Espacios. Vol. 37 (Nº 22) Año 2016. Pág. 25
Maria Laurentina de Brito VERAS 1; Ivanilza Moreira de ANDRADE 2; Jean Carlos Gomes PAIVA 3
Recibido: 08/04/16 • Aprobado: 11/05/2016
RESUMO: Objetivou-se com este estudo identificar a fauna silvestre atropelada nas rodovias BR-343, município de Buriti dos Lopes e na BR-402, município de Parnaíba-PI. Foram registrados 131 animais atropelados nas duas rodovias, 55 atropelamentos na BR-343 e 76 na BR-402. A classe dos anfíbios foi a mais afetada nas duas BR, seguido por aves, répteis, mamíferos e animais não identificados. Coragyps atratus e Cerdocyon thous foram encontradas nas duas BR. Os índices alfa e beta para diversidade de espécies e espécies exclusivas foram maiores na BR-402. Conclui-se que tais atropelamentos estão causando impacto sobre a fauna da região e na biodiversidade em geral. |
ABSTRACT: The objective of this study is to identify the wildlife run over the BR-343 highway, Buriti dos Lopes municipality and BR-402, municipality of Parnaiba-PI. We recorded 131 animals run over the two highways, 55 pedestrian accidents in the BR-343 and BR-402 in 76. Coragyps atratus and Cerdocyon thous found in both BR. Alpha and beta indices for species diversity and unique species were higher in the BR-402. We conclude that such roadkill are making an impact on the fauna and biodiversity in general. |
O Brasil é um país que utiliza principalmente transporte terrestre para interligar pessoas, cidades, estados, dentre outros, o que aumenta a necessidade de construção de estradas, rodovias e ferrovias. Estas, apesar de muito úteis e trazerem o progresso para as cidades, também ocasionam problemas, tais como, poluição sonora e luminosa, fragmentação de habitat, dispersão de espécies exóticas e atropelamentos. As rodovias atuam como barreiras geográficas para muitos animais, provocando o isolamento de populações, ocasionando o desaparecimento de muitas espécies e alterações na paisagem (DNIT, 2011).
A construção e operação de rodovias é um dos fatores que contribui para a degradação do ambiente de maneira crescente em todo o mundo, além de representarem um cenário de acidentes graves e mortes causadas por imprudência ao volante (KUIKEN, 1988; HAIGH et al., 1995; TROMBULAK & FRISSEL, 2000). Muitos efeitos diretos e indiretos das estradas são cumulativos e envolvem as mudanças na estrutura das espécies e nos processos ecológicos, na biodiversidade e em especial na redução de espécies da fauna, portanto, há necessidade de se debater estratégias e soluções, e fazer avaliações sobre os impactos causados pela implantação de estradas em áreas de preservação ambiental (ROCHA, 2005). A construção de estradas está entre as alterações ambientais que causaram os impactos mais extensos em paisagens naturais no século XX, tanto na degradação de habitat quanto em relação aos animais mortos por atropelamentos (KUIKEN, 1988; FORMAN & ALEXANDER, 1998). Para Vieira (1996), o número de animais mortos em rodovias brasileiras a cada ano pode ser bastante relevante.
Mortes por atropelamento são consideradas a segunda maior causa de perda de diversidade da fauna em todo o planeta, perdendo apenas para a supressão e a redução de ambientes naturais (DNIT, 2011). Marques (2013) estimou em 475 milhões os animais mortos por ano nas rodovias brasileiras. Entretanto, estas rodovias por não serem monitoradas não se sabem o número exato do índice de mortalidade desses animais (CANDIDO Jr et al., 2002; PRADA, 2004). A preocupação com construção de rodovias quase sempre está associada às áreas de interesse de preservação (FISCHER, 1997).
