ISSN 0798 1015

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Vol. 38 (Nº 19) Año 2017. Pág. 24

Segurança alimentar: Um estudo com idosos

Food safety: A study with elderly

Flávia Andriza Bedin TOGNON 1; Franciele Ani Caovilla FOLLADOR 2; Gilmar Ribeiro de MELLO 3; Lirane Elize Ferreto Defante de ALMEIDA 4; Ana Paula VIEIRA 5; Elisandro Pires FRIGO 6

Recibido: 05/11/16 • Aprobado: 30/11/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados e Discussão

4. Conclusão

Referências


RESUMO:

O objetivo desta pesquisa foi analisar a segurança alimentar em participantes dos grupos de idosos do município de Francisco Beltrão – PR, visando identificar a prevalência de idosos em situação de insegurança alimentar, relacionar as condições socioeconômicas com a prevalência de segurança e insegurança alimentar, e identificar o perfil dos idosos estudados. Os resultados evidenciaram que 50,9% dos idosos estão em situação de segurança alimentar, e 49,1% em insegurança alimentar. As variáveis, renda, gênero e tipo de moradia demonstraram maior influencia diante dos casos insegurança alimentar. Os maiores índices de insegurança alimentar concentram-se em insegurança leve e moderada.
Palavras - chave:Insegurança alimentar. Alimentação. Envelhecimento.

ABSTRACT:

The objective of this research was to analyze food security in participants in groups of elderly in Francisco Beltrão - PR, to identify the prevalence of elderly in a situation of food insecurity, relate the socioeconomic conditions with the prevalence of food security and insecurity, and identify the profile of the elderly. The results showed that 50.9% of the elderly are in food security situation, and 49.1% in food insecurity. The variables, income, gender and type of housing showed greater influence on cases food insecurity. The highest rates of food insecurity are concentrated in low and moderate insecurity.
Keywords: Food insecurity. Alimentation. Aging.

1. Introdução

O aumento da expectativa de vida tem aflorado várias discussões a cerca do envelhecimento. Apesar de em décadas passadas o Brasil ter sido considerado um país de jovens, a realidade atual é adversa, pois a proporção de idosos segundo dados do IBGE (2010) representa 12% da população e já ultrapassa 18 milhões de brasileiros.

De acordo com Sá, Castro e Sousa (2013) essa mudança demográfica no Brasil, ocorreu pela redução da mortalidade, aumento da longevidade, por avanços nas condições de saneamento básico, melhoria da renda das famílias, maior controle de doenças e também pelos modernos processos terapêuticos diante do combate à diversas doenças.

Envelhecer envolve um processo de alterações morfológicas e funcionais do organismo que ocorrem com o passar do tempo. Dentro deste contexto, a nutrição surge como aspecto fundamental frentes às alterações fisiológicas relacionadas com o avançar da idade, já que vários estudos evidenciam a importância da alimentação como fator de risco ao desenvolvimento de algumas complicações na saúde do idoso. (JEKEL, 2001; LOPES et al., 2005).

Estes aspectos foram destacados por Campos, Monteiro e Ornelas (2000) evidenciando que a incidência de desvios nutricionais em geriatria, como a desnutrição e o excesso de peso, é amplamente discutida na medida em que o perfil de insegurança alimentar predomina sobre estes indivíduos, sugerindo maiores cuidados para a avaliação do estado nutricional a fim de garantir qualidade de vida aos idosos.

Neste contexto, a segurança alimentar se apresenta como um dos desafios da atualidade, e por isso a qualidade dos alimentos para o consumo é de fundamental importância para a garantia das necessidades nutricionais e consequentemente da saúde da população. É com base em práticas alimentares saudáveis, que se contribui para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana. Além disso, o restrito conhecimento à respeito da situação alimentar do idoso no Brasil, frente à nova realidade demográfica, exige a realização de novas investigações. (MENEZES, 1998; MALTA; PAPINI; CORRENTE, 2013).

Diante deste cenário, o objetivo geral do presente trabalho foi analisar a segurança alimentar em participantes dos grupos de idosos do município de Francisco Beltrão – PR.

