

Mostram-se nas áreas urbanas um numeroso crescimento de profissionais no setor de serviços, como em restaurantes, lavanderias, salões de beleza, etc. isso se deve pelo crescimento urbano. Ainda que a indústria tenha importância para o crescimento econômico, não há índices de expansão para oferecimento de empregos (ROMERO, 1976).

Silva e Meirelles (2008) apud Cardoso e Almeida (2013) expõe que o país não pode ser considerado como desenvolvido somente pelo fato de seus bens de consumo e geração de empregos estarem relacionados ao setor de serviços. O que tem que ser observado é o conjunto do setor, como a produtividade, o nível de qualificação da mão de obra, o nível de crescimento do valor adicionado e o valor bruto da produção do setor de serviços em cada país.

Kon (1999 apud Pereira 2012) acrescenta que as execuções dos serviços na economia mundial atual ajudam nas transferências econômicas, adequando os insumos principais ao setor de produção e fazendo efeitos “para trás e para frente” no ciclo produtivo. Riddle (1986) certifica que os serviços são a “cola que mantêm integrada qualquer economia”. Por mais que nos dias atuais a economia esteja voltada para os serviços, o mesmo torna-se menos perspectivo, porém precisa-se de um setor de serviço organizado para que a economia possa crescer.

Silva e Meirelles (2008) citado por Cardoso e Almeida (2013) acrescentam que entre países desenvolvidos e atrasados, mesmo com a grande maioria da participação do PIB e do emprego, há bastante diferença apresentada no setor de serviços. Como a composição do setor entre serviços tradicionais e modernos é a principal diferença. Países desenvolvidos tendem a apresentar um setor de serviços mais maduro, predominando serviços modernos, ou seja, aqueles intensivos em tecnologia e capital e dominados por mão de obra qualificada.

Romero (1976) concilia que qualquer regime nacional de emprego deve ter como principal fator o comércio e alguns serviços na divisão para o crescimento do capital do país. Os incentivos ao crescimento devem abranger todos os setores, impedindo o encolhimento da força de trabalho na área urbana. O comércio executa a atribuição de organizador do crescimento que concomitantemente com os serviços formam o Setor polarizador da força de trabalho.

Conforme Almeida e Silva (1973 apud Cardoso e Almeida 2013) outro aspecto desse crescimento inicial residiu no fato de que a industrialização e a urbanização vistas no período provocaram, desordenadamente, uma migração campo-cidade de trabalhadores não qualificados, e uma multiplicação de postos de trabalho que também exigiam menor qualificação. O setor de serviços se caracterizou, então, no período, por ser um absorvedor da mão de obra urbana pouco qualificada.

Para Bresser Pereira (1989) citado por Souza (2008) o avanço do setor de serviços é uma característica positiva e básica do desenvolvimento das economias capitalistas centrais na segunda metade do século XX, pois na medida em que a produtividade cresce na indústria, o excesso produzido passa a ser utilizado no desenvolvimento dos serviços que, ao mesmo tempo, podem tornar mais eficiente à própria produção industrial, ou se traduzirem em melhora da qualidade de consumo da população.

Cardoso e Almeida (2013) mencionam que o setor de serviços ganha uma nova dinâmica com a reorganização produtiva no país. Outrora absorvedor de mão de obra barata e pouco qualificada, o setor chega à década de 1990 com uma tendência à restrição do pessoal, recomposição e reaglutinação de tarefas, exigência de maior qualificação dos trabalhadores, novas formas de contratos de trabalho, etc., visando a ampliar a flexibilização da produção, dos postos de trabalho, redução dos custos e aumento da competitividade e lucratividade das empresas do setor.

Para Cury e Caoli (2015) como mostra o gráfico 1, está sendo a segunda menor alta do setor de serviços de toda a série iniciada no ano de 2012. Antes desse resultado, o índice mais baixo havia sido registrado em fevereiro deste ano de 2015: 0,9%. Em abril e em fevereiro deste ano, o setor de serviços havia crescido mais: 1,7% e 6,1%, respectivamente.

Podemos observar que as maiores variações positivas no setor de serviços partiram de Rondônia (12,9%), Bahia (6,5%), e Pará (6,4%). As menores, de Rio Grande do Sul (0,2%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (ambos com 0,3%) e Piauí (0,5%). (CURY e CAOLI, 2015).

Gráfico 1: Comparação percentual (%) do setor de serviço anual no Brasil

Fonte: IBGE 2015. Elaboração Própria.

