Espacios. Vol. 37 (Nº 14) Año 2016. Pág. 25
Danielle Nunes POZZO 1; Peter Bent HANSEN 2; Mirian OLIVEIRA 3
Recibido: 08/02/16 • Aprobado: 19/02/2016
4. Análise e discussão dos resultados
RESUMO: A gestão de riscos em cadeias de suprimentos (GRCS) é uma área recente de estudo, proveniente da associação da gestão de riscos com gestão da cadeia de suprimentos. Embora haja apontamentos na literatura, subtópicos (assuntos) dentro do tema carecem de sistematização, em especial no que se refere a lacunas teóricas, visto a importância de visualizar o mapeamento dos conteúdos para promover contribuições futuras. Nestas condições, este artigo tem como objetivo propor uma estrutura de categorias nas quais se enquadram as lacunas teóricas presentes na atual literatura de GCRS. Foram utilizados parâmetros bibliométricos no levantamento e seleção das publicações, analisadas a partir do processo de codificação. Como resultado, foram obtidas cinco categorias secundárias vinculadas à central: cadeias específicas, tipos de riscos, impacto dos riscos, agentes e softwares. Além da proposição de categorias, o estudo traz breve descrição das principais lacunas sobre o tema, discutindo entraves e possíveis caminhos para as publicações futuras. |
ABSTRACT: Supply Chain Risk Management (SCRM) is a relatively new topic, originated from the association of risk management and supply chain management. Although there are some contributions in literature, subcategories (subjects inside the topic of study) still require sistematization, specially regarding to theoretical gaps in order to provide support for future contributions. Therefore, the objective of this article is to propose a sistematic structure to categorize theoretical gaps based on current SCRM literature. Bibliometric parameters were applied on data sourcing and selection, followed by data coding analysis. As a main result, five secondary categories were obtained: specific supply chains, types of risks, impact of risks, agents and softwares. Furthermore, the study presents a brief description of the main theoretical gaps at the same time that discusses limitations and possible paths for future publications. |
As cadeias globais de suprimentos tem se tornado cada vez mais complexas (CATTANEO; GEREFFI; STARITZ, 2010). O número crescente de agentes, a diversidade de tipos de organizações e indivíduos envolvidos, o aumento da especialização e a dinâmica intensa de transmissão de recursos (conhecimento, insumos, tecnologia, bens intermediários, bens acabados, etc.) demandam o desenvolvimento contínuo de novas perspectivas e ferramentas de gestão (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; LAMBERT, 2006; STOCK, 2009; CATTANEO; GEREFFI; STARITZ, 2010).
A discussão sobre desempenho e flexibilidade nas cadeias de suprimentos tem conduzido à análise dos fatores de risco (RITCHIE; BRINDLEY, 2007; TRKMAN; MCCORMACK, 2009). Concomitantemente, diversos estudos têm ressaltado os benefícios de sustentabilidade dos processos organizacionais e buscado soluções para a manutenção de parâmetros de competitividade (RITCHIE; BRINDLEY, 2007; BLOS et al., 2009; TRKMAN; MCCORMACK, 2009; TUMMALA; SCHOENHERR, 2011; LAVASTRE; GUNASEKARAN, 2012; SODHI; TANG, 2012).
Nesse cenário, a gestão de riscos, já aplicada ao ambiente organizacional com outros enfoques (como financeiro, segurança da informação e processo produtivo individual) foi agregada ao conceito de gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management) originando assim a discussão de gestão de riscos na cadeia de suprimentos (FINCH, 2004; ZHANG; HUANG; 2006; PUJAWAN; GERALDIN, 2009).
A gestão de riscos em cadeias de suprimentos tornou-se um novo campo de estudo que, por seu caráter recente, ainda demanda pesquisas sobre os mais variados tópicos (FINCH, 2004; STOCK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012; SODHI; TANG, 2012; FISCHL; SCHERRER-RATHJE; FRIEDLI, 2014; FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015). A extensão do tema e suas lacunas ainda não foram sistematizadas, embora haja esforços nesse sentido em virtude da relevância do tema na promoção de soluções aplicadas às mais diversas cadeias (BLOS et al., 2009; STOCK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012; SODHI; TANG, 2012; TOMAS; ALCANTARA, 2013; FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015).
Nestas condições, o presente trabalho tem como objetivo propor uma estrutura de categorização das lacunas teóricas descritas nas publicações de Gestão de Riscos em Cadeias de Suprimentos (GRCS) como forma de sistematização dos tópicos. Visa-se, a partir deste propósito, contribuir para os trabalhos de pesquisa na área, a partir da visualização dos conteúdos-chave, o que estima-se que deve auxiliar, principalmente, pesquisadores iniciantes na área. Para atingir este objetivo, o estudo de caráter qualitativo se utilizará de parâmetros bibliométricos (ARAUJO, 2006) e de codificação (FLICK, 2004) para seleção e análise de materiais.
O caráter recente da área de estudo e a relevância de estudá-lo para benefícios aplicados, aliada à necessidade de estudos que sistematizem a variabilidade de conteúdos inseridos no tema constituem uma robusta justificativa de pesquisa (FINCH, 2004; RITCHIE; BRINDLEY, 2007; STOCK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012; TOMAS; ALCANTARA, 2013; FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015). No mesmo sentido, análises agrupadas de lacunas, como proposto, podem contribuir para suportar pesquisas futuras na área.
Complementarmente, pesquisas que contribuam para o entendimento dos riscos na cadeia e dinâmicas de gestão tendem a servir de base para o desenvolvimento de modelos de gestão mais eficientes e sustentáveis para cadeias de suprimentos (BLOS et al., 2009; STOCK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012).