Os resultados obtidos com a pesquisa poderão contribuir para o planejamento de ações da atenção básica em saúde e assistência social, bem como, para a implementação de Políticas Públicas que atendam as necessidades elencadas através dos resultados desta pesquisa.

2. Metodologia

2.1 Delineamento da pesquisa

Trata-se de uma pesquisa de levantamento de dados de natureza aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos referentes a uma determinada população. (GIL, 2002).

Em relação aos objetivos será exploratória, pois buscará descrições precisas da situação, além de identificar as relações existentes entre seus elementos componentes. Quanto à abordagem do problema será quantitativa, pois utilizará o emprego da quantificação tanto na de coleta de informações, quanto no tratamento dos dados por meio de técnicas estatística. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007; RICHARDSON, 1999).

2.2 População em estudo e definição da amostra

Pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, participantes dos grupos de idosos da área urbana do município de Francisco Beltrão – Pr.

A população total da pesquisa em março de 2014 era de 1.628 idosos, os quais compõem os 19 (dezenove) grupos de idosos pertencentes à área urbana de Francisco Beltrão – PR, conforme informações da Secretaria Municipal de Assistência Social do município. Para o cálculo do tamanho da amostra utilizou-se a prevalência 7,2% para insegurança alimentar, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio PNAD (2009), com erro amostral de 2%, nível de significância α= 5%, IC 95%, acrescentando mais 20% para perdas e recusas e 10% para compensar possível efeito de delineamento amostral, totalizando o tamanho da amostra n=536 idosos a serem entrevistados.

O método de amostragem adotado foi o da amostragem aleatória simples e a estratificada, onde cada grupo de idosos foi considerado um estrato e dentro de cada um foi selecionado uma amostra e a partir do estrato de cada grupo os idosos a ser entrevistados foram escolhidos por conveniência.

2.3 Aspectos éticos

O projeto foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste.

 2.4 Instrumento de pesquisa

A pesquisa foi realizada no Centro de Convivência de Idosos
Ulderico Sabadin durante os meses de junho a outubro de 2014 e através de entrevista semi-estruturada, inicialmente buscou-se características socioeconômicas como: renda, idade, anos de estudo, gênero e condições de moradia. Além dos dados socioeconômicos foi aplicada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar – EBIA. Das 15 questões de referência da EBIA, foram utilizadas 14, não sendo utilizada a questão que se referente a perda de peso, uma vez que não foi realizada a avaliação antropométrica dos entrevistados, a qual poderia dar maior consistência à este dado. Com as informações obtidas através da EBIA é possível implementar ações que atendam as necessidades elencadas, bem como, utilizar-se concomitantemente de outras metodologias com a finalidade de conhecer os indicadores destes resultados.

2.5 Pré-teste

Depois de elaborados e organizados os instrumentos de trabalho, o primeiro procedimento consiste em averiguar sua validade. Portanto, para verificar a validade do instrumento de pesquisa realiza-se um teste preliminar ou pré-teste. Tomando-se uma subamostra, ou seja, uma pequena parte da amostra, os questionários são testados com a finalidade de verificar a compreensão das questões, dúvidas e dificuldades no preenchimento, assim como, a necessidade de introdução ou supressão de perguntas. O  pré-teste também tem como finalidade verificar se o questionário apresenta três importantes elementos: fidedignidade, validade e operatividade (OLIVEIRA NETTO, 2008; BARROS; LEHFELD, 2012; MARCONI; LAKATOS, 2012).

Com base na literatura, o pré-teste foi aplicado em 10% da amostra definida e através deste constatou-se a necessidade de alguns ajustes para melhor efetividade do instrumento de pesquisa

2.5.1 Alfa De Cronbach

Considerando as constatações anteriores e também que um questionário deve ser devidamente elaborado para que se reproduza de forma confiável à realidade, utilizou-se do coeficiente Alfa de Cronbach, buscando expressar, por meio de um fator, o grau de confiabilidade das respostas decorrentes de um questionário. (ALMEIDA; SANTOS; COSTA, 2010).

