Espacios. Vol. 37 (Nº 37) Año 2016. Pág. 28

A influência das características dos executivos de alto escalão sobre a estrutura de capital: Um estudo em empresas listadas na BM&FBOVESPA

The influence of the characteristics of high officers on tier capital structure: A study in listed companies in BM&FBOVESPA

Daiane Antonini BORTOLUZZI 1; Jasmina ZAKARIA 2; Edicreia Andrade dos SANTOS 3; Rogério João LUNKES 4

Recibido: 11/07/16 • Aprobado: 30/08/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Referencial teórico e hipóteses

3. Metodologia

4. Resultados e discussão dos dados

5. Considerações finais

Referências


RESUMO:

A Teoria dos Escalões Superiores apregoa que as cognições, valores, e percepções dos principais executivos influenciam nas escolhas estratégicas e consequentemente no desempenho da empresa. Diversos estudos têm analisado a relação entre as características dos executivos e a estrutura de capital da empresa e diante disso, o escopo desta pesquisa é verificar a influência das características observáveis dos alto executivos no endividamento das empresas listadas no setor cíclico da BM&FBovespa. Por meio dos resultados observou-se que, dentre as variáveis idade, formação e tempo no cargo, esta última foi a única a apresentar relação estatisticamente significativa com o endividamento das empresas.
Palavras-chave: Teoria dos Escalões Superiores; Estrutura de capital; Endividamento corporativo.

ABSTRACT:

The Upper Echelons Theory touts that cognitions, values, and perceptions of key executives influence the strategic choices and consequently the performance of the company. Several studies have examined the relationship between the characteristics of the executives and the company's capital structure and before that, the scope of this research is to investigate the influence of the observable characteristics of top executives in the debt of the companies listed in the cyclical sector of the BM&FBovespa. By the results it was observed that among the age, training and time in office, the latter was the only one to show a statistically significant relationship with the indebtedness of companies.
Keywords: Upper Echelons Theory; Capital structure; Corporate debt.

1. Introdução

As raízes da Teoria dos Escalões Superiores encontram-se na Teoria Comportamental da Empresa (Cyert & March, 1963), e sugere que as escolhas gerenciais nem sempre são racionais, mas são em grande medida influenciadas pelas limitações naturais dos seres humanos. Fatores comportamentais podem influenciar as escolhas estratégicas feitas pela equipe de direção, que por sua vez determinam o desempenho da empresa (Nielsen, 2010).

Neste entendimento, o interesse nas equipes de direção começou com o estudo seminal de Cyert e March (1963) e foi amplificado na década de 1970 por Child (1974). Assim, em seus resultados Child (1974) demonstrou que a competitividade corporativa vai além do ser humano na medida em que também depende de fatores externos, ou seja, além do fator controle da administração. Mais tarde, sob a lente da Teoria da Visão Baseada em Recursos (VBR), década de 1980, estudos visualizaram a equipe de direção como um recurso estratégico corporativo (Wernerfelt, 1984). Isto porque, é difícil para as empresas concorrentes imitarem os diretores (recursos humanos) e, portanto, muitas vezes a equipe de direção torna-se a base para uma sólida vantagem competitiva (Barney, 1991).

Em sua obra seminal acerca da Teoria dos Escalões Superiores (TES), Hambrick e Mason (1984) afirmaram que as cognições, valores, e percepções dos principais executivos influenciam no processo de escolha da estratégia e, consequentemente no desempenho da empresa. Nesta direção, diversos são os estudos empíricos a respeito da TES principalmente aqueles que têm analisado a correlação entre as características dos executivos e a estrutura de capital das empresas (Barker & Mueller, 2002; Kor, 2006); a correlação entre as escolhas estratégicas e seus líderes (Simeon, 2001), a relação entre inovação e as equipes de topo (Gubbins & Maccurtain, 2008), a contribuição das equipes de gestão para a geração de valor às organizações (Young, 2005).

Em linhas gerais, a literatura concebe a TES como uma teoria estratégica e como um dos subcampos da VBR (Hoskisson, Hitt, Wan, & Yiu, 1999; Serra, Serra, & Tomei, 2014). Deste modo, as premissas e perspectivas da TES é que as decisões estratégicas e consequentemente os resultados organizacionais são influenciados por características observáveis e cognitivas dos gestores (Hambrick & Mason, 1984).

