ISSN 0798 1015

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Vol. 38 (Nº 16) Año 2017. Pág. 7

Família e álcool: a influência dos filhos no consumo de bebidas alcoólicas no Brasil

Family and alcohol: the influence of children in the consumption of alcoholic beverages in Brazil

Dimitri da Costa BESSA 1; Eva Yamila da Silva CATELA 2

Recibido: 05/10/16 • Aprobado: 11/11/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Base de Dados e estratégia metodológica

3. Resultados

4. Considerações Finais

Referências


RESUMO:

O consumo de bebida alcoólica é um hábito cultural bastante difundido, indiferente-mente do nível de renda, gênero ou faixa etária, embora este costume esteja associado à distúrbios sociais e a diversos problemas de saúde. Em vista disto, o presente es-tudo buscou investigar se a presença de crianças influenciam na decisão de consumo de bebidas alcoólicas dos pais, a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Os resultados demonstraram evidências que, a presença de crianças inibem o consumo de álcool nos adultos que convivem com eles, mas o mesmo não ocorre com o convívio com adolescentes.
Palavras-chaves: Bebida Alcoólica. Pesquisa de Orçamentos Famliares. Regressão Quantílica.

ABSTRACT:

The consumption of alcohol is a cultural habit quite widespread, indifferent-mind the income level, gender, or age group, although this custom is associated with social unrest and the various health problems. In view of this, the present es-all sought to investigate whether the presence of children influences the decision of their parents ' alcohol consumption, from the data of the survey of Family Budgets 2008-2009. The results showed evidence that the presence of children inhibit the alcohol consumption among adults who live with them, but the same does not occur with the living with teenagers.
Key words: alcoholic beverage. Research of Famliares Budgets. Quantílica Regression.

1. Introdução

O relatório do World Health Organization ( 2014) estima que há 2 bilhões de con-sumidores de bebidas alcoólica no mundo, e o hábito do consumo difundido em todos os países, indicando que o álcool seja um bem popular em todo o planeta. O consumo pode acarretar efeitos externos negativo ao indivíduo, e poderá estar relacionado a problemas de saúde pública e a distúrbios sociais, a exemplo de conduzir automóveis alcoolizado ( DAVE; KAESTNER, 2002).

Na literatura que aborda a demanda de bebidas alcoólicas, a grande maioria dos tra-balhos existentes, abordam apenas os aspectos de mercado, como a elasticidade preço cru-zada da demanda entre os grupos de bebidas (cerveja, destilados e vinhos) e renda, como em Johnson e Oksanen ( 1977), Clements e Selvanathan ( 1991), Gallet ( 2007), Fogarty ( 2010). Entretanto, outros fatores podem determinar o consumo do álcool, como gênero, idade, es-colaridade, proximidade dos pontos de vendas ( RICE et al., 1998), e se o consumo é realizado fora de casa (bares e restaurantes), este pode ser considerado consumo hedônico( ANGULO; GIL; GRACIA, 2001) 3.

O hábito do indivíduo de beber está ligado ao ambiente em que se vive, no qual há influência sobre o padrão de consumo de bebida alcoólica. Pessoas que vivem em lugares em que a bebida é barata/cara e de fácil/difícil acesso, tem uma maior/menor probabilidade de se tornarem bebedores frequentes ( RICE et al.,  1998).

Uma vasta literatura associa o consumo de bebidas alcoólicas a uma série de con-sequências negativas, algumas de caráter de saúde, como a incidência de doenças cardiovas-culares e dependência alcoólica, outras referentes a distúrbios da ordem pública, como aci-dentes de trânsito, violência doméstica, dentre outros ( FARRELL; MANNING; FINCH, 2003; RUHM; BLACK, 2002; BARROS et al., 2008). Há também uma grande preocupação com ado-lescentes alcoólatras, no que tange a delinquência juvenil e o sexo não-seguro ( COOK; MO- ORE, 1993). No Brasil, ao que tange ao consumo dos adolescentes de álcool, Pinsky ( 2011) remonta que estes são mais suscetíveis à propaganda, gerando uma “afetividade” pela be-bida neste público.