De acordo com Streiner (2003), o valor mínimo aceitável para o Alfa de Cronbach é 0,70 e que abaixo desse valor a consistência interna da escala utilizada é considerada baixa. Porém, o valor máximo esperado é 0,90, sendo que acima deste valor, pode-se considerar que há redundância ou duplicação, ou seja, vários itens estão medindo exatamente o mesmo elemento de um constructo; portanto, os itens redundantes devem ser eliminados.

Os dados dos questionários aplicados no pré-teste foram processados no software estatístico PASW 18, sendo que os coeficientes do Alfa de Cronbach não padronizado e padronizado, respectivamente são 0,81 e 0,82, com base em 6 variáveis. Estes resultados demonstram que as escalas utilizadas são consistentes, uma vez que o valor atende o recomendado pela literatura. Portanto verificando-se a confiabilidade dos resultados obtidos, é possível dar maior robustez à pesquisa.

2.6 Análise dos dados

Para analisar os dados coletados através do questionário socioeconômico e da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, estes foram codificados num banco de dados do excel e posteriormente processados no software estatístico PASW 18. A análise de frequência foi empregada para apresentar a distribuição da pontuação da escala de insegurança alimentar, através da presença ou não de insegurança alimentar.

O teste de correlação foi utilizado para analisar a associação do nível de segurança/insegurança alimentar em relação aos indicadores socioeconômicos: idade, renda familiar, escolaridade e condições de moradia do idoso.

Posteriormente, através da análise de cluster buscar-se-á identificar o perfil da amostra em estudo. De acordo com Maroco (2007), a análise de Cluster é uma técnica exploratória de análise multivariada a qual permite unir variáveis em grupos homogêneos relativamente a uma ou mais características comuns.

3. Resultados e Discussão

O presente estudo objetivou analisar a segurança alimentar entre os idosos participantes dos grupos de idosos de Francisco Beltrão – PR, utilizando-se de um questionário com variáveis socioeconômicas e também da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar validada para o Brasil por Segall-Corrêa. Através da EBIA é possível detectar a presença de segurança/insegurança alimentar no domicílio, ou seja, do âmbito familiar no qual o idoso faz parte, bem como classificar os casos de insegurança alimentar em: leve, moderado e grave.

Dos 536 idosos previstos na amostra, 497 foram entrevistados, representando 92,72 % do total. As recusas (7,84%) distribuíram-se entre 7 dos 19 estratos existentes e a ocorrência de segurança/insegurança alimentar pode ser visualizada na Figura 1.

Figura 1 – Distribuição do nível de segurança/insegurança alimentar dos domicílios

FONTE: Dados da pesquisa.

Constatou-se que 50,9% dos entrevistados estão em situação de segurança alimentar, 34,60%, em insegurança alimentar leve, 13,9% moderada e 0,6% grave.

Os resultados encontrados são bem próximos aos de Marin-León  et al., (2005) que ao avaliarem a  percepção de insegurança alimentar em famílias com idosos em Campinas (SP), encontraram insegurança leve em 33%, moderada em 11% e grave em 7,2% dos domicílios.Em estudo de Gurgacz et al. (2009) ao aplicar a EBIA à agricultores da região Oeste do Paraná, região próxima da presente pesquisa, foi constatado 78% de famílias em situação de segurança alimentar e 22,0% em insegurança alimentar.

Ainda no Paraná, porém avaliando famílias beneficiárias dos Programas de Transferência de Renda na cidade de Toledo (n=421), Anschau, Matsuo e Segall-Corrêa (2012), constataram insegurança alimentar em 84,2% dos domicílios no perímetro urbano e 2,9% na área rural daquele município.

Resultado similar foi encontrado por Facchiniet al. (2014), ao analisar a insegurança alimentar em domicílios urbanos na região Nordeste (n=5.419 domicílios) e Sul do Brasil (n=5.081 domicílios), encontrando prevalência de insegurança alimentar de 54,2% e 27,3%, respectivamente.