As cadeias de suprimentos consistem em organizações integradas do primeiro fornecedor ao consumidor final com o propósito de gerar viabilizar produtos específicos a clientes e stakeholders (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; LAMBERT, 2009; STADLER; KILGER, 2005). Tais organizações dividem-se entre processos e etapas do processo produtivo que serão variáveis de acordo com o produto a ser produzido e o cenário macroeconômico (ambiente de mercado) em que se insere (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; FINCH, 2004; LAMBERT, 2006).
Embora seja possível considerar uma cadeia de suprimentos um conjunto de duas organizações distintas, as mesmas são, em geral, constituídas de diversos elos, que ocupam as funções de (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; SHAPIRO, 2007):
Além de sua função na cadeia de suprimentos, um agente (empresa) que participe de determinado elo continua a possuir relações comerciais externas à cadeia (SHAPIRO, 2007; STADLER; KILGER, 2005). Concomitantemente, as organizações pertencentes à cadeia de suprimentos possuem interesses individuais e premissas individuais de gestão, o que torna a articulação desses agentes uma gestão altamente complexa (CATTANEO; GEREFFI; STARITZ, 2010). Tomada de decisão, comunicação e parâmetros de qualidade são alguns dos pontos críticos da gestão da cadeia de suprimentos (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; SHAPIRO, 2007; BLOS et al., 2009; CATTANEO; GEREFFI; STARITZ, 2010)
No mesmo cenário, as demandas de mercado aliadas ao aumento da especialização das organizações (que cada vez tendem a realizar uma etapa menor do processo produtivo) e ao desenvolvimento tecnológico (produtos mais complexos) contribuem para a complexidade de cadeias de suprimentos que se tornam mais extensas e difíceis de gerir (FINCH, 2004; ZHANG; HUANG, 2006; SHAPIRO, 2007; STOCK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012). Com o aumento do número de elos e do volume de processos, há, consequentemente, mais riscos incidentes no processo produtivo (RITCHIE; BRINDLEY, 2007) e cada vez mais há a percepção da relevância de considerá-los no processo de gestão (COLICCHIA; STROZZI, 2012; TOMAS; ALCANTARA, 2013).
A gestão da cadeia de suprimentos (GCS ou SCM, na sigla em inglês – Supply Chain Management) é uma área de estudo dentro da gestão de operações, também chamada de administração de operações (STOCK, 2009; PEINADO; GRAEML, 2012). A gestão de riscos em cadeias de suprimentos (GRCS ou SCRM, na sigla em inglês de Supply Chain Risk Management), por seu, turno, é uma área de conhecimento específica, proveniente da gestão da cadeia de suprimentos associada à gestão de riscos (FINCH, 2004; TANG, 2006; GAONKAR; VISWANADHAM, 2004; ZHANG; HUANG, 2006; RITCHIE; BRINDLEY, 2007; STOCK, 2009; TRKMAN; MCCORMACK, 2009; COLICCHIA; STROZZI, 2012). Tendo em vista a relação evidente entre pequena e grande área mencionadas acima, os conceitos de GCS e administração de operações são igualmente aplicados na GRCS, com a ponderação de que esta última foi desenvolvida como um pilar específico para medição de riscos e tratamento de contingências (RITCHIE; BRINDLEY, 2007; STOCK, 2009; TRKMAN; MCCORMACK, 2009; TUMMALA; SCHOENHERR, 2011; LAVASTRE; GUNASEKARAN, 2012).
A demanda por estudos nessa área parte de uma lógica evidente, embora apenas recentemente discutida de forma focada, que é a ideia de que o desempenho das cadeias, cada vez mais complexas, está diretamente relacionado à capacidade que a mesma tem de medir os riscos, preparar recursos e adequar capacidades para responder às adversidades e adaptar-se a cenários até então inesperados (FINCH, 2004; ZHANG; HUANG; 2006; PUJAWAN; GERALDIN, 2009; STOCK, 2009; TRKMAN; MCCORMACK, 2009). É pertinente recordar ainda, que gestão de riscos já é um tópico de estudo em outras áreas do conhecimento na grande área de administração (STOCK, 2009; PEINADO; GRAEML, 2012).
Embora haja uma variedade de estudos com diferentes abordagens, entendem-se como tipos genéricos e críticos de riscos (BLOS et al., 2009):
Complementar ao hazard risk tem-se o safety risk, relativo à segurança alimentar (MARUCHECK et al., 2011). Relativizam-se ainda, os riscos de análise e levantamento de dados, que podem levar a informações parciais ou, até mesmo, equivocadas (BLOS et al., 2009).
Segundo Gaonkar e Viswanadham (2004), a complexa tarefa de gestão de riscos em cadeias de suprimentos deve ter como foco quatro frentes distintas: (i)_fontes de risco, (ii) consequências do risco, (iii) difusores do risco e (iv) estratégias de minimização de riscos. Essa percepção vem ao encontro de outros estudos, que defendem a necessidade da cadeia de sistematizar suas prioridades, uma vez que não é possível gerenciar todos os riscos, mas sim criar uma sistematização que permita que, caso ocorram situações adversas, os resultados não comprometam fatores críticos de desempenho da cadeia (FINCH, 2004; RITCHIE; BRINDLEY, 2007; TRKMAN; MCCORMACK, 2009; STOCK, 2009; TUMMALA; SCHOENHERR, 2011; LAVASTRE; GUNASEKARAN, 2012).
