ISSN-L: 0798-1015 • eISSN: 2739-0071 (En línea)
https://www.revistaespacios.com Pag. 11
Vol. 43 (01) 2022 • Art. 2
Recevido/Received: 15/11/2021 • Aprovado/Approved: 10/01/2022 Publicado/Published: 16/01/2022
DOI: 10.48082/espacios-a22v43n01p02
Avaliação do ambiente de trabalho de uma oficina auto
elétrica: identificação de riscos ocupacionais
Assessment of the working environment of an automotive repair shop: identification of
occupational hazards
VIEIRA, Isabele Leite Monti
1
SILVA, Silvia Sidnéia da
2
ROSSETE, Celso Augusto
3
CARITÁ, Edilson Carlos
4
Resumo
Trata-se de estudo exploratório-descritivo com abordagem qualiquantitativa. O objetivo foi avaliar o
ambiente de trabalho de oficina auto elétrica, com vistas a identificar os riscos à segurança e saúde dos
profissionais na realização de suas atividades laborais. Os resultados mostraram que as medidas de
controle de riscos na oficina são escassas. Portanto, sugestões e recomendações foram apresentadas
para o proprietário da oficina, visando a melhoria no processo em relação à saúde e segurança dos
empregados.
Palavras chave: agentes ambientais, riscos, segurança, medidas de controle
Abstract
This is an exploratory-described study with a qualiquantitative approach. The objective of this
study was to evaluate the working environment of an auto electrical shop, in order to identify the
risks to the health and safety of professionals in carrying out their work activities. The results
obtained show that the risk control measures in the workshop are scarce. Therefore, suggestions
and recommendations were presented to the owner of the auto electrical, seeking an
improvement in the process regarding employee health and safety.
Keywords: environmental agents, risk, safety, auto electrical, control measures
1
Alumni do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho. Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnologia.
Universidade de Ribeirão Preto. isabele.vieira@outlook.com
2
Professora Titular da Universidade de Ribeirão Preto. Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho e Mestrado Profissional em
Saúde e Educação. Universidade de Ribeirão Preto. sssilva@unaerp.br
3
Professor da Universidade de Ribeirão Preto. Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade de Ribeirão Preto.
crossete@unaerp.br
4
Professor Titular da Universidade de Ribeirão Preto. Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho e Mestrado Profissional em
Saúde e Educação. Universidade de Ribeirão Preto. ecarita@unaerp.br
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1. Introdução
A preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores é algo muito remoto. Ao longo dos anos,
pesquisadores, médicos e higienistas desenvolveram estudos e iniciativas de prevenção das doenças
relacionadas ao trabalho, como o alemão Georg Bauer, que em 1556, divulgou sua obra a respeito dos
trabalhadores em minas subterrâneas e descreveu métodos de prevenção de doenças (BREVIGLIERO et al.,
2015).
Brevigliero et al. (2015) citam também Bernardino Ramazzini, que publicou um livro sobre as doenças dos
trabalhadores originadas dos ambientes de trabalho, e a doutora Alice Hamilton que demonstrou preocupação
com as doenças ocupacionais. Além disso, foram sendo criadas várias entidades e associações ligadas à
segurança e à saúde do trabalho, como a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH),
que é uma associação criada em 1938 e que estabelece os limites de exposição ocupacional para os riscos
ambientais e os valores de referência dos índices biológicos de exposição, o National Institute of Occupational
Safety and Health (NIOSH), um órgão instituído em 1914 que desenvolveu a metodologia de avaliação da
exposição ocupacional, atualmente utilizada no mundo todo, além da Associação Brasileira de Higienistas
Ocupacionais (ABHO), uma associação brasileira formada por higienistas ocupacionais, que modificaram a Norma
Regulamentadora (NR) 9, transformando-a em um programa de prevenção de riscos ambientais e inseriram o
conceito de nível de ação.
No Brasil, um dos principais impulsos dados à segurança e à saúde no trabalho se deu com a Portaria 3214,
de 8 de junho de 1978, que aprovou as NR relacionadas à segurança e medicina do trabalho, de caráter
obrigatório nas empresas, sejam elas públicas ou privadas, que possuem empregados regidos pela Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT). O empregador tem a responsabilidade de cumprir as normas relacionadas à segurança
e medicina do trabalho, adotando todas as medidas necessárias para que o ambiente de trabalho seja seguro,
cientizando os trabalhadores dos riscos que podem surgir no ambiente de trabalho, assim como preveni-los e
também as medidas de proteção adotadas pela empresa. ao trabalhador cabe seguir as orientações,
submeter-se aos exames médicos previstos nas normas, colaborar com o empregador na em sua aplicação e
utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) (BRASIL, 2016).