Atropelamentos de animais apresentam padrões relacionados ao tipo de vegetação, condições climáticas e comportamento das espécies (PINOWSKI, 2005). A mortalidade por atropelamento pode ser altamente impactante para as populações naturais, principalmente para espécies que existem em baixas densidades, como as ameaçadas de extinção (SCHONEWALD & BUECHNER, 1992) e as que possuem área de vida relativamente grande e taxas reprodutivas baixas, como as de carnívoros (KNIC, 1990). As principais causas de atropelamentos de animais silvestres são, principalmente, pelo fato da rodovia cortar o seu habitat natural, interferindo na faixa de deslocamento natural da espécie, em rotas ou migrações, disponibilidade de alimentos ao longo da rodovia e até por alguns animais serem atraídos pela rodovia (DNIT, 2011).
Diante do exposto, objetivou-se com esse estudo identificar a fauna silvestre atropelada em duas rodovias federais do Estado do Piauí, BR-343 e BR-402, através da identificação de carcaças de animais atropelados e identificar as espécies vulneráveis segundo a lista vermelha de espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2014) e lista nacional do MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).
O estudo foi realizado na BR-343 entre os km 64 e 68, nas proximidades da mata do povoado Santa Helena, município de Buriti dos Lopes-PI, e na BR-402, nas proximidades do povoado Olho d'água, município de Parnaíba-PI.
A rodovia BR 343, é a principal via de acesso ao município de Parnaíba, é uma rodovia diagonal do estado do Piauí, que liga a cidade de Luís Correia à Teresina. Em 2009, o DNIT registrou um volume médio diário de 1.150 veículos nesta rodovia (DNIT, 2009). A BR- 402 interliga localidades próximas do litoral dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, possui fluxo de veículos menor do que a BR 343, mas semelhante a esta tem fluxo aumentado em datas festivas e feriados prolongados. Em 2009, tinha um volume médio diário de aproximadamente 320 veículos que circulavam nesta rodovia por dia (DNIT, 2009).
O estudo foi realizado entre o período de janeiro a junho de 2013, com uma coleta quinzenal em cada área. Foram percorridos quatro quilômetros em sentido crescente e quatro em sentido decrescente ao longo dos trechos estudados para facilitar a observação dos animais atropelados, totalizando oito quilômetros por visita e 12 excursões em cada BR.
Foi realizada pesquisa de campo com abordagem quantitativa. Todos os animais mortos ou em estado de decomposição foram amostrados. Os animais foram fotografados com escala para medição de tamanho. Usou-se spray de tinta para marcar o local onde o animal atropelado foi encontrado ou marcação no próprio animal, para que não houvesse repetição na contagem. Foram registrados dados como porte do animal (pequeno, médio ou grande), nome popular, data da visita, identificação da BR, sentido de percurso da rodovia, km da rodovia, estado de conservação do animal, coordenadas geográficas utilizando aparelho GPS (Global Position System) dentre outras informações.
Quanto ao porte, considerou-se animais de pequeno porte os animais adultos com peso médio inferior a um quilograma; de médio porte com peso médio adulto entre um e dez quilogramas; e grande porte com peso médio adulto superior a dez quilogramas (CHEREM et al., 2007).
A identificação foi realizada por especialistas e comparações com espécimes tombados na Coleção Zoológica Delta do Parnaíba, Campus Parnaíba. Os espécimes não foram tombados em coleção zoológica, somente registrados por fotografia.
Os dados foram organizados em tabelas em Excel (Windows 2010) e para o conhecimento sobre a diversidade de espécies foram calculados os seguintes índices: Shannon-Wiener que (H') atribui maior peso às espécies raras, Índice de Equitabilidade de Pielou (J') que expressa à relação entre a diversidade real e a diversidade máxima teórica; equitabilidade (BRUNEL & CANCELA, 1986; DAGET, 1976; FISCHER, 1943) Índice de Dominância de Berger-Parker (D) é calculado para o conhecimento da Diversidade Beta, expressando a importância relativa das espécies mais abundantes (MAGURRAN, 1988), Coeficiente de Jaccard que compara comunidades de forma qualitativa ou quantitativa, e para demonstrar a riqueza de espécies, foi calculado o Índice de Margalef (MARGALEF, 1956), que demonstra a riqueza específica e refere-se ao total de indivíduos, no qual é utilizado para estimar a diversidade com base na distribuição numérica dos indivíduos das diferentes espécies. Quanto maior o valor de índice, maior é a diversidade da comunidade amostrada. Para as análises estatísticas foi utilizado o software PAST versão 2.17c (HAMMER, 2001).
