Espacios. Vol. 36 (Nº 13) Año 2015. Pág. 18
Fernando Carlos Alves da SILVA 1; Gustavo Henrique MENDONÇA 2; Divina Aparecida Leonel LUNAS 3
Recibido: 23/05/15 • Aprobado: 15/06/2015
2. A formação do complexo do agronegócio no sudoeste goiano
3. O norte goiano e a incipiente territorialização do agronegócio
RESUMO: |
ABSTRACT: |
A territorialização de dada estrutura territorial produtiva implica, necessariamente, na desterritorialização de outra, produzindo impactos sociais, econômicos e ambientais. O agronegócio-latifundiário-exportador é considerado um símbolo da modernidade no campo, mas camufla sob a égide de sua aparência moderna, a exclusão social, a expropriação da agricultura tradicional e de comunidades locais e a concentração de terra e de renda.
O desenvolvimento territorial provocado pelo modelo do agronegócio atende às demandas do capital, fazendo deste modelo agro-produtor a face dominante dos processos de globalização do desenvolvimento rural, a materialização do agronegócio.
O estado de Goiás vive periódicas apropriações de regiões de agricultura tradicional ao agronegócio, seu espaço agrícola é dicotomizado entre estas duas estruturas territoriais produtivas, imbricadas uma sobre a outra. Entende-se que a dinâmica do setor agrícola tem moldado a ocupação do solo goiano diferenciando as regiões quanto ao modelo adotado. Por isso neste artigo optou-se em analisar distintamente duas macrorregiões do Estado de Goiás o Norte e Sul de Goiás caracterizando o processo de ocupação destas regiões.
O objetivo do estudo foi caracterizar o processo de formação das dinâmicas territoriais do estado de Goiás, com foco em duas regiões o Norte e Sul deste estado. A questão central da investigação é quais as dinâmicas que vão conformar o território goiano e quais foram às transformações para as regiões analisadas deste processo. Supõe-se que através da hipótese norteadora do estudo que as políticas públicas utilizadas para fomentar o processo de modernização irão contribuir para a criação de fatores de concentração e desigualdade entre as regiões analisadas.
O estudo foi elaborado utilizando um referencial teórico que discute a ocupação do solo goiano através da modernização agrícola e da constituição do agronegócio goiano. Os dados analisados foram compilados e trabalhados visando caracterizar e fundamentar a discussão sobre as dinâmicas diferenciadas entre as regiões analisadas. Os principais órgãos consultados quanto ao banco de dados foi o IBGE através do Sistema Sidra, o Instituto Mauro Borges do Estado de Goiás com e a Embrapa.
O artigo foi elaborado em quatro seções principais. Esta primeira que apresenta o tema proposto, objetivos e metodologia. A segunda parte que aborda o referencial teórico e análise dos dados para a região Sudoeste Goiano. A terceira parte foca no Norte Goiano e por fim, tem-se as conclusões do estudo com os principais apontamentos que emergem das análises anteriores.
A partir das décadas de 1950 e 1960 fatos determinantes alteraram a dinâmica do espaço agrário goiano, culminando em sua integração ao centro dinâmico do país e ao mercado nacional. Assim:
Com a entrada massiva de capital estrangeiro a partir de 1950, a mecanização da agricultura mais visível nos anos 1960, a construção de Brasília em 1956 e a construção da Rodovia Belém-Brasília em 1959 o território estadual conheceu mudanças estruturais que o emergiu economicamente ao cenário nacional e mundial. Houve um aumento populacional principalmente nas médias e grandes cidades e o Estado de Goiás experimentou um produtivismo jamais visto em decorrência da abertura de estradas e do mercado. (PESSOA, 1999, p. 52).
Na segunda metade do século XX foi ratificado em algumas regiões do estado de Goiás o modelo agrícola para atender às demandas por produtos primários da região Sudeste do Brasil. O avanço da produção de grãos subsidiada pela agricultura moderna no sudoeste de Goiás trouxe como resultado a transformação na dinâmica do espaço agrícola e alteração da estrutura territorial produtiva, tanto no campo quanto na cidade.