Nesta direção, as estratégias corporativas como as decisões de financiamento, são desenvolvidas por executivos, cujos valores e cuja base cognitiva podem exercer uma grande influência sobre essa estratégia (Kor, 2006). Nestas circunstâncias, os gestores com menos tempo de mandato na empresa, por exemplo, podem não ter legitimidade aos olhos de alguns stakeholders internos ou externos (Miller, 1993) e são mais propensos a assumir riscos para provar a si mesmos como competentes (Kor, 2006). Assim, eles podem ser mais dispostos a arriscar e dentro das necessidades assumir dívidas mesmo que seu financiamento seja caro. Em contrapartida, os gestores com mais tempo de mandato podem possuir uma abordagem de aversão ao risco porque há menos pressão para provarem-se competentes. Eles podem enfatizar a estabilidade (Barker & Mueller, 2002) e evitar a tomar riscos em ações estratégicas (Kor, 2006). Isto porque podem ser mais experientes para reconhecer os riscos de falências associados com maior alavancagem. Assim, estes tendem a escolher uma estrutura de capital mais conservadora que envolve menor risco financeiro. Face ao exposto e com o intuito de integrar a TES com a estrutura de capital das empresas o presente estudo busca verificar a existência da influência das características observáveis, idade, nível de formação e tempo no cargo da equipe de direção no endividamento das empresas listadas no setor cíclico da BM&FBovespa. Assim sendo, o escopo concentra-se na verificação das influências das características observáveis, tempo no cargo, idade e nível de formação, da equipe de direção no endividamento de 49 empresas listadas na BM&FBovespa, com base nos dados do exercício de 2015.

Em razão destas desta problemática, este estudo justifica-se pela importância de entender como as características observáveis da equipe de direção das empresas influenciam sua estrutura de capital (composição das fontes de financiamento). Isto porque a da estrutura de capital é uma das áreas mais complexas na tomada de decisões financeiras, devido ao seu inter-relacionamento com outras variáveis de decisões financeiras (Gitman, 1997). Ademais, se o interesse é compreender por que a organização age e executa determinadas ações deve-se considerar as caracterísitcas dos principais executivos que compões os altos escalões (Hambrick, 2007).

 

2. Referencial teórico e hipóteses

Esta seção apresenta a visão de diversos autores no que se refere à Teoria dos Escalões Superiores, e também verifica com base nos estudos realizados a influência das características observáveis da equipe de direção na estrutura de capital das empresas. Ainda, apresenta as hipóteses da pesquisa assumidas para este estudo.

2.1. Teoria dos Escalões Superiores – TES

A Teoria dos Escalões Superiores (do inglês Upper Echelon Theory), introduzida originalmente por Hambrick e Mason (1984), é um modelo de processamento de informação comportamental, pautada em duas ideias centrais e interligadas. Primeira, os executivos atuam com base em suas interpretações personalizadas das situações estratégicas que enfrentam, e segundo, estas interpretações são uma função das experiências, valores e personalidades dos executivos (Hambrick & Mason, 1984).Sob esta perspectiva cabe salientar que a sustentação da TES é o conceito de racionalidade limitada (Cyert & March, 1963). Este possui como premissa que os gestores são confrontados com muito mais informações do que eles podem enfrentar, muito do que é ambíguo e complexo, e vai refletir em suas experiências, preferências e outros vieses (Cyert & March, 1963). A respeito destes aspectos March e Simon, (1958), Cyert e March, (1963) declaram que a visão de que as escolhas organizacionais são uma função do viés humano e de suas preferências foi estimulada pelos teóricos da escola de Carnegie, que argumentavam que os decisores organizacionais são limitadamente racionais e se envolvem em percepção seletiva personalizada de seus contextos de tarefas a serem elaboradas.

Hambrick e Mason (1984) estenderam essa ênfase para fatores humanos na estratégia com a TES, argumentando que os executivos introduzem suas bases cognitivas e valores pessoais em suas decisões. Na opinião destes autores, a racionalidade limitada, objetivos múltiplos e conflitantes, opções mal definidas e níveis diferentes de aspiração e, por sua vez, ações ou inações são todos derivados de crenças, conhecimentos, pressupostos e valores que os tomadores de decisão conduzem para a estrutura administrativa.

 Este ponto de vista comportamental de tomada de decisões é especialmente relevante para os gestores da equipe de direção, que enfrentam considerável complexidade e ambiguidade em suas tarefas. Isto porque líderes, normalmente, são confrontados com uma vasta quantidade de informação que exige significativa atenção (Mintzberg, 1973) e decidem sobre as respostas adequadas aos estímulos importantes descartando informações menos relevantes (Weick, 1979) de acordo com a interpretação da situação, a aplicação de suas crenças, conhecimentos, pressupostos e valores (March & Simon, 1958; Finkelstein & Hambrick, 1990).