Foram registrados 76 indivíduos atropelados, no período de janeiro a junho de 2013 na BR-402 e 55 na BR-343, totalizando 131 animais, assim distribuídos: 75 anfíbios (57,25%); 22 aves (16,80%); sete répteis (5,35%); e cinco mamíferos (3,80%). Desses, 22 (16,80%) não foram identificados devido ao estado de mutilação dos animais (Tab. 1).
Com relação às espécies identificadas, na BR-402, foram registradas Rhinella Jimi, Cnemidophorus ocellifer, Amphisbaena alba, Phaethornis pretrei, Amazilia leucogaster, Tolmomyias flaviventres, Coccyzus melacoryphus, Crothophaga ani, Glaucis hirsutus e Dasypus novemcinctus. Para a BR-343 foram registradas as espécies Rhinella granulosa, Boa constrictor, Pseudoboa nigra, Myiozetetes cayanensis e Xenodon merremii (Tabela 1).
Coragyps atratus e Cerdocyon thous foram às únicas espécies registradas nas duas Rodovias. Cerdocyon thous também foi registrada como atropeladas por Vieira (1996) em levantamento realizado na região central do Brasil; por Silveira (1999) no parque nacional das Emas (Goiás); e por Prada (2004) no nordeste do estado de São Paulo. Para a espécie Coragyps atratus, estudo realizado por Silva (2011) contabilizou apenas quatro espécies no cerrado mineiro em Uberaba-MG. Contudo, Pereira & Barbosa (2014) registraram quinze destas espécies atropeladas em estudo realizado na Rodovia Padre Manoel de Nobrega, SP-55, localizada entre os km 360 ao km 363 no município de Itariri-SP.
Tabela 1. Lista das espécies de vertebrados atropelados no trecho do km 64 a 68 da BR 343 e trecho do km 44 a 48 da BR 402,
Piauí com suas respectivas porcentagens. Legenda: NV - Nome Vernacular; NI- Número de Indivíduos.
Táxon |
NV |
Porte |
NI BR-343 |
NI BR-402 |
NI Total |
Classe Amphibia Ordem Anura Família Bufonidae |
|
|
|
|
|
Rhinella granulosa |
Sapo |
P |
2 |
|
2 |
Rhinella jimi |
Sapo |
P |
|
1 |
1 |
Anfíbios não identificados |
|
P |
34 |
38 |
72 |
Classe Reptília |
|
|
|
|
|
Ordem Squamata |
|
|
|
|
|
Família Dipsadidae |
|
|
|
|
|
Xenodon merremii |
Boipeva |
M |
1 |
|
1 |
Família Colubridae |
|
|
|
|
|
Pseudoboa nigra |
Cobra-preta |
P |
1 |
|
1 |
Família Amphisbaenidae |
|
|
|
|
|
Amphisbaena alba |
Cobra-de-duas-cabeças |
P |
|
1 |
|
Família Boidae |
|
|
|
|
|
Boa constrictor |
Gíbóia |
G |
1 |
|
1 |
Família Teidae |
|
|
|
|
|
Cnemidophorus ocellifer |
Tijubina |
P |
|
1 |
|
Não identificados |
|
|
2 |
|
2 |
Classe Aves |
|
|
|
|
|
Ordem Apodiformes |
|
|
|
|
|
Família Trochilidae |
|
|
|
|
|
Amazilia leucogaster |
Beija-flor-de-barriga-branca |
P |
|
1 |
1 |
Glaucis hirsutus |
Beija-flor-de-bico-curvo |
P |
|
1 |
1 |
Phaethornis pretei |
Rabo-branco-acanelado |
P |
|
1 |
1 |
Ordem Cuculiformes |
|
|
|
|
|
Família Cuculidae |
|
|
|
|
|
Crotophaga ani |
Anu-preto |
P |
|
1 |
1 |
Coccyzus melacoryphus |
Papa-lagartos |
P |
|
1 |
1 |
Ordem Passeriformes |
|
|
|
|
|
Família Pipromorphidae |
|
|
|
|
|
Tolmomyias flaviventris |
Bico-chato-amarelo |
P |
|
1 |
1 |
Família Tyrannidae |
|
|
|
|
|
Myiozetetes cayanensis |
Bemtivizinho |
P |
1 |
|
1 |
Ordem Cathartiformes |
|
|
|
|
|
Família Cathartidae |
|
|
|
|
|
Coragyps atratus |
Urubu |
G |
1 |
13 |
