Espacios. Vol. 33 (2) 2012. Pág. 5


Existência de ambientes de sinergia em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológicas - IEBTs

Environments synergy of knowledge and monitoring on Business in Incubators Base Technology - BIBTs

Existencia de ambientes de sinergia en incubadoras de Empresas de Base Tecnológicas - IEBT

Andréia Antunes da Luz 1, João Luiz Kovaleski 2, Pedro Paulo de Andrade Júnior 3, Luiz Alberto Pilatti 4 y Antonio Carlos Frasson 5

Recibido: 12-05-2011 - Aprobado: 16-09-11


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RESUMO:
O objetivo deste artigo é identificar os quatro tipos de Ba e apresentar seus benefícios para a criação e o compartilhamento conhecimentos em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica - IEBTs. A pesquisa realizada se caracteriza como descritiva, com abordagem qualitativa na visão de seus gestores sobre a existência de condições favoráveis a sinergia de criação e compartilhamento de conhecimento. Caracteriza-se como um estudo de casos múltiplos em IEBTs, o instrumento adotado foi um questionário semi estruturado, composto de sete questões. Os resultados demonstram que o uso dos Ba proporciona condições favoráveis a uma sinergia ativa aos processos de criação e ampliação de seus conhecimentos. Os espaços formais e informais proporcionam possibilidades de compartilhamento de suas experiências, habilidades, know-how e emoções e, devido à comunicação entre os empreendedores e incubadora no compartilhamento e disseminação de conhecimento, sendo consideradas essenciais essas características para a sustentabilidade das vantagens competitivas.
Palavras-chave: Gestão do Conhecimento, Criação e Compartilhamento do Conhecimento, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica

 

ABSTRACT:
The aim of this paper is to identify the four types of Ba and present its benefits for creating and sharing knowledge on Business in Incubators Base Technology – BIBTs. The research is characterized as descriptive, qualitative approach in view of its managers about the existence of favorable conditions for the creation of synergy and knowledge sharing. Characterized as a multiple case study in BIBTs, the instrument used was a semi-structured questionnaire consisting of seven questions. The results demonstrate that the use of Ba provides favorable conditions for a synergy of active processes to create and expand their knowledge. The formal and informal spaces provide opportunities for sharing their experiences, skills, know-how and emotions, and because of communication between entrepreneurs and incubator in the sharing and dissemination of knowledge, these characteristics are considered essential to the sustainability of competitive advantage
Keywords: Knowledge Management, Knowledge Creation and Sharing, Business Incubator Technology Base

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RESUMEN:
El objetivo de este trabajo es identificar los cuatro tipos de Ba y presentar sus beneficios a la creación y el intercambio de conocimientos sobre la tecnología de base de Incubación de Empresas - IEBTs. La investigación se caracteriza como una aproximación de carácter cualitativo, en vista de sus directivos acerca de la existencia de condiciones favorables para la creación de sinergias y el intercambio de conocimientos. Se caracteriza por ser un estudio de caso múltiple en IEBTs, el instrumento utilizado fue un cuestionario semi-estructurado, que consta de siete preguntas. Los resultados demuestran que el uso de Ba proporciona condiciones favorables para una sinergia activa para el proceso de creación y la expansión de su conocimiento. Los espacios formales e informales ofrecen oportunidades para compartir sus experiencias, habilidades, conocimientos y emociones y, debido a la comunicación entre los empresarios y las incubadoras en el intercambio y la difusión del conocimiento, estas características se consideran esenciales para la sostenibilidad de la ventaja competitiva.
Palabras clave: Gestión del Conocimiento, crear y compartir conocimientos, Incubadora de Empresas Base Tecnológica

1. Introdução

O contexto organizacional das Incubadoras de Empresas é caracterizado pelo mecanismo de apoio ao desenvolvimento e crescimento de projetos inovadores, e destacam-se como elemento viabilizador, proporcionando condições favoráveis ao surgimento de novos empreendimentos para o mercado.