Baseando-se nessas interpretações e também em uma série de estudos sociológicos e psicológicos, Hambrick e Mason (1984) argumentaram que os atributos observáveis moldam os valores e crenças dos gestores podendo ser vistos como aproximações válidas para habilidades cognitivas subjacentes, valores e conhecimentos. Estes atributos afetam substancialmente a tomada de decisões e o comportamento dos gestores, como também o desempenho da empresa (Hambrick & Mason, 1984). Assim sendo, as características observáveis dos gestores podem ser usadas como substitutos (proxies) para as dimensões psicológicas mais complexas de suas personalidades.

Para melhor visualização das relações da TES, a Figura 1 apresenta uma visão geral da Teoria dos Escalões Superiores.

Figura 1: Teoria dos Escalões Superiores

Fonte: Carpenter, Geletkanycz e Sanders (2004)

Por fim, ressalta-se que a TES evidencia que as características cognitivas, valores e percepções dos executivos influenciam a tomada de decisão e, consequentemente no desempenho empresarial. Ademais, pode-se destacar três vantagens principais de seu estudo: (i) pode oferecer substancialmente maior poder de prever resultados organizacionais; (ii) pode servir como base para a seleção e desenvolvimento dos executivos de nível superior e; (iii) pode ser utilizado para a estratégia com o desenvolvimento da capacidade preditiva dos movimentos da concorrência (Hambrick & Mason, 1984).

2.2 Estrutura de Capital

Dadas certas hipóteses simplificadoras, Modigliani e Miller (1958) propõem que a estrutura de capital não exerce um impacto sobre o valor da empresa. Esta proposição famosa de "irrelevância" de estrutura de capital gerou enorme controvérsia na época. Ao aplicar a suposição de que não existem impostos, Modigliani e Miller (1963) tomam a dedutibilidade fiscal dos pagamentos de juros em consideração e propõem que o valor da empresa aumenta com a alavancagem financeira. Se uma empresa possui sua alavancagem alta, um aumento de seu endividamento pode aumentar o risco de insolvência, que ficam sujeitos os credores. Por isso, novos empréstimos poderão ter suas taxas acrescidas, e o risco associado a dificuldades financeiras afetará os acionistas (Durand, 1952).

Os custos de financiamento da dívida poderiam compensar os benefícios de pagamentos de juros (Andrade & Kaplan, 1998; Jensen & Meckling, 1976; O’Brien, 2003). Estes custos podem surgir pelos custos de insolvência financeira. Como aumenta a alavancagem financeira, o mesmo acontece com a probabilidade de que uma empresa não vai conseguir cumprir suas obrigações de dívida. Se a empresa vai à falência, é muito provável que tenha de declarar e tenha que pagar alguns custos associados, tais como despesas jurídicas e administrativas (Andrade & Kaplan, 1998).

Além disso, os custos de financiamento da dívida podem vir de custos de agência (Jensen & Meckling, 1976). Os detentores de dívida, em geral, exigem proteção por recorrer a

mecanismos de monitoramento e de ligação, se acionistas tendem a expropriar a riqueza deles (Jensen & Meckling, 1976). Assim, a respeito da hipótese de monitoramento de dívida Jensen (1986), e Harris e Raviv (1990); sugerem que uma maior alavancagem pode servir como um dispositivo de bonding contra o critério gerencial, porque a dívida reduz a quantidade de fluxo de caixa livre disponível para gestores e pressões os fazem trabalhar mais, consumir menos privilégios e tomar melhores decisões (Zantout, 1997). Por conseguinte, o aumento da alavancagem pode reduzir os custos de agência total da dívida (O'Brien, 2003).

Diante dessas circunstâncias, os pesquisadores são incentivados a investigar se existe uma estrutura ótima de capital, devido aos potenciais benefícios e custos de financiamento da dívida. Contudo, resultados empíricos ainda permanecem inconclusivos (Ross, Westerfield, & Jordan, 2000). Por exemplo, a Teoria do Trade-off da estrutura de capital afirma que ''as empresas emprestam até o ponto em que o benefício fiscal a partir de um dólar extra, em dívida é exatamente igual ao custo que vem do aumento da probabilidade de insolvência financeira'' (Ross, Westerfield, & Jordan, 2000, p. 504). Este entendimento portanto, implica que existe uma estrutura ótima de capital que equilibra os benefícios e os custos de financiamento da dívida. No entanto, Myers e Majluf (1984) na Teoria de Pecking Order argumentam que não há nível de dívida ótima totalmente definida para uma empresa. Devido à assimetria de informação e os problemas de sinalização associados a fontes externas de financiamento, as empresas preferem as internas (por exemplo, lucros retidos) para financiamento externo e dívida em capital se lucros acumulados não são suficientes para financiar projetos.

As estratégias corporativas de uma empresa, como as decisões de financiamento, são desenvolvidas por executivos, cujos valores e cuja base cognitiva podem exercer uma grande influência sobre essa estratégia (Kor, 2006). Nestas circunstâncias, os gestores com menos tempo de mandato na empresa podem não ter legitimidade aos olhos de alguns stakeholders internos ou externos (Miller, 1993) e assim são mais propensos a assumir riscos para provar a si mesmos como são competentes (Kor, 2006). Assim sendo, eles podem ser mais dispostos a assumir as despesas de dívida mesmo que seu financiamento seja consideravelmente oneroso. Por outro lado, os gestores com mais tempo de mandato tendem a possui uma abordagem de aversão ao risco porque há menos pressão para provarem-se eficientes. Eles podem enfatizar a

estabilidade (Barker & Mueller, 2002) e evitar a tomar riscos em ações estratégicas (Kor, 2006). Ademais, podem ser mais experientes para reconhecer os riscos de falência associados com maior alavancagem. Assim, eles tendem a escolher uma estrutura de capital mais conservadora que envolve menor risco financeiro. Isto posto, propõem-se a seguinte hipótese:

H1: O tempo no cargo dos gestores do alto escalão apresenta uma relação negativa com o endividamento (capital de terceiros) das empresas.

Na mesma direção, a idade dos gestores pode afetar a sua atitude em relação ao risco. Gestores mais jovens tendem a ser mais inclinados a perseguir estratégias arriscadas enquanto que os mais velhos tendem a serem mais conservadores (Barker & Mueller, 2002; Hambrick & Mason, 1984). Esta constatação pode ser explicada por três principais razões: (i) os gerentes mais jovens podem ser mais capazes de aprender e integrar informação na tomada de decisões e podem ter mais confiança nas decisões (Taylor, 1975); (ii) como os gerentes mais jovens receberam formação educacional recentemente, têm mais conhecimentos tecnológicos comparados aos mais velhos (Bantel & Jackson, 1989); (iii) os gerentes mais jovens podem ser aptos a assumir riscos porque as suas preocupações com a segurança financeira e de carreira estão mais relegadas ao futuro (Barker & Mueller, 2002; Vroom & Pahl, 1971). Líderes mais velhos com a propensão de aversão ao risco e com preocupações de segurança financeira e de carreira tendem a priorizar uma estrutura de capital mais conservadora enquanto que os mais jovens podem estar mais dispostos a usar mais dívida. Assim, conjectura-se a seguinte hipótese:

H2: A idade dos gestores apresenta uma relação positiva com o endividamento (capital de terceiros) das empresas.

Níveis mais elevados de formação educacional são associados com maior capacidade cognitiva (Wally & Baum, 1994) e pode induzir a uma melhor capacidade de tolerar ambiguidade (Wiersema & Bantel, 1992), captar novas ideias (Barker & Mueller, 2002), aprender novos comportamentos e gerar e implementar soluções criativas para problemas complicados (Bantel & Jackson, 1989). Isto posto, os gestores com maior nível de formação podem ser muito confiantes em suas decisões de investimento e não precisam de tanta folga financeira como aqueles com menor nível de formação. Mais especificamente, os gerentes com maior nível de formação seriam menos propensos a optar por uma estrutura de capital conservadora para o financiamento do investimento. Deste modo, apresenta-se a seguinte hipótese:

H3: O nível de formação de uma equipe de direção é negativamente associado com a estrutura de capital predominantemente conservadora

Ressalta-se que um gestor conservador face a estrutura de capital refere-se àqueles que são avessos a arriscar com a obtenção de capitais junto a terceiros.

3. Metodologia

A presente pesquisa classifica-se como descritiva quanto aos objetivos, documental quanto aos procedimentos e quantitativa quanto à abordagem do problema (Cooper & Schindler, 2003). As pesquisas descritivas são aquelas que buscam trazer maiores evidências acerca das relações entre as variáveis e fenômenos, apresentando características e detalhes frequentemente não discutidos em pesquisas exploratórias (Hair Jr., Babin, Money, & Samouel, 2005); pois teve como objetivo verificar a existência da influência das características observáveis da equipe de direção na estrutura de capital das empresas, representados por um indicador econômico-financeiro. Estudos documentais são aqueles em que se utilizam dados não tratados ou em estado bruto, públicos ou privados, primários ou secundários (Cooper & Schindler, 2003); e assim sendo, a coleta de dados foi realizada por meio de fontes secundárias, procedente das demonstrações contábeis e dos formulários do site da BM&FBovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A classificação quantitativa deve-se à aplicação de procedimentos estatísticos, neste caso, a regressão linear múltipla em mínimos quadrados ordinários (MQO).