O Estado brasileiro engendrou políticas de infraestrutura territorial para atender às demandas da expansão do capital financeiro. Nesse sentido, Ribeiro (2010, p. 186) destaca que o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek foi uma destas políticas que impactaram diretamente no território goiano, pois atraiu "numerosas empresas para implantar subsidiárias no Brasil [...] objetivando o crescimento do país em cinco anos o correspondente a cinquenta anos", "subsidiado pelo capital externo de empréstimo, centrado no desenvolvimento da infraestrutura viária, energética e industrial do território nacional, assim como da construção da nova capital geopolítica do Brasil" (GOMES, 2008, p. 355). Conforme Calaça (2012),
A expansão da produção agrícola pelo agronegócio em Goiás teve o seu início na década de 1970, no Sudoeste Goiano, e foi gradativamente se expandindo para outras regiões do Estado, que dispõem de topografia plana, infraestrutura, logística, incentivos públicos, facilidade para escoamento da produção, mão de obra etc. (p. 11)
A integração do território goiano ao mercado nacional foi parcial, a porção sul do estado, beneficiada intensivamente pelos projetos de infraestrutura, experimentou a mutação em seu espaço agrário, com vistas à modernização e mecanização do campo, através do processo denominado de "revolução verde", apropriando o cerrado pelo uso intensivo do solo e dos recursos naturais. A partir daí, houve a territorialização do agronegócio em Goiás. De acordo com Perreira; Almeida Filho (2003) o processo de modernização do Estado de Goiás alicerçou-se no discurso nacional de descentralização das políticas públicas em favor do Sudeste e priorizou as regiões periféricas para investimentos concentrados na elevação da produção industrial nas demais regiões do país. Lunas (2001) destaca que em Goiás o processo foi direcionado para a industrialização das matérias primas do campo que tiveram uma expansão acentuada derivado de um novo modo de produção.
Este novo modelo de produção agrícola, o agronegócio pode ser definido como sendo um setor que:
[...] abarca o conjunto de atividades que concorrem para a elaboração de produtos agroindustriais, desde a produção de insumos até o produto final. Nesse sentido, e tal como reconhecido pela ampla literatura sobre o tema, o agronegócio congrega as ações de produção, distribuição de suprimentos agrícolas, operações de produção nas unidades agrícolas, armazenamento, processamento e distribuição de produtos, envolvendo, portanto, as empresas que produzem, processam, comercializam e distribuem produtos agropecuários, agroflorestais e agroindustriais (GARLIPP, 2003, p.5).
O processo de modernização/mecanização do campo – territorialização do agronegócio – demanda capital financeiro, disponível à pequena parcela do homem do campo (pelos agricultores locais), assim, isso justifica a migração de pessoas e capital à região Sudoeste de Goiás a partir da década de 1970. Os "sulistas" chegaram instrumentalizados pela técnica e equipamentos e alterou a estrutura agrária e a paisagem do Sudoeste de Goiás. Conforme apontam os estudos de Gonçales (2003); Lunas; Ortega (2003) esta região recebe migrantes que tinham conhecimentos sobre a cultura da soja transformando a estrutura produtiva desta região, inclusive com substituições entre as culturas tradicionais da região como o arroz e feijão.
A modernização da agricultura no Sudoeste goiano promoveu alterações importantes nas formas e na divisão social do trabalho. Para Gonçalves (1997)
Os impactos das transformações sobre a estrutura do emprego rural foram marcantes, com a redução global dos postos de trabalho, associada à urbanização da mão de obra. A esses efeitos quantitativos, somam-se as mudanças na sazonalidade e a exigência de maior qualificação. Este último revela-se de importância central, numa sociedade onde a educação não representa um elemento generalizado à maioria da população, e o conjunto dos desempregados e dos subempregados corresponde exatamente a esse perfil de trabalhadores (GONÇALVES, 1997, p 322).
O impacto foi refletido no fluxo migratório campo-cidade, ou êxodo rural. A evolução da população urbana nos principais municípios da microrregião Sudoeste de Goiás, então, foi influenciada diretamente nova configuração do espaço urbano nas áreas de territorialização do agronegócio da soja. Assim, sofrerá expansão e reestruturação significativa da estrutura urbana. De acordo com Elias (2007, p. 294):
Uma das consequências da reestruturação produtiva da agropecuária no Brasil é o processo acelerado de urbanização e crescimento urbano, promovidos, entre outros, pelas novas relações entre o campo e a cidade, desencadeadas pelas necessidades do consumo produtivo agrícola, que cresce mais rapidamente do que o consumo consumptivo, denotando verdadeiras cidades do campo.
Os dados da população de Goiás e do Brasil indica esta mudança estrutural entre os segmentos urbanos e rurais, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – População por domicílio, períodos selecionados de 1950 a 2011, Goiás e Brasil, em mil habitantes.
Ano |
Goiás |
Brasil |
||
Urbana |
Rural |
Urbana |
Rural |
|
1950 |
246 |
969 |
18.783 |
33.162 |
1960 |
575 |
1.338 |
31.303 |
38.767 |
1970 |
1.237 |
1.702 |
52.085 |
41.054 |
1980 |
2.401 |
1.459 |
80.437 |
38.574 |
1991 |
3.248 |
771 |
110.991 |
35.834 |
2000 |
4.397 |
607 |
137.954 |
31.845 |
2010 |
5.421 |
583 |
160.926 |
29.830 |
Fonte IBGE (2014); IMB (2014)
Os dados comprovam que o processo de intensificação da modernização agrícola no Brasil na década de 1970 já tem um impacto sobre a população brasileira indicando pela primeira vez que população urbana supera a população rural. Em Goiás neste período ainda a população rural é maior que urbana. A população rural em Goiás registrava 1.702 mil habitantes e a urbana 1.237 mil habitantes. Na década de 80 a população urbana supera a rural em Goiás e a partir deste período a redução é acentuada, chegando a registrar em 2010 em Goiás uma população rural de pouco mais de 583 mil habitantes. (Tabela 1).