14 |
Não identificadas |
|
P |
1 |
|
1 |
Classe Mammalia Ordem Carnivora |
|
|
|
|
|
Família Canidae |
|
|
|
|
|
Cerdocyon thous |
Raposa |
M |
1 |
2 |
3 |
Ordem Xenarthra |
|
|
|
|
|
Família Dasipodidae |
|
|
|
|
|
Dasypus novemcictus |
Tatu-galinha |
M |
|
1 |
1 |
Não identificado |
Morcego |
P |
1 |
|
1 |
Animais não identificados |
|
|
9 |
13 |
22 |
TOTAL |
|
|
55 |
76 |
131 |
Quanto ao porte, foram registrados neste estudo 37% de animais de pequeno porte, 5% de médio porte, 11% para animais de grande porte e 47% para animais de portes não identificados. Em estudo realizado com mamíferos por Cárceres et al., (2010), no Mato Grosso do Sul, em dois trechos da rodovia BR 262, a maior parte dos animais atropeladas foi de pequeno porte, pertencendo às famílias Caviidae, Dasypodidae e Felidae. No entanto, Hegel et al. (2012), encontraram maior número de espécies atropeladas de porte médio (93,7%), enquanto de pequeno porte representaram somente 6,3%. Rosa e Mauhs (2004) registraram na rodovia RS-40 a maioria das espécies sendo de médio e pequeno porte. Cherem et al., (2007), por sua vez, registraram em trechos das rodovias BR-282, BR-116 e BR-470, em Santa Catarina, 20 espécies, a maioria (90%) de pequeno porte e somente 20% de grande porte.
Quanto aos pontos mais suscetíveis a atropelamentos neste estudo, o quilômetro 44 da BR-402 foi o mais frequente, contabilizando 36 indivíduos atropelados (47%). O maior número de atropelamentos ocorridos neste quilômetro provavelmente se dá devido ao fato da rodovia estar bem próxima a local alagável e as visitas de campo terem sido realizadas em época chuvosa, pois a maioria dos animais atropelados pertenceram a Classe Amphibia e nessa época ocorre a reprodução desses animais. Hels e Buchwald (2001) registraram durante 93 noites de estrada com piso molhado 465 animais mortos e 505 animais vivos nas estradas, com taxa de mortalidade de 48%. Em contraste, durante 161 noites de estrada que foram classificadas como tendo piso seco, foram registradas apenas 25 animais mortos e 105 animais vivos, resultando em taxa de mortalidade de 19%. Estes resultados mostraram como a época de chuva aumenta o número de atropelamentos de anfíbios.
Na BR-402, o quilômetro com menos atropelamentos foi o km 47, com nove registros, representando 12% do total de indivíduos. Na BR-343 os maiores registros foram no quilometro 64, e os menores no km 67, com quatro atropelamentos apenas, representando 66% e 7%, respectivamente. Com relação ao local onde os animais atropelados foram encontrados, a maioria dos animais (64,88%) foi encontrada na pista, 31,29% no acostamento e 3,81% em vegetação próxima a pista.
Os resultados de análise de diversidade das espécies entre as rodovias, no intervalo estudado da BR-343, município de Buriti dos Lopes, evidenciaram Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H') na BR-343 H' = 0,75, sendo menor que BR-402 que teve H' =0,91 ou seja, o Índice de Diversidade de Shannon reforça a hipótese que apesar da menor quantidade de indivíduos na BR-343, ocorre maior diversidade de espécies naquela região quando comparada a BR-402.