O presente estudo tem caráter qualitativo e descritivo (LAKATOS; MARCONI, 2003), fazendo uso de técnicas bibliométricas e de codificação a fim de atingir seu objetivo. A bibliometria consiste em uma técnica que tem como proposta medir os índices de produção e disseminação do conhecimento científico a partir de uma análise sistemática de publicações (ARAUJO, 2006; MACHADO, 2007). A mesma vem sendo utilizada em uma grande diversidade de estudos e tem sido aplicada em diferentes áreas do conhecimento (ARAUJO, 2006; KOBASHI; SANTOS, 2006; MACHADO, 2007), inclusive em estudos sobre gestão de riscos em cadeias de suprimentos (FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015). São exemplos da utilização da bibliometria a análise por número de autores, palavras-chave, países de origem das publicações, periódicos de publicação, entre outros (ARAUJO, 2006; KOBASHI; SANTOS, 2006; MACHADO, 2007). Neste estudo, a bibliometria foi utilizada como parâmetro na etapa de levantamento e seleção dos dados (critério para busca, ranqueamento e seleção das publicações a serem analisadas).
A codificação, por seu turno, é uma técnica qualitativa de análise de dados que tem como propósito a identificação de códigos no material selecionado para o desenvolvimento de um entendimento sobre o objeto de análise (FLICK, 2004; GIBBS, 2009). A técnica pode ser utilizada em associação com outras, de forma complementar, ou consistir na forma central de construção da compreensão (FLICK, 2004).
As subseções a seguir apresentarão o detalhamento dos procedimentos metodológicos.
O levantamento das fontes foi realizado a partir da base de dados Scopus, uma das maiores bases de dados multidisciplinares internacionais, amplamente utilizada nos estudos de administração, em especial em gestão de operações e cadeias de suprimentos (JACSO, 2005; MESQUITA et al., 2006; PENTEADO-FILHO; AVILA, 2009; FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015). Compreende-se, desta forma, que a fonte possibilitaria acesso a uma maior variabilidade de publicações relevantes ao objetivo de pesquisa.
Tendo em vista o grande volume de trabalhos disponíveis na base, a escolha das palavras-chave de pesquisa foi um fator determinante para a identificação e sistematização dos resultados.
A palavra-chave "Supply Chain Management Risk Management" foi utilizada como base para o levantamento de publicações. Manteve-se a expressão entre aspas a fim de descartar documentos em que as palavras fossem citadas de forma independente.
Tendo em vista que se trata de um tema de pesquisa relativamente recente (COLICCHIA; STROZZI, 2012; FAHIMNIA; TANG; DAVARZANI; SARKIS, 2015), não foi estipulada restrição de período e foram consideradas todas as produções científicas da base de dados, não sendo descartados, desta forma, trabalhos publicados em eventos indexados na fonte de busca.
A busca foi realizada sem restrição por área de conhecimento, a fim de visualizar as produções disponíveis que, em caso de inadequação com a proposta, seriam descartadas na etapa de filtragem.
Preliminarmente, considerou-se a possibilidade de expressões complementares para a coleta. Para tanto, foram realizados testes com diferentes expressões vinculadas ao tema central de pesquisa.
A expressão "risk" foi considerada inicialmente, uma vez que se relaciona com o tema. Contudo, foram obtidos 2.909.806 resultados até dezembro de 2015 nas mais variadas áreas do conhecimento, confirmando que seu uso para este levantamento não proporcionaria resultados focados. No mesmo sentido, foi testada a expressão "risk management", a partir da qual foram obtidos 84.987 resultados, dos quais grande parte não se referia a cadeia de suprimentos, indicando que esta também não seria uma opção adequada para o propósito de estudo.
O termo "Supply Chain Management", por sua vez, embora mais alinhado com a proposta, ainda apresentou um grande volume de resultados (24.093 até dezembro de 2015), do qual grande parte não está relacionada a riscos. Foi considerada ainda a possibilidade de utilização da expressão "SCRM" - sigla para Supply Chain Risk Management - como alternativa para obter resultados mais direcionados ou mesmo para uso em paralelo com a busca pela expressão por extenso. Foram obtidos 208 resultados que evidenciaram o uso desta sigla em diferentes áreas (ex: geologia, química e biologia), sendo atribuídos a ela diferentes significados. Realizando uma nova filtragem limitada por área de conhecimento (conforme os filtros da base: Business, Management and Accounting, Engineering, Decision Sciences, Social Sciences), chegou-se a 128 resultados, os quais permaneciam indicando o uso predominante desta sigla para outras expressões. Dado este resultado, os termos alternativos foram descartados como meio de busca.
As referidas expressões foram testadas na plataforma também em português, como forma de descartar qualquer possibilidade de uma publicação pertinente não ter sido incluída na análise. Não foram encontrados resultados válidos.
Os testes e a coleta com a palavra-chave definida foram realizados na base tendo como referência final o mês de dezembro de 2015. A partir deste levantamento, foram realizados os tratamentos descritos a seguir.
A partir da expressão escolhida para levantamento – "Supply Chain Risk Management" – foram encontrados 486 artigos. A fim de confirmar o alinhamento dos resultados da busca com o propósito de pesquisa, foi realizada a leitura dos títulos e abstracts de todos os 486 trabalhos. Descartou-se os estudos em que o escopo não abordava diretamente gestão de riscos na cadeia de suprimentos, à exemplo de estudos com o propósito de análise da cadeia de suprimentos de forma ampla (sem considerar ou abordar fatores de risco em seu escopo) e aqueles que mencionavam o tópico, mas não o estavam efetivamente discutindo.
Foram eliminadas, ainda, as conference reviews (apresentação resumida dos assuntos a serem tratados em um evento científico) e editoriais, uma vez que não constituíam efetiva discussão sobre o tema. Por restrições de idioma, 7 artigos que constavam em alemão e japonês foram igualmente desconsiderados o que, embora consista em uma limitação, considera-se de pouco impacto visto sua proporção e volume de citações (tais publicações, segundo a base, não haviam sido referenciadas por outros trabalhos até o momento da coleta), o que pode ser considerado um critério de relevância. A fim de viabilizar a análise de dados, os capítulos de livros (20) e obras integrais (3) foram excluídos pela condição de inacessibilidade de algumas obras. Foram resultantes desta etapa de filtragem 407 artigos, os quais serviram de base para as etapas posteriores.
