5. Considerações Finais

 O objetivo deste artigo foi verificar quais indicadores de sustentabilidade são priorizados pelas indústrias químicas do segmento de resinas termoplásticas, associadas a ABIQUIM (Associação das Industrias Químicas do Brasil), visando avaliar as dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade  e sua interação com o mercado internacional, já que o cenário internacional tem um crescente nível de exigência no que se refere aos produtos e práticas de gestão sustentável, portanto, vale a pena verificar se a internacionalização pode estar relacionada, de alguma forma ao uso de mais ou menos indicadores.

Analisando-se os indicadores utilizados por essas empresas, observa-se que o modelo GRI é o mais freqüente entre os indicadores amplamente reconhecidos, possivelmente em razão de possuir maior abrangência de informações em relação aos demais, o que permite maior segurança aos gestores no momento de tomada de decisão. Nota-se também que várias dessas empresas utilizam como referência para seus projetos, programas e forma de atuação, alguns programas como: Atuação Responsável da ABIQUIM (que utiliza GRI, IBASE, ETHOS como referência), Plastivida e a lei REACH norteador de regularização de produtos da ABIQUIM  para exportação.

Faz-se importante ressaltar que todas as empresas possuem menção de preocupação sustentável, algumas mais e algumas menos e todas possuem alguma certificação de qualidade, segurança, social e/ou ambiental.

Constatou-se pela pesquisa realizada nos relatórios das empresas estudadas que, mesmo as organizações que utilizam uma metodologia padronizada, como o GRI, nota-se que as informações econômicas, sociais e ambientais são apresentadas de forma diferenciada em cada empresa, o que dificulta as comparações, inclusive entre empresas do mesmo setor. Nem todas as empresas possuem relatórios para a apresentação de resultados sustentáveis apesar de manifestarem claramente em seus websites e pela participação em programas e certificações específicas a preocupações com essas questões.

Foi possível constatar também que o tripé da sustentabilidade foi utilizado invariavelmente por todas as empresas, mesmo que esse uso não seja declarado através da menção ao mesmo, o que converge para as proposições do referencial teórico. Vale ressaltar mais uma vez que mesmo constatando a presença de elementos sustentáveis em todos os websites, nem todas possuem relatórios e aquelas que possuem apresentam as informações sem seguir um padrão. Algumas empresas não possuem relatórios a disposição ou de fácil compreensão, mesmo senso um tipo de documento se que se configura numa importante ferramenta, não só para evidenciar as informações socioambientais aos stakeholders, mas, sobretudo, para uma eficiente e eficaz gestão estratégica da sustentabilidade empresarial.

Nota-se também que todas as empresas apresentam algum grau de internacionalização das suas operações e que as empresas que possuem maior envolvimento e investimento nas ações internacionais, como subsidiárias no exterior, possuem também uma preocupação maior em divulgar suas práticas de sustentabilidade por meio de relatórios sustentáveis e o uso de indicadores reconhecidos e validados internacionalmente como GRI. As demais empresas, que apresentam níveis iniciais de internacionalização ou alguma experiência com exportações parcerias buscam a consolidação das práticas através de certificação ISO 9001 ou ISO14.000, além da participação em programas específicos do setor como Atuação Responsável.

Os elementos resultantes deste trabalho poderão ser utilizados como norteadores para o desenvolvimento de novos estudos sobre indicadores de sustentabilidade e internacionalização em outros setores.

6. Referencias

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