As oficinas de reparação de veículos automotores normalmente são micros ou pequenas empresas. Desta forma,
o proprietário torna-se a peça fundamental para assumir as responsabilidades pela saúde e segurança dos seus
empregados. São muitos os riscos de acidentes nesse segmento, compreendendo desde cortes com ferramentas,
queimaduras por contato com superfícies aquecidas ou por incêndios/explosões relacionados ao manuseio de
combustíveis e inflamáveis, até acidentes de trânsito durante testes com os automóveis, tornando-se necessário
o conhecimento destes riscos por parte do proprietário para poder adotar as medidas preventivas adequadas e
necessárias. Apesar das oficinas automotivas exporem os trabalhadores a atividades com diversos agentes
agressores à saúde, este ramo ainda foi pouco estudado e quase não se encontra referências bibliográficas a
respeito (BINDER et al., 2001; PEREZ, 2017).
Os serviços de reparação automotiva podem apresentar riscos à saúde dos trabalhadores deste setor, como
citado anteriormente, por isso, são necessárias medidas de segurança do trabalho, que segundo Tavares (2009),
Carvalho et al. (2017) e Melo et al. (2018), podem ser entendidas como o conjunto de medidas que a empresa
deve adotar visando minimizar os acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho, protegendo a
integridade física e a capacidade do trabalho do empregado.
Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar o ambiente de trabalho de uma oficina auto elétrica com vistas a
identificar os riscos à segurança e saúde dos profissionais na realização de suas atividades laborais.
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2. Revisão de Literatura
2.1. Riscos Ambientais e Higiene Ocupacional
Entende-se por risco a combinação da consequência de um evento que interfere nos objetivos e a probabilidade
de algo acontecer (CAMPOS, 2014). Os riscos ambientais ou ocupacionais são definidos de acordo com a Norma
Regulamentadora 9 (NR 9) (BRASIL, 2017a), como os riscos presentes nos ambientes de trabalho que, em
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem ocasionar danos à saúde do
trabalhador.
A NR 9 classifica os agentes ambientais como riscos físicos, químicos e biológicos. Os riscos físicos são as diversas
formas de energia que o trabalhador possa se expor, os riscos químicos às substâncias, compostos ou produtos
que possam penetrar no organismo pela via respiratória; já os riscos biológicos são as bactérias, fungos, bacilos,
parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 2017a).
Além desses riscos também são contemplados os ergonômicos e de acidentes que são tratados em outras
normas regulamentadoras. Os riscos ergonômicos são definidos pela ausência de adequação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador; enquanto os riscos de acidentes são os elementos
deficientes, insuficientes e inadequados nas instalações, em máquinas ou equipamentos. Um ambiente de
trabalho pode conter um ou mais elementos (CAMPOS, 2014).
Os cinco grupos de riscos ocupacionais, com os exemplos de cada tipo de risco, podem ser observados no
Quadro 1.
O trabalhador quando está exposto em um ambiente com estes riscos pode vir a apresentar alguma doença,
prejuízo à saúde ou ao bem-estar e poderá ficar afastado do trabalho, pois ficará impossibilitado de realizar suas
atividades. Para que isso não aconteça é importante reconhecer os riscos presentes no ambiente de trabalho,
para fazer a avaliação destes riscos e saber se existe ameaças à saúde para, então, adotar medidas de controle
(BREVIGLIERO et al., 2015).
De acordo com Saliba (2015) e a NR 9 (BRASIL, 2017a), a Higiene Ocupacional tem o objetivo antecipar,
reconhecer, avaliar e controlar esses fatores de riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho.
Considerando a antecipação, o objetivo é detectar os riscos para preveni-los por meio dos estudos de projetos
de novas instalações, métodos e processos de trabalho. O próximo passo é o reconhecimento, momento em que
os agentes ambientais a que os trabalhadores estão expostos devem ser identificados.