O conhecimento é considerado sinônimo de diferencial competitivo, agregando valor aos negócios e a sociedade. A forma de utilização e disseminação do conhecimento, ocorre através do aproveitamento efetivo do capital intelectual, seja entre profissionais, organizações ou países, e giram em torno de como transformar em conhecimento coletivo, gerando assim, novos serviços, produtos e mercados. A gestão do conhecimento vem ocupando um espaço fundamental em todas as organizações e nas IEBTs, não pode ser diferente, pois a geração de conhecimento passíveis de serem transformados em novos produtos e processos, acontece dentro de seu ambiente, através de atividades desenvolvidas por seus incubados.

As IEBTs necessitam cultivar determinadas atitudes e desenvolver algumas competências, e cabe estabelecer esforços no sentido da iniciação à Gestão do Conhecimento, assim, podendo alavancar o seu desempenho. Neste contexto organizacional das IEBTs, o presente trabalho questiona o seguinte problema: Quais as condições favoráveis a sinergia de criação e compartilhamento de conhecimento em IEBTs?

Para responder, aborda-se a criação do conhecimento sob o ponto de vista da sua origem, natureza e limites do conhecimento o modelo SECI (socialização, externalização, combinação e internalização) dos autores Nonaka e Takeuchi (1997) que enfatizam as condições favoráveis para criação do conhecimento organizacional, e necessitam de um contexto físico, virtual e mental, que os japoneses denominam Ba, para esclarecer e adquirir conhecimentos explora-se a metodologia dos quatros tipos de Ba, palavra de origem japonesa usada para descrever  o encadeamento de idéias, parte e ativo no qual o conhecimento é criado, difundido e utilizado.

Partindo do questionamento inicial, o objetivo deste artigo é identificar os quatro tipos de Ba organizacionais (originating ba, dialoguing ba, systemizing ba e exercising ba) e apresentar seus benefícios para a criação e o compartilhamento conhecimentos em IEBTs, de acordo com a metodologia proposta por Nonaka, Toyama e Konno (2002). O artigo caracteriza-se como um estudo de casos múltiplos.

No referencial teórico discute sobre a Gestão do Conhecimento e a necessidade da criação do conhecimento, abordando os conceitos principais de Gestão do Conhecimento, o modelo SECI (socialização, externalização, combinação e internalização), e os Espaços para a criação do conhecimento. Os quarto Ba preconizados por Nonaka, Toyama e Konno (2002)  (Originating ba, Dialoguing ba Systemizing ba e Exercising ba). Em seguida são apresentados os procedimentos metodológicos para coleta e análise dos dados. Depois disso, são apresentados os resultados da pesquisa. E por fim, são feitas as considerações finais.

2 Referencial teórico

2.1 Gestão do Conhecimento

É possível afirmar que na economia atual, denominada Economia do Conhecimento, a gestão do conhecimento apresenta-se como um paradigma da nova sociedade econômica, no seio da organização e do setor. Assim sendo, e necessário seguir o rito de: desenvolver modelos mentais e organizacionais, diferenciar conhecimentos e reconhecer o contorno genérico e especifico no qual a empresa opera (GONZÁLEZ; SELLERO, 2010).

Se esse conhecimento for transmissível em linguagem formal e sistemática, isto é, articulado sob a forma de palavras e números (manuais de formação e relatórios técnicos), designa-se conhecimento explícito; se for conhecimento mais pessoal e difícil de formalizar e partilhar com os outros indivíduos, designa-se conhecimento tácito (MARTINS; ANTÓNIO, 2010).

A Gestão do Conhecimento na abordagem de Nonaka e Takeuchi (1997), e baseada na transformação do conhecimento explícito em conhecimento tácito e vice-versa, a partir das práticas de: socialização (tácito para tácito); externalização (tácito para explícito); combinação (explícito para explícito) e internalização (explícito para tácito).