A territorialização do agronegócio altera a estrutura urbana das regiões e dos municípios onde se dá este fenômeno, sobre isso, Elias (2000) destaca que se formam "as cidades do agronegócio", e que em Goiás e
Em todo o País, a expansão da agricultura científica e do agronegócio globalizado promove um incremento da economia urbana, especialmente associada ao dinamismo do consumo produtivo, da dinâmica populacional e do mercado de trabalho. Surgem cidades cujas vidas de relações e demandas principais associam-se ao agronegócio. (ELIAS, 2000, p. 26).
A inversão do contingente populacional na região do Sudoeste goiano está ligada ao projeto de modernização/mecanização do campo, "a expansão do chamado capital técnico-científico leva à expulsão de um grande numero de residentes tradicionais e a chegada de mão de obra de outras regiões, na medida em que as exigências da produção são outras, diferentes da produção tradicional" (SANTOS 1985, p 45), assim, a alteração da estrutura territorial produtiva da agricultura tradicional pelo agronegócio transforma não apenas a base econômica da região, mas também a estrutura social, a divisão social do trabalho, da renda e dos espaços rural e urbano, pela mudança da estrutura fundiária e concentração de terras. Sobre o fluxo de pessoas entre o campo e a cidade a partir da reestruturação produtiva do espaço agrícola do Sudoeste de Goiás, Oliveira (2007) destaca que
É importante ressaltar que a mobilidade é apreendida não somente no sentido de mero deslocamento, mas, sobretudo como uma relação social mediada por diferentes motivos (econômicos, culturais, ambientais etc.). No caso dos trabalhadores migrantes, [...] consideramos que essa mobilidade ocorre por motivos socioeconômicos (p. 07).
Assim, a mobilidade do contingente de trabalhadores a partir da territorialização do agronegócio muda a dinâmica demográfica da região, em detrimento da população rural, pois pequenos proprietários se transformam em assalariados, ampliando a massa de trabalhadores residentes nas zonas urbanas.
Mendonça (2004, p 329) destaca três tipos de trabalhadores assalariados oriundos da nova estrutura territorial produtiva, o agronegócio. Estes trabalhadores podem ser classificados como:
Outra alteração importante na região Sudoeste de Goiás foi a instalação dos Complexos Agroindustriais (CAI), expressão maior da industrialização do campo, através da orientação da especialização produtiva. A consolidação dos CAI's foi possível pela inserção do capital financeiro na agricultura. Neste sentido,
Este novo padrão de acumulação e reprodução do capital permite uma integração regional e uma nova Divisão Territorial do Trabalho, em que novos espaços são agregados à essa dinâmica e moldados aos seus interesses, por meio de uma aliança entre o Estado e o capital privado. No caso específico do Sudoeste de Goiás, o cultivo da soja foi responsável por uma nova dinâmica regional e pelo surgimento de agroindústrias, fixos importantes na transformação do espaço. (BORGES, 2012, p. 4)
A especialização produtiva do agronegócio no Sudoeste goiano é calcada, principalmente, no cultivo de soja e milho, produtos agrícolas responsáveis pelo fomento do completo agroindustrial da região. Apresenta-se na Tabela 2 a evolução da produção destes grãos a partir do ano 2000 na região e no Estado de Goiás. Optou-se por indicar a participação da região na produção total goiana para demonstrar a importância da mesma na estrutura produtiva do Estado.
TABELA 2 – Produção de Soja e Milho da Região de Planejamento Sudoeste de Goiás (em toneladas)
Região de Planejamento |
2000 |
2006 |
2012 |
|||
|
Milho |
Soja |
Milho |
Soja |
Milho |
Soja |
Sudoeste Goiano |
1.608.037 |
2.171.296 |
1.496.362 |
2.673.274 |
4.480.727 |
3.477.363 |
Goiás |
3.659.475 |
4.092.934 |
3.297.193 |
6.017.719 |
8.230.069 |
8.398.891 |
Part. Sud. Go/Goiás |
43,94% |
53,05% |
45,38% |
44,42% |
54,44% |
41,40% |
Fonte: IMB – Estatísticas Municipais (Séries Históricas) [4]
Destaca-se que o Sudoeste Goiano nas duas culturas tem uma participação acima de 40%. Registrando em 2000 a maior participação na produção da soja com 53,05% da produção estadual e em 2012 o milho é a cultura de maior participação atingindo um índice de 54,44%. Esta alta produção destes grãos é o principal incentivo para a implantação de diversas agroindústrias na região seja para o processamento principal dos grãos, seja através de subprodutos gerados por estas culturas, como as rações para o abastecimento das agroindústrias de suínos e aves da região.