A tabela a seguir apresenta o detalhamento anual por número de publicações, considerando os trabalhos lançados na base de dados até dezembro de 2015.
Tabela 1: Detalhamento das produções científicas sobre Gestão de
Riscos em Cadeias de Suprimentos encontradas na base de dados.
Ano de referência |
Nº de publicações |
2002 |
1 |
2003 |
0 |
2004 |
3 |
2005 |
5 |
2006 |
10 |
2007 |
21 |
2008 |
16 |
2009 |
21 |
2010 |
36 |
2011 |
43 |
2012 |
48 |
2013 |
65 |
2014 |
79 |
2015 |
59 |
TOTAL |
407 |
Os resultados das etapas 1 e 2 confirmaram o caráter recente do tema pesquisado, visto que as primeiras publicações datam entre 2002 e 2004 e há um crescimento significativo em seu volume nos últimos anos. Embora o foco desta análise seja na codificação das publicações e não uma profunda análise bibliométrica, é fundamental mencionar a sutil queda no volume de artigos em 2015. Contudo, além de não representar queda brusca (em equilíbrio com os últimos 3 anos), pode estar relacionada a um atraso na indexação das publicações pela base ou mesmo da finalização da edição da revista, visto que o último levantamento de atualização ocorreu ainda durante o mês de janeiro de 2016.
O tratamento supracitado serve de norteador para a etapa seletiva, descrita a seguir.
A etapa de seleção é aquela na qual o conjunto de documentos a ser codificados é efetivamente definida (FLICK, 2004). É possível, nesta etapa, delimitar os materiais que serão aprofundados, dentro do universo disponível (FLICK, 2004).
Inicialmente, a pesquisa tinha como propósito utilizar o critério de relevância para a seleção de artigos, reduzindo o corpus a apenas uma parcela das publicações identificadas no processo de filtragem. Contudo, a discussão com pares ao longo do desenvolvimento deste trabalho trouxe valiosas contribuições que modificaram o planejamento inicial.
O argumento para a redução do corpus se sustentava no princípio também utilizados nas análises bibliométricas aprofundadas: uma pequena de publicações e autores tende a representar grande parte das contribuições e conteúdos do tópico explorado (ARAUJO, 2006). Definir-se-ia, desta forma, a relevância a partir do número de citações, no qual haveria um critério de corte estabelecido a partir do salto de posição mais relevante do ranqueamento. Ou seja: os artigos seriam ranqueados e a análise consideraria artigos até a posição em que a diferença para a posição seguinte fosse maior. Considerou-se também relativizar esse critério a partir do volume de citações apresentado pelas próprias citações, já que o volume de citações poderia ser mediano no todo amostral, já que se trata de assunto recente.
Entretanto, a contra-argumentação questionou o critério de corte sob a justificativa de que novos artigos estiveram por menos tempo disponíveis e, portanto, podem ter menor volume de citações. Outro elemento contrário ao plano inicial apontava que o próprio caráter recente do tema de estudo pode tornar inviável a definição de critério de relevância (o que de fato é relevante em um tema que está no início de sua exploração ?) e a desconsideração de trabalhos poderia levar a resultados tendenciosos, que não corresponderiam ao cenário atual da área. Um último argumento seria o volume relativamente restrito de publicações: embora um universo acima de mil trabalhos tornasse a análise integral inviável (ou ao menos contraproducente), um conjunto de 407 artigos pode ser analisado, desde que com foco sistemático no objetivo de pesquisa. Desta forma, os artigos foram lidos na íntegra por leitura flutuante, com ênfase nos objetivos, resultados e considerações finais, visto o propósito desta pesquisa.
Os artigos selecionados passaram por leitura flutuante com o objetivo de identificar os códigos iniciais (codificação aberta). Conforme descrito por Gibbs (2009), os códigos podem ser criados a partir do texto ou extraídos dele (in vivo). Para a etapa de codificação aberta, optou-se pela utilização dos códigos in vivo como forma de preservar as menções realizadas pelos autores. A codificação foi transcrita para um livro de códigos digitado em editor de texto e arquivado em formato editável (.doc), como forma de possibilitar a releitura, o compartilhamento e até mesmo a utilização para análise futura de outros materiais (GIBBS, 2009).Ao final do processo de codificação aberta, obteve-se um conjunto de 2.143 códigos.
Concluído esse processo, procedeu-se com a codificação axial, na qual foram agrupadas as expressões para as quais foi atribuído o mesmo significado. Foram removidas sobreposições e realizado o refino de códigos, substituindo as extrações in vivo por expressões agregadoras (categorias).
A codificação seletiva, por seu turno, que consiste num segundo momento de refino a partir do qual as categorias criadas são vinculadas a uma categoria central (FLICK, 2004), foi utilizada para nova verificação do agrupamento dos códigos e alocação final das categorias. A categoria central, contudo, havia sido definida a priori , visto o objetivo da pesquisa. A mesma foi denominada "Lacunas em Estudos sobre GRCS", fazendo menção à sigla de gestão de riscos em cadeias de suprimentos em substituição à expressão por extenso.
Os resultados desta codificação, apresentados na seção a seguir, foram validados com dois especialistas em análise qualitativa de dados (para confirmar a pertinência dos procedimentos aplicados para a obtenção dos mesmos) e com um pesquisador cuja atuação é focada em cadeias e outras relações interorganizacionais para avaliar a pertinência das análises e conclusões geradas.