2.1.1 O modelo SECI (socialização, externalização, combinação e internalização)

Em espaço compartilhado o conhecimento é adquirido através da difusão ou reflexão das experiências, para que haja sucesso na criação do conhecimento  e este espaço necessitam de apoio e incentivo. A criação do conhecimento cria uma vantagem competitiva sustentável, mas também a necessidade de modificar a visão empreendedora alertando para a necessidade de  priorizar e valorizar o principal capital humano.

O conhecimento organizacional é constituído por dois componentes principais: as formas de interação do conhecimento e os níveis de criação do conhecimento. É proposto que a criação do conhecimento é um dispositivo para dar estabilidade a uma organização, uma construção que acontece através dos quatro processos de conversão existentes entre tácito e explícito (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

A conversão do conhecimento é apresentada em modos do conhecimento como tácito sendo pessoal e difícil de dar forma e o conhecimento explícito, formal e facilmente propagado pelas pessoas. Essas formas de interação entre o conhecimento tácito e conhecimento explícito e entre indivíduo e organização resultarão em quatro processos de conversão do conhecimento que constituem o modelo SECI (espiral do conhecimento), de acordo com a Figura 1.

Figura 1- O modelo SECI (a espiral do conhecimento)

Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997)

Esse modelo (espiral do conhecimento), de conversão do conhecimento é extremamente aplicável nos processos de inovação. Através das quatro formas de interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, assim as organizações podem criar e gerenciar seus conhecimentos. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), os quatro processos de conversão do conhecimento são dependentes, porém cada um possui características, essas são:

socialização (tácito para tácito): é o processo de compartilhamento de experiências que resulta na criação do conhecimento tácito, como modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas. Sem alguma forma de experiência compartilhada, é quase impossível uma pessoa interpretar o raciocínio do outro;

externalização (tácito para explícito): baseia-se na formulação do conhecimento explícito pelo compartilhamento do conhecimento tácito. Este é traduzido para explícito por meio do uso de palavras e/ou imagens, diálogo, reflexão coletiva, metáforas, analogias e hipóteses, além da dedução, indução e abdução. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), dos quatro modos de conversão do conhecimento esta fase é a mais importante, pois cria conceitos novos e explícitos para as organizações;

combinação (explícito para explícito): o conhecimento é fundamentado na análise do conhecimento codificado em documentos, memorandos, redes de comunicação computadorizadas, conversas ao telefone, banco de dados e etc. É um processo de estruturação de conceitos em um sistema de conhecimento, envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito, e ocorrem troca e combinação de conhecimentos por meios como documentos, reuniões ou redes de comunicação computadorizadas;

internalização (explícito para tácito) é o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito. É intimamente relacionado ao “aprender fazendo”. Quando são internalizadas nas bases do conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos mentais ou know-how técnico compartilhado, as experiências, com a socialização, externalização e combinação, tornam-se ativos valiosos. Esse conhecimento tácito acumulado precisa ser compartilhado com outros membros da organização, iniciando assim nova espiral de criação do conhecimento.

Com as quatro fases de criação do conhecimento, é possível entender que o conhecimento organizacional é criado mediante interação contínua e dinâmica, e essa interação é moldada por um aspecto fundamental, as relações de confiança. As organizações vivem em ambientes de hipercompetição, nos quais necessitam encontrar meios de obter vantagens competitivas sobre seus concorrentes a todo o momento. Consequentemente, a alta gerência, os sistemas, as estratégias e a estrutura das empresas passam a seguir essa postura. Com efeito, os trabalhadores são afetados em seus sistemas de remuneração e posição, causando possível diminuição nos níveis de confiança e cooperação (HOLANDA; FRANCISCO; KOVALESKI, 2009).