Esta conjuntura é destacada em Borges (2012), entende-se que a produção de soja e o milho da região impulsionada pela modernização e mecanização da agricultura a partir da década de 1970 possibilitou a instalação das agroindústrias, assim, nas palavras do autor (2012, p. 4):
O cultivo da soja incrementou o uso de implementos, insumos agrícolas, tecnologia, conhecimento e práticas/técnicas inovadoras, destinadas ao aumento da produção e da produtividade. Também, funcionou como um agente articulador entre a produção moderna e a agroindústria, fazendo surgir a primeira onda de agroindustrialização na região.
As demais regiões do estado também foram afetadas pela mecanização agrícola, mas de forma menos intensa, reproduzindo, assim, a estrutura territorial produtiva da agricultura tradicional, calcada na pecuária extensiva. Os CAI's da região Sudoeste de Goiás foram pensados estrategicamente por grandes empresas, como Perdigão e a Sadia, instaladas no Sudoeste Goiano, a alta produção e produtividade das lavouras de soja e milho justificam a escolha desta região. Na Tabela 3 apresentam-se os dados para a produção de grãos desta região e do Estado de Goiás, identificando a participação da região no total estadual.
TABELA 3 – Produção de Grãos – Quantidade Total Produzida (em toneladas)
Região de Planejamento |
2000 |
2006 |
2012 |
Sudoeste Goiano |
- |
4.613.302 |
8.421.890 |
Total do estado |
- |
10.581.453 |
18.259.907 |
Partic. Sud. Go/Goiás |
- |
43,8% |
46,12% |
Fonte: IMB – Estatísticas Municipais (Séries Históricas)
Observa-se que esta região tem uma alta participação na produção de grãos do Estado de Goiás interligados a agroindústrias específicas de processamento destas matérias-primas. Estudos de Lima (2010); Lunas; Ortega (2003); Ferreira; Fernandes Filho (2003) apontam que os aumentos da produção de soja e o milho são responsáveis pela implantação dos primeiros parques agroindustriais no Sudoeste Goiano.
Entende-se que a relação entre a territorialização do agronegócio e a instalação dos CAI's é resultado do contínuo aumento da produção e da produtividade devido à modernização do processo produtivo agrícola, pela utilização de técnicas e tecnologias modernas, como a biotecnologia e a mecanização do campo. Conforme destacado nas tabelas anteriores, a produção total de grãos da região Sudoeste de Goiás foi de 8.421.890 toneladas, enquanto a soma da produção de soja e milho é responsável por 7.958.090 de toneladas, ou seja, 94,4% do total de grãos produzidos nesta região.
Esta dinâmica destas lavouras favoreceu a competitividade dos complexos de carnes suínas e de aves. A atuação de agentes políticos neste processo também é determinante, como destaca Borges (2012) sobre a COMIGO (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano):
A atuação da COMIGO [5] e das outras agroindústrias do CAI de soja e da Perdigão S/A, aliada às medidas do Estado e à dinâmica do mercado externo e nacional, materializaram agroindustrialização, ou de formação de CAI's, na microrregião do Sudoeste de Goiás. Essa primeira "onda", a do CAI da soja, foi responsável pela metamorfose do espaço regional caracterizado pela pecuária extensiva e por vazios produtivos para um dos polos mais dinâmicos do país na produção de grãos. E, a segunda, a do CAI de carnes, foi responsável pelo fortalecimento da imagem da microrregião como "belt" agroindustrial ou uma fronteira agroindustrializante. (p. 11)
A constituição da estrutura territorial produtiva do agronegócio no Sudoeste Goiano é a base de sua atual configuração socioterritorial regional, e a produção/produtividade dos complexos da soja e do milho evidencia este cenário. Para tanto, na figura a seguir é ilustrada a produção total de grãos do estado de Goiás dividia entre as dez regiões de planejamento, destacando a região do Sudoeste pela sua expressividade no cenário estadual, como ilustra a Figura 1.
Fonte: IMB – Estatísticas Municipais (Séries Históricas), 2012.
FIGURA 1 – Produção de grãos segundo as Regiões de Planejamento de Goiás (em %).
O agronegócio possibilitou ao Sudoeste de Goiás o desenvolvimento, sobretudo, de dois complexos agroindustriais, a região "torna-se um centro produtor de grãos, sobretudo ligadas ao complexo agroindustrial de soja e, de carnes (aves e suínos), com destaque nacional e um território de ação e produção de agroindústrias com capital regional, nacional e internacional" (BORGES, 2009, p. 12).
O CAI da soja, como consequência, possibilitou a "modernização da agricultura no Sudoeste de Goiás, com médias de produção e produtividade melhores que de outras regiões do Estado, faz dessa região objeto de locação de plantas agroindustriais do setor avícola" (GARLIPP, 2005, p. 145), assim, dispôs à região o desenvolvimento do maior rebanho avícola, com plantel de 19.875.160 aves, representando 41,62% do total do Estado e o maior rebanho suíno com plantel de 637.570 cabeças, 40,03% do total do estado (IMB, 2012).
Assim, "a complexa estrutura montada e implementada em Rio Verde é a base do CAI de carnes formado e coordenado pela Perdigão, e que consolidou este complexo no Sudoeste de Goiás" (Idem, p. 09). Portanto, os processos de mutação socioterritorial engendrados nesta região na segunda metade do século XX são a base de sua atual configuração territorial.
O Norte do estado foi uma das regiões onde a agricultura tradicional reproduziu-se, mesmo com as alterações engendradas pela modesta modernização da agricultura. A fronteira agrícola possibilitou uma dinâmica peculiar a esta região, pois nas décadas de 1960 e 1970 houve intensa transformação de seu espaço e sua paisagem, assim como da conjuntou socioeconômica.
Segundo Calaça (2012, p. 11)
Verifica-se que a incorporação de tecnologias agrícolas inovadoras é mais intensa e dominante nos municípios do Centro-Sul do Estado de Goiás, com maiores impactos na biodiversidade. Por outro lado, à medida que se afasta do Sul do Estado em direção ao Norte verificam-se níveis diferenciados de absorção das técnicas da agricultura moderna.
Nesse período, houve grande respaldo da agricultura, especialmente na produção de arroz de sequeiro, sendo o município de Porangatu um dos maiores produtores do país no ano de 1982. Neste mesmo município, pode-se indicar a mecanização, um dos índices de modernização, do campo através da evolução do número de tratores, que entre as décadas de 1970 a 1980 cresceu exponencialmente, "o município contava, em 1970, com apenas 11 tratores. Em 1980, este número havia se elevado para 609 unidades. Neste período as máquinas eram empregadas na agricultura, especialmente, no cultivo das lavouras de arroz. Em 1995, o número continuou a crescer (628 unidades), mas agora é usado na formação de pasto" (SOARES 2002, p. 138). Mas, após a década de 1980, com a diminuição do crédito de financiamentos, houve declínio absoluto na agricultura, sobre tudo no cultivo de arroz, sobre isso Soares (2002) destaca que o
Programa de Seguros para a Agricultura (PROAGRO), que tinha a finalidade de cobrir, através de indenização, os prejuízos relativos a perda da lavoura, caso isso acontecesse (problemas relativos a instabilidade climática, principalmente). Ocorreu, que para se beneficiarem do Programa, alguns produtores financiavam a lavoura e, após a colheita desviavam a produção para reclamarem a perda total da lavoura, com isso eram indenizados pelo Seguro e recebiam o valor estimado na declaração feita por estes. (...) Isso implica dizer que havia, desde o início, por parte dos produtores, um interesse em ludibriar o sistema de seguro num esquema que envolvia fazendeiros e fiscais do banco. (p. 123)
Isso ratificou a estrutura territorial produtiva da região para a pecuária extensiva, sendo o crescimento nevrálgico da rizicultura necessário para a abertura de áreas de pastagens, "o cultivo do arroz de sequeiro por agricultores pioneiros e, principalmente, por imigrantes vindos do sul de Goiás e do estado de Minas Gerais, teve início na década de 1970" (SOARES 2002, 114), assim, "o arroz de sequeiro é, geralmente, usado para abrir a área e, posteriormente, costuma-se introduzir outros tipos de cultivo, (...), no caso de Porangatu, os fazendeiros optaram por incrementar a pecuária no município" (Idem, p 116).
Mais competitiva que a agricultura, a atividade pecuária é o principal elo do agronegócio da região, sendo que "as áreas ocupadas com lavouras no município de Porangatu significam muito pouco com relação àquelas com pastagens e, que as mudanças foram quase insignificantes durante um período de quatro décadas. Em 1980, período em que houve a maior produção agrícola do município, a área ocupada pela lavoura atingiu apenas 23,58% da área de pastagem" (SOARES 2002, p. 120).
O Norte Goiano é a segunda região produtora de rebanho bovino do Estado com plantel de 3.724.800 cabeças, 18,25% do total do estado.
O Norte goiano tem como estrutura territorial produtiva, preponderantemente, a pecuária extensiva, pois "diferentemente do que ocorreu em outras regiões do estado, as áreas de cultivo de arroz deram lugar às pastagens e criação de gado." (SOARES 2002, p. 116) Esta atividade molda o perfil socioeconômico dos municípios que compõe essa região, mas a substituição de pastagens por produção de grãos (principalmente soja) é o vetor de dinamização da agricultura na região Norte de Goiás, o que acirra os conflitos "socioterritoriais" no espaço agrário goiano.
Diferentemente de outras culturas como o milho, o arroz e o feijão, o procedimento de cultivo da soja possui três características específicas: é todo voltado para o mercado externo e industrial, e foi introduzido no país para atendê-los; requer um uso intensivo de maquinário, tecnologias e insumos que são produzidos por organizações internacionais; e, por último, foge ao alcance da pequena propriedade e dos produtores tradicionais, tornando-os vulneráveis a este processo massificador e excludente. A soja, (...) foi responsável pelo processo de consolidação dos CAI's no Brasil, provocando uma inversão de capitais para o setor agropecuário, e trazendo um novo padrão acumulativo no campo brasileiro. (BORGES 2012, p. 03).
Destaca-se que esta região vive a incipiente territorialização do agronegócio, baseado principalmente na soja. A produção total de grãos foi de 390.114 toneladas, sendo a produção de soja representado 65,7 deste total. A Tabela 4 destaca-se os dados desta região.
TABELA 4 – Produção de Soja e Milho da Região de Planejamento Norte de Goiás (em toneladas)
Região de Planejamento |
2000 |
2006 |
2012 |
|||
|
Milho |
Soja |
Milho |
Soja |
Milho |
Soja |
Norte de Goiás |
103.414 |
24.180 |
68.655 |
134.382 |
71.703 |
256.310 |
Goiás |
3.659.475 |
4.092.934 |
3.297.193 |
6.017.719 |
8.230.069 |
8.398.891 |
Part. Norte/Goiás |
2,83% |
0,59% |
2,08% |
2,23% |
0,87% |
3.05% |
Fonte: IMB – Estatísticas Municipais (Séries Históricas)
Os dados indicam um crescimento significativo da cultura da soja na Região Norte de Goiás. A participação da produção desta cultura em 2000 era marginal de 0,59% do total do Estado e em 2012 a região já registra uma participação de 3,05%. A soja conforme destacado anteriormente é a cultura que traduz a ocupação do Cerrado de forma intensa gerando um deslocamento e a intensificação do processo de integração da agricultura a indústria. O milho apresenta uma redução na sua participação durante o período analisado em 2000 sua participação era de 2,83% e em 2012 esta participação é de apenas 0,87%.
A produção de soja faz parte da estratégia do Estado e de empresas multinacionais, expandindo o agronegócio da soja por regiões de agricultura tradicional, com terras utilizadas em pastagens (degradadas) e com preços menores. Mas de acordo com Calaça (2012):
Esse processo de reinvenção da natureza no estado de Goiás gera fortes impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos, alterando a dinâmica socioterritorial do lugar que recebe novos atores sociais, promove intensa mobilidade do capital e do trabalho em razão das demandas criadas, gerando diferenciações espaciais e a coexistência de diferentes temporalidades. (p. 11)
A produção do agronegócio, destinada à exportação como é o caso da soja no Norte de Goiás, produz mutações sociais e territoriais vinculados à modernização e mecanização da agricultura. Nos últimos anos a dinâmica do campo no Norte de Goiás está se alterando, novos e mais intensos fluxos de capital, técnicas e tecnologias estão sendo empregadas no processo de produção agrícola.
Os recursos oficiais destinados à produção de soja no Norte Goiano mostram, nesse caso, que o Estado assumiu um papel fundamental, como incentivador central, para o desenvolvimento da produção de grãos de alta produtividade e com fins ao mercado externo em detrimento de outras atividades, como a pecuária, já há tempo estabelecida, e marcadamente de base tradicional.
Assim, "o Estado é um agente ativo na globalização da agricultura brasileira; participa generosamente do financiamento necessário à criação de novos sistemas de engenharia e de novos sistemas de movimento" (CASTILHO e CASTRO p. 30), pois subsidia o processo de modernização agrícola através do incentivo e do fomento de capital nas atividades agrárias, através "do uso de insumos, máquinas e implementos modernos, vinculados diretamente ao processo de expansão da fronteira agrícola para outras regiões" (Ibidem, p. 30).
Desse modo, a captura desta região ao circuito produtivo do agronegócio tem reconfigurado a dinâmica territorial do Norte Goiano através de uma ação planejada pelo Estado. O trecho a seguir de uma reportagem deixa claro o papel do Estado no processo de expansão do agronegócio na região norte de Goiás:
O Estado de Goiás plantou nessa safra aproximadamente 2,55 milhões de hectares, com a previsão de colher 7,8 milhões de toneladas. Com os investimentos chineses, a expectativa do estado é dobrar tanto em produção, quanto em área de cultivo do grão nos próximos sete anos, para atender a exigência de exportação de 6 milhões de toneladas ao ano, oriunda da China. "Se este acordo for fechado, os chineses esperam que o estado exporte seis milhões de toneladas da oleaginosa para eles, por ano". Para essa expansão, o estado prevê renovar até 3 milhões de hectares, subutilizados em áreas de pastagens, que ao todo somam 8 milhões de hectares, com produção de um animal a cada dois hectares. "A nossa proposta é a renovação nas áreas de pastagens, que já existem há mais de 40 anos no norte de Goiás, com uma produtividade muito baixa. Hoje temos mais de oito milhões de hectares de pastagens subutilizadas, são áreas que possuem menos de um animal por hectare, chegando na grande maioria dois hectares para um animal". Para Arantes, com a vinda dos chineses deve-se fechar um projeto piloto para adequar e produzir soja em 100 mil hectares. Passada essa experiência o estado deve partir para a duplicação de sua produção. "Então, em um primeiro momento faremos um teste em 100 mil hectares, para alinhar a modelagem, após isso aceleremos o projeto", disse. No início da década, a China foi responsável por 3% das aquisições de produtos do agronegócio brasileiro. Mas em 2010, o país asiático atingiu 14%, assumindo a liderança nas importações de produtos do Brasil. "Seremos a fazenda dos chineses", finalizou Pedro Arantes [6]. (grifos do autor)
Nesse modelo, o suposto desenvolvimento econômico não existe, pois os interesses locais são desprezados, a reorganização do espaço agrícola da região Norte de Goiás obedece aos interesses do capital financeiro, o discurso desenvolvimentista incorporado à lavoura de soja exerce grande influência sobre a população local, sendo esta atividade defendida e considerada pelas instituições governamentais locais e também pelos produtores, como a responsável pela geração de emprego e renda para os municípios abrangidos por ela. Conforme segue, podemos ver algumas das cidades onde estão sendo implantadas as lavouras de soja, e sua justificativa:
As regiões a serem exploradas serão Norte, Nordeste e Entorno do Distrito Federal. Trata-se de áreas com pastagens degradadas, propícias à produção de soja, com climas e solos precisos. As cidades não foram definidas — depende do interesse de cada produtor —, mas entre as que têm condição de produzir a soja que a China tanto almeja estão Porangatu, Uruaçu, Padre Bernardo, Jaraguá, Barro Alto, São Miguel do Araguaia, Mundo Novo, Bonópolis, Nova Crixás e Niquelândia [7].
Mendes e Mesquita (2009) destacam que a desterritorialização da estrutura territorial produtiva tradicional altera a base social local, com tendência forte à expropriação dos produtores que não se adaptam à nova atividade territorializada.
Os micros e os pequenos produtores encontram dificuldades para se integrar à nova forma de organização do setor agrícola. Isto porque a incorporação, orientada pela dinâmica dos capitais industriais, comerciais e financeiros, não criou uma demanda junto aos consumidores urbanos para os produtos básicos, como o feijão, o arroz e a mandioca. Esses produtores não cultivam outros produtos por não possuírem uma base técnica exigida e/ou por não terem condições de estabelecer uma concorrência. (p. 10)
No Norte de Goiás esta questão se acirra, pois a estratégia para o desenvolvimento do agronegócio na região se estrutura não apenas na no complexo agroexportador, mas na instalação de infraestrutura na própria região, como é o caso da cidade de Porangatu, com a instalação da usina de biodiesel BIONASA S/A. Segundo Rosa (2013)
Um dos questionamentos levantados é sobre os fatores locacionais responsáveis para uma usina de grande porte como a Bionasa instalar-se em Porangatu-Go. Logo, algumas das justificativas conferem-se ao plano estratégico de atendimento das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país, e a própria localização geográfica do município entre a malha rodoviária da BR-153 e da ferrovia Norte-Sul. (p. 103)
Assim, "o foco na soja irá dificultar a inclusão da agricultura familiar na cadeia de produção do biodiesel, devido à estrutura produtiva que essa atividade demanda" (ROSA, 2013, p. 106), portanto, o desenvolvimento do agronegócio voltado à exportação, ou ao beneficiamento dos grãos na região (local), não é voltado ao desenvolvimento "socioterritorial" da região.
A região Norte de Goiás produziu 390.114 toneladas de grãos, desse total, a produção de soja foi de 256.310, representado 65,7 deste total de grãos produzidos na região.
Neste fenômeno, "a tendência é de padronização do processo produtivo para atender as demandas impostas pelo mercado, no entanto, a apropriação das novas tecnologias no Brasil gera diferenciações espaciais que se reproduzem regionalmente" (CALAÇA, 2012, p. 9), diferenciações traduzidas como desigualdades regionais, como ocorre no estado de Goiás, entre as regiões Sudoeste e Norte Goiano.
As consequências da territorialização do agronegócio vão além das desigualdades socioterritoriais, pois, "até o presente, as novas tecnologias implicaram na inserção do Estado de Goiás no circuito da produção mundial e de commodities agrícolas, pelo agronegócio, e na desarticulação dos saberes de camponeses e agricultores tradicionais, pela simples introdução das sementes melhoradas" (CALAÇA, 2012, p. 10).
Portanto, a incipiente territorialização do agronegócio no Norte Goiano é reflexo da tendência de modernização da agricultura, chamada "modernização conservadora", assim
A agricultura brasileira contemporânea está inserida num modelo conhecido como "modernização conservadora", que resulta na modernização dos processos produtivos, mantendo a estrutura agrária vigente, isto é, os latifúndios e a produção patronal. A "modernizaçã1o conservadora" tem o intuito de atender as demandas de algumas commodities no mercado internacional, entre elas a soja, trazendo como consequência a desvalorização das agriculturas alimentares básicas e de tradição nacional – com a colaboração de crédito público, informação, propaganda e novos consumos -, expulsão de produtores familiares de suas terras, concentração fundiária e renda e, ampliação no tamanho das propriedades rurais por uma minoria. Beneficiada pelo valor relativamente baixo da terra, a modernização busca diminuir os custos de trabalho com altos graus de capitalização em fixos e fluxos (CASTILHO; CASTRO, 2014, p. 29).