Ainda segundo Saliba (2015) e a NR 9 (BRASIL, 2017a), na avaliação dos agentes ambientais, que pode ser
quantitativa e/ou qualitativa, objetiva-se averiguar se os riscos identificados na etapa de reconhecimento
existem de fato ou não, e para isso é preciso ter um conhecimento para selecionar o melhor método, tempo de
coleta, tipo de análise, entre outros fatores. E, por fim o controle, que de acordo com os resultados obtidos nas
etapas anteriores e quando as avaliações quantitativas ultrapassarem os valores previstos nas normas efetiva-se
ao propor e adotar medidas de controle necessárias para eliminar ou minimizar a exposição aos riscos, de modo
que primeiro tente controlar a fonte ou a trajetória, depois as medidas administrativas, seguidas dos
equipamentos de proteção coletiva e no caso de não serem suficientes ou possíveis, devem-se adotar as medidas
de proteção relativas ao trabalhador, o EPI adequado aos riscos. Por fim, para avaliar se as medidas tomadas são
eficazes, os trabalhadores devem ser submetidos aos exames médicos.
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As empresas devem adotar todas as medidas que garantam a manutenção da saúde e segurança do trabalhador,
buscando sempre antecipar, reconhecer, avaliar e controlar todos os riscos no ambiente de trabalho. Além disso,
o empregador deve assegurar um ambiente salubre e, caso necessário, fornecer, treinar e exigir de seus
trabalhadores o uso de EPI.
Quadro 1
Grupos de riscos ocupacionais
Grupo 1
Verde
Grupo 2
Vermelho
Grupo 3
Marrom
Grupo 4
Amarelo
Riscos físicos
Riscos químicos
Riscos biológicos
Riscos
ergonômicos e
psicossociais
F1. Temperaturas anormais
F1.1. Frio
F1.2. Calor
F2. Umidade
F3. Pressão
atmosférica anormal
F3.1. Hipobarismo
F3.2. Hiperbarismo
F3.2.1. Hiperbarismo em
trabalho sob ar comprimido
F3.2.2. Hiperbarismo em
trabalho submerso
F4. Ruído
F4.1. Contínuo ou
intermitente
F4.2. Impacto
F5. Vibração
F5.1. Corpo inteiro
F5.2. Localizada
F6. Radiação ionizante
F6.1. Radiação ionizante
eletromagnética
F6.1.1. Raios X
F6.1.2. Gama
F6.2. Radiação ionizante
corpuscular
F6.2.1. Alfa
F6.2.2. Beta
F6.2.3. Nêutrons
F7. Radiação não ionizante
F7.1. Laser
F7.2. Ultravioleta
F7.3. Radiofrequência e
micro-ondas
F7.4. Radiação visível e
infravermelho
F7.5. Outros
Q1. Gás
Q2. Vapor
Q3. Óleo
Q4. Graxas
Q5. Solventes
Q6. Aerodis-
persóides
Q6.1. Poeiras
Q6.2. Fumos
Q6.3. Fumaça
Q6.4. Névoa
Q6.5. Neblina
Q7. Outros
B1. Bactéria
B2. Fungo
B3. Protozoário
B4. Parasitas
B5. Vírus
B6. Culturas de
células
B7. Toxinas
B8. Príons
B9. Outros
E1. Biomecânicos
E1.1. Imposição de
ritmos excessivos
E1.2. Esforço físico
intenso
E1.3. Levanta-mento e
transporte manual de
peso
E1.4. Exigência de
postura inadequada
E1.5. Outros
E2. Organiza-cionais,
inclusive psicossociais
E2.1. Trabalho em
turno e período
noturno
E2.2. Monotonia e
repetitividade
E2.3. Situações
de estresse
E2.4. Controle rígido
de produtividade
E2.5. Outros
Fonte: Manual de Orientação do eSocial (2013) apud Campos (2014)
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2.2. Equipamento de Proteção Individual (EPI)
O EPI, de acordo com a NR 6 (2017b), é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O EPI deverá ser
comercializado caso possua Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão competente para garantir que
está em conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho e Previdência.
Na NR 6 há as obrigações por parte do empregador e do empregado. Quanto às obrigações do empregador, ele
é responsável por fornecer o EPI, que deve possuir CA adequado ao risco, dar orientações e treinamentos sobre
o uso, assim como higienizar e dar manutenção ou, caso necessário, realizar a troca dele. em relação ao
empregado, cabe utilizar o EPI da forma correta, guardá-lo em local adequado e ser responsável pela sua
conservação (BRASIL, 2017b).