O relatório Global Entrepeneurship Monitor 2009 (IBQP 2010) sobre atividade empreendedora no Brasil aponta que a sociedade brasileira é receptiva ao empreendedorismo e, mesmo com a crise financeira, a atividade empreendedora elevou-se para 15,32% em 2009. A pesquisa demonstra também que para cada 1,6 empreendedores por oportunidade existem um por necessidade, ou seja, a quantidade de pessoas que empreendeu para melhorar suas condições de vida ultrapassou as que iniciaram um negocio para sobreviver (DALL´AGNOL, 2010 p. 8).

Segundo Garcia e Furtado(2012) mostra-se de um modo geral, que o setor de cosméticos é elucidado segundo o objetivo da aplicação de seus principais produtos. Assim, estariam entre os cosméticos produtos indicados à aplicação no corpo humano para limpeza, embelezamento, ou para alterar sua aparência sem afetar sua estrutura ou funções. Nesse sentido, a percepção de cosméticos liga-se com produtos destinados essencialmente à melhoria da aparência do consumidor.

Como pode ser observado na figura 1 o setor de serviços foi o que menos sofreu no Estado de Rondônia com a crise afetada no país. Para Sival (2016) a atividade no setor de Serviços seguiu em terreno ligeiramente positivo em Rondônia (em contraste com a retração nacional e regional).

Figura 1: Volume de vendas do setor de serviços em % para o Brasil, Amazônia Legal e Rondônia comparação anual.

Fonte: PMS – IBGE, 2015

Com isso mostra-se que há um aumento no empreendimento nesta área de cuidados com aparência pessoal. Dados do SEBRAE (2015) aponta que cerca de 7 mil salões de beleza são inaugurados por mês em todo o território nacional, a maioria como microempreendedores individuais. Se levar em conta os serviços informais dessa atividade, estes números trazidos à realidade seguramente ultrapassam a casa de 1 (um) milhão. De acordo com a tabela 1, mostra-se que a cada ano cresce mais o número no segmento de cabeleireiros no Brasil entre 2010-2015.

Tabela 1: Número de MEI no Segmento de Cabeleireiro no Brasil de 2010 a janeiro de 2015

ANO

QUANT.

2010

59.071

2011

125.866

2012

193.822

2013

259.120

2014

349.864

2015

358.167

Fonte: SEBRAE. Elaborado pela autora.

Para Sampaio et.al (2009 apud  Silva Filho, 2013) a utilização de serviços de beleza insere desejos pessoais, como regresso à juventude, a vaidade, o culto ao corpo e a moda. Com isso, este mercado tornou-se promissor, porque abriu oportunidade para diversos segmentos especializados em tratamento de beleza como um todo, incluindo a abertura de modernos salões de beleza, centros especializados em beleza, instituto de estética e indústrias no ramo de cosméticos e tratamento capilar.

Dentre os vários fatores que contribuíram para o crescimento do setor, destacam-se: Acesso da classe “D” e “E” aos produtos do setor decorrente do aumento da renda; Novos integrantes da classe C passaram a consumir produtos de maior valor agregado; Participação crescente da mulher no mercado de trabalho; Utilização de tecnologia de ponta e aumento da produtividade, como redutor de preços; Lançamentos constantes de novos produtos, visando o atendimento das necessidades de mercado; Aumento da expectativa de vida, dentre outros. (SEBRAE, 2015).

3. Metodología

O município de Guajará-Mirim/RO foi fundado em 10 de abril de 1929. Possui uma população de 41656 habitantes, IBGE (2010). De acordo com o IBGE (2010) Guajará-Mirim/RO possui uma área territorial de 24.855(km²). O setor de serviços representa 86% do produto interno bruto do município.

A cidade de Guajará-Mirim/RO está localizado na Região Norte do Brasil ficando na mesorregião Madeira-Guaporé, ao oeste do estado de Rondônia na margem direita do rio Mamoré, situado a 332 km de Porto Velho Capital do Estado.

Figura 2- Localização do município de Guajará-Mirim/RO.

Fonte: Wikipédia (2016)

Para chegar ao resultado deste trabalho seu principal método foi calcular os indicadores de viabilidade e o Ponto de Equilíbrio, entre eles o Ponto de Equilíbrio Econômico e o Ponto de Equilíbrio Contábil. Veremos os conceitos de alguns dentre os principais autores de conhecimentos econômicos.