A população do estudo é composta por 65 empresas do setor cíclico listadas na BM&FBovespa. Destas, 4 não disponibilizaram informações a respeito da equipe de direção.

finalizando em uma amostra de 61 empresas. Os dados foram coletados entre os dias 18 a 30 de março de 2016 referentes ao exercício anual de 2015. O setor cíclico foi escolhido tendo em vista que é composto por empresas que são sensíveis aos ciclos econômicos como vestuário, lazer, hotéis e restaurantes e, por isso, dependem de uma equipe de direção com relevante capacitação. Ademais, o acesso às informações dessas organizações é facilitado devido à sua disponibilidade e publicação no site da BM&FBovespa.

Neste sentido, ressalta-se que os dados referentes às demonstrações contábeis, endividamento das empresas, foram coletados por meio do software Economática®. Os dados relativos às características dos executivos (Teoria dos Escalões Superiores) foram obtidos por empresa por empresa, no campo relatórios financeiros que possui como item formulários de referência e, subitem assembleia e administração. Posto isto, apresenta-se no Quadro 1 as empresas que compõem a amostra.

Quadro 1- Empresas da amostra

Empresas

Alpargatas S.A.

Empresa Nac. Com Part. S.A. Encorpar

Lojas Hering S.A.

Smiles S.A.

Arezzo Ind. e Com. S.A.

Estácio Part. S.A.

Lojas Marisa S.A.

Somos Educação S.A.

B2W Digital

Gaec Educação S.A.

Lojas Renner S.A.

Springer S.A

Betapart Part. S.A.

Grazziotin S.A.

Magazine Luiza S.A.

Springs Global Part. S.A.

Bicicletas Monark S.A.

Grendene S.A.

Manufatura De Brinquedos Estrela S.A.

T4F Entretenimento S.A.

Brasmotor S.A.

Guararapes Conf. S.A.

Maori S.A.

Tec Toy S.A.

Cambuci S.A.

Hopi Hari S.A.

Multiplus S.A.

Tecblu Tec. Blumenau S.A.

Cia Fiação Tec. Cedro Cachoeira

Hotéis Othon S.A.

Mundial S.A. Prod. de Consumo

TekaTecelagem Kuehnrich S.A.

Cia Hering

Hypermarcas S.A.

Nadir Figueiredo Ind. e Com S.A.

Textil Renauxview S.A.

Cia Ind. Cataguases

IGB Eletrônica S/A

Pettenati S.A. Ind. Têxtil

Unicasa Ind. de Móveis S.A.

Cia Locação das Américas

International Meal Comp. Alimentação S.A.

Restoque Comércio e Conf. de Roupas S.A.

Unidas S.A.

Cia Tecidos Norte de Minas Coteminas

Karsten S.A.

São Paulo Turismo S.A.

Via Varejo S.A.

Cia Tecidos Santanense

Kroton Educacional S.A.

Saraiva S.A. Livreiros Editores

Vulcabrás/Azaléia S.A.

CVC Brasil Oper. e Ag. de viagens S.A.

Localiza Rent a Car S.A.

Sauipe S.A.

Wembley Soc. Anônima

Dohler S.A.

Lojas Americanas S.A.

Ser Educacional S.A.

Whirlpool S.A.

Dufry AG

-

-

-

Fonte: BM&FBovespa (2016)

Para o tratamento dos dados utilizou-se o software R. Primeiramente foi realizado o procedimento de correlação entre a variável dependente (Participação de capital de terceiros - PCT) e as variáveis independentes (idade, formação e tempo no cargo,), e, posteriormente, a regressão múltipla entre essas variáveis a fim de verificar a relação entre as mesmas. As variáveis utilizadas estão dispostas na Quadro 2.

Quadro 2 – Variáveis do modelo

Variável

Forma de cálculo

X1

Idade

Logaritmo natural da média de idade

X2

Formação

Categorização= 0: não possui, 1: Graduação, 2: Especialização e/ou MBA, 3: Mestrado.