Os trabalhos selecionados evidenciaram uma variada gama de enfoques e propostas, que traziam desde estudos empíricos a modelos teóricos para a cadeia como um todo, bem como a discussão de relações e fluxos específicos nas cadeias de suprimentos (recortes de elos e processos). Em paralelo, a análise dos materiais levou à constatação da alta especificidade dos estudos, que apresentavam menções voltadas ao caso (segmento, empresa) ou cadeia que estava sendo trabalhada. Em consequência disso, em nenhuma das publicações analisadas, o código in vivo ou seu significado estrito originou uma a categoria, sendo estas constituídas a partir das agregações desses códigos. Como exemplo desse agrupamento tem-se o termo "impacto na seleção de distribuidores" que, agregado a outros códigos das demais publicações deu origem à categoria de lacuna denominada "tipos de agentes". Tem-se assim como resultado o que pode-se chamar de "macrotópicos", que constituem uma proposta de organização dos conteúdos tratados em gestão de riscos em cadeias de suprimentos, o que certamente abre espaço para trabalhos que o aprofundem em subcategorias.
As especificidades dos trabalhos de gestão de riscos em cadeias de suprimentos identificada aqui também reforça uma tendência já identificada em outras publicações: as contribuições se tornam muito pontuais em um grande e novo campo, o que resulta em um grande volume de "lacunas" entre as publicações (FINCH, 2004; RITCHIE; BRINDLEY, 2007; COLICCHIA; STROZZI, 2012). Em uma área mais consolidada, como é sabido, as contribuições tendem a ser mais sequenciais, na qual um autor visa somar diretamente a trabalhos específicos.
Nos estudos aplicados, houve predominância de lacunas evidenciadas e propostas futuras que tinham o propósito de satisfazer demandas estritamente relacionadas à cadeia, caso ou segmento trabalhado, não sendo enfatizados aspectos mais genéricos aplicáveis a, por exemplo, casos afins. Nos estudos teóricos, essa tendência é reforçada quando, ao tentar propor modelos de análise e avaliação, os autores ressaltam o impacto de características específicas das cadeias quanto a processos, produtos (segmento), extensão e/ou complexidade (quantidade de elos e tipos diferentes destes) e ambiente em que a cadeia de suprimentos está inserida, posicionando estas condições como variáveis a serem consideradas.
As reiteradas discussões sobre especificidade das cadeias de suprimentos quanto nos objetivos e resultados das pesquisas conduziram à definição da subcategoria "cadeias específicas", uma vez que tanto as cadeias em si quanto aspectos concernentes às mesmas são apontados como carentes de estudos.
Outro ponto fundamental discutido nas publicações analisadas refere-se ao risco, o qual é fundamento da gestão de riscos em cadeias de suprimentos. Percebeu-se, como reflexo da especificidade supracitada, a menção de riscos específicos a cadeias ou, em observações ainda mais pontuais riscos na execução de processos característicos de um elo ou tipo de agente da cadeia (; FAISAL; BANWET; SHANKAR, 2006; NAGALI et al., 2008; BLOS et al., 2009; THUN; HOENIG, 2011; REVILLA; SÁENZ, 2014).
No mesmo sentido, outros trabalhos traziam em si a discussão de riscos mais generalizáveis, como os citados por Cavinato (2004), Jüttner (2005), Tang (2006), Blos et. al. (2009) e Bradley (2014) contudo apontavam um número significativo de limitações que conduziam a lacunas para novos estudos. Com base neste cenário foi instituída a subcategoria "tipos de riscos".
A discussão de riscos, contudo, não trazia apenas o enfoque de sua tipologia, mas trabalhos como o de Khan, Cristopher e Burnes (2008) , Sodhi e Tang (2009) e Lavastre. Gunasekaran e Spalanzani (2014) traziam forte discussão de impactos dos riscos nos processos e na cadeia de suprimentos como um todo. O impacto foi demonstrado como um elemento independente do tipo de risco, visto que tanto sua abordagem do ponto de vista teórico como suas implicações são distintas (FAISAL; BANWET; SHANKAR, 2007; TRKMAN; MCCORMACK, 2009). Dadas estas constatações, definiu-se a terceira subcategoria: "impacto dos riscos".
Considerando a necessidade de mensurar riscos para viabilizar ações e ferramentas de gestão (TANG, 2006; STOCK, 2009; TANG; NURMAYA, 2011), diversos autores apresentam a proposição de modelos teóricos, que variavam entre modelos de análise e modelos de avaliação (GAONKAR; VISWANADHAM, 2004; WU; BLACKHURST; CHIDAMBARAM, 2006; FAISAL; BANWET; SHANKAR, 2007; GOH; LI; MENG, 2007; LI; CHANDRA, 2009; SODHI; TANG, 2009; TRKMAN; MCCORMACK, 2009; GIANNAKIS; LOUIS, 2011; AQLAN; LAM, 2015; YU; XIONG; CAO, 2015). Contudo, os modelos eram dependentes da análise dos riscos, inerente às discussões sobre impactos (GAONKAR; VISWANADHAM, 2004; CHRISTOPHER et al., 2011; BRADLEY, 2014).
Assim, os modelos foram definidos como subcategorias dentro da subcategoria "impacto dos riscos". Complementarmente, tendo em vista que, para viabilizar uma avaliação de riscos, a análise é inerente (LI; CHANDRA, 2007; RITCHIE; BRINDLEY, 2007), a subcategoria "modelos de avaliação" foi considerada como dependente da subcategoria "modelos de análise".
Embora o volume de menções a macroaspectos – que mesmo discutindo um caso pontual, consideram toda a cadeia como uma unidade de análise - nas lacunas descritas até então (cadeias específicas, tipos de riscos e impacto dos riscos) seja grande, foram relevantes também as discussões para agentes específicos. Conforme Wu e Olson (2008) apresentam, certos riscos podem estar contidos no processo exclusivo de determinado agente, seja por sua condição particular, seja por seu papel na cadeia.