Os principais indicadores econômicos utilizados neste trabalho estão sucintamente descritos a seguir:

Segundo Gregory (2009) para chegar ao lucro de uma empresa tem que calcular a receita menos seus custos, aonde a receita é o montante que a empresa adquiriu pela venda de sua produção.

Sendo:
RT – Receita Total
Pp – Preço do produto
XQ – Quantidade vendida

Já seus custos são quantias gastas para compras de insumos.

Onde:
CT – Custo total
Cf – Custo fixo
Cv – Custo variável

Para obter o resultado do lucro, diminui o valor da receita total com o custo total da empresa.

Método da taxa interna de retorno (TIR) tem como objetivo principal encontrar uma taxa intrínseca de rendimento. Sendo TIR a taxa de retorno do investimento. A partir dos resultados do cálculo da TIR, toma-se como regra de escolha: empreenda o projeto de investimento se a TIR exceder o custo de oportunidade do capital. (SAMANEZ, 2009)

Fórmula para TIR:

Sendo:
N = Duração total do projeto
T = Quantia de tempo em que o capital foi investido
FCt = Fluxo de Caixa Total
FC0 = Fluxo de Caixa Zero

Segundo Samanez, (2009) valor presente líquido (VPL) é um método que tem como propósito calcular, em termos de valor presente, o que ocorrerá com eventos futuros a uma alternativa de investimento. Isto é, sua função é medir o valor presente dos fluxos de caixa gerado pelo projeto ao longo de sua vida útil. Se não existir restrição de capital, justifica-se que esse modo leva à escolha melhor, pois aumenta o valor da empresa. Para de chegar ao resultado, utiliza-se a seguinte fórmula:

Sendo:
VPL = Valor Presente Líquido
n = Duração total do projeto
T = Quantia de tempo em que o capital foi investido
FCt  = Presente das entradas de caixa
FC0 = Investimento inicial
r = Custo de capital

A escolha para o VPL é: se VPL > 0 - o projeto é economicamente viável.

Para saber em quanto tempo teremos o retorno do investimento aplicado em um projeto, usamos o método do payback. Que segundo Semanez, (2009) é o tempo decorrido até que o valor presente dos fluxos de caixa previsto se iguale ao investimento inicial. Se I representa o investimento inicial, FCt o fluxo de caixa no período t e K o custo do capital, o método do payback descontado, consiste basicamente, em determinar o valor T na seguinte fórmula:

Para Samanez (2009) o Custo Benefício (C/B) é um método que tem como objetivo calcular o resultado da Receita Total e dividir pelo custo do projeto mais seu investimento inicial. Sua equação e baseada da seguinte forma:                                    

Sendo:
C/B= Índice custo-benefício
bt = benefícios do período t
ct = custo do capital
n= horizonte do planejamento
K= custo do capital

Se o valor total do B/C for maior que 1 (um) o empreendimento será viável.

Segundo Cavalcante (2002) a análise do ponto de equilíbrio é uma análise operacional que indica para que nível de operação a partir de um determinado período a receita se iguala aos custos totais. A equação para obter o resultado para o PEE (Ponto de Equilíbrio Econômico) é:

Sendo:
PEE= Ponto de Equilíbrio Econômico
CF= Custo Fixo
C.OP= Custo de Oportunidade
PV= Preço de Venda
CV= Custo Variável

Para Batista (2015) o Ponto de equilíbrio Contábil é o ponto onde o lucro será 0 (zero). Defini-se que neste ponto todas as despesas fixas foram supridas pela margem de contribuição da quantidade pré-determinada. Com o uso do ponto de equilíbrio conseguimos apurar o nível de vendas que precisa ser mantido para liquidar os custos fixos operacionais e também mensurar a lucratividade em diversos níveis de vendas.

 

Sendo:
PEC= Ponto de Equilíbrio Contábil
CF= Custo Fixo
PV= Preço de Venda
CV= Custo Variável

4. Resultados

A tabela 2 apresenta quais foram os resultados dos indicadores econômicos, que mostrará de forma confiável se o projeto será viável.

O resultado do VPL mostra conforme dito anteriormente, qual será a situação futura do investimento. Sendo sua alternativa de escolha se o VPL for maior que zero, logo, através do seguinte resultado apresentado, tem-se que a partir do valor deste método o projeto torna-se economicamente viável.