A presença dos pais, irmãos mais novos e/ou filhos na residência podem inibir o con-sumo da bebida, de tal maneira como a presença de pessoas que tem o hábito de beber - seja moderada ou excessivamente - incentivam ao consumo, a exemplo de Cook e Moore ( 1993), com dados da National Longitudinal Survey of Youth de 1988, encontrou uma correlação de que jovens com 15 a 17 anos que bebem, tenham o pai alcoólatra, entre os anos de 2006 e 2009. Na Holanda, Vermeulen-Smit et al. ( 2012) evidenciou que não há associação entre a bebida na adolescência e o consumo moderado de bebida alcoólica por parte dos pais, pois esta só apareceu em casos de pais que consomem grandes quantidades de bebidas, ou pais alcoólatras. Bendtsen et al. ( 2013) resumem que, a decisão de consumo de bebida alcoólica por adolescentes pode ser entendido não apenas como um uma escolha individual, mas como uma reprodução de costumes do meio social em que eles vivem.

Trabalhos, como Foley et al. ( 2004), Vermeulen-Smit et al. ( 2012) e Cleveland et al. ( 2014) põe em pauta a relação entre pais e filhos adolescentes, no que tange à bebida alcoólica, pois há um estigma por parte dos adultos e da sociedade o fato de que adolescentes consumam álcool, por ser um reflexo de rebeldia, e de que isto comprometa o rendimento escolar.

Assim posto, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar a influência de menores de idade no consumo de bebidas alcoólicas, considerando as variáveis sociode-mográficas como controles. A hipótese de trabalho é que esta influência e diferenciada de acordo aos níveis de renda familiar.

O método da regressão quantílica foi intencionalmente utilizado, a fim de dividir a amostra em quantis de dispêndios, pois acredita-se que aqueles que proporcionalmente gastam mais com álcool, tem certos costumes e hábitos dos que gastam menos (e vice-versa), que não podem ser generalizadas, tampouco ignoradas.

Além desta introdução, este trabalho está organizado como segue. A sessão 3, é descrita a base de dados usada para o estudo - a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 (POF2008-2009) - e uma breve descrição da metodologia de Regressão Quantílica. Na sessão 3, os resultados obtidos são apresentados e analisados, e por fim, a sessão 4 traz as considerações finais.

2. Base de Dados e estratégia metodológica

2.1. Dados

Para este trabalho, são usados os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que tem como finalidade investigar as estruturas de gastos (despesas) e de rendimentos das famílias, servindo de base para a estrutura de ponderação dos índices de preços ao consumidor do IBGE, tais como o IPCA. Além disso, ao fornecer dados de modo bastante detalhado, permite inferências e análises quanto aos perfis de gasto das famílias, de suas estruturas de recebimentos e do comportamento de consumo alimentar, fundamentando assim, estudos relacionados a consumo, indigência, pobreza, entre outros ( KROEFF; MEN- GUE, 2010).

A unidade básica de investigação é a Unidade de Consumo (UC). Para efeito de divulgação da POF, o termo “família” é considerado equivalente à UC, no qual compreende um único morador ou conjunto de moradores que compartilham a mesma fonte de alimenta-ção, isto é, utilizam um mesmo estoque de alimentos e/ou realizam um conjunto de despe-sas alimentares comuns ( IBGE, 2010a).

Um dos aspectos específicos para a definição da amostra da POF refere-se principalmente à questão da estratificação dos setores censitários, não somente com relação à estratificação geográfica, mas também com relação à estratificação estatística (pós-estratificação). Esse procedimento agrega ganhos importantes de eficiência das amostras vis-à-vis a preci-são das estimativas produzidas a partir das pesquisas2.

2.2. Método de Regressão Quantílica

Na busca de evidências estatísticas mais sólidas para a determinação dos fatores dos gastos com bebida, optou-se por utilizar o método da Regressão Quantílica, proposta por Koenker e Bassett Gilbert ( 1978), pois acredita-se que o comportamento das pessoas com relação á b. Ao analisar os dados, verificou-se que a distribuição das amostras dos gastos com bebida tem uma distribuição assimétrica em torno da média e dos quantis, ou seja, a quantidade e a dispersão das amostras que estão nos quantis superiores à média são mai-ores do que àqueles que estão abaixo, como ilustra a Figura 1. Também foi efetuado uma regressão por método por Mínimos Quadrados Ordinários (OLS), com fins de comparação de resultados.

Figura 1 – Distribuição das amostras pelo gasto mensal de bebida

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da IBGE ( 2010a).

De tal modo, para o -ésimo quantil, escreve-se o modelo para estimação como sendo,

3. Resultados

Para organização, o tratamento dos dados da POF usada neste trabalho, foi utilizado o programa estatístico “R 3.1.1” ( R Core Team, 2014), com o suplemento “IBGEPesq” ( RA- MOS; ANTONACI, 2010), fornecido pelo próprio IBGE, que permite a abertura e manipulação dos dados. Para as regressões, utilizou-se o pacote “quantreg”, elaborado por Koenker ( 2013).

3.1 Análises preliminares

Os microdados da POF expõe informações de 55.970 domicílios, entretanto na se-leção das amostras, foram analisadas apenas àquelas que declararam despesas com algum tipo de bebida alcoólica, tanto dentro como fora do domicílio, acarretando uma redução amostral para 9.419, e que com a pos-estratificação destes dados, acarreta uma representa-ção amostral de 57.816.604 de domicílios, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Descrições, Médias e Coeficiente de Variação (CV) das Variáveis

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da IBGE ( 2010a)

A Tabela 1 expõe também as descrições, a Média e Coeficiente de Variação (CV) 4 de cada variável utilizada. Os valores do dispêndio mensal com bebida, foram considerados como sendo a soma dos gastos dentro e fora do domicílio. E como uma UC engloba vários indivíduos, às variáveis que se referem às características de pessoas, a citar: IDADE, IDADE2, MULHER, ESTUDO, ESTUDO2 e GRAVIDEZ, foram utilizadas os dados da pessoa de referência de cada UC, e a Renda Total, como sendo o somatório de todos os rendimentos (monetários e não-monetários) de todos os residentes da UC, pois considera-se que todos da UC que apresentam algum rendimento, contribuam para a sobrevivência e o bem-estar de todos.

Para as dummies de região, a região Sudeste foi considerada como base de compa-ração, pela razão desta conter a maior parte da população brasileira, presumindo então que nesta região tenha um maior consumo de bebida, perante o restante do país. E as variáveis MENOR6, MENOR11 e MENOR17 são as que identificam a presença de crianças e adoles-centes na UC, por determinada faixa etária.

Construindo um panorama inicial das características das famílias que gastam com álcool, a Tabela 2 exibe as médias cruzadas das Categorias de Renda, Sexo, Religião e Região por grupos de faixa etária. Em maior parte dos casos, há uma tendência de queda dos gastos até os 55 anos, tendo um aumento para os indivíduos mais velhos, na faixa etária em que estão inclusos indivíduos aposentados, o que levanta a suposição de que a ausência nas obrigações de trabalho, conduza ao consumo de álcool, ou para dirimir alguns sintomas geriátricos, como a falta de sono e a ansiedade ( BAUM-BAICKER, 1985).

Tabela 2 – Média e CV dos gastos com bebida alcoólica, por grupo de variáveis e faixa etária.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da IBGE (2010a)

Outro ponto que a Tabela 2 evidencia é o fato de os indivíduos mais jovens apresen-tarem as maiores médias, mesmo sendo um grupo em que normalmente é caracterizado por não ter ensino superior, tampouco terem os maiores rendimentos, por estarem a pouco tempo no mercado formal de trabalho. Mas por outro lado, são caracterizados por serem indivíduos solteiros e que residem sozinhos na UC, sem dependentes.

A religião permite uma explicação sobre o hábito de beber ou não beber. A exemplo do islamismo, dos mórmons, evangélicos e dos hindus que condenam o uso de álcool, e do outro lado o catolicismo, em que o vinho é comumente usado em suas pregações, e a arte de se fabricar cerveja faz parte da cultura dos monges da ordem trapista. No Brasil, os gastos médios de famílias com religião são menores do que as chefiadas por pessoas não-religiosas, indo de encontro ao que afirma Colen e Swinnen ( 2010), em que bebidas são largamente consumidas por famílias católicas.

E por fim, as regiões Norte e Centro-Oeste são as regiões com as maiores médias, supondo da existência de alguma característica cultural presente nestas regiões em que a inibição ao consumo de álcool seja menor.

3.2 Resultado das Regressões

A Tabela 3 e a Figura 2 sintetizam os números das regressões. Os valores em parênte-ses da Tabela 3 referem-se aos erros padrões, as linhas em vermelho das Figura 2 represen-tam os resultados da regressão por OLS, com o intervalo de confiança de 5% a 95%.

Analisando a Tabela 3, as variáveis com relação ao sexo, idade e estudo se mostra-ram estatisticamente insignificantes, com exceção no quantil 0.9. Com relação ao gênero, os resultados mostraram que o fato de que as famílias sejam chefiadas por mulheres, é indife-rente na decisão nos gastos com bebida alcoólica entre os indivíduos na UC. A renda é um fator estatisticamente significante para o gasto com álcool, o que já era esperado, pois para que as pessoas possam efetuar gastos com bebidas alcoólicas, se faz necessário que os indivíduos tenham alguma renda. Nos quantis = 0.25 a = 0.75, houve pouca variação no valor dos parâmetros, o que indica que a renda não interfere na decisão dos indivíduos em consumir maiores quantidades de bebida, levando a indícios que fatores relacionados às preferências dos consumidores sejam predominantes à sua restrição orçamentária.

Todavia, um ponto que foi contra as expectativas é a insignificância dos parâmetros para ESTUDO e ESTUDO2, pois acredita-se que indivíduos com mais anos de estudo costumam ter uma tendência maior à depressão ( SANTOS; KAWAMURA; KASSOUF, 2012), o que pode conduzir ao alcoolismo ( World Health Organization, 2014), ou em contrapartida, que com mais educação tenham mais ciência dos malefícios que o consumo da bebida acarreta ( RUHM, 1995).

Entre as dummies para regiões que foram significativas, os parâmetros para NORTE e SUL manifestaram os resultados da tabela Tabela 2, em que tinham as maiores e meno-res médias de gastos com bebida, respectivamente. Contudo, tem destaque os números do Nordeste - os três primeiros quantis seguiram a tendência dos resultados das estatísticas descritivas, uma menor renda média da região, junto uma menor média de gasto com be-bida, entretanto, o gráfico mostra que a partir do quantil 0.75, há um aumento notável do valor do parâmetro, indicando que os que gastam mais com bebida são os residentes no Nordeste. E com relação a Zona Rural, acredita-se que os parâmetros negativos apresenta-dos possam ser efeito de uma combinação entre baixa renda domiciliar per capita, da baixa densidade populacional, e da distância dos grandes centros urbanos e dos pontos de venda de bebida.

E por fim, a variável “MENOR17” não é significativa 5, indicando que a presença de adolescentes não tem predomínio na decisão dos adultos em consumirem álcool. Toda-via, os parâmetros referentes a presença de menores da família “MENOR6” e “MENOR11” se mostraram estatisticamente significantes, afirmando a hipótese inicial levantada neste trabalho de que a presença deles tende a dirimir o dispêndio com bebida dentro da UC.

Duas razões pode ser dadas para este fenômeno, sendo a primeira delas uma ques-tão ética, cujo qual crianças inibe o consumo de bebidas alcoólicas dos adultos, pois como ressalta Bendtsen et al. ( 2013), os jovens costumam reproduzir os hábitos dos pais, no que tange ao consumo de bebida alcoólica, e sendo a ingestão de álcool por adolescentes visto como algo negativo, evidencia-se aqui que os pais restringem a sua ingestão a fim de coibir o costume aos filhos.

A segunda razão explica-se pelo fato de que as crianças são financeiramente depen-dentes dos adultos da casa, envolvendo geralmente outros gastos com alimentação, educa-ção e vestuário, o que dificulta o gasto com bebidas alcoólicas de maneira geral, por este ser não ser um bem de primeira necessidade. A variável atribuída a quantidade de moradores (QTDEMOR) condiz com o esperado, pois esta variável inclui mais pessoas que consomem bebidas alcoólicas, assim como aqueles que contribuem diretamente para a renda da UC.

Tabela 3 – Resultados das regressões quantílicas e por OLS das amostras dos gastos com Bebida

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da IBGE ( 2010a)

Figura 2 – Gráficos das regressões quantílicas e por OLS das amostras dos gastos com Bebida

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da IBGE ( 2010a).

A segunda razão explica-se pelo fato de que as crianças são financeiramente depen-dentes dos adultos da casa, envolvendo geralmente outros gastos com alimentação, educa-ção e vestuário, o que dificulta o gasto com bebidas alcoólicas de maneira geral, por este ser não ser um bem de primeira necessidade. A variável atribuída a quantidade de moradores (QTDEMOR) condiz com o esperado, pois esta variável inclui mais pessoas que consomem bebidas alcoólicas, assim como aqueles que contribuem diretamente para a renda da UC.

4. Considerações Finais

A partir dos dados da POF 2008-2009, o presente trabalho analisou o perfil sócio-demográfico dos consumidores de bebida alcoólica no Brasil, e demonstrou que famílias com maior renda, do sexo masculino, não religiosas e residentes no Norte e Nordeste, apre-sentaram, de maneira geral, maiores despesas com bebidas alcoólicas do que famílias de menor renda, mulheres e que praticam alguma religião.

Os resultados das regressões mostraram que as variáveis relacionadas ao sexo e idade, em que esperava-se que seriam determinantes importantes ao consumo de bebidas - tanto pelo senso comum, como pela literatura ( RICE et al., 1998; PEELE; BRODSKY, 2000; ANGULO; GIL; GRACIA, 2001) - mostraram-se estatisticamente insignificantes. É possível supor de que não há discriminação de consumo entre os gêneros, e de que os hábitos de consumo de cerveja não mudem com a idade, mas os dados não permitem fazer suposições concretas a respeito.

No Brasil, as crianças influenciam diretamente na decisão dos gastos com bebidas dos outros membros da mesma família, inibindo-os. Esta é uma evidência importante, pois comumente na literatura é debatido o reflexo do consumo de bebida dos pais sobre o com-portamento dos filhos, e nunca o contrário (a exemplo de Bendtsen et al. ( 2013)). Já o mesmo não ocorre com os adolescentes, podendo ser uma aceitação dos adultos para o consumo de álcool moderado nesta faixa etária, como sugere Foley et al. ( 2004).

Este trabalho expôs portanto indícios de que os pais tem preocupação de que os filhos consumam bebidas alcoólicas, com isso restringem a sua ingestão, a fim de não incentivá-los a beber.

Referências

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1. Doutorando em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGECO/UFSC). Email: dimitri.bessa@posgrad.ufsc.br

2. Profª Dra. Adjunta do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Email: evadasilvacatela@gmail.com

3. Para um melhor entendimento a respeito de “Consumo Hedônico”, ver Alba e Williams ( 2013)

4. O CV é dado pela proporção do Erro Padrão com a Média da Amostra

5. Com exceção apenas no quantil †= 0.25


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