Se for comparado os resultados encontrados com pesquisas internacionais, é possível perceber que em alguns países também há elevada incidência de insegurança alimentar. Ao estudar a insegurança alimentar e gastos com a alimentação em três países, Melgar-Quinonez et al. (2006)  encontraram um grau elevado de insegurança alimentar das famílias. Sendo que em torno de 50% dos entrevistados de Burkina Faso (n=349) estavam em situação de insegurança alimentar grave, na Bolívia (n= 327), 70% dos entrevistados experimentaram insegurança alimentar moderada ou grave. Consequentemente, o percentual de domicílios em segurança alimentar foi maior nas Filipinas (n= 330) do que na Bolívia e Burkina Faso (65%, 30% e 27%, respectivamente). Também foi encontrado grau elevado de insegurança alimentar em famílias imigrantes residentes na fronteira EUA-México, onde Weigel et al. (2007) verificaram 82% dos domicílios nesta condição.

Para Segall-Corrêa (2007), a presença de insegurança leve demonstra que há preocupação com a qualidade da dieta e também que no futuro os alimentos possam faltar. Já os casos de insegurança moderada há a restrição de alimentos na tentativa de evitar a falta nos dias sequentes. Consequentemente nos casos e insegurança grave há presença de fome entre adultos e crianças da família. A autora acrescenta ainda, que diante da situação de insegurança alimentar há um componente psicológico importante, tendo em vista a preocupação e a incerteza sobre a disponibilidade de alimentos no domicílio.

A média de idade dos entrevistados da pesquisa é de 69 anos, variando de 60 a 92 anos, Contudo, assim como no estudo de Marin-León et al. (2005), realizado em famílias com idosos em Campinas (SP), não foram observadas diferenças significativas da média de idade dos respondentes entre as famílias em segurança e as em insegurança alimentar.

Além disso, houve maior prevalência de insegurança alimentar nas famílias em que a pessoa de referência apresentou escolaridade inferior a quatro anos. Estes mesmos resultados foram encontrados por Marin-León etal. (2005) em família com idosos (Campinas/SP), e Santos, Gigante e Domingues (2010), em famílias de Pelotas. Além disso, estes encontrados corroboram com a pesquisa internacional de Melgar-Quinonezet al. (2006), que verificou a associação da ocorrência de insegurança alimentar em Burkina Faso (50%) com baixa escolaridade, pois cerca de  86% dos entrevistados não tinham completado o ensino fundamental. A ocorrência de insegurança alimentar em domicílios onde o responsável possuía baixa escolaridade, também foi verificada por Weigel et al. (2007), na fronteira EUA-México,  por Anschau, Matsuo e Segall-Corrêa (2012), em Toledo (PR), cidade próxima à Francisco Beltrão, e por Facchini et al. (2014), nas Regiões Nordeste e Sul  do Brasil.

A distribuição da amostra em relação às variáveis socioeconômicas constatou um predomínio de idosos viúvos, a pessoa de maior renda da família apresenta menos de 4 anos de estudo, possuem dois membros em seu domicílio, tem a mulher como chefe da família e renda familiar entre 2 e 3,9 salários mínimos.

Uma grande proporção de idosos viúvos também foi encontrada por Lee e Frongillo (2001) nos Estados Unidos, onde cerca de 42,5% dos entrevistados encontravam-se nesta condição. Além disso, nesta mesma pesquisa as mulheres representaram a maioria dos entrevistados (57%).

Para que fosse possível analisar a relação existente entre as variáveis socioeconômicas e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) realizou-se através do SPSS 18 o teste de Correlação de Pearson (Tabela 1), método usualmente conhecido para medir a correlação entre variáveis.