O valor da Equitabilidade de Pielou para a BR-343 apresentado foi J' = 0,54 sendo menor que na BR-402 que obteve J' = 0,66. Assim, o valor da Equabilidade de Pielou para o primeiro ponto estudado (BR-343 – Buriti dos Lopes) foi menor que o segundo, apresentando J' = 0,54 e o trecho (BR-402- Parnaíba) teve J' = 0,66. Portanto, o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H'), a Equabilidade de Pielou foi maior no segundo transecto observado (BR-402), mostrando que a diversidade e o número de espécies raras e exclusivas a um habitat são maiores no intervalo BR-402 quando comparado a BR-343. Assim como o Índice de Diversidade de Shannon, a Equabilidade de Pielou também atribui peso maior para espécies raras.
Para estimar a biodiversidade das comunidades tendo como base a distribuição numérica dos indivíduos das diferentes espécies o Índice de Margalef obtido na BR-343 foi de 0,78, sendo pouco maior que na BR-402, que obteve 0,72. Portanto, as duas BR obtiveram valores inferiores a 2,0 sendo consideradas como áreas de baixa diversidade. O índice de Diversidade de Menhinick estimado para a BR-343 foi 0,59 e, para a BR-402 foi de 0,5, sendo bastante similares. O coeficiente de similaridade de Jaccard (Sj) foi de 0,12% demonstrando que as duas BR apresentam pouca similaridade entre as espécies dos dois pontos estudados e baixa diversidade.
Algumas medidas preventivas, mitigatórias e compensatórias, têm sido estudadas e efetivadas no exterior para diminuir os impactos das rodovias (FALK, 1978; FELDHAMER et al., 1986; VICENTINI, 1999). Muitos países já desenvolveram alternativas para adaptar suas rodovias, minimizando os efeitos do tráfego intenso sobre as populações naturais. Além disso, algumas medidas alternativas podem ser tomadas para minimizar esses impactos, como construções de túneis e cercas como já sugerido por outros autores (REED, 1982; BENNETT, 1991; YANES, 1995).
De acordo com os índices de diversidade calculados pode-se concluir que, a BR-402, Parnaíba, apresentou uma maior diversidade de espécies atropeladas em relação a BR-343, tanto em espécies exclusivas quanto na frequência de atropelamentos. Quanto às classes de animais silvestres atropelados, houve maior registro de anfíbios, 39 na BR-402 e 36 na BR-343. Em consequência disto, os atropelamentos de animais nas rodovias BR-343 e 402 exibiram número elevado, fator que pode estar contribuindo com a perda de biodiversidade, embora as espécies não estejam indicadas como ameaçadas de Extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A BR-402 apresentou maior índice de diversidade em relação a BR-343, tanto em espécies exclusivas quanto em quantidade de atropelamentos. O maior registro de atropelamentos ocorreu na classe de Anfíbios, seguido por mamíferos, Répteis e Aves. Contudo, todas as espécies registradas são de ampla distribuição e de hábito generalistas, podendo ocupar uma variada gama de habitats.
Para que as espécies silvestres sejam protegidas, é necessária a realização estudos de longo prazo sobre os atropelamentos de animais em estradas. Só assim será possível avaliar a eficácia dos instrumentos de proteção atuais e desenvolver novas técnicas que evitem ou reduzam uma das maiores causas de extermínio da fauna silvestre no mundo e equilibrem a relação das espécies silvestres com os usuários das rodovias.
A 5ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal em Parnaíba-PI pelo suporte técnico cedido à realização deste estudo e a Gabriel Soares de Albuquerque pelo apoio nas visitas às BR.
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1. Graduada em Ciências Biológicas, Campus Ministro Reis Velloso, Universidade Federal do Piauí, 64202-020, Parnaíba-Piauí, Brasil. Email: paulaveras09@hotmail.com
2. Professora adjunta do Curso de Ciências Biológicas do Campus Ministro Reis Velloso; Universidade Federal do Piauí, 64202-020, Parnaíba-Piauí, Brasil; Professora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (MDMA/PRODEMA/UFPI/TROPEN) e Programa de Mestrado em Biotecnologia/UFPI. Email: Ivanilzaandrade@hotmail.com
3. Doutorado em Biotecnologia; Instrutor da Polícia Rodoviária Federal. Parnaíba-Piauí, Brasil