Existem diversos tipos de EPI e sua utilização dependerá da atividade a ser executada ou dos riscos que ela pode
trazer à segurança e saúde do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger (Quadro 2).
Quadro 2
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
EPI
Tipos
Finalidade
Proteção
da cabeça
Capacete
Utilizado para proteção contra impactos de objetos sobre
o crânio, contra choques elétricos e face contra agentes
térmicos.
Capuz ou balaclava
Utilizado para proteção do crânio, face e pescoço contra
os riscos de origem térmica, contra respingos de produtos
químicos e contra agentes abrasivos e escoriantes.
Proteção
dos olhos e
face
Óculos
Utilizado para proteção dos olhos contra impactos de
partículas volantes, contra luminosidade intensa, radiação
ultravioleta e radiação infravermelha.
Protetor facial
Utilizado para proteção dos olhos e face contra impactos
de partículas volantes, contra luminosidade intensa,
radiação ultravioleta, radiação infravermelha e contra
riscos de origem térmica
Máscara de solda
Utilizado para proteção dos olhos e face contra impactos
de partículas volantes, contra luminosidade intensa,
radiação ultravioleta e radiação infravermelha.
Proteção
auditiva
Protetor auditivo
Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos
locais que apresentem ruídos excessivos.
Proteção
respiratória
Respirador purificador de ar não
motorizado, respirador purificador de
ar motorizado, respirador de adução de
ar tipo linha de ar comprimido,
respirador de adução de ar tipo
máscara autônoma e respirador de
fuga
Utilizado para proteção respiratória em atividades e locais
que apresentem tal necessidade, em atendimento a
Instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994 (Programa de
Proteção Respiratória - Recomendações/Seleção e Uso de
Respiradores).
Proteção
de tronco
Vestimentas
Utilizado para proteção do tronco contra riscos de origem
térmica, mecânica, química, radioativa, meteorológica e
umidade proveniente de operações com uso de água.
Colete à prova de balas de uso
permitido para vigilantes que
trabalhem portando arma de fogo
Utilizado para proteção do tronco contra riscos de origem
mecânica.
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EPI
Tipos
Finalidade
Proteção
dos
membros
superiores
Luvas
Utilizada para proteção das mãos contra agentes
abrasivos, escoriantes, cortantes, perfurantes, térmicos,
biológicos e químicos, choques elétricos, vibrações,
radiações ionizantes e contra umidade proveniente de
operações com uso de água.
Creme protetor
Utilizado para proteção dos membros superiores contra
agentes químicos.
Manga
Utilizado para proteção do braço e antebraço contra
choques elétricos, agentes abrasivos, escoriantes,
cortantes e perfurantes e contra umidade proveniente de
operações com uso de água.
Braçadeira
Utilizado para proteção do antebraço contra agentes
cortantes e escoriantes.
Dedeira
Utilizado para proteção dos dedos contra agentes
abrasivos e escoriantes.
Proteção
dos
membros
inferiores
Calçado
Utilizado para proteção dos pés e pernas contra impactos
de quedas de objetos sobre os artelhos, contra agentes
provenientes de energia elétrica, contra agentes térmicos,
abrasivos, escoriantes, agentes cortantes e perfurantes,
contra umidade proveniente de operações com uso de
água e contra respingos de produtos químicos.
Meia
Utilizado para proteção dos pés contra baixas
temperaturas.
Perneira e Calça
Utilizado para proteção das pernas contra agentes
térmicos, abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes,
contra umidade proveniente de operações com uso de
água e contra respingos de produtos químicos.
Proteção
de corpo
inteiro
Macacão
Utilizado para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra agentes térmicos, respingos de produtos
químicos e umidade proveniente de operações com uso
de água.
Vestimenta de corpo inteiro
Utilizado para proteção de todo o corpo contra respingos
de produtos químicos, umidade proveniente de operações
com água e contra choques elétricos.
Proteção
contra
quedas
com
diferença
de nível
Cinturão de segurança com dispositivo
trava-queda
Utilizado para proteção do usuário contra quedas em
serviços onde exista diferença de nível ou em conjunto
com cinturão de segurança tipo paraquedista e
mosquetão tripla trava.
Cinturão de segurança com talabarte
Utilizado para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura e contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.