Uma das alternativas que possibilita bons níveis de solicitude entre as pessoas é a criação dos ambientes do conhecimento “Ba”. É necessário lembrar que a solicitude pode existir nas organizações sem a necessidade da criação do Ba, mas estes não podem prosperar sem a presença da solicitude, pois o conhecimento tácito das pessoas, base para todo conceito da criação, é suscetível às barreiras impostas pela sua ausência (HOLANDA; FRANCISCO; KOVALESKI, 2009).

Para compartilhar o conhecimento pessoal, os indivíduos devem confiar no que os outros estejam dispostos a ouvir e a reagir às suas ideias (VON KROGH; ICHIJO; NONAK, 2001). Os bons relacionamentos diminuem a desconfiança, o medo e a insatisfação, proporcionando possibilidades de exploração de ambientes desconhecidos como novos mercados, novos produtos e novas tecnologias (HOLANDA; FRANCISCO; KOVALESKI, 2009). Para esclarecer e adquirir conhecimentos exploram o conceito de Ba, palavra de origem japonesa usada para descrever  o encadeamento de idéias, ter parte e ativo no qual o conhecimento é criado, difundido e utilizado.

No entanto, esse processo pode ser facilitado quando as organizações oferecem condições para a criação do “Ba”, proporcionando um ambiente capaz de disseminar e compartilhar a informação para todos os setores e pessoas, condição esta imprescindível para que as organizações encontrem as formas devidas para sobrevivência e desenvolvimento (HOLANDA; FRANCISCO; KOVALESKI, 2009).

2.1.2 Espaços para a criação do conhecimento

Nonaka e Konno (1998) definem Ba como um espaço compartilhado para as relações emergentes, podendo ser um espaço físico (um escritório, espaço de negócios (redes), etc.), virtual (um e-mail, uma teleconferência, etc.), mental (das experiências compartilhadas, das idéias, dos ideais) ou uma múltipla combinação destas, sendo considerado um espaço compartilhado que serve de base para a criação de conhecimento, seja este individual ou coletivo.

O que diferencia as empresas que utilizam o Ba das empresas que não o utilizam e dispõem apenas de interações normais humanas é o seu conceito de criação de conhecimento, uma vez que aquele não trata somente de simples interações entre os indivíduos, mas também disponibiliza uma plataforma para o conhecimento individual/coletivo avançado para a criação de conhecimentos (HOLANDA; FRANCISCO; KOVALESKI, 2009). Nonaka e Konno (1998) ainda propõem que o Ba seja construído de informação necessária à criação de conhecimentos, tanto individuais quanto coletivos, sendo as interações, desse modo, condicionadas por esse contexto rico em conhecimentos.

As trocas de dados, informação, opinião, colaboração e de uma mobilização sobre um projeto confrontado às necessidades e ao desconhecido convergem ao Ba dentro das organizações. O Ba é fundamentalmente subjetivo e relacional, envolvendo os atores pelo fato de ser orientado pelo interesse e por não existirem fortes conflitos nos relacionamentos humanos (FAYARD, 2003). Dentro do processo de criação de conhecimentos, Nonaka, Toyama e Konno (2002) apresentam quatro tipos de Ba: originating ba, dialoguing ba, systemizing ba e exercising ba, a figura 1 apresenta todos os Ba.

Figura 2 - : Os quatro tipos de Ba

Fonte: Nonaka, Toyama e Konno (2002)

Originating ba é o espaço em que o conhecimento é originado por meio da interação face a face em que os indivíduos compartilham sentimentos, emoções, experiências e modelos mentais. É o primeiro ba no qual inicia o processo de criação de conhecimento e é associado ao processo de socialização do conhecimento tácito. Experiências e habilidades transmitidas diretamente entre os indivíduos constituem a chave para converter conhecimento tácito em conhecimento tácito. É um espaço no qual emerge o amor, a confiança e o comprometimento, formando a base para a criação de conhecimento entre indivíduos. O originating ba é responsável pela emergência de ativos de conhecimento como habilidades, know-how (NONAKA; TOYAMA; KONNO, 2002).