Neste modelo de "modernização conservadora", a produção de seja na regia norte de Goiás aumentou gradualmente, chegando a quadruplicar em um intervalo de 4 anos e ultrapassando o índice de 109.039 toneladas a partir da segunda metade da década de 2000. Em 2012, último ano de registro da produção agrícola municipal disponibilizada pelo IBGE, a soja já apresenta uma quantidade de 256.310 toneladas, o que corresponde a 65,7 % de toda a produção de grãos realizada na região norte, que é de 390.114 toneladas no total.
Assim, o aumento da produção da oleaginosa a partir do ano 2000 foi expressivo, chegando ao aumento de dez vezes o número inicial. Em 2000 foi produzida 24.180 toneladas, já em 2012 esse número saltou para 256.310 toneladas.
Portanto, a territorialização do agronegócio já está em curso na região, sendo a soja o principal grão produzido na região e responsável pela nova dinâmica territorial produtiva, o que necessita de constante investigação, pois o projeto agrícola implantado na região, como foi exposto, visa basicamente desenvolver o setor industrial de transformação, através da produção do biodiesel e, principalmente, consolidar o setor comercial de exportação.
Relacionando os complexos regionais da agricultura goiana, optou-se neste artigo apresentar uma análise entre duas regiões goianas: o Sudoeste Goiano e o Norte para a compreensão da complexa configuração regional do espaço agrícola de Goiás, que tende à reprodução, pois o processo de "modernização conservadora" que está em curso desde a década de 70 nos cerrados goianos não altera estrutura social, mas amplia ainda mais as diferenças socioterritoriais.
A dicotomia/desigualdade regional no espaço agrário de Goiás é produto histórico, reproduzido e acentuado nas ultimas décadas, como exposto neste artigo. De um lado, o complexo agroindustrial da Região Sudoeste de Goiás, que presenciou a partir da década de 1970 toda uma reorganização produtiva do seu espaço no que se refere às novas vocações agrícolas, que agora não mais era baseada na simples produção voltada para a agricultura tradicional, mas uma estrutura macro econômica, apoiada principalmente no agronegócio sojicultor e que a partir de sua implantação fez surgir uma nova estrutura socioterritorial, e de outro, a estrutura territorial produtiva tradicional da Região Norte de Goiás, alicerçada na, sobretudo na pecuária extensiva que está sendo territorializada gradativamente pelas novas relações de produção e organização socioespacial.
O agronegócio, baseado na produção de soja, alicerça-se na transformação socioespacial onde esta estrutura se territorializa, como ocorreu no Sudoeste Goiano a partir da década de 1970 e intensifica no Norte Goiano a partir de 2000, conforme destacado no artigo. Os dados demonstraram que Sudoeste Goiano é a principal região de produção de grãos e este processo intensifica a implantação de agroindústrias neste espaço e a Região Norte Goiano tem uma redução na participação do milho com o crescimento da cultura da soja que é uma cultura mais integrada ao capital industrial do agronegócio. Entende-se que o avanço da sojicultura no Norte de Goiás transformará o espaço produtivo e incorporando áreas e transformando a região, como um novo movimento de ocupação do solo em Goiás.
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1. Graduado em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). E-mail: fcarlosas@hotmail.com
2. Graduado em Geografia – UEG - Mestrando no Programa de Pós-Graduação Territórios e Expressões Culturais do Cerrado – TECCER – UEG. Email: geografia.gustavo@yahoo.com.br
3. Doutora em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp – Professora do Mestrado Interdisciplinar Territórios e Expressões Culturais no Cerrado – Unidade Universitária de Ciências Sóico-Econômicas e Humanas - Universidade Estadual de Goiás – Bolsista do PROPIB (Programa de Incentivo à Pesquisa e Produção Científica) E-mail: divalunas@gmail.com
4. O banco de dados online http://www.seplan.go.gov.br/sepin/perfilweb/Estatistica_bde.asp, do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), organiza os dados de órgãos como o IBGE, Ministérios, Agências, Associações e Secretarias de Estado, portanto, não foi feita consulta direta em todos os órgãos, mas através do banco de dados online do IMB.
5. A COMIGO é uma cooperativa agroindustrial de Rio Verde, fundada em 1975, destinada a atuar no ramo das atividades ligadas ao agronegócio. Conta com cerca de 4.000 cooperados e 1.600 funcionários. Possui dez unidades de armazenamento, com capacidade estática total de 855.400 toneladas.
6. Reportagem "China investirá R$ 7 bilhões na produção de soja em Goiás" do Portal Agro Link, disponível em http://www.agrolink.com.br/noticias/china-investira-r--7-bilhoes-na-producao-de-soja-em-goias_127506.html Acesso em 19 de março de 2014.
7. Reportagem "Negócio com China é bom para Goiás" do Jornal Opção, disponível em http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/negocio-com-china-e-bom-para-goias Acesso em 19 de março de 2014.