X3

Tempo de cargo

Logaritmo natural da média de anos de cargo

PCT

Participação de cap. de terceiros

Exigível Total/ Patrimônio Líquido %

Fonte: Dados da Pesquisa (2016)

Destacadas as variáveis, o modelo de regressão proposto pode ser apresentado da seguinte forma:

END = + ß1X1 + ß2X2 + ß3X3 +µ

Detalhadamente, ∂ é a constante da função, ß1, ß2 e ß3 são os coeficientes estimados da regressão, µ é o fator de erro da regressão e X1; X2 e X3 são as variáveis independentes do modelo destacadas conforme Quadro 2.

4. Resultados e discussão dos dados

Na Tabela 1 apresenta-se a estatística descritiva da base de dados com a amostra de 61 empresas e dos 247 respectivos diretores/gestores.

Tabela 1 - Características gerais da amostra (61 empresas)

Item

 Variáveis

Frequência

Geral

Média

Desvio Padrão

Idade

50,34

8,62

Tempo no cargo

6,37

7,84

Formação

 

Frequência Relativa

Frequência (%)

Sem graduação

2

0,81

Graduação

93

37,65

Especialização e MBA

104

42,11

Mestrado

45

18,22

Total

Empresas

61

Diretores

247

Fonte: Dados da Pesquisa (2016)

Para avaliar a relação entre o desempenho das empresas e, idade, formação e tempo no cargo, dos executivos da equipe de direção, foi primeiramente realizados os testes de normalidade dos dados, verificação dos outliers e correlação de Pearson. Quando da verificação dos outliers verificou-se a necessidade da exclusão de doze empresas uma vez que apresentaram valores elevados do endividamento, seja negativamente ou positivamente. Dessa forma, o número de observações passou a ser de 49 empresas.

Posteriormente, procedeu-se a análise descritiva das variáveis referentes aos dados das 49 empresas e observou-se que a média dos gestores não demonstrou alteração, permanecendo nos 50 anos com um desvio padrão de 9 anos. Em relação a variável tempo no cargo a média dos gestores é de 6 anos e em relação à composição de capital verificou-se que média 52,26% são de provenientes de terceiros. Isso demonstra que as empresas analisadas possuem, em média, aproximadamente 48% de capital próprio para a manutenção das suas atividades.

Na sequência, a Tabela 2 apresenta a matriz de correlação linear de Pearson, que descreve o grau de associação entre as variáveis. As variáveis são correlacionadas quando a mudança em uma delas é associada com as mudanças em outra variável (Hair Jr. et al., 2005).

Seu coeficiente varia de -1 a +1, ou seja, quando há aumento em uma variável, a outra também aumenta (correlação positiva) ou quando uma variável aumenta, a outra reduz (correlação negativa). Assim o coeficiente demonstra o grau de associação entre as variáveis.

Tabela 2 – Correlação de Pearson

Variáveis

Log(Idade)

Formação

Log(Tempo no cargo)

Endividamento

Log(Idade)

1

-

-

-

Formação

-0,1744

1

-

-

Log(Tempo no cargo)

 0,6742*

-0,1298

1

-

PCT

-0,2746

0,1466

 -0,3867*

1

Onde: *p < 0,01
Fonte: Dados da Pesquisa (2016)

Os resultados apontados por meio da correlação de Pearson permitem inferir que as variáveis de Log(Tempo no cargo), Log(Idade) e PCT se relacionaram estatisticamente significantes entre si. Quando comparadas as duas primeiras (Log(Tempo no cargo) e Log(Idade)) verificou-se correlação positiva moderada e estatisticamente significativa (ρ= -0,6742 e p-valor <0,01). Este resultado significa que quanto maior a média de idade da equipe de direção, maior é o tempo de ocupação no cargo. Entre as variáveis PCT e Log(Tempo no cargo) constatou-se a existência de uma correlação negativa média estatisticamente significativa (ρ= -0,3867 e p-valor <0,01); permitindo a inferência de que quanto mais tempo no cargo os gestores possuem menor a tendência estratégica de opção arriscar com mais capitais de terceiros.

Após a verificação das relações entre as variáveis do estudo aplicou-se a regressão linear múltipla que possibilita analisar a natureza da associação entre as variáveis e fazer previsões prováveis da variável dependente (Hair Jr. et al., 2005). Assim, a Tabela 3 apresenta os resultados de três modelos de regressão múltipla que foram testados com a finalidade de verificar qual modelo evidenciaria melhores explicações para as variáveis.