Dialoguing ba é mais conscientemente construído em relação ao originating ba. Por meio do diálogo, indivíduos compartilham suas experiências e habilidades convertendo-as em termos e conceitos comuns. O dialoguing ba funciona como uma plataforma para o processo de externalização do conhecimento em que o conhecimento tácito é tornado explícito. Ele promove a criação de ativos de conhecimento, como, por exemplo, conceitos de produtos, design e cenários futuros.

Systemizing ba é definido como uma interação coletiva ou virtual e oferece um contexto para a combinação de novo conhecimento explícito gerado às bases de conhecimento existentes na organização. Nesta fase do processo as tecnologias de informação, como redes on-line, groupware etc., podem exercer um papel relevante para a sistematização do conhecimento explícito gerado. Ele é responsável pela emergência de ativos de conhecimento como database, documentos, especificações, manuais, patentes e licenças.

Exercising ba é definido como o espaço em que o conhecimento que foi socializado, combinado e sistematizado é novamente interpretado e internalizado pelo sistema cognitivo dos indivíduos. Neste tipo de ba ocorre a transformação de conhecimento explícito em conhecimento tácito, ou seja, o conhecimento criado é internalizado em forma de novos conceitos e práticas de trabalho. Nesses Ba são criados ativos de conhecimento como knowhow, rotinas organizacionais e novos padrões de comportamento.

2.2 Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica

As incubadoras de empresas são ambientes dotados de capacidade técnica, gerencial, administrativa e infra-estrutura para amparar o pequeno empreendedor. Elas disponibilizam espaço apropriado e condições efetivas para abrigar ídéias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso.  (ANPROTEC, 2010).

O Brasil conta um quadro de 400 incubadoras e 74 parques, que já incubaram 6 mil empreendimentos inovadores. A essência do Movimento Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas foi em promover a interação universidade-empresa (ANPROTEC, 2009). As incubadoras são instrumentos capazes de transformar idéias em negócios e o espaço ideal para o desempenho do empreendedorismo. Dentro das incubadoras as empresas nascentes encontram ambiente ideal para o seu crescimento e desenvolvimento e o tempo em que permanecem incubadas é o intervalo necessário entre a idealização e a realização do negócio.

O Paraná conta com a Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos – REPARTE, a qual integra todos os programas de incubação do Estado e conta com incubadoras associadas localizadas em todo território paranaense. Atualmente a REPARTE tem em seu quadro associativo 30 entidades atuando com pré-incubação e incubação de empresas. Estes habitats de inovação, em sua maioria estão vinculados a Instituições de Ensino Superior, localizada em regiões estratégicas. São 30 Incubadoras e 3 Parques Tecnológicos em 15 cidades, o número de estimado de empresas incubadas é de 218 e de 193 graduadas, o faturamento bruto em 2008 da empresas incubadas foi de R$11,5 milhões e estimado em R$240 milhões para as empresas graduadas, gerando postos de trabalhos diretos 1.062 nas empresas incubadas e equipes de gestão das Incubadoras e Parque Tecnológicos, e 730 em relação a produtos gerados e desenvolvidos pelas empresas/projetos incubados (REPARTE, 2009).

3 Caracterização da Pesquisa

Nesse capítulo são apresentados os tos metodológicos da pesquisa científica, seguindo para analise e discussões de resultados e após as considerações finais.

3.1 Tipo de estudo

A pesquisa realizada se caracteriza como descritiva, com abordagem qualitativa na visão de seus gestores sobre a existência de condições favoráveis a sinergia de criação e compartilhamento de conhecimento. Caracteriza-se como um estudo de casos múltiplos em Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica – IEBTs.