Para o método da TIR seu objeto de escolha é se o resultado da mesma for maior que o custo de oportunidade de capital, pode implantar o projeto.  Este custo de oportunidade de capital refere-se que existem alguns métodos, por exemplo: aplicar o dinheiro em Títulos Públicos para receber os juros em determinado tempo. O outro caso é de investir em um negócio próprio. Com base nisso apresenta-se este custo de oportunidade de capital através da taxa SELIC de 14,15% , e temos o resultado da TIR superior a essa taxa no valor de 15%, logo o resultado mostra que a melhor escolha é empreender.

Tabela 2 – Resultados dos Indicadores Econômico-financeiros para o
empreendimento no segmento de salão de beleza em Guajará – Mirim/RO.

VPL

815,66

TIR

15%

PAYBACK

11,22

C/B

2,08

Fonte: Elaborado pela autora.

O cálculo do payback tem como regra informar em quanto tempo se obterá o retorno do investimento aplicado, baseando que este trabalho está calculando os valores em meses, em um total de 24 meses da aplicação do investimento, teremos seu retorno com 11 meses e 22 dias. Mostra-se um bom indicador, pois em menos da metade do tempo total já se conseguirá repor o que foi investido.

O método do Custo Benefício é a divisão das Receitas totais do período com a soma dos custos totais com o valor do investimento inicial, o valor apresentado na tabela 2, resultou em 2,08, sendo favorável já que segundo a técnica do custo/benefício o resultado tem que ser maior que 1 (um).

A tabela 3 apresenta o resultado médio da receita, dos custos e o lucro dos salões de beleza do município em questão. No qual obteve o resultado da receita calculando a média da quantidade de serviços mensais com o preço de venda para cada serviço; seu custo total é baseado com a soma dos custos fixos com os custos variáveis e lucro é o resultado da receita diminuído com seu custo total.

O resultado da pesquisa mostra um valor médio da receita adquirida em termo mensal de um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO, o custo total que a empresa tem que arcar 1 (um) mês. Através disso diminuindo sua receita com seu custo, seu lucro será de R$ 8492,35 mensais.

Tabela 3 – Receitas e Despesas do empreendimento
de salão de beleza em Guajará-Mirim/RO.

Receita

Custo Total

Lucro

R$ 15.498,00

R$ 7.005,65

R$ 8.492,35

                       Fonte: Elaborado pela autora.

A tabela 4 mostra a demanda média mensal especificada para cada tipo de serviço no empreendimento de um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO, esses números foram fornecidos por empresários com bastante experiência no ramo.

Observa-se na tabela 4, que o serviço que tem o maior número de demanda é a depilação com 40 (quarenta) na sua quantidade total mensal, seguido da escova que apresenta 32 (trinta e duas) unidades, depois vem o serviço de manicure/pedicure com 28 (vinte e oito) quantidades e o corte de cabelo com uma procura de 24 (vinte e quatro) unidades mensais.

Tabela 4 – Demanda dos serviços do salão de beleza de
Guajará-Mirim/RO em quantidades mensais.

Serviços

Quantidade

Progressiva

16

Cauterização

12

Corte feminino

24

Depilação

40

Escova/ curto

32

Manicure/Pedicure

28

Mechas/ luzes

12

Tintura/ curto

12

Selagem

16

Total

232

Fonte: Elaborado pela autora.

A tabela 5 está especificando qual será a quantidade necessária a ser vendida mensalmente para que cada serviço chegue ao seu ponto de equilíbrio tanto contábil como o econômico, e também que a partir desse número de venda chega ao lucro mensal de cada serviço. Iremos expor a seguir cada um dos serviços:

A progressiva mostra que seu Ponto de Equilíbrio Contábil - PEC será a partir do 3º (terceiro) serviço vendido, e seu Ponto de Equilíbrio Econômico - PEE, com 4 (quatro) unidades.

Para o serviço de cauterização, tem como maior vantagem nos números de vendas do produto, pois com pouca venda do serviço já terá o lucro, além disso, seu ponto de equilíbrio iguala a zero mais rapidamente, sendo seu Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC com apenas 3 (três) vendas já se encontra o equilíbrio e o Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE, apesar de ser uma quantidade maior em relação ao ponto de equilíbrio contábil, a cauterização apresenta um ponto de equilíbrio com apenas 5 (cinco) serviços prestados. Isso mostra que em tese, esse ponto de equilíbrio está bem abaixo da procura média por serviço de cauterização.

Tabela 5 – Análise do ponto de equilíbrio contábil e econômico para
cada serviço do salão de beleza em Guajará-Mirim/RO.

Produtos

PEC

PEE

Progressiva

3

4

Cauterização

3

5

Corte feminino

4

10

Depilação

11

20

Escova/ curto

5

8

Manicure/Pedicure

6

9

Mechas/ luzes

2

3

Tintura/ curto

3

6

Selagem

3

4

Fonte: Elaborado pela autora.