Fonte: Adaptado de NR 6 (2017b)
A adoção do EPI deverá ser feita quando não é possível tomar as outras medidas de controle que foram citadas
anteriormente, ou quando estas medidas não forem suficientes para a atenuação dos riscos envolvidos na
atividade. De acordo com Vendrame (2012), o EPI tem o propósito de uso apenas em situações específicas e
legalmente previstas e deve ser utilizado apenas em último caso, ou seja, quando as medidas de proteção
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coletiva são inviáveis ou enquanto elas estiverem sendo implementadas. Entretanto, ressalta que a realidade
mostra o contrário do que está previsto na lei, pois fazem o uso do EPI como primeira opção.
2.3. Riscos em oficinas de reparação
Na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), disponível na página eletrônica do Ministério do Trabalho e
Previdência, existe a descrição referente aos serviços do eletricista de instalações de veículos automotores:
realizam manutenções preventiva, preditiva e corretiva, inspecionando visualmente máquinas e equipamentos,
diagnosticando defeitos eletroeletrônicos, desmontando, reparando, lubrificando, substituindo e montando
componentes, ajustando componentes e peças e simulando o funcionamento de componentes e equipamentos
(BRASIL, 2017c).
Segundo Novais (2015), este profissional está continuamente exposto a diversos tipos de riscos: como os de
acidente, na realização de uma manutenção do veículo e no manuseio de máquinas e equipamentos; riscos
físicos, como o ruído e a umidade e riscos químicos, por conta da utilização de produtos químicos.
3. Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo realizado por meio de um estudo de caso e abordagem
metodológica qualiquantitativa.
O método de estudo de caso é uma forma de pesquisa empírica para investigar um fenômeno contemporâneo
em seu contexto real, podendo estudar mais profundamente o assunto, o que permite conhecimento detalhado
do problema, conforme esperada em uma pesquisa exploratória. Pode ser aplicado a um ambiente, sujeito ou
uma situação em particular (GIL, 2019; YIN, 2015).
É uma pesquisa qualiquantitativa que foi realizada por meio da coleta de dados na própria oficina, utilizando a
entrevista com o proprietário e observação das atividades executadas pelos empregados, seguida de consultas
a documentos técnicos das máquinas e dos equipamentos, normas técnicas e Ficha de Informação de Segurança
de Produto Químico (FISPQ).
A oficina, objeto de estudo de caso, está localizada em uma cidade do interior paulista, Brasil, sendo uma
empresa familiar que mantém três empregados, que atendem clientes da própria cidade e duas cidades vizinhas
menores. Foram realizadas duas visitas na oficina, durante 15 dias, para conhecer o ambiente e as condições de
trabalho, a estrutura da oficina, as atividades desenvolvidas pelos empregados e realização das medições.
Foram realizadas medições de ruído e iluminância nos ambientes de trabalho, utilizando o dosímetro DOS-600
INSTHUTERM e o luxímetro ITLD260 INSTRUTEMP para avaliação quantitativa. O luxímetro digital foi posicionado
no ponto mais próximo dos equipamentos utilizados no posto de trabalho e pautamos na norma NBR ISO 8995-
1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT, 2013) que trata da iluminação de ambientes de
trabalho para a comparação com os dados obtidos. O dosímetro foi colocado na altura do ouvido do funcionário
e os dados obtidos foram comparados com os valores do Anexo I da NR 15 (BRASIL, 2014), que trata das
atividades insalubres.
Devido ao valor das avaliações quantitativas dos agentes ambientais como os fumos metálicos da solda, vibração
do esmeril e os hidrocarbonetos, foi realizado apenas o estudo qualitativo, pois seria economicamente inviável
para esta pesquisa.
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Para a compilação dos dados foram utilizados um notebook e a planilha eletrônica elaborado com o software
Microsoft Excel versão 2016. Após análise dos dados, sugestões e recomendações foram apresentadas para o
proprietário da oficina, visando melhorias no processo em relação à saúde e segurança dos colaboradores.
4. Resultados
A oficina estudada, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), se enquadra na
seção G, divisão 45 e grupo 452, na seguinte classe: 4520-0 - Manutenção e reparação de veículos automotores
e grau de risco 3.
