Espacios. Vol. 37 (Nº 32) Año 2016. Pág. 20

Seleção e análise léxica de um portfólio de artigos sobre empresas de base tecnológica com foco em comportamento empreendedor

Selection and lexical analysis of a portfolio of articles about technology-based companies with a focus on entrepreneurial behavior

Cláudia de Freitas MICHELIN 1; Italo Fernando MINELLO 2; Julio Cezar Mairesse SILUK 3; Aline Martins DOS SANTOS 4

Recibido: 15/06/16 • Aprobado: 30/06/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Empresas de Base Tecnológica

3. Ciclo de Vida do Negócio

4. Comportamento empreendedor

5. Metodologia

6. Resultados

7. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O objetivo do estudo é realizar uma seleção e análise léxica de portfólio de artigos sobre empresas de base tecnológica com foco em comportamento empreendedor no ciclo de vida do negócio. O estudo foi realizado utilizando o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Ministério de Educação e Cultura (MEC), e nas bases Scopus, Science Direct e Emerald, com palavras-chave “empresas de base tecnológica; ciclo de vida do negócio; comportamento empreendedor; technological based companies; business life cycle; intangible assets; performance assessment; entrepreneur behavior”; no período de 2010 à 2016, demostrando lacunas e oportunidades para desenvolvimento de pesquisas nesta temática.
Palavras-chave: Empresas de Base Tecnológica; Ciclo de Vida do Negócio; Comportamento Empreendedor.

ABSTRACT:

The aim of this study is to do selection and lexical analysis of articles’ portfolio about technology-based companies with focus in entrepreneur behavior on business life cycle. The research was realized using Higher Education Personnel Improvement Coordination (CAPES) and Ministry of Education and Culture (MEC) online basis and in Scopus, Science Direct and Emerald, with the following keywords: “empresas de base tecnológica”; “ciclo de vida do negócio”; “comportamento empreendedor”; “technological based companies”; “business life cycle”; “intangible assets”; “performance assessment”; and “entrepreneur behavior”, between 2010 and 2016, showing gaps an opportunities for developing researches in this field of study.
Keywords: Technology based companies; Business life cycle; Entrepreneurial behavior.

1. Introdução

Desde meados do século passado, principalmente nas últimas duas décadas, pessoas e organizações enfrentam constantes mudanças tecnológicas, culturais, sociais e econômicas (SCARANO ET AL., 2014). Dentro deste contexto, encontram-se mercados que necessitam adaptarem-se a estas novas condições a fim de manter a competitividade (OLIVEIRA, 2013). Desse modo, para aumentar a possibilidade de sobrevivência das empresas torna-se crucial identificar habilidades empreendedoras que agreguem valor em todas as fases do ciclo de vida do negócio (HOSS; ROJO; GRAPEGGIA, 2010).

Para Fisk (2009), o ciclo de vida do negócio apresenta sete fases: criação, lançamento, estabilização, expansão, amadurecimento, evolução e saída. Em cada fase, o empreendedor responde a diferentes estímulos, apresentando comportamentos que afetam significativamente o ciclo de vida do negócio. Segundo Minello e Scherer (2012), as características comportamentais podem ser alteradas por transformações no ambiente, especificamente quando há transição do sucesso para o insucesso empresarial.

Nas organizações, principalmente em empresas de base tecnológica, o risco está associado às inovações tecnológicas, visto que pode causar insucessos de mercado como insucessos técnicos (SANCHES, 2005). De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC, 2014), 25% das startups morrem antes do primeiro ano de vida e a metade delas, em menos de 4 anos.

Nesse sentido, os empreendedores necessitam estar preparados para cenários positivos e negativos a fim de alavancar a competitividade dos negócios. Diante disso, torna-se necessário realizar estudos sobre o comportamento empreendedor em cada fase do ciclo do negócio. Para isso, o estudo tem como objetivo realizar uma seleção e análise léxica de um portfólio de artigos sobre empresas de base tecnológica com foco em comportamento empreendedor no ciclo de vida do negócio a fim de verificar o que está sendo pesquisado, assim como justificar a relevância de investir em pesquisas que abordem os temas propostos.

2. Empresas de Base Tecnológica

As empresas de base tecnológica têm por objetivo a adoção de novas tecnologias que já estão disponíveis para as instituições de investigação e desenvolvimento e colocá-las à disposição de outros agentes, em particular os potenciais empreendedores, sejam eles cientistas ou não, que estão motivados para isso e têm projetos claros para a definição de novas empresas industriais ou de serviços em setores de base tecnológica (OLIVA et al., 2011).

É importante entender que existem diferentes denominações para EBTs, possuindo muitas sinergias, conforme mostra o Quadro 1:

Quadro 1: Definições de Empresas de Base Tecnológica

DEFINIÇÃO

PRINICIPAIS AUTORES

Empresa de alta tecnologia que dispõem de competência rara ou exclusiva em termos de produtos ou processos, viáveis comercialmente, que incorporam grau elevado de conhecimento científico.

Marcovitchetetal. (1986), Ferro e Torkomian (1988, p. 44).

Empresas de capital nacional que, em cada país, se situam na fronteira tecnológica de seu setor.

Stefanuto (1993)

Micro e pequenas empresas comprometidas com o projeto, desenvolvimento e produção de novos produtos e/ou processos, caracterizando-se ainda pela aplicação sistemática de conhecimento técnico-científico (ciência aplicada e engenharia).

Carvalho et al. (1998 p.462)

Pequenas e médias empresas que realizam esforços tecnológicos significativos e concentram suas operações na fabricação de “novos” produtos. Para essas empresas deve-se considerar a capacidade de desenvolver novos produtos e abranger as capacidades de imitação, adaptação e engenharia reversa.

Paulo (2005); Cortês et.al., (2005); Pinho (2002); Fernandes et. al., (2004).

Empresa de qualquer porte ou setor que tenha na inovação tecnológica os fundamentos de sua estratégia competitiva. Desenvolvem produtos ou processos tecnologicamente novos ou melhorias tecnológicas significativas em produtos ou processos existentes.

Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP, 2010).

Fonte: Ribeiro (2012- a)

Além disso, as empresas com tecnologia avançada operam com processos, produtos e serviços em que a tecnologia é considerada nova ou inovadora. Estas empresas são criadas com base em resultados da investigação aplicada, em que os produtos novos ou inovadores surgem como possíveis soluções para os problemas detectados no mercado. O valor do conteúdo tecnológico adicionado ao produto ou serviço é muito alto (OLIVA et al., 2011).

Por outro lado, estudos têm demonstrado que o processo de criação de empresas de base tecnológica exige um conjunto coordenado de instrumentos legislativos, culturais e de financiamento, além de infraestrutura física adequada que permitam que os projetos tenham apoio para aumentar o grau de sobrevivência e sucesso comercial antes de deixar o mercado de tecnologia (MÉNDEZ et al., 2014).

No que se referem às suas características, as EBTs utilizam recursos e conhecimentos específicos como matéria-prima na fabricação de produtos, além da aplicação de novos conceitos em processos por meio da incorporação de avanços tecnológicos. Devido a essas características, elas tornam-se um campo promissor de pesquisa, no sentido de compreender como os recursos, conhecimentos e tecnologias aplicadas podem alavancar os resultados relacionados à inovação e influenciar as estratégias (SANCHES; MACHADO, 2014). Wouters e Kirchberger (2015) apresentam outras características referentes às EBTs como um foco claro em exploração de uma ideia tecnologicamente inovadora, um pequeno grupo de especialistas no núcleo da empresa, e independência de empresas já estabelecidas.

É importante salientar que em termos de atuação internacional, uma característica das EBTs de países com economias emergentes é o fato de que suas estratégias tecnológicas e de mercado serem, na maioria dos casos, pautadas pela imitação. Isso leva a dificuldades para tais empresas criarem seus mercados, pois esbarram em concorrentes externos mais estruturados e de maior porte que fornecem, nos mercados estrangeiros, o mesmo produto ou produto similar. De maneira geral, as EBTs reconhecem-se como empresas que atuam em nichos de mercado, tanto em âmbito nacional quanto internacional.

No caso das EBTs brasileiras, as oportunidades para suas operações se dão principalmente em mercados nos quais a demanda nacional é pequena demais para justificar a internalização da operação dos concorrentes estrangeiros. Além disso, há mercados nos países desenvolvidos que não apresentam interesse suficiente para atuação de empresas mais estruturadas, sendo que nesses nichos há um potencial de sucesso para as EBTs brasileiras (RIBEIRO et al., 2012-b). Ainda, Wouters e Kirchberger (2015) relatam que as transições eficazes do laboratório para mercado são importantes para o crescimento econômico do país. Diante disso, as universidades e os centros de pesquisa têm sido o elo de cooperação que possibilita geração de tecnologias similares às que as grandes empresas utilizam pra seu desenvolvimento e atualização tecnológica.

3. Ciclo de Vida do Negócio

A premissa básica de um ciclo de vida do negócio é o desenvolvimento de qualquer organização que tende a seguir um padrão previsível caracterizado por estágios progressivos e distintivos (WANG; SINDH, 2014). A velocidade com que as transformações da sociedade se manifestam corrobora o crescimento do interesse e da procura das pessoas por conhecimento, numa tentativa de desenvolver competências que auxiliem na gestão organizacional. Outros fatores que têm afetado as organizações referem-se ao tempo e as experiências advindas das mudanças de processo de crescimento de um empreendimento que caracterizam o seu ciclo de vida (HOSS; ROJO; GRAPEGGIA, 2010).

Cada organização ou mercado é diferente, e algumas empresas escolhem permanecer como negócios pequenos enquanto outras crescem em tamanho, podendo ser pequenos negócios que, por sua vez, poderão crescer novamente. Porém, Fisk (2009) afirma que grande parte das empresas não reconhecem as fases do crescimento pelas quais atravessam, sofrendo dessa forma dificuldades na expansão do negócio, e consequentemente perdem as melhores oportunidades que cada fase oferece. Para o autor, existem sete vidas no negócio, que são: criação, lançamento, estabilização, expansão, amadurecimento, evolução e saída.

  1. Criação: Reflete o nascimento de um negócio, impulsionado pela ambição empreendedora. Os fundadores dão forma as suas ideias e iniciam o negócio.
  2. Lançamento: Trata-se da condução do negócio, seu lançamento nos mercados, a construção da consciência, a entrega de seus serviços e geração de alguma receita.
  3. Estabilização: Procura-se dar ordem a um negócio pequeno e, provavelmente, um pouco caótico. O foco do empreendedor está na consolidação da empresa no mercado.
  4. Expansão: Considera-se a segunda fase de crescimento rápido, expandido o negócio de novas maneiras, alcançando novos produtos e ampliando a variedade. Importante salientar que o foco do empreendedor está na inovação.
  5. Amadurecimento: Refere-se à energia de toda ampliação para centrar os recursos nos mercados, produtos e clientes mais importantes, sendo que o foco está na priorização.
  6. Evolução: Procura novas maneiras estratégicas de inovar, dando forma a mercados e modelo de negocio. O foco está na inovação estratégica.
  7. Saída: Considerada a saída alternativa para a morte. Importante salientar que não existe limite para a evolução de um negócio, sendo limitada somente pela imaginação do seu pessoal.

É importante salientar que existem diversas teorias sobre o ciclo de vida das organizações, porém, Fisk (2009) aborda de maneira dinâmica as fases do negócio, o que vem ao encontro da forma como as empresas de base tecnológica desenvolvem-se, além de não propor em suas fases a morte do negócio e, sim, uma reconfiguração ao longo dos tempos.

4. Comportamento empreendedor

Na concepção de Schumpeter (1997), empreendedores são como indivíduos inovadores, que visam reformar ou revolucionar o padrão de produção, gerando inovação de processos e de tecnologia por meio da atividade empreendedora. Essa atividade é entendida, pelo autor, como a ação empresarial, desenvolvida por indivíduos com características especiais e detentores de habilidades específicas. Características empreendedoras são traços de personalidade que distinguem as pessoas detentoras dos mesmos e as tornam mais susceptíveis a adotar um comportamento e atitudes empreendedoras (SCHUMPETER, 1997).

As características empreendedoras tais como: busca de oportunidades e proatividade, tolerância ao risco, persistência, exigência de qualidade, comprometimento, busca de informações, estabelecimento de metas, planejamento, persuasão, independência (McCLELLAND, 1972) e outras habilidades e características individuais, pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Engelman e Fracasso (2013); Raupp e Bauren (2011) em função disso, salientam a importância e relevância de desenvolver tais características.

Na percepção desses autores, o conjunto dessas características permite instigar o esforço do indivíduo, denominado empreendedor no desenvolvimento de alguma ideia, que consequentemente poderá culminar na criação de um negócio. Importante destacar que nem todos possuem habilidades que permitem empreender. Entende-se que são necessárias algumas características inerentes ao indivíduo e outras que possam ser aprendidas. É vasta a literatura sobre características empreendedoras e comportamento empreendedor frente a sua significância no contexto dos negócios. Além das já descritas, alguns autores trazem outras características como inovação, liderança, riscos moderados, independência, criatividade, energia, tenacidade, originalidade, otimismo, orientação para resultados, flexibilidade, iniciativa, envolvimento em longo prazo, autoconfiança, agressividade, sensibilidade a outros, tendência a confiar nas pessoas e no dinheiro, como medida de desempenho (CÂMARA e ANDALÉCIO, 2012).

As características empreendedoras podem retratar o comportamento empreendedor que não dependem somente delas, pode depender também de contextos ambientais específicos (STOROPOLI, BINDER e MACCARI, 2013) entre outros fatores. Os empreendedores são impulsionados pela necessidade de sobrevivência, de concretização de uma ideia ou simplesmente pelo desejo de se tornarem donos do próprio negócio (FROTA, BRASIL, FONTENELE, 2014).

Dentre os vários autores que abordam o tema, destaca-se neste projeto McClelland (1972) que coloca a segmentação das características empreendedoras distribuídas em três conjuntos de ações: realização, planejamento e poder. Os conjuntos apontam uma série de competências, caracterizadas pelo comportamento empreendedor frente aos desafios enfrentados e vivenciados. O Quadro 2 apresenta a relação entre estas características e o comportamento empreendedor, dentro das categorias descritas.

Quadro 2: Características empreendedoras e comportamento empreendedor

Categoria

Características

Comportamentos

Realização

Busca de oportunidades e iniciativa

Faz as coisas antes de solicitado, ou antes de forçado pelas circunstâncias; Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio.

Correr riscos calculados

Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados; Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

Persistência

Age diante de um obstáculo significativo; Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; Faz um sacrifício pessoal ou desenvolve um esforço extraordinário para completar uma tarefa.

Exigência de qualidade e eficiência

Encontra melhores maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido ou mais barato; Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência; Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.

Comprometimento

Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos; Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho; Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade ao longo prazo, acima do lucro a curto prazo.

Categoria

Características

Comportamentos

Planejamento

Busca de informações

Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes; Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial.

Estabelecimento de metas

Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; Define metas de longo prazo, claras e específicas; Estabelece objetivos mensuráveis e de curto prazo.

Planejamento e monitoramento sistemáticos

Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub tarefas com prazos definidos; Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais; Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

Categoria

Características

Comportamentos

Poder

Persuasão e redes de contato

Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; Utiliza pessoas chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; Age para desenvolver e manter relações comerciais.

Independência e autoconfiança

Busca autonomia em relação a normas e controles de outros; Mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores; Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.

Fonte: Adaptado de McClelland (1972)

Entender as características de pessoas que empreendem em todas as fases do negócio torna-se relevante, o que vem a corroboram com Raupp e Bauren (2011) ao acreditar que traços ou características da personalidade possuem um papel decisivo no processo pelo qual um indivíduo decide abraçar uma carreira empreendedora.

Para trabalhar com pessoas, faz-se necessário entender o comportamento humano, e conhecer os vários sistemas e práticas disponíveis pode ajudar a construir uma força de trabalho qualificada e motivada, atributo favorável aos empreendedores (MICHELIN, 2011). Para Bohlander et al. (2003), embora as pessoas tenham sido sempre fundamentais no ambiente empresarial, elas desempenham um papel ainda mais central para a obtenção da vantagem competitiva de uma empresa. A ênfase no resultado em gestão de pessoas é uma questão essencial. Toulson e Dewe (2004) reforçaram que o uso da mensuração é importante para ressaltar, nas organizações, a importância estratégica das pessoas e que a satisfação dos funcionários está ligada a treinamento, boas práticas de avaliação de desempenho e suporte de liderança, percebe-se neste sentido o papel chave do empreendedor, especificamente o seu comportamento no negócio a que se propunha desenvolver. Explanando sobre os teóricos das temáticas, o estudo contempla como foi desenvolvida a metodologia para selecionar os artigos mais relevantes dos temas correlacionados.

5. Metodologia

A seleção e análise léxica é uma técnica para mapear os principais autores, periódicos e palavras-chave sobre determinado tema. Ensslin et al. (2014) definem como o processo de evidenciação quantitativa dos dados estatísticos, de um conjunto definido um portfólio bibliográfico, para a  gestão  da  informação  e  do  conhecimento  científico  de um dado assunto realizado por meio da contagem de documento.

A seleção e análise léxica apresentam indicadores de produção científica que qualifica a totalidade dos trabalhos de determinado autor ou periódico, como: fator de impacto, índice H e outros. Entre os índices bibliométricos, o mais famoso é o fator de impacto, uma criação do Institute for Scientific Information e gerado pelo Science Citation Index (SCI), uma base de dados multidisciplinar em ciência e tecnologia, para avaliar a repercussão que um artigo publicado poderia apresentar sobre a comunidade científica. Por definição, o fator de impacto num dado ano vem a ser o número de vezes que os artigos de uma revista científica, publicados nos dois anos anteriores, aparecem citados, dividido pelo total de artigos por ela publicados, no mesmo período das citações examinadas pelo S.C.I. Esses dados gerados pelos índices de citações são agregados ao Journal Citation Report (JCR), servindo também como fator para análise das revistas referidas, e que determina o fator de impacto de tais publicações na comunidade científica (THOMAZ; ASSAD; MOREIRA, 2011). 

Dessa forma, uma pesquisa baseada em seleção e análise léxica se caracteriza como de natureza teórica. Quanto aos procedimentos técnicos, enquadra-se como um estudo bibliográfico, pois trata de dados e verificações originadas diretamente de trabalhos já realizados no assunto pesquisado. Do ponto de vista dos objetivos, classifica-se como exploratória e descritiva, pois busca informações específicas e características do que está sendo estudado (GIL, 2008).

A fim de cumprir com o objetivo proposto, a Figura 1 mostra as etapas compreendidas na pesquisa, partindo inicialmente da investigação preliminar sobre o tema, de modo a aproximar as concepções e diretrizes pensadas pelos pesquisadores com as descrições literárias propostas principalmente por HOSS; ROJO; GRAPEGGIA (2010); FISK (2009); SCHUMPETER (1997); MCCLELLAND (1972).

Figura 1: Estrutura metodológica da pesquisa.

 

Investigação preliminar

Escolha das palavras-chave

Critérios de mineração

Elaboração do banco de dados

Leitura dos resumos

Filtragem dos dados

Seleção dos artigos representativos

Repositório final de artigos

Análise do Contexto Geral

Conclusões

Periódico dos artigos selecionados

O fator de impacto dos periódicos

 

Fonte: Adaptado de Siluket al., (2014)

Foram realizadas as filtragens das informações que se iniciou através da escolha das palavras chaves fundamentadas na temática da pesquisa. A partir disso, foi feita uma seleção e análise léxica de um portfólio de artigos contemplando os principais mecanismos de buscas, como o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e nas bases Scopus, Science Direct e Emerald, com as palavras-chave “empresas de base tecnológica; ciclo de vida do negócio; comportamento empreendedor; technologica lbased companies; business life cycle; intangible assets; performance assessment; entrepreneur behavior”, foram selecionados trabalhos em que os termos estavam correlacionados. O período compreendido entre 2010 e 2016 foi o delimitador, considerando o critério dos artigos mais relevantes e a correlação dos termos no título, resumo e palavras-chaves.

Posteriormente, elaborou-se um banco de dados para apresentação dos artigos semelhantes à pesquisa, e consequentemente uma leitura dos resumos a fim de adaptar com o cumprimento dos objetivos do estudo.

A apresentação do repositório final do artigo foi separada por base de dados. A partir disso, verificou- se a qualidade dos artigos publicados através do fator de impacto dos periódicos e por fim a conclusão.

Foram analisados os bancos de dados com intuito de identificar abordagens originais e relevantes que se aproximam com a pesquisa proposta e por fim as considerações do trabalho.

6. Resultados

Os dados foram buscados e compilados segundo a figura 1 da metodologia, realizando-se as buscas das palavras chaves em português e posteriormente em inglês. Não sustentando a pesquisa com as palavras chaves, foram adicionadas outras palavras correlacionadas como mensuração – mensuration, empreendedorismo – entrepreneurship, atitude empreendedora – entrepreneurial attitude. Em todas as buscas foram adicionadas duas palavras a fim de obter a correlação entre os temas. Por meio da seleção e análise léxica de um portfólio de artigos, foram encontrados 676 artigos em todas as áreas. Refinando a busca para as áreas correlacionadas, a pesquisa selecionou através da leitura dos resumos os estudos mais relevantes e que se aproximavam das temáticas. Destes foram selecionados 13artigos da base do Portal de Periódicos da CAPES, conforme pode ser visualizado no Quadro 3, além de 9 da base Emerald, 08 da Science Direct e 07 da Scopus

Quadro 3: Artigos correlacionados do Portal de Periódicos da Capes

Título

Autores

Ano

Palavras Chave

Objetivo

Interação e cooperação de empresas incubadas de base tecnológica: uma análise diante do novo paradigma de inovação

Iaconoetal

2011

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Avaliar, em face do novo paradigma de inovação: (i) o grau de importância percebido por essas empresas para as interações e relações de cooperação, em seu estagio atual de incubação, e (ii) a tendência desse comportamento para o período de pós-incubação.

Cooperação com empresas de base tecnológica: pesquisa-ação no setor elétrico

José Roberto Tálamo

Marly Monteiro de Carvalho

2012

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Compreender o processo de estruturação de uma rede de cooperação no contexto de empresas de base tecnológica.

Life Cycle Assessment as Entrepreneurial Tool for Business Management and Green Innovations

Piekarskiet al,.

2013

Technology companies; business life cycle

Discussão de avaliação do ciclo de vida se apresenta como uma ferramenta empresarial para a gestão empresarial moderna.

Using Fuzzy AHP to manage Intellectual Capital assets: An application to the ICT service industry

Calabrese, Armando; Costa, Roberta; Menichini, Tamara.

2013

Technology companies; intangible assets

Avaliar a importância relativa dos componentes do capital intelectual, no que diz respeito à sua contribuição para a criação de valor da empresa.

Estratégias Tecnológicas e Dinâmicas de  Inovação das Empresas

Agroindustriais no Brasil

Carvalho, Silvia Angélica DominguesDe; Furtado, André Tosi

2013

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Avaliar a importância relativa dos componentes do capital intelectual, no que diz respeito à sua contribuição para a criação de valor da empresa, a fim de obter as orientações de gestão.

Redes sociais informais e desempenho de empresas incubadas

Loiola, Elisabeth; Lagemann, Gerson Volney

2013

Empresa de Base Tecnológica/Empreendedorismo

Explorar e analisar a relação entre redes e desempenho empresarial

As incubadoras de empresas Portuguesas: uma abordagem ao modelo de gestão e ao desempenho do Instituto Empresarial do Minho.

Marques,

Sonia

2014

Empresas de Base Tecnológica; Avaliação de desempenho.

Proceder uma avaliação de desenvolvimento do Instituto

Empresarial do Minho com base na satisfação das empresas instaladas.

Segmentação de  Mercado em Empresas de Base Tecnológica: O caso da Segmentação de Espumantes

Riscarolli et. al.

2014

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Determinar os princípios de segmentação mercadológicos usados por uma vitivinicultora, como ilustração do tipo empresarial descrito, reconhecida pela excelência de seus produtos no mercado nacional e em mais de 13 países no mundo.

Padrões setoriais de  inovação da indústria de transformação brasileira

Conceição de  Fátima Silva; Wilson Suzigan.

2014

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Investigar os padrões setoriais de inovação da indústria de transformação brasileira a partir do referencial teórico da Escola Evolucionária Neo-Schumpeteriana, da base de dados da Pesquisa de  Inovação Tecnológica (PINTEC) para o período 2006-2008.

Gestão da inovação em empresas  nascentes de base tecnológica: evidências em uma incubadora de empresas no Brasil

Iacono, Antonio; Nagano, Marcelo

2014

Empresas de Base Tecnológica/ Comportamento

Avaliar o padrão de comportamento das empresas incubadas sobre gestão da inovação eo papel da incubadora sobre a sua orientação e apoio às empresas nos processos inovadores, durante os primeiros três anos de incubação.

Perfil intraempreendedor dos líderes de empresas de base tecnológica associadas: Um estudo de caso na vertical de segurança ACATE

Schmitz et.al.

2014

Technology companies/
entrepreneurship

Identificar os sinais distintivos, bem como sua intensidade, nesta parte do capital intelectual das empresas

 

Empreendedorismo inovador no polo tecnológico de Florianópolis

Bessa et. al

2014

Empresa de Base Tecnológica/Empreende-dorismo

Compreender o processo de empreendedorismo inovador no Polo Tecnológico de Florianópolis.

Intangible assets and superior and sustained performance of innovative Brazilian firms

De Luca et. al

2014

Technology companies/
entrepreneurship

Investigar se as empresas inovadoras com desempenho e superior sem um desempenho superior diferem no que diz respeito aos investimentos em ativos intangíveis.

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise léxica

No Portal Capes Periódico, a correlação das palavras chaves propostas em português não obtiveram retorno significativo. Dessa forma, foi modificada a busca para as palavras “empresas de base tecnológica e comportamento”, resultando em seis artigos. Além disso, foi proposta a correlação “empresas de base tecnológica e empreendedorismo”, que procedeu dois artigos e com a palavra “avaliação de desempenho” resultando em um artigo.  No que diz respeito à correlação “technology, companies-business,lifecycle” resultou-se em um artigo, sendo que com acréscimo das correlações “technology, companies - entrepreneurship” em dois trabalhos.

A próxima base de pesquisa utilizada foi o Portal Emerald, conforme pode ser visualizado no Quadro 4.

Quadro 4: Artigos correlacionados Portal Emerald

Título

Autores

Ano

Palavras Chave

Objetivo

Intellectual capital as competitive advantage in emerging clusters in Latin America

Carlos M. Jardon Maria Susana Martos

2012

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Analisar as relações entre os componentes do capital intelectual dentro de um modelo de vantagens competitivas em clusters emergentes em uma região da América Latina.

Public leadership: motivated by values not bonuses

SuMaddock

2012

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Abordar os conceitos variados de liderança no âmbito dos serviços públicos no Reino Unido.

Generative leadership: responding to the call for responsibility

William P. Macaux

2012

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Examinar o que significa ser responsável como um líder neste momento e contexto do estudo.

 

The myth of “transferable skills” for senior executives – key lessons to be learned

Harry Gray

2012

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Desafiar a noção de que os gerentes seniores e executivos tem um conjunto de “competências transferíveis”, que pode ser portado com sucesso de um tipo de organização para outra e até mesmo dentro da mesma organização.

Effectiveness at the top – what makes the difference and why?

Brian Leavy

2013

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Analisar o que é diferente sobre a liderança de topo e que é necessário além da competência profissional comprovada para ser altamente eficaz a este nível.

Building intellectual capital in incubated technology

firms

Clare G. Gately , James A. Cunningham

2014

Technology companies; intangible assets

 

Examinar como empreendedores de tecnologia incubados constroem o capital racional para uma nova formação de riscos no contexto social de uma Instituição de ensino.

Recognition and management of intangibles by Bulgarian entrepreneurial firms

Lidia Petrova Galabova 

2014

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Investigar como intangíveis são identificados por quadros de empresas empreendedoras búlgaras. Isto é conseguido através da análise de políticas corporativas e as práticas de gestão de intangíveis no dia- a-dia em um pequeno número de empresas no contexto do desempenho geral dessas empresas.

Building intellectual capital in incubated technology firms

Clare G. Gately , James A. Cunningham

2014

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Examinar como incubada empreendedores de tecnologia construir o capital relacional para uma nova formação de risco no contexto social de uma Instituição de Ensino Superior.

Intellectual capital in family firms: human capital identification and measurement

Claver-Cortés et. al

2015

Entrepreneurial attitude/ technology companies

Identificar os intangíveis de capital humanos mais importantes de propriedade de empresas familiares e também para mostrar uma série de indicadores que podem ajudar a medi-los.

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise léxica

Em relação ao Portal Emerald, os artigos que correlacionam “comportamento empreendedor - empresas de base tecnológica” e “comportamento empreendedor - ciclo do negócio” não obtiveram êxito, assim como suas respectivas traduções em inglês. Dessa forma, realizou-se uma pesquisa com as palavras “entrepreneurial attitude, technology companies”, que procedeu 1.617 artigos de todas as áreas. A partir disso, refinou-se para áreas afins que se resultaram em 211 artigos, visto que abordavam temas como capital intelectual, inovação, gestão do conhecimento, mudança organizacional, liderança, gestão da mudança, desenvolvimento de carreira, empreendedorismo e cultura organizacional de pequenas e médias empresas. Entretanto, com o intuito de refinar ainda mais a busca, a pesquisa selecionou oito artigos que havia correlação com liderança e capital intelectual.   Importante salientar que todos os artigos são publicados em inglês e na maioria provém de outros países, deixando lacunas para publicações em território nacional.

Além do Portal CAPES Periódico e do Portal Emerald, foi utilizada a Portal Science Direct, conforme mostra o Quadro 5.

Quadro 5: Artigos correlacionados do Portal Science Direct

Título

Autores

Ano

Palavras Chave

Objetivo

Integrated Approach to Entrepreneurship – Knowledge based Economy: A Conceptual Model

S.Habib Mortazavi,

Mahdi Bahrami

2012

Tecnology companies/ behavior entrepreneus

Tratar dos temas de empreendedorismo, economia baseada no conhecimento e definir os seus pré-requisitos e as suas consequências.

 

Uma equação proposta para fomentar a inovação nas organizações

Flávio Bressan

2013

Empresa de Base Tecnológica/ Comportamento Empreendedor

Através de estudo qualitativo, endereça os fatores envolvidos em experiências de sucesso, para propor que os fatores componentes da equação para fomentar a inovação - ambiente de negócios, organização, gerência, complementadores, e o inovador e seu modelo mental – estão presentes.

Stimulating Organizational Innovativeness through Ethical Leadership Practices: The Mediating Role of Organizational Trust

Raminta Pučėtaitė

2014

Entrepreneurial attitude/ technology-based company

 

O artigo apresenta os resultados da pesquisa em andamento que explora a inter-relação entre a liderança ética e inovação organizacional, questionando o papel da confiança organizacional nesta relação e argumentando que a confiança organizacional reforça o efeito da liderança ética nos resultados organizacionais positivos.

Characteristics and Attitudes of Entrepreneurs Towards Entrepreneurship

Şükrü Gedik,
Mehmet Miman
Mehmet Serdar Kesici

2015

Tecnology companies/ behavior entrepreneus

Este estudo desenvolve e utiliza uma escala para identificar a inovação e atitudes positivas dos empresários em relação ao empreendedorismo

La capacidad de innovación y su relación com el emprendimiento em las regiones de México

Tovar et. al

2015

Empresa de Base Tecnológica/ Comportamento Empreendedor

Construir uma tipologia regional da capacidade de inovação na sua relação com o comportamento empreendedor no México.

The Effect of Dynamic Capability to Technology Adoption and its Determinant Factors for Improving Firm's Performance; Toward a Conceptual Model

Zainal Arifin, Frmanzah

2015

Entrepreneurial attitude/ technology-based company

Analisar a influência das capacidades dinâmicas (DCs) associados com a adoção da tecnologia para melhorar o desempenho da empresa. Este estudo propõe a adoção da tecnologia como uma competência funcional.

Study of Organizational Life Cycle and its Impact on Strategy Formulation Original

Farideh Rahimi, Saeed Fallah

2015

Entrepreneurial attitude/ technology-based company

Examinar a vida da organização e seu impacto na formulação da estratégia.

A Research on Job Satisfaction Factors of Private Entrepreneurs: The Case of Beylikduzu Organized Industrial Zone

Ayşegül Ertuğrul Ayrancı, Evren Ayrancı

2015

AyşegülErtuğrulAyrancı, EvrenAyrancı

Investigar os fatores que contribuem para a satisfação dos proprietários de negócios com seus próprios negócios no contexto turco com ênfase nas pequenas e médias empresas.

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise léxica

No Portal Science Direct, que resultou 1.437 artigos com a correlação “tecnology, companies - behavior, entrepreneus”, visto que refinando para áreas afins procederam em 233, expondo temas como organização, empreendedorismo, ciência comportamental, gestão, tecnologia e inovação. Dessa forma, escolheu-se selecionar oito artigos que tem correlação com ciência comportamental. Nesta plataforma identificou-se um trabalho que aborda a capacidade de inovação diretamente relacionada com o comportamento empreendedor e um artigo que trata dos fatores que contribuem para a satisfação do gestor.

E por fim, foi pesquisado artigos no Portal Scopus, conforme pode ser visualizado no Quadro 6.

Quadro 6: Artigos correlacionados do Portal Scopus

Título

Autores

Ano

Palavras Chave

Objetivo

Imagination workshops: An empirical exploration of SFP for technology-based business innovation

Wu, H. Y

2013

Technology companies/
entrepreneurship

Este artigo explora o uso potencial de ficção científica Protótipos (SFPs) como um veículo para promover o pensamento criativo e inovação no processo de desenvolvimento de negócios e tecnologia

The vital entrepreneurial learning organization: A corporate mindset for entrepreneurial change management

Platzek, B.P. Pretorius, L.  Winzker, D.H.   

2014

Technology companies/
entrepreneurship

Analisar a aprendizagem organizacional como vital para gerar uma mentalidade de gerenciamento e mudança empresarial

Managing the intellectual capital within government-university-industry R&D partnerships: A framework for the engineering research centers

Carayannis, E., Giudice, M.D., Peruta, M.R.D.

2014

Technology companies/
entrepreneurship

Propor uma estrutura para estabelecer e gerenciar parcerias, utilizando princípios e construções desenhadas da teoria institucional, aprendizagem organizacional, a teoria da aliança, e gestão da inovação.

On the motivational drivers of gray entrepreneurship: An exploratory study

Harms, R., Luck, F., Kraus, S., Walsh, S.

2014

Technology companies/
entrepreneurship

Entender como empresários cinza (mais experientes) afetam a ação empresarial destacando os drivers motivacionais de empresários cinza com uma ênfase particular nos desafios de RH de uma força de trabalho de envelhecimento.

Use of infrastructures to support innovative entrepreneurship and business growth

Roig-Tierno, N.a,

Alcázar, J. ,

Ribeiro-Navarrete, S.  

2015

Technology companies/
entrepreneurship

Analisar a relação entre o crescimento e a utilização de infraestruturas de apoio ao empreendedorismo inovador. O estudo considera três tipos de infraestruturas de apoio: incubadoras, centros de tecnologia e universidades.

Venture capital, CEOs' sources of power, and innovation novelty at different life stages of a new venture

Park, H.D.   Tzabbar, D.

 

2016

Technology companies/
entrepreneurship

Explorar como a dependência mútua entre os capitalistas de risco (VCs) e CEOs de risco afeta a novidade inovação de novos empreendimentos em diferentes estágios de suas vidas.

Social innovation model for business performance and innovation

Salim Saji, B. , Ellingstad, P.

 

2016

Technology companies/
entrepreneurship

Desenvolver um modelo de inovação social e compreender os níveis de comunicação de diferentes atores sociais em diferentes pontos de um projeto de inovação social (pelo Hewlett Packard)

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise léxica

A última base pesquisada foi a Scopus, correlacionando à palavra “empresas de base tecnológica” com “comportamento empreendedor, ciclo do negócio, e mensuração”, sendo que procederam dois artigos. A partir disso, foi feito uma pesquisa com as palavras “technology, companies, entrepreneurship” resultando 166 artigos, sendo que refinando por áreas afins, como psicologia e ciências sociais, restaram 47 trabalhos e por fim foram selecionados apenas oito artigos que relatam capital intelectