Espacios. Vol. 33 (2) 2012. Pág. 6 |
Existência de ambientes de sinergia em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológicas - IEBTsEnvironments synergy of knowledge and monitoring on Business in Incubators Base Technology - BIBTsExistencia de ambientes de sinergia en incubadoras de Empresas de Base Tecnológicas - IEBTAndréia Antunes da Luz, João Luiz Kovaleski, Pedro Paulo de Andrade Júnior, Luiz Alberto Pilatti y Antonio Carlos Frasson |
4. Análise e discussão dos resultadosAtravés do questionário foi possível observar os ambientes de criação e disseminação do conhecimento nas três incubadoras. Os resultados obtidos sobre a existência de Ba (físico, mental e virtual) e seus benefícios para a criação e disseminação dos conhecimentos são apresentados em nos quadros abaixo. O Tabela 1 apresenta os resultados em relação a identificação dos espaços de criação do conhecimento, 100% das incubadoras identificarão espaços de criação do conhecimento, 67% para frequentemente e 33% para sempre. Alguns dos principais Ba identificados são visitas a professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação e laboratórios de pesquisas visando acompanhar o andamento das atividades de P&D e melhor estruturação das empresas incubadas para que possam sobreviver. Os esforços empreendidos pelas incubadoras no sentido de estabelecer parcerias, visando ampliar a capacidade dos projetos incubados a desenvolver esses novos produtos. Essa nova dinâmica do conhecimento e inovação evidencia a importância das novas empresas estarem capacitadas para o mercado. O principal benefício apontado pela identificação dos Ba foi o compartilhamento de informações e de conhecimentos entre os incubados e incubadoras. As informações compartilhadas que mais trouxeram benefícios estão relacionadas à criação e desenvolvimento de projetos para capitalização, planos de negócios, planos de marketing e encontros para qualificação das incubadoras.
Tabela 1 - Identificação dos Ba A Tabela 2 apresenta os resultados em relação à frequência de tempo da utilização dos Ba identificados. O resultado foi de 67% para a questão de frequentemente (2 a 5 vezes por semana) e 33% para a questão de algumas vezes (1 vez por semana), os incubados utilização os espaços de acordo com suas disponibilidades. Os principais benefícios para as incubadoras estão no contato direto com os incubados, assim podem ajudar a aumentar as informações e consequentemente o conhecimento, diminuindo as dúvidas.
Tabela 2 - Frequência de tempo da utilização dos Ba A Tabela 3 apresenta os resultados em relação a formalização ou informalização dos Ba nas Incubadoras, as resposta forão de múltipla escolha, podem ser escolhida mais de uma resposta. Duas das incubadora apresentou espaços formais e informais e a uma das incubadora indentificou somente espaços formais. Os dados revelam que 60% das respostas referem-se que os Ba são formalizados e 40% que não são formalizados. Esses dados evidenciam que existem ambientes formais, estruturados e visíveis aos incubados dentro das Incubadoras. A formalização dos Ba possibilita mais sinergia entre os incubados e incubadora, proporcionando níveis mais alto de confiança e criando redes de relacionamento. A existência dos ambientes informais está no esclarecimento de dúvidas e trocar informações.
Tabela 3 - Tipos de Ba – formais ou informais As Tabelas de 4 a 7 apresentam os Ba do modelo de Nonaka, Toyama e Konno (2002). A Tabela 4 apresenta às respostas em relação aos Ba de socialização do conhecimento, os dados revelam para a questão de Confraternizações 14%, apenas uma incubadora identificou como Socialização, 29% sendo resposta de duas incubadoras para a questão de visitas, essas são realizadas para professores/pesquisadores, mestrandos e doutorandos, e laboratórios e empresas visando acompanhar o andamento das atividades de P&D para avaliar o seu potencial de incubação, incentivando os responsáveis a criar e incubar novas empresa ou Spin-offs Acadêmicos de base tecnológica, 29% sendo resposta de duas incubadoras para a questão de Demais Encontros Informais são os espaços de socialização utilizados pelos funcionários das incubadoras e pelos incubados, estes são: espaços comum, café, laboratórios e sala de reuniões, compartilhando experiências e 29% sendo resposta de duas incubadoras para Outros, a participação em eventos, as incubadoras são ferramentas consideradas de potencial importância na atração de empreendedores, e a participação em eventos apresenta-se como um mecanismo de sinergia entre incubadoras e empreendedores.