A equipe de trabalho constitui-se de quatro pessoas, o proprietário e três empregados. Todos desempenham a
mesma função de eletricista e o proprietário também cuida da parte administrativa da oficina. A função dos
empregados na oficina consiste em executar serviços de instalação e reparos em equipamentos elétricos de
veículos. Desmontar, ajustar, limpar e montar, motores elétricos. Reparar, revisar e fazer teste em motores de
partida, buzinas, interruptores, relés, reguladores de tensão, instrumentos de painel e acumuladores. Fazer e
reparar instalações elétricas em veículos automotores. Providenciar o suprimento de peças e materiais para a
execução de seus serviços. Avaliar as necessidades de manutenção. Substituir ou ajustar componentes,
dispositivos elétricos ou lanternas. Testar o funcionamento dos componentes ou equipamentos. Executar outras
tarefas de acordo com a necessidade da área.
A oficina é constituída de três ambientes principais, conforme detalhado no Quadro 3, e ainda possui uma copa
e um banheiro. Conta com um elevador automotivo, bancada para realizar determinadas tarefas, quadro com
todas as ferramentas fixadas, esmeril para limpeza e polimento de peças, motor elétrico de bancada para teste
de alternadores, compressor de ar, esmeril, pistola e catraca pneumática, ar comprimido, furadeira de coluna,
solda elétrica e pia para lavagem de peças.
Quadro 3
Descrição dos ambientes da empresa
Ambiente
Escritório
Estoque peças
Oficina e bancada
Piso
Cimentado
Cimentado
Cimentado
Iluminação
Artificial com lâmpadas
fluorescentes
Artificial com lâmpadas
fluorescentes
Natural e artificial
Ventilação
Natural
Natural
Natural
Paredes
Alvenaria pintada na cor
Alvenaria pintada na
cor
Alvenaria pintada na cor
Altura
3,5 metros
3,5 metros
6 metros
Cobertura
Laje
Laje
Cobertura de madeira com
telha de cerâmica
Fonte: Autoria Própria
Após visita à oficina e o acompanhamento das atividades realizadas pelos empregados foi possível realizar o
levantamento dos riscos existentes no ambiente de trabalho e, posteriormente, a quantificação de ruído e
iluminância.
De acordo com as análises realizadas, segundo as atividades executadas como apresentado anteriormente,
foram identificados no ambiente de trabalho riscos ambientais classificados como físicos, químicos, ergonômicos
e de acidentes.
Conforme Quadro 4, verificou-se exposição a ruídos do compressor de ar, esmeril, pistola e catraca pneumática,
ar comprimido, motor elétrico de bancada e furadeira de coluna. O valor obtido de dose de exposição diária foi
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de 107%, superando o limite permitido que é de 100%; o Nível de Exposição Normalizada (NEN) foi de 85,49
dB(A), que está acima do limite de tolerância da norma. Foi verificada a ausência de protetores auditivos para os
empregados. De acordo com Brevigliero et al. (2015), o excesso de exposição ao ruído pode causar perda
auditiva, zumbidos, irritação, insônia, inapetência, dores de cabeça, estresse e doenças cardiovasculares
(FERNANDES; MORATA, 2002; DIAS et al., 2006; COSTA, 2009).
Quadro 4
Riscos físicos identificados
RISCOS FÍSICOS
Agente
Fonte
Geradora
Trajetória/
Meio de
propagação
Tempo de
exposição
min/dia
Tipo de
exposição
Dose/Valor
para 8 horas
Limite
Tolerância
Embasamento
legal
Procedimento
de avaliação
Ruído
Compressor
de ar
Ondas
sonoras
480 min
Intermitente
85,49 dB (A)
85 dB (A)
L.T. - NR 15 -
Anexo I
Dosimetria
Esmeril
Eventual
Pistola
pneumática
Eventual
Catraca
pneumática
Permanente
Ar
comprimido
Eventual
Motor
elétrico de
bancada
Eventual
Furadeira
de coluna
Eventual
Umidade
Lavagem de
peças
Contato
30
Eventual
-
-
NR 15 - Anexo
10
Qualitativa
Radiação
não
ionizante
Solda
Ar/Meio
ambiente
30
Eventual
-
Varia com
densidade
de energia
e
frequência
NR 15 - Anexo
7
Qualitativa,
porém a
norma pede
uma avaliação
quantitativa
Vibração
de mãos
e braços
Esmeril
Contato
9
Eventual
-
5m/s²
NR 15 - Anexo
8
Qualitativa,
porém a
norma pede
uma avaliação
quantitativa
Fonte: Autoria Própria
Na oficina também é usada a solda elétrica e não é utilizado EPI para realização de atividades em que está sendo
manejada. A radiação não ionizante, segundo Brevigliero et al. (2015), pode provocar dores de cabeça, sensação
auditiva, aquecimento, queimaduras, câncer de pele, danos na retina ou conjuntivite. Os fumos metálicos
gerados pela solda podem causar doenças pulmonares crônicas, febre de fumos metálicos e intoxicação
específica.