Estudos apresentam como recomendações de continuidade a ação de desmembrar a análise da cadeia de suprimentos em diferentes pesquisas com diferentes agentes, como forma de compreender os riscos a fundo em cada elo (GIANNAKIS; LOUIS, 2011; LI; CHANDRA, 2007; WIENGARTEN; PAGELL; FINES, 2013). Com base nesta perspectiva, foi estabelecida a subcategoria "agentes".
Tendo em vista que não só características específicas, mas a posição do agente na cadeia de suprimentos é determinante no desempenho e nos processos de gestão (SHAPIRO, 2007), a subcategoria "agentes" foi dividida de acordo com as funções da cadeia de suprimentos (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002; SHAPIRO, 2007), são elas: "extração" (fornecedores), "transformação", "distribuição" e "stakeholders"(que visa tanto discutir consumidores quanto outros agentes que não fazem parte do processo produtivo diretamente, mas geram impacto na cadeia).
A comunicação e, mas especificamente, a gestão da informação e do conhecimento são aspectos fundamentais na gestão da cadeia de suprimentos (STADLER; KILGER, 2005; SHAPIRO, 2007; LI; CHANDRA, 2007). Na associação com a gestão de riscos, as publicações apresentam estas questões do ponto de vista dos softwares (OEHMEN et al., 2009; MARIJA et al., 2015).
Os softwares são indicados como uma linha de pesquisa em gestão de riscos em cadeias de suprimentos tanto por sua capacidade integradora e de compartilhamento (comunicação e conhecimento) e os riscos aliados à parcialidade ou deficiência como pelos riscos trazidos pelo compartilhamento, relativos à segurança da informação (LI; CHANDRA, 2007; SODHI; TANG, 2009; STOCK, 2009; BLOS et al., 2009; OEHMEN et al., 2009). Os softwares, à exemplo dos modelos teóricos, são propostos ainda como ferramentas para a gestão dos riscos das cadeias (OEHMEN et al., 2009; MARIJA et al., 2015).
De um modo geral, a variedade das proposições trazidas por cada artigo reforça a premissa de que há, de fato, um vasto campo a ser explorado, no qual pode-se dizer que praticamente todo enfoque de pesquisa trará contribuições relevantes. Com o objetivo de facilitar a visualização e o entendimento das categorias propostas, apresenta-se a figura a seguir.
Figura 1: Proposta de categorização por tópicos das lacunas teóricas
encontradas nas publicações de Gestão de Riscos em Cadeias de Suprimentos.
Conforme Gibbs (2009), as subcategorias devem estar vinculadas à apenas uma categoria anterior, motivo pelo qual a representação segue esta lógica. Contudo, as discussões dos trabalhos conduzem à consideração de que as lacunas são altamente interrelacionadas, de forma que a contribuição em um tópico específico em modelos de avaliação, por exemplo, contribuísse indiretamente para o entendimento dos agentes.
Ressalta-se ainda que cerca de 7% (28) dos trabalhos analisados não explicitavam recomendações de estudos futuros ou não discutiam claramente lacunas de pesquisa. Expressões como "mais estudos nessa área podem fortalecer os conceitos", inseridas em um parágrafo que discute toda a área de estudo são observações pouco delineadas e que tendem a contribuir pouco para o relevante processo de construção de estudos futuros. Entende-se que a ausência de proposições explícitas para a continuidade das pesquisas na área pode ter limitado, mesmo que com baixa representatividade, a construção do mapeamento aqui proposto.
Este artigo teve como objetivo propor uma estrutura de categorias para as lacunas teóricas apresentadas na literatura de gestão de riscos em cadeias de suprimentos. A fim de cumprir este propósito, utilizou-se um levantamento na base de dados Scopus que, após processo de seleção e filtragem, gerou 407 artigos válidos, os quais serviram de base para o processo de codificação. Com base nas etapas de codificação de Strauss e Corbin descritas por Flick (2004), as quais preveem codificação aberta, axial e seletiva, obteve-se, inseridas na categoria geral "lacunas em estudos sobre GRCS", um conjunto de cinco categorias secundárias: "cadeias específicas", "tipos de riscos", "impacto dos riscos" (dos quais se originam as subcategorias "modelos de análise" e "modelos de avaliação"), "agentes" (nos quais são desmembrados os diferentes tipos de agentes) e "softwares".
As categorias foram criadas com o propósito de agrupar em "macrotópicos" os conteúdos sugeridos para pesquisas futuras. Entretanto, destacou-se ao longo da análise que as denominações abrangentes provém de expressões e menções muito específicas nos artigos analisados, o que demonstra que: (i) mesmo com um grande campo de estudo, os trabalhos visam realizar contribuições pontuais, (ii) com contribuições pontuais e grande espaço para exploração do novo tema, as publicações em GCRS não constituem contribuições lineares (com linhas de pesquisa estruturadas, na qual contribui-se com um ou mais paradigmas sequencialmente), o que pode também estar relacionado ao tema ainda não ter atingido certa maturidade e (iii) cada uma das categorias, ao ser aprofundada, pode dar origem a uma complexa e extensa taxonomia de conteúdos.
Outra importante constatação de pesquisa foi a ausência de lacunas teóricas explicitas em alguns trabalhos, que mesmo em pequena proporção, de fato deixaram de contribuir com esta análise. Ressalta-se este ponto na expectativa de que as publicações futuras não repliquem este comportamento. Numa área em crescimento, entende-se por determinante a apresentação de rumos para novas pesquisas como uma contribuição tão relevante quanto os resultados do estudo em si. A falta de clareza nos apontamentos, por seu turno, pode ser vista como uma deficiência do artigo.
Por outro lado, mesmo nos trabalhos mais vagos em termos de proposições futuras, é presença incontestável a postura de que a gestão de riscos em cadeias de suprimentos é, efetivamente, uma área de estudo própria (e não só um conteúdo a ser explorado dentro da gestão da cadeia de suprimentos) e que possui alta relevância para a competitividade das relações interorganizacionais. Alguns autores apontam, contudo, que o volume de discussões necessárias para sua maturidade é tamanha que é possível que algumas contribuições só sejam percebidas em algumas décadas (FINCH, 2004; TANG, 2006; VANANI; ZAILANI; PUJAWAN, 2009).
Outro ponto a que se deseja dar destaque nesta pesquisa é ao método, que foi descrito com alto nível de detalhamento com o objetivo de servir também como referência a pesquisas futuras - em especial para pesquisadores iniciantes ou provenientes de outras áreas do conhecimento. Entende-se o método útil para trabalhos tanto de administração de operações como de outras subáreas da administração que venham a suscitar objetivos de pesquisa semelhantes a este.
No que se refere à base de dados, destaca-se um ponto relevante. Embora a Scopus seja altamente pertinente ao tema, com notória representatividade em volume e relevância de publicações e venha sendo utilizada nos estudos da área de gestão de operações e cadeias de suprimentos (JACSO, 2005; MESQUITA et al., 2006; PENTEADO-FILHO; AVILA, 2009), é sabido que a mesma não abrange todas as publicações existentes e que existem periódicos indexados em outras bases de dados, o que deve ser ponderado como uma limitação do estudo. Neste cenário, sugere-se a replicação deste método a partir da introdução de outras bases de dados, incluindo outras fontes nacionais e internacionais de pesquisa.
A palavra-chave é outra limitação a ser ressaltada, visto que, embora testadas alternativas, outras combinações ainda são possíveis e podem levar a publicações não incluídas neste recorte. Corroborando esta ressalva, Tomas e Alcântara (2013), apresentam autores que discutem o tema a partir do ano 2000, mas ainda não utilizam a expressão "Supply Chain Risk Management". Como forma de ampliar a abrangência e reduzir o risco de desconsiderar publicações que fazem uso de expressões alternativas, sugere-se que, para próximos estudos, sejam conduzidas revisões de literatura que considerem, além das obras de referência (encontradas no levantamento), um levantamento das referências utilizadas em cada uma destas obras e uma análise dos artigos posteriores (que fizeram uso destas obras como referência), promovendo assim a análise das produções relacionadas. Em complemento, seria pertinente realizar o levantamento das demais publicações dos autores encontrados, selecionando estudos que eventualmente sejam afins ao objeto de análise.
As proposições trazidas neste artigo visam suscitar novas discussões para o fomento de estudos na área. Certamente, o tema não se exaure aqui e é possível que a proposta apresentada levante mais questionamentos do que responda. Entretanto, é nisto em que o mesmo mais se faz justificável.
Além das sugestões supracitadas, há ainda três desencadeamentos que deseja-se destacar como potenciais trabalhos posteriores: a proposição de uma taxonomia completa para gestão de riscos em cadeias de suprimentos, a utilização de técnicas bibliométricas para a identificação de tendências de abordagens de pesquisa e paradigmas metodológicos e a aplicação da codificação para análise de terminologias e conceitos em GCRS.
ARAUJO, C. A. (2006); Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em questão, 12 (1), 11-32.
AQLAM, F. Lam, S.S. (2015); Supply chain risk modelling and mitigation. International Journal of Production Research, 53 (18), 5640-5656.
BLOS, M.F.; Quaddus, M.; Wee, H.M.; Watanabe, K. (2009); Supply chain risk management (SCRM): a case study on the automotive and electronic industries in Brazil. Supply Chain Management, 14 (4), 247-252.
BRADLEY, J. R. (2014); An improved method for managing catastrophic supply chain disruptions. Business Horizons, 57, 483-495.
CATTANEO, O; Gereffi, G.; Staritz, C. (2010); Global value chains in a postcrisis world: a development perspective. Washington: The World Bank.
COLICCHIA, C.; Strozzi, F. (2012); Supply chain risk management: a new methodology for a systematic literature review. Supply Chain Management, 17 (4), 403-418.
FAHIMNIA, B.; Tang, C. S.; Davarzani, H.; Sarkis, J. (2015); Quantitative models for managing supply chain risks: A review. European Journal of Operational Research, 247 (1), 1-15.
FAISAL, M. N. Banwet, D. K.; Shankar, R. (2006); Supply Chain Risk Mitigation: modeling the enablers. Business Process Management Journal, 12 (4), 535-552.
FINCH, P. (2004); Supply chain risk management. Supply Chain Management, 9 (2), 183-196.
FISCHL, M.; Scherrer-Rathje, M.; Friedli, T. (2014); Digging deeper into supply risk: a systematic literature review on price risks. Supply Chain Management, 19 (5/6), 480-503.
FLICK, U. (2004); Uma introdução à pesquisa qualitativa; Porto Alegre, Bookman, 2004.
GAONKAR, R.; Viswanadham, N. A. (2004); conceptual and analytical framework for the management of risk in supply chains. In: IEEE International Conference on Robotics and Automation, New Orleans, 3, 2699-2704.
GIBBS, G. (2009); Análise de dados qualitativos; Porto Alegre, Bookman.
JACSO, P. (2005); As we may search – Comparison of major features of the Web of Science, Scopus and Google Scholar citation-based and citation-enhanced. Current Science, 89 (9), p. 1537-1547.
KHAN, O.; Christopher, M.; Burnes, B.(2008); The impact of product design on supply chain risk: a case study. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 38 (5), 412-342.
KOBASHI, N.Y.; Santos, R.N.M. (2006); Institucionalização da pesquisa científica no Brasil: cartografia temática e de redes sociais por meio de técnicas bibliométricas. TransInformação, Campinas, 18 (1), 27-36.
LAKATOS, E.M.; Marconi, M. A. (2003); Fundamentos de metodologia científica. 5. er. São Paulo: Atlas.
LAMBERT, D. M. (2006); Supply chain management: processes, partnerships, performance. 2.er. Jacksonville, SCMI.
LAVASTRE, O.; Gunasekaran, A.; Spalanzani, A. (2012); Supply chain risk management in French companies. Decision Support Systems, 52 (4), 828-838.
LAVASTRE, O.; Gunasekaran, A.; Spalanzani, A. (2014); Effect of firm characteristics, supplier relationships and techniques used on Supply Chain Risk Management (SCRM): an empirical investigation on French industrial firms. International Journal of Production Research, 52(11), 3381-3403.
LI, X., Chandra, C. (2007); Efficient knowledge integration to support a complex supply network management. International Journal of Manufacturing Technology and Management, 10 (1), 1-18.
MACHADO, R.N. (2007); Análise cientométrica dos estudos bibliométricos publicados em periódicos da área de biblioteconomia e ciência da informação (1990-2005). Perspectivas em Ciência da Informação, 12 (3), 2-20.
MARIJA, M.; Ivan, B.; Dušan, R.; Gojko, G. (2015); Supply chain risk management using software tool, Acta Polytechnica Hungarica, 12 (4), 167-182.
MARUCHECK, A.; Greis, N.; Mena, C.; Cai, L. (2011) Product safety and security in the global supply chain: Issues, challenges and research opportunities. Journal of Operations Management, 29, 707-720.
MESQUITA, R.; Brambilla, S.; Laipelt, R.C.; Maia, M.F.; Vanz, S.; Caregnato, S.E. (2006); Elaboração e aplicação de instrumentos para avaliação da base de dados Scopus. Perspectivas em Ciência da Informação, 11 (2), p. 187-205.
OEHMEN, J. ; Ziegenbein, A.; Alard, R.; Schönsleben, P. (2009); System-oriented supply chain risk management. Production Planning and Control, 20 (4), 343-361.
PEINADO, J.; Graeml, A.R. (2012); A produção científica em gestão de operações no Brasil: uma análise de temas, autores e instituições de pesquisa no período entre 2001 e 2010. In: Encontro da ANPAD, 36, Rio de Janeiro.
PENTEADO-FILHO, R.C.; Avila, A. F. D. (2009); Estudo das citações dos artigos da Embrapa na Web of Science de 1977 a 2006. Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica.
PUJAWAN, I.N., Geraldin, L.H. (2009) House of risk: a model for proactive supply chain risk management. Business Process Management Journal, 15 (6), 953-967.
REVILLA, E.; Sáenz, M. J. (2014); Supply chain disruption management: global convergence vs national specificity. Journal of Business Research, 67, 1123-1135.
RITCHIE, B.; Brindley, C. (2007); Supply chain risk management and performance: a guiding framework for future development. International Journal of Operations and Production Management, 27 (3), 303-322.
SLACK, N. Chambers, S.; Johnston, R. (2002); Administração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SODHI, M.; TANG, C.S.(2009); Modeling supply-chain planning under demand uncertainty using stochastic programming: A survey motivated by asset-liability management. International Journal of Production Economics, 121 (2), 728-723.
SODHI, M. S.; Tang, C. S. (2012). Managing supply chain risk. London, Springer.
STADLER, H.; Kilger, C. (2005); Supply chain management and advanced planning: concepts, models, software and case studies. 3.er. Berlim: Springer.
STOCK, J.R. (2009); A research view of supply chain management: developments and topics for exploration. Orion, 25 (2), p. 147-160.
TANG, C. (2006); Perspectives in supply chain risk management. International Journal of Production Economics, 103 (2), 451-488.
TOMAS, R.N.; Alcantara, R.L.C. (2013); Modelos para gestão de riscos em cadeias de suprimentos: revisão, análise e diretrizes para futuras pesquisas. Gestão e Produção, 20(3), 695-712
TRKMAN, P.; Mccormack, K. (2009); Supply chain risk in turbulent environments: a conceptual model for managing supply chain network risk. International Journal of Production Economics, 119 (2), 247-258.
TUMMALA, R.; Schoenherr, T. (2011); Assessing and managing risks using the Supply Chain Risk Management Process (SCRMP). Supply Chain Management, 16(6), 474-483.
VANANI, I.; Zailani, S. ; Pujawan, N. (2009); Supply Chain Risk Management: literature review and future research. International Journal of Information Systems and Supply Chain Management, 2(1).
WIENGARTEN, F.; Pagell, M.; Fynes, B.(2013); The importance of contextual factors in the success of outsourcing contracts in the supply chain environment: the role of risk and complementary practices. Supply Chain Management, 18 (6), 630-643.
YU, Y.; Xiong, W.; Cao, Y. (2015); A conceptual model of supply chain risk mitigation: The role of supply chain integration and organizational risk propensity. Journal of Coastal Research, 73 (1), 95-98. ZHANG, C.; Huang, P. (2006); Supply chain risk by structure. In: IEEE International Conference on Service Operations and Logistics, and Informatics, 300-303.
1. Doutoranda em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora da FADERGS - Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
2. Pós-doutorado em Administração pela Universidad Politécnica de Cartagena (UPCT, España) Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
3. Pós-doutorado em Administração pela Universidade Técnica de Lisboa (UTL). Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).