Tabela 1 – Matriz Correlação Pearson

VARIÁVEIS

EBIA

Gênero

Correlação de Pearson

,138**

Significância

,002

N

497

Idade

Correlação de Pearson

-,064

Significância

,156

N

497

Estado civil

Correlação de Pearson

,093*

Significância

,038

N

497

Renda

Correlação de Pearson

-,338**

Significância

,000

N

497

Principal renda

Correlação de Pearson

-,044

Significância

,323

N

497

Escolaridade

Correlação de Pearson

-,085

Significância

,058

N

497

Chefe da família

Correlação de Pearson

-,032

Significância

,475

N

497

Com quem mora

Correlação de Pearson

-,027

Significância

,543

N

497

Número pessoas domicilio

Correlação de Pearson

,016

Significância

,726

N

497

Tipo moradia

Correlação de Pearson

,133**

Significância

,003

N

497

**. A correlação é significativa no nível de 0.01
FONTE: Dados da pesquisa.

Três variáveis apresentaram correlação estatisticamente significativa com a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, a nível de 1%. 

A variável gênero apresentou correlação positiva baixa (0,138), conforme classificação obtida em Fonseca (1985). Esta correlação demonstra que há uma incidência maior de insegurança alimentar nos domicílios em que as mulheres foram as respondentes.

Do total de entrevistados (N=497) 76, 2% eram mulheres e destas 51,6% estavam em condições de insegurança alimentar. Resultados inferiores foram encontrados por Gurgacz et al. (2009), onde a ocorrência de insegurança alimentar em mulheres foi de 28%.

Outro dado relacionado ao gênero é que do total de entrevistados (n=497) houve um predomínio dos domicílios chefiados por uma mulher (53,7%), outros 26,7% são chefiados por um homem e em pelo menos 19,5% dos domicílios esta atribuição é divida entre um homem e uma mulher. Dentre os domicílios que se encontram em situação de insegurança alimentar (n=243), 58,4% são chefiados por mulheres.

Este resultado se assemelha ao encontrado por Rosa et al. (2012), que avaliou a segurança alimentar em domicílio chefiados por idosos no Brasil, onde a prevalência de insegurança alimentar foi maior entre as mulheres responsáveis por domicílios, quando comparados aos homens na mesma condição. Também corroboram os resultados encontrados por Santos, Gigante e Domingues (2010), realizado com famílias de Pelotas (RS), onde constatou-se insegurança alimentar em 16% das famílias cujo chefe era uma mulher e com Facchiniet al. (2014) onde 31,5% dos domicílios na região Nordeste e 25, 5% na região Sul eram chefiados por mulheres e com prevalência de insegurança alimentar. Os resultados encontrados por Anschau, Matsuo e Segall-Corrêa (2012) em famílias de Toledo (PR), assemelham-se ao encontrado por Marin-Leon et al (2011) ao utilizar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD, 2004), tendo ambos constatado níveis elevados de insegurança alimentar moderada e grave entre chefes do sexo feminino.  Em contrapartida, Marin-León et al. (2005), não encontraram diferenças entre proporção de chefes do sexo masculino e famílias em segurança ou insegurança alimentar.

Ao estudar as desigualdades sociais na América Latina, Guardiola e Gónzáles-Gómes (2010) destacaram que o emprego feminino é positivo por vários fatores. Primeiramente tendo em vista que estas em geral investem os recursos para melhorar o bem-estar da casa, e consequentemente, na aquisição de alimentos. Dessa forma, o trabalho das mulheres poderia ser visto como uma boa maneira de melhorar a segurança alimentar e estado nutricional. Porém, os autores consideraram que a afirmativa deve ser debatida, tendo em vista que dependendo das condições de emprego, ou seja, quando a mulher está exposta a longas jornadas de trabalho e com baixos salários, estes fatores também podem elevar a ocorrência de desnutrição.

No maior valor de correlação apresentado nessa matriz, a variável renda apresentou correlação negativa moderada (-0,338), conforme classificação obtida em Fonseca (1985). Estes dados evidenciam que quando a renda familiar aumenta a insegurança alimentar diminui. Portanto, a renda exerce influência significativa entre os casos de segurança e insegurança alimentar.

Constatou-se que os domicílios com renda de até 1,9 salários mínimos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar. Desta forma, a renda destacou-se como principal indicador de insegurança alimentar do público estudado. 

Estes resultados se assemelham aos obtidos pela PNAD-2004, na primeira aplicação da EBIA, onde cerca de 40% da população brasileira encontrava-se classificada em algum grau de insegurança alimentar, dos quais 18% com insegurança leve, outros 14,1% moderada e 7,7% com insegurança alimentar grave. Além disso, análises complementares, apontaram que em todas as regiões do país avaliadas pela PNAD, as situações mais críticas estavam relacionadas a baixos rendimentos, precárias condições de saneamento e tendo as mulheres como responsáveis pelo domicílio. (SEGALL-CORRÊA et al., 2007; HOFFMANN, 2008; SEGGAL-CORRÊA; MARIN-LEÓN, 2009).

A insegurança alimentar também mostrou-se relacionada com a renda em estudo de Anschau, Matsuo e Seggal-Corrêa (2012) e Facchini et al. (2014), onde o público estudado apresentava baixa renda per capita  e era pertencente da classe econômica D ou E. 

De acordo com Marin-Leon et al. (2011), a renda domiciliar mensal também foi a variável com maior força de associação com a segurança alimentar, tanto na área urbana quanto rural do Brasil. Outro aspecto que relaciona fortemente a insegurança alimentar ao acesso financeiro é apontado por Segall-Corrêa (2007), pelo fato de que a maioria das perguntas da EBIA refere-se à condição da quantidade de dinheiro suficiente.

Para Guardiola e Gónzález-Gómez (2010) as desigualdades sociais possuem um efeito direto no bem estar dos indivíduos, elevando a limitação de oportunidades e limitando o acesso aos alimentos. Os autores caracterizam as desigualdades sociais como complexas, contudo com reflexo principal ao acesso de alimentos e consequente, da insegurança alimentar da população na América Latina.

Porém, apesar da forte relação da renda com a insegurança alimentar, ela não é suficiente para explicá-la. Deve-se considerar, que famílias consideradas acima da linha de pobreza, também estão propensas à essa condição, tendo em vista que outros fatores podem interferir no acesso ao alimento. (ROSE, 1999; PANIGASSI et al., 2008).

Além disso, Melo, Ferreira e Teixeira (2014) ao analisarem as condições de vida do idoso no Brasil, destacam a importância de compreender o idoso como um indivíduo que possui necessidades, não somente direcionadas à sua idade, mas às suas particularidades pessoais, familiares, sociais, econômicas e culturais.

Outro aspecto em relação ao aporte financeiro familiar é que na maioria dos domicílios (72,2%) a principal renda é a do idoso. Estes dados corroboram com Marin-León et al. (2005), onde foi observada importante contribuição  dos idosos (75%) à renda familiar e também com dados do IBGE (2008), onde em pelo menos metade dos domicílios com idosos, era a renda destes que representava grande parte da renda familiar.

Ao estudar a renda dos idosos aposentados rurais e o seu contexto familiar em Viçosa (MG), Tavares et al. (2011) perceberam que a maior parte dos familiares dos idosos (48,2%) não possuía renda, e dos familiares que possuíam de 1 a 2 salários mínimos, 59,7% (n=37) eram de aposentados e/ou pensionistas. Os resultados apontaram que a maior parte dos familiares que corresidia com o idoso, que não era idoso aposentado ou pensionista, não possuía renda, demonstrando um indicador de dependência econômica destes familiares com relação à renda do idoso. Além disso, verificou-se que em mais da metade das famílias investigadas (56,92%) a aposentadoria dos idosos era a única fonte de renda da família.

Outras evidências que podem ser consideradas do estudo de Marin-León et al. (2005) é em relação à contribuição financeira do idoso, tendo em vista que grande parte representavam  importante contribuição à renda familiar. Porém a pesquisa demonstrou também que quando o idoso apresentava dependência ou incapacidade havia uma tendência de que algum adulto se dedicasse integralmente aos cuidados deste, até renunciando ao trabalho remunerado e passando a viver com a renda do idoso.

De acordo com Goldani (2004), a presença do idoso aposentado estimula as relações de transferências intergeracionais, uma vez que com a garantia de renda fixa, propiciam-se as práticas de transferências de recursos seja dos filhos adultos para os pais idosos e vice-versa. Porém, muitas dessas relações não se estabelecem de forma harmônica e pacífica, tendo em vista que há casos de idosos aposentados, que são explorados e sofrem violência e/ou são abandonados por seus familiares, seja pelas diferenças de interesses, ou por conflitos entre os membros da família.

Quanto ao tipo de moradia, conforme classificação obtida em Fonseca (1985) observou-se uma correlação positiva baixa (0,133), demonstrando que há influência com os casos de insegurança alimentar. Portanto, conforme os resultados da pesquisa, quando a moradia é própria, há mais ocorrência de segurança alimentar e a medida que o idoso mora em domicílio alugado, cedido ou emprestado, aumenta a ocorrência de insegurança alimentar.

Levando em consideração que das correlações mais evidentes a maioria são consideradas baixas, pode-se considerar que estas variáveis (gênero e tipo de moradia) possuem influência, porém, a renda pode ser considerada fator determinante diante dos casos de idosos em situação de insegurança alimentar.

Posteriormente, com a finalidade de identificar o perfil da amostra em estudo, foi realizado análise de cluster, utilizando um procedimento de agrupamento hierárquico para estabelecer os clusters.

Desta maneira verificou-se que a maior distância no esquema de aglomeração, ocorreu na passagem do estágio 493 para 494, onde o coeficiente passa de 60,742 para 123,651. Assim, observa-se que o estágio 494 indica o ponto de parada para a formação de novos agrupamentos. Sendo que, a maior diferença está entre os estágios 494 e 496, indica a formação de três clusters (agrupamentos) distintos. Assim, a formação dos 3 clusters, pode ser observada a partir do dendrograma (Figura 2), que no momento 10 evidencia as ligações dos três grandes grupos, os quais tornam-se distintos nos momentos 20 e 25.

Figura 2 - Dendrograma

FONTE: Dados da pesquisa.

O cluster 1 é formado  por 212 (duzentos e doze) observações, representando 42,65% da amostra total. O perfil dos idosos que compõem este agrupamento caracteriza-se pela idade média de 74 anos, a renda familiar predominante é de 2 a 3,9 salários mínimos (67,92%) e a pessoa de maior renda em sua maioria possui menos de 4 anos de estudo.  Além disso, a maior parte dos entrevistados possuem moradia própria com incidência predominante de 2 (dois) moradores por domicílio. Neste cluster 57,08% dos idosos apresentaram-se em situação de segurança alimentar e 42,92% em situação de insegurança alimentar.

O nível de escolaridade predominante está de acordo com o estudo de Melo, Ferreira e Teixeira (2014), que constataram que em todas as regiões do país há prevalência do ensino fundamental.

O cluster 2 possui 253 (duzentos e cinquenta e três) observações, representando 50,90% da amostra total. A idade média dos idosos que formam este cluster é de 64 anos, sendo 45,45% casados e 81,81% do gênero feminino. Neste agrupamento encontram-se o maior número de idosos que pagam aluguel (9,88%) e também que moram em domicílio cedido e/ou emprestado (10,67%).A insegurança alimentar foi prevalente neste cluster (54,94%), enquanto que 45,06% dos idosos apresentaram-se em segurança alimentar.

O cluster 3 é formado por 32 (trinta e duas) observações e representa 6,44% do total da amostra. Os idosos que compõem este agrupamento possuem idade média de 84 anos, 84,37% são viúvos, a maioria mora sozinho. Neste cluster houve a prevalência de segurança alimentar, representando 59,38%, enquanto que a insegurança alimentar representou 40,62%.

Os dados obtidos na pesquisa apontam que apesar da situação de segurança alimentar ser predominante, há também grande ocorrência de insegurança alimentar entre os idosos, inclusive os que moram sozinhos. Constatação similar foi encontrada por Lee e Frongillo Jr. (2001), nos Estados Unidos e em amostra com idosos no estado de Nova York, os quais apontaram além da baixa escolaridade, a renda e a condição do idoso de morar só, como fatores de risco associados à insuficiência alimentar.

Entretanto, para Marin-León et al. (2005), morar só não representou aumento no risco de insegurança alimentar entre os idosos. Em outro estudo posterior, realizado por Marin-León et al. (2011) foi constatado que as famílias nucleares, ou que tinham poucos moradores em seu arranjo, em geral dispunham de mais recursos disponíveis para a alimentação.

Em contrapartida, os domicílios com grande número de moradores, revelou ocorrência de insegurança alimentar, assim como, Santos, Gigante e Domingues (2010) e Marin-León et al. (2011), encontraram prevalência de insegurança alimentar nos domicílios com seis ou mais moradores. Estas evidências de vulnerabilidade presente nas famílias numerosas ou com agregados também já foi observada por Torres, Bichir e Carpim (2006) ao estudar as mudanças no padrão de consumo da população.

As constatações citadas se comparadas com a presente pesquisa demonstram que quando o idoso mora sozinho, talvez pela falta de companhia ou estímulo há maior tendência à insegurança alimentar, contudo não pode-se generalizar esta condição como determinante, uma vez, que à medida que cresce o número de moradores no domicílio e a renda não aumenta na mesma proporção a ocorrência de insegurança alimentar também torna-se mais evidente.Para Melo, Ferreira e Teixeira (2014), não se pode levar em consideração apenas o perfil socioeconômico para caracterizar as condições de vida dos idosos. Além disso, ter acesso a serviços básicos também contribui com a qualidade de vida dos idosos.

4. Conclusão

Através do presente estudo foi possível verificar que há uma prevalência significativa de idosos em situação de insegurança alimentar, o que é preocupante, tendo em vista que o público estudado participa de grupos de convivência, o que denota que são idosos independentes e com isso tem acesso mais facilitado às informações.

Constatou-se a renda como o fator de maior associação aos casos de insegurança alimentar, demonstrando uma evidente relação às condições econômicas dos entrevistados.  Contudo, uma vez que os casos de insegurança alimentar concentram-se em insegurança leve e posteriormente em moderada, há inicialmente uma maior preocupação de que os alimentos não sejam suficientes ou que não tenham dinheiro suficiente para adquiri-los e por fim há uma privação de alguns tipos de alimentos na dieta.

Estas constatações podem estar relacionadas também à necessidade de compra de alguns tipos de medicamentos, os quais não estão acessíveis na rede pública, bem como, a uma falta de educação financeira, planejamento dos gastos e também do cardápio.

Levando em consideração o aumento expressivo da população idosa nas últimas décadas e com premissas ainda maiores para as próximas, há a necessidade de outros estudos e aprimoramento das políticas públicas existentes, no sentido de conhecer a realidade local e implementar ações mais efetivas. Pois não se pode pensar no desenvolvimento regional sem conhecer e encontrar ações que efetivamente estejam preparadas para abranger esta população crescente, garantindo que usufruam da velhice com qualidade de vida.

Conclui-se que, apesar de a alimentação ter sido instituída como direito social e das diversas ações existentes no sentido de assegurar a soberania alimentar, a realidade atual é que muitos brasileiros ainda integram o grupo daqueles que sofrem com o problema da fome, seja pela mera preocupação de que os alimentos possam ser insuficientes ou pela real privação destes.

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1. Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional– UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná  - Campus de Francisco Beltrão. flaviaandriza@hotmail.com

2. Doutora em Engenharia Agrícola – Docente do e do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gestão e Desenvolvimento Regional. Coordenadora do Centro de Saúde – UNIOESTE -  Campus de Francisco Beltrão – PR. francaovilla@hotmail.com

3. Doutor em Ciências Contábeis.  Docente no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gestão e Desenvolvimento Regional. Diretor acadêmico da UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão. gilmarribeirodemello@gmail.com

4. Doutora em Saúde Coletiva. Docente no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gestão e Desenvolvimento Regional da UNIOESTE – Campus de Francisco

5. Doutora em Ciência de Alimentos. Docente no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gestão e Desenvolvimento Regional. Coordenadora Curso Nutrição da Unioeste – Campus de Francisco Beltrão.

6. Doutor em Agronomia. Docente da Universidade Federal do Paraná- UFPR – Campus Palotina.


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 38 (Nº 19) Año 2017

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