Observou-se também exposição a querosene e umidade durante a lavagem de peças, sem a utilização de EPI.
Ocorre o contato com óleo para motor e graxa. O efeito da exposição a hidrocarbonetos pode causar efeitos
agudos como euforia, tontura, alucinações visuais, sonolência ataxia, efeitos crônicos, sinérgicos e outros efeitos
(JURAS, 2005; GRENDELE; TEIXEIRA, 2009; BREVIGLIERO et al., 2015).
Em relação aos riscos ergonômicos, foi averiguado o transporte manual de carga, porém verificou-se a utilização
de um carrinho manual. No processo de trabalho observou-se que pode levar os empregados a ficarem em
posturas inadequadas, pode causar cansaço, dores musculares e fraqueza. Segundo Rodrigues e Santana (2015),
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estes riscos podem levar a cansaço, dores musculares, franquezas, hipertensão arterial, acidentes e problemas
da coluna vertebral, dentre outros.
Foram realizadas as medições de iluminância nos ambientes de trabalho da oficina e os resultados obtidos
(Quadro 5), mostram que as áreas de bancada e escritório não atendem a norma NBR ISO 8995-1 (ABNT, 2013),
que define a iluminação adequada como aquela que apresenta níveis iguais ou superiores ao recomendado pela
norma. Assim, observa-se que em alguns locais os níveis de iluminamento não estão adequados ao
desenvolvimento das atividades. A iluminação inadequada pode causar fadiga, problemas visuais e acidentes de
trabalho.
No que se refere aos riscos de acidentes foram identificados queda de mesmo nível, que pode ser causada por
ferramentas espalhadas, queimadura por contato com motor ou peça aquecida, projeção de partículas e quedas
de materiais durante o processo de trabalho, máquinas sem proteção, como o esmeril e o compressor, que
podem causar acidentes graves, ligações elétricas irregulares levando a curto-circuito, choque elétrico,
queimaduras, incêndio ou explosão, e o elevador automotivo que pode levar a queda do veículo suspenso,
causando ferimentos, esmagamento ou quebra de membros ou objetos.
Quadro 5
Medições do nível de iluminância nos ambientes de trabalho da oficina
Ambiente
Medições
Padrão
Iluminância escala
2000 (LUX)
Iluminância NBR ISO
8995-1 (LUX)
Bancada
137
500 - 1000
Oficina
250
500 - 750
Estoque peças
185
150
Escritório
162
500
Fonte: Autoria Própria
Para os riscos químicos identificados nos processos, conforme Quadro 6, foi feito o levantamento dos riscos,
análise da FISPQ e normas relacionadas. O Anexo 13 da NR 15 (BRASIL, 2014) trata das atividades e operações
que envolvem agentes químicos, consideradas insalubres, como por exemplo, atividades com manipulação de
hidrocarbonetos e outros compostos de carbono e neste anexo não indicação a respeito de limite de
tolerância.
Em relação aos fumos metálicos da solda, para melhor entendimento de suas características e limite de
tolerância, recomenda-se uma avaliação utilizando bomba com amostrador, assim como também para gases e
vapores provenientes da utilização de hidrocarbonetos.
Sobre à segurança do trabalho na empresa constatou-se que ela não fornece treinamentos sobre segurança no
trabalho, não possui Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico
Ocupacional (PCMSO). Oferecem aos empregados apenas exames admissional e demissional por uma empresa
terceirizada. Sendo assim, seria ideal que uma empresa ou profissional especializado fosse contratado para
elaboração do PPRA e PCMSO para que sejam indicados todos os exames necessários para efetivo
monitoramento da saúde dos empregados, tendo em vista que estão expostos a ruídos, radiação não ionizante,
fumos metálicos e hidrocarbonetos, que requerem exames complementares.