Tabela 3 – Modelos de regressão linear múltipla

Regressão

Modelo 1

 

R2

R2 ajustado

F

P-valor

0,159

0,1029

2,836

0,04861**

Coeficientes

(β)

Erro Padrão

T

P-valor

Intercepto

112.191

409.964

0.274

0.7856

Log(Tempo no cargo)

-46.679

23.530

-1.984

0.0534***

Log(Idade)

-5.831

108.344

-0.054

0.9573

Formação

18.908

27.009

0.700

0.0875

Modelo 2

 

R2

R2 ajustado

F

P-valor

0.159

0.1224

4.347

0.01865*

Coeficientes

(β)

Erro Padrão

T

P-valor

Intercepto

90.35

57.88

1.561

0.12537

Log(Tempo no cargo)

-47.52

17.33

-2.742

0.00867 *

Formação

19.08

26.53

0.719

0.4756

Modelo 3

R2

R2 ajustado

F

P-valor

0.1495

0.1314

8.262

0.006063*

Coeficientes

(β)

Erro Padrão

T

P-valor

Intercepto

126.26

29.13

4.335

0,0000764*

Log(Tempo no cargo)

-49.14

17.10

-2.874

0.00606 *

Nota: *p < 0,01; **p < 0,05; *** p < 0,10
Fonte: Dados da Pesquisa (2016)

A partir dos coeficientes estimados para as variáveis independentes do primeiro modelo (composto pelas três variáveis do estudo) observa-se que Log(tempo no cargo) e Formação apresentaram significância estatística a um nível de 10% (p-valor = 0.0534 e p-valor = 0,0875, respectivamente). Desta forma, no segundo modelo foi excluído a variável Log(idade) visto que não apresentou significância e com essa alteração o valor R2 ajustado aumentou de 10,29% para 12,24%. Do mesmo modo, no terceiro modelo foi excluída a variável formação por não apresentar significância estatística e com isso o R2 ajustado aumentou para 13,14%. Isto posto, o modelo que melhor explica a variação da estrutura de capital, mais especificamente a participação de capitais terceiros é PCT = 126,26 - 49,14*Log (Tempo no cargo), isto é, o modelo 3.

Pelo exposto, é possível afirmar que o tempo no cargo dos gestores da equipe de direção afeta negativamente a participação de capital de terceiros das empresas. Neste entendimento, depreende-se que a primeira hipótese a qual versa que o tempo no cargo dos gestores do alto escalão apresenta uma relação negativa com o endividamento das empresas é corroborada. Este achado coaduna com o que a literatura da TES tutela ao conceber que os diretores com mais tempo no cargo evitam tomar decisões arriscadas, ou seja, tem maior aversão a correrem riscos (Kor, 2006).

Enfatiza-se que durante o exercício das funções de seu cargo, os gestores tornam-se bem informados a respeito dos recursos da empresa e assim desenvolvem uma estrutura cognitiva acerca das oportunidades únicas e de qual estratégia deve ser seguida (Finkelstein & Hambrick, 1996; Penrose, 1959). De acordo com a Teoria dos Escalões Superiores, a aprendizagem gerencial ocorre durante os primeiros anos na empresa; em seguida, após o sucesso e aprendizagem inicial, os gerentes tendem a escolher, psicologicamente, estratégias que se sentem confortáveis (Finkelstein & Hambrick, 1996). A cada ano que passa, os gestores passam, cada vez mais, a acreditar apenas na sua visão de mundo. Um longo período de tempo no cargo de direção da empresa está associado a uma tomada de decisão passiva e resistente às mudanças de estratégia da organização, assim, a posição competitiva pode ser comprometida (Bantel & Jackson, 1989; Boeker, 1997; Wiersema & Bantel, 1992).

A segunda hipótese a qual advoga que a idade dos gestores apresenta uma relação positiva com o endividamento (capital de terceiros) das empresas, não foi estatisticamente sustentada. Por mais que a relação constatada não seja estatísticamente significante, tal achado permite a interpretação, com base no modelo 1, de que a idade dos gestores é negativamente associada com a variával endividamento (capital de terceiros) das empresas.

Com vistas a verificar se o nível de formação de uma equipe de direção é negativamente relacionado com a estrutura de capital predominantemente conservadora testou-se a H3. Os achados não corroboram tal hipótese, uma vez que não apresentou significância estatística e também porque o Beta (β) encontrado foi positivo nos dois modelos (1 e 2), permitindo inferir que o nível de formação dos gestores afeta positivamente nas decisões conservadoras de estrutura de capital. Contudo, os resultados obtidos não possibilitaram corroborar os argumentos de Bantel e Jackson (1989), Wiersema e Bantel (1992), Wally e Baum (1994) e Barker e Mueller (2002).