No caso do serviço de depilação, apresenta uma situação diferente das demais, pois é o único serviço que somente na 11 (doze) unidade o Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC o lucro vai ser 0 (zero), para o Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE com 21 (vinte e um) trabalho realizado terá lucro maior que 0 (zero). Isso pode se explicar pelo fato desse serviço apresentar seu preço de venda mais baixo que outros serviços, logo o tempo para obter lucro seja um pouco lento.

Os serviços de mechas como observado na tabela 5, está entre os serviços que tem o menor número de demanda diante os outros, porém seu equilíbrio econômico e contábil não demora a se igualar com os custos e a receita. Logo a tabela 6 mostra que a partir do 2º (segundo) serviço vendido já se obtêm lucro no Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC, já para o Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE o número de vendas é um pouco maior, atingindo o lucro a partir de 3 (três) vendas.

Por fim a tabela 5 mostra que o serviço de selagem por também ser considerado um serviço com o preço de venda de venda maior obtêm-se o lucro com apenas poucas unidades do serviço vendido, neste caso em apenas 3 (três) vendas já se alcança o lucro para Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC e no Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE a partir no 4ª (quarta) venda já consegue o lucro.

5. Conclusão

O tema deste trabalho surgiu a partir da ideia de implantar um salão de beleza em Guajará-Mirim/RO. Com base nisso, foram realizados estudos no setor terciário, que é onde a atividade de Cabeleireiros se enquadra. Pode se observar que o setor de serviços é o que mais se desenvolve com o passar dos anos, inserido também no que mais contribui para o crescimento do PIB, isto é, o setor terciário é o que mais produz e vende em termo nacional.

Para conseguir os resultados de cálculos para a viabilidade foram feitas perguntas diretas para alguns empresários deste ramo como: quais serviços eram prestados, quantos eram realizados por semana e a que preço era cobrado para cada serviço. Também foi realizada pesquisa mercadológica para aquisição dos produtos, para saber a política de preços dos fornecedores de cosméticos de Guajará-Mirim/RO e via internet de maquinários necessários para o empreendimento do salão de beleza nesta cidade.

Quanto aos objetivos do trabalho, que é de calcular receita e despesa de um salão de beleza de Guajará-Mirim/RO, o ponto de equilíbrio econômico e contábil dos serviços deste salão de beleza e analisar os indicadores de viabilidades: TIR, C/B, Payback. Verificou-se que este trabalho conseguiu obter respostas para cada objetivo exposto acima.

Foi através dos resultados dos objetivos, que obteve a resposta deste problema, é totalmente viável econômico e financeiramente a implantação do empreendimento do salão de beleza em Guajará-Mirim/RO.

Referências Bibliográficas

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SILVA, Ricardo Azevedo. Evolução Recente do Terciário (Serviços) no Brasil. Campinas – SP, 2009. UNICAMP.

SOUZA, Kênia Barreiro de. O Dinamismo do Setor de Serviços e sua Interação com o Setor Industrial: Uma Análise para a Região Sudeste no Período pós Plano Real. São Paulo – SP, 2008.

WIKIPÉDIA. Localização do município de Guajará-Mirim/RO. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Guajar%C3%A1-Mirim>. Acesso em: 07 jun. 2016


1. Possui Graduação em Administração pela Universidade Federal de Rondônia. Email: yaniholanda@gmail.com

2. Possui Graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Acre (UFAC), Professor de Economia do curso de Administração do campus de Guajará-Mirim/Ro da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e Líder do Grupo de Pesquisa Socioeconômica e Desenvolvimento Regional na Amazônia. E-mail: tiago.loiola@unir.br

3. Possui Graduação em Administração Mestrado em Administração, Professor do curso de Administração do campus de Guajará-Mirim/Ro da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e membro do Grupo de Pesquisa Socioeconômica e Desenvolvimento Regional na Amazônia. E-mail: joaocarlos@unir.br

4. Possui Graduação em Administração e Mestrado em Administração, Professor do curso de Administração do campus de Guajará-Mirim/Ro da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). E-mail: otavio@unir.br

5. Possui Graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Administração, professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Rondônia e membro do Grupo de Pesquisa em Economia Aplicada na Amazônia (GPEAM). E-mail: otaciliomc@unir.br

6. Referente a taxa anual em agosto de 2016


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 38 (Nº 06) Año 2017

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