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Quadro 6
Riscos químicos identificados
RISCOS QUÍMICOS
Agente
Fonte
Geradora
Vias de
penetração
no organismo
Tempo de
exposição
min/dia
Tipo de
exposição
Embasamento
legal
Procedimento
de avaliação
Hidrocarbonetos
aromáticos (óleo,
graxa e
querosene)
Manuseio de
peças
mecânicas,
limpeza de
peças e
processo de
trabalho
Via cutânea e
respiratória
480
Permanente
NR 15 - Anexo 13
Qualitativa
Fumos metálicos
Solda elétrica
Via
respiratória
30
Eventual
L.T. - NR 15 -
Anexo 11
Qualitativa,
porém a
norma pede
uma avaliação
quantitativa
Efeitos à saúde
Hidrocarbonetos aromáticos: efeitos agudos como euforia, tontura, alucinações visuais,
sonolência ataxia, efeitos crônicos, sinérgicos e outros efeitos (BREVIGLIERO et al., 2015).
Fumos metálicos: doenças pulmonares crônicas, febre de fumos metálicos e intoxicação
específica (BREVIGLIERO et al., 2015).
Fonte: Autoria Própria
Como sugestão, no Quadro 7, estão os EPI recomendados segundo os agentes ambientais identificados, visto
que na oficina não é disponibilizado nenhum EPI.
Quadro 7
EPI recomendados para os agentes ambientais identificados
Risco identificado
EPI recomendado
Físico
Ruído
Protetor auditivo com nível de redução de ruído entre 7 e 10 dB
Umidade
Calçado de segurança, luvas e avental impermeáveis
Radiação não ionizante
Calçado de segurança, luva de raspa de couro, avental de raspa de couro, perneira e
mangote, protetor facial com filtro tonalidade 9-13
Químico
Hidrocarbonetos
Luvas de borracha nitrílica, Avental impermeável e creme de proteção
Fumos metálicos
Respirador semifacial PFF2
Acidente
Bota de segurança, óculos de proteção e luva de segurança contra agentes mecânicos
Fonte: Autoria Própria
5. Conclusão
Como foi observado no estudo, este segmento, apesar de ser uma empresa de pequeno porte, possui
consideráveis riscos ambientais nas atividades desempenhadas pelos empregados. Sendo assim, o proprietário
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torna-se peça chave para implementar ações que visam a melhoria das condições de trabalho em empresas
desse porte, de maneira que o conhecimento esteja acessível a todos, de forma clara e exequível.
Constatou-se a falta de conhecimento e preparo do proprietário e também dos empregados com relação aos
riscos que estão expostos, suas possíveis consequências para a saúde e quais as medidas de controle que devem
ser tomadas para garantir que a execução das tarefas seja realizada sem prejudicar a saúde e comprometer sua
segurança diante dos riscos levantados.
Os resultados obtidos no estudo mostram que os empregados estão expostos aos riscos físicos, químicos,
ergonômicos e de acidentes e as medidas de controle na oficina atualmente são escassas.
Destaca-se ainda que o governo brasileiro não desenvolve programas em segurança e medicina do trabalho
adequados à realidade das pequenas empresas. Nos últimos anos, países desenvolvidos estão elaborando
programas e ferramentas destinados exclusivamente para as empresas que contam com poucos recursos
financeiros.
Como medidas de melhoria para a redução dos riscos identificados, sugere-se a realização de treinamentos
relacionados à segurança do trabalho, a disponibilização de todos os EPI apropriados para cada risco identificado,
caso outras medidas de controle não sejam possíveis, como por exemplo, a proteção de máquinas ou
substituição de produtos químicos, a realização de exames periódicos, adequar a iluminação dos ambientes de
trabalho de acordo com a norma e melhorar a sinalização e organização na oficina. Cabe destacar ainda, a
necessidade de exames médicos específicos para a adequada vigilância da saúde dos trabalhadores diante dos
riscos que estão expostos.
Por fim, espera-se que o presente estudo sirva de ferramenta para a oficina estudada e para empresas do mesmo
segmento e/ou de mesmo porte sobre os riscos existentes, que vivem a mesma realidade e desconhecem os
riscos a que estão expostos, contribuindo assim, para melhorias nas condições de trabalho, saúde e bem-estar
do colaborador e evitar a ocorrência de acidentes de trabalho.
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