3.2 Amostra

Amostra é a porção ou parcela convenientemente selecionada de um universo (MARCONI; LAKATOS, 2003). Esta pesquisa buscou somente incubadoras de empresas de base tecnologia. O universo do estado do Paraná sao trinta Incubadoras de empresas, destas 90%, ou seja, vinte e sete sao incubadoras de empresas de base tecnologia. E o universo desta pesquisa foi de 26% ou seja, sete, do total de vinte e sete incubadoras de empresas de base tecnológica, a amostra foi por acessibilidade, as incubadoras foram convidados a responder o instrumento de pesquisa. Entre elas, três (43%) das incubadoras responderam ao questionário, duas localizadas na cidade de Ponta Grossa – Paraná: Incubadora Tecnológica de Ponta Grossa – INTECPONTA e o Programa de Empreendedorismo e Inovação - PROEM da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –UTFPR e uma na cidade de Curitiba – Paraná: NEMPS - Núcleo de Empreendedorismo da UFPR.

3.2.1 As Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica - IEBTs analisadas

A Incubadora Tecnológica de Ponta Grossa —INTECPONTA, é um empreendimento conjunto de diversas instituições, com apoio público e privado, com o objetivo de abrigar micro e pequenas empresas de base tecnológica. Com a função principal de amparar novas empresas em desenvolvimento de produtos ou serviços, dando facilidades, em um ambiente propício, para que esses produtos ou serviços originados de pesquisa possam alcançar consumidores em potencial, estimulando a economia da região em que estiver instalada. A INTECPONTA apóia a criação e o desenvolvimento de empresas de base tecnológica na região, preferencialmente nas áreas de Novos Materiais, Metal-Mecânica, Eletroeletrônica e Alimentos (INTECPONTA, 2010).

O Programa de Empreendedorismo e Inovação - PROEM da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, objetiva fomentar e apoiar a implantação de projetos e programas de inovação de base tecnológica, atuando na forma de colegiado junto a empreendedores, órgãos representativos da sociedade e poder público, buscando apoiar o desenvolvimento regional em nível de micro e macro, colaborando com a geração de empregos, aumento do nível de renda – pelo alto valor agregado dos produtos/serviços -  inserção social. Mecanismos Institucionais do PROEM: a) Disseminação da Cultura Empreendedora; b) Hotel Tecnológico; c)  Incubadora de Inovações Tecnológicas da Universidade Tecnológica - IUT. (UTFPR/ PROEM, 2010)

O NEMPS é um Núcleo de Empreendedorismo da UFPR, criado em 2001, pertencente ao Setor de Ciências Exatas. O NEMPS atende toda a comunidade da UFPR, tendo dois objetivos principais: atua como Pré-Incubadora e Incubadora Tecnológica de Empresas voltadas à Inovação e também promove atividades relacionadas ao Empreendedorismo (UFPR/NEMPS, 2010). 

3.3 Técnica de coleta de dados

Para a coleta de dados, o instrumento básico adotado foi o questionário semi estrutura, composto de sete questões que procuram identificar os quatro tipos de espaços organizacionais (originating ba,dialoguing ba, systemizing ba e exercising ba) e apontar seus benefícios para a criação de conhecimentos. Este foi elaborado por Balestrin, Vargas e Fayard (2005), adaptado para aplicação em incubadoras de empresas de base tecnológica da amostra.  Para responder o problema e atingir o objetivo apresentados foi feita uma pesquisa de campo por meio de questionários semi estruturados enviados via e-mail as incubadoras para apontar os seus benefícios para a criação de conhecimentos.


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1 UTFPR/PG. Brasil. E-mail: andréia-luz@hotmail.com
2 UTFPR/PG. Brasil.E-mail: kovaleski@utfpr.edu.br
3 UTFPR-PG. Brasil. E-mail: pedropaulo@utfpr.edu.br
4 PPGECT. Brasil. E-mail: lapilatti@utfpr.edu.br
5 CESCAGE. Brasil. E-mail: ancafra@gmail.com


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