Tabela 4 - O Originating Ba – socialização do conhecimento Palestras de sensibilização ao empreendedorismo para os pesquisadores, empreendedores e alunos de cursos de graduação e pós graduação é realizado pelas duas incubadoras, também, acontecem conversas informais sobre as oportunidades, dificuldades e desafios sobre a sustentabilidades das incubadoras e sucesso dos incubados. Nesses espaços o conhecimento é originado por meio da interação face a face em que os incubados e incubadoras compartilham sentimentos, emoções, experiências e modelos mentais (NONAKA, TOYAMA E KONNO, 2002). A Tabela 5 apresenta os resultados sobre o segundo espaço de criação do conhecimento, externalização. Em relação às respostas obtidas sobre os Ba de externalização do conhecimento são de 29% sendo resposta de duas incubadoras para Reuniões formais, acontecem e são espaços onde os incubados interagem formalmente com a administração das incubadoras, sendo assim, os projetos incubados evoluíram (caso a caso) na medida das possibilidades de assistência das incubadora e do esforço individual dos empreendedores/pesquisadores. São realizadas reuniões com empresários locais, visando à incubação de um novo projeto de desenvolvimento tecnológico. E também com as Instituições de Ensino solicitando receber apoio tecnológico para os projetos incubados, 29% sendo resposta de duas incubadoras para Processo de tomada de decisão coletiva, através do acompanhamento e avaliação das empresas. As empresas recebem nos primeiros meses acompanhamento de uma forma mais intensiva. Procurar-se-á suprir as carências dos empresários em termos de treinamento e orientações nas suas deficiências. A partir, o acompanhamento é feito a partir de reuniões mensais de gestão para aferir uma série de indicadores de desempenho e de relatórios de progresso. A avaliação será feita através de levantamento dos progressos das empresas nas reuniões mensais de acompanhamento com os empresas/projetos incubados, pesquisas de satisfação e apresentação dos resultados e orientação nas reuniões periódicas. Reuniões de planejamento representam 29% sendo resposta de duas incubadoras e acontecem a cada semestre para esclarecimentos do andamento da Incubadora, foram realizados desenvolvimento de Planos de Trabalho para atendimento às empresas incubadas.
Tabela 5 - O Dialoguing Ba – externalização do conhecimento Algumas das incubadoras fazem a filtragem e divulgação de cursos, seminários e eventos considerados interessantes para o desenvolvimento de cada projeto. Para outros também foi de 29% sendo resposta de uma incubadora e as ações identificadas foram: encontros sobre Empreendedorismo e Gestão Empresarial, Workshops e utilização de ferramentas como o Benchmarking e Melhores Práticas, através de visitas em outras incubadoras. A Tabela 6 apresenta os resultados sobre o terceiro espaço de criação do conhecimento, combinação. Em relação às respostas obtidas sobre os Ba de combinação do conhecimento são de 43% sendo resposta das três incubadoras para Comunicação eletrônica, utilização de recursos eletrônicos como rede de e-mail da REPARTE, e lista de e-mails das incubadorasna criação e disseminação do conhecimento, apresentando-se como uma importante ferramenta de comunicação e sistematização de conhecimento explícito, os incubados e as incubadoras utilizam os recursos eletrônicos para solicitar e enviar informações e materiais necessários para sua pesquisa/projeto. Para documentos formais foi de 43% sendo resposta das três incubadoras, ações identificadas foram: padronização de documentos com a implantação de Sistema de Gestão da Qualidade, alguns desses documentos e formulários estão disponíveis para os incubados, como editais, contratos de incubação e relatórios, na incubadora ou na página da incubadora na internet, 14 % para Sistema de Gestão compartilhado, apenas uma incubadora compatilnha com osseus incubados o mesmo sistema de gestão.
Tabela 6 - Systemizing Ba – combinação do conhecimento A Tabela 7 apresenta os resultados sobre o último espaço de criação do conhecimento, internalização. Em relação às respostas obtidas sobre os Ba de internalização do conhecimento, 14% ou apenas uma incubadora identificou Novos Conceitos, 43% sendo resposta das três incubadoras para Novos produtos e/ou novos serviços, acontece quando as empresas ou projetos incubados desenvolvem seus produtos e/ou serviços e conseguem aprovar no mercado, como muitos são alunos de graduação e pós graduação, professores/pesquisadores e a própria Incubadora escrevem artigos sobre seus projetos e experiências conseguem aprovar. A partir dessa internalização de conhecimentos, eles aproveitam os novos conceitos para usar na suas pesquisas e projetos e trocam experiências entre os empreendedores incubados. E 43% sendo resposta das três incubadoras para Outras ações de aplicação do conhecimento, acontece quando os incubados recebem apoio, orientação e conhecimento pelo um período máximo de dois anos, nesse período, nos primeiros seis meses o acompanhamento acontece de forma mais intensiva. Procurar-se-á suprir as carências dos empresários em termos de treinamento e orientações nas suas deficiências. A partir do sexto mês o acompanhamento será feito a partir de reuniões mensais de gestão para aferir uma série de indicadores de desempenho e de relatórios de progresso, diante desses novos conceitos eles vêem a possibilidade de inúmeras aplicações e vinculações com suas empresas ou projetos, podendo utilizar também para busca de recursos nas agências de fomentos.
Tabela 7 - Exercising Ba – internalização do conhecimento Fonte: pesquisa de campo O principal benefício apontado pela identificação dos Ba foi o compartilhamento de informações e de conhecimentos entre a incubadora e os incubados. As informações compartilhadas que mais trouxeram benefícios estão relacionadas com o apoio das universidades as empresas incubadas, as quais obtêm novas informações e agregam mais tecnologia a seus produtos, e essa interação ocorre através do ambiente da incubadora, a qual está no papel de coadjuvante na obtenção de informações e nos processos gerenciais, alimentando os incubados com informações para implementar a inovação. 5 Considerações FinaisOs resultados demonstram que o uso dos Ba proporciona condições favoráveis a uma sinergia ativa aos processos de criação e ampliação de seus conhecimentos. Os espaços formais e informais proporcionam possibilidades de compartilhamento de suas experiências, habilidades, know-how eemoções e, devido à comunicação entre os empreendedores e incubadora no compartilhamento e disseminação de conhecimento, sendo consideradas essenciais essas características para a sustentabilidade das vantagens competitivas. O conhecimento como sendo sustentável, com o retorno crescente que proporciona, o conceito de Ba é de relevante importância para se entender o processo de criação de conhecimento, e as incubadoras tem o empreendedorismo como cultura, com visão de facilitar a geração e o desenvolvimento de empresas através de ações de apoio, suporte e consultoria. Essa estrutura ganha importância a ser moldada com o ambiente ou no contexto das Incubadora. Observados os conceitos em relação à Gestão do Conhecimento, e a necessidade da criação do conhecimento, do modelo SECI (socialização, externalização, combinação e internalização), e os Espaços para a criação do conhecimento. Os quarto Ba preconizados por Nonaka, Toyama e Konno (2002) (Originating ba, Dialoguing ba Systemizing ba e Exercising ba), estes podem alavancar o desempenho das incubadoras em compartilhar, adaptar e crias novos conhecimentos e melhores experiências, os benefícios estão em descrever e manter os conhecimentos adquiridos, de forma contribuir significativamente nos processos e projetos de incubação de empresas de base tecnológica e atividades realizadas pelas incubadoras. Visto que estas experiências e conhecimentos permanecem registrados, facilitando e proporcionando uma metodologia adequada à futura administração, preservando o conhecimento adquirido. Finalizando, vencendo as dificuldades, o acúmulo de experiências, aprendizado e aperfeiçoamento dos processos, projetos e atividades realizados nas incubadoras, espera-se a proliferação como a realização de melhorias incrementais nas mesmas, e que o valor do conhecimento seja mais bem percebido, satisfatoriamente pelo potencial de contribuição para o desempenho das incubadoras e incubadas, a retenção traz benefícios tanto para os profissionais quanto para a organização, ambos podendo utilizar os conhecimentos já adquiridos para evitar erros e promover a inovação. ReferênciasASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES – ANPROTEC. Novas bases para o crescimento. Revista Locus, Brasilia, n. 50, ano xv, out./nov./dez. 2009. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES – ANPROTEC. O que são as Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos. 2010. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br/publicacaoconheca.php?idpublicacao=79>. 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