5. Considerações finais

Um recurso potencialmente estratégico da empresa são os seus líderes. Desse modo, a liderança estratégica desenvolveu-se em uma sucessão significativa de pesquisa em gestão estratégica. Pesquisas nesta área centram-se em indivíduos (CEO - Chief Executive Officer- ou divisão de gerentes-gerais), grupos (equipes de diretores) ou outros órgãos de governança (Conselho de administração). Assim, estudos a respeito do papel dos altos executivos tem sido um tema de interesse na literatura de gestão (Hoskisson et al., 1999).

Tendo como marco inicial a publicação de Hambrick e Mason (1984), a Teoria dos Escalões Superiores (TES) sustenta que os principais executivos desempenham um papel fundamental na escolha da decisão estratégica, e consequentemente nos resultados organizacionais. Para tanto, alguns estudos empíricos acerca da TES têm analisado a correlação entre as características dos executivos e a estrutura de capital das empresas.

Neste contexto, o escopo do presente estudo foi verificar a influência das características observáveis, idade, nível de formação e tempo no cargo, da equipe de direção na estrutura de capital (participação de capitais de terceiros) das empresas listadas no setor cíclico da BM&FBovespa.

A partir dos achados pode-se inferir que o tempo no cargo dos gestores da equipe de direção apresenta uma relação negativa estatisticamente significativa com o endividamento (participação de capitais de terceiros) das empresas. Assim, a permanência de um gestor no cargo por um longo período de tempo pode torna-lo avesso a riscos relacionados ao endividamento da empresa. Isto porque comprometem-se somente com a estratégia deliberada e ignoram pedidos de mudança, o que revela a expectativa de que esses executivos prefiram manter-se no status quo. A falta de mudança ocorre porque a cada ano a mais no cargo, o executivo torna-se mais fortemente empenhado em implementar o seu próprio paradigma, na forma como a organização deve ser gerenciada.

À guisa de conclusão é relevante ressaltar que, o presente estudo apresenta algumas limitações, como por exemplo, a limitada amostra da pesquisa. Isto porque em primeiro lugar, centra-se em um único setor com um número de empresas relativamente pequeno, de modo que não pode ser generalizada para outros setores. Apesar dos dados acerca dos executivos estarem disponíveis no site da BM&FBovespa e garantirem confiabilidade, algumas informações não convergem com as que são apresentadas nos sítios eletrônicos das empresas.

Ademais, outra limitação foi à utilização apenas dos diretores que estavam elencados no site da BM&FBovespa. Diferentes abordagens têm sido usadas para decidir quais os gestores que devem ser incluídos na definição da equipe de direção, por exemplo, pedindo para o CEO de uma empresa para identificar os membros da equipe de direção (Bantel & Jackson, 1989), ou inclusive todos os gerentes acima do vice-presidente (Michel & Hambrick, 1992). Críticos da TES argumentam que há muitas pessoas em todas as organizações que afetam os resultados, e todos eles são dignos de atenção acadêmica (Hambrick, 2005).

Por fim, sugere-se que futuros estudos verifiquem a influência das características observáveis da equipe de direção, em conjunto com o conselho de administração na intensidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Sugere-se também investigações acerca da influência das características observáveis da equipe de direção na escolha do orçamento de capital da empresa. Além das características observáveis, indica-se utilizar as características cognitivas dos executivos, como, a instabilidade emocional, ou neuroticismo que reflete a tendência de ser ansioso, compulsivo, defensivo, ou ainda, a agradabilidade que representa o grau em que alguém demonstra calor pessoal, uma preferência para a cooperação, e confiança e aceitação dos outros.

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1. Mestranda em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) . Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Universitário Trindade, Centro Socioeconômico, Florianópolis. E-mail: daianeantonini@gmail.com
2. Mestranda em Betriebswirtschaftslehre (Master of Science) em Universität Bayreuth (Alemanha). Endereço: Universität Bayreuth, Universitätsstraße 30, 95447 Bayreuth (Alemanha). Email: j.zakaria@t-online.de
3. Doutoranda em Contabilidade pelo Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) . Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Universitário Trindade, Centro Socioeconômico, Florianópolis. E-mail: edicreiaandrade@yahoo.com.br

4. Pós-doutorado em Contabilidade pela Universidad de Valencia (España). Professor do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade e Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Universitário Trindade, Centro Socioeconômico, Florianópolis. Email: rogeriolunkes@hotmail.com


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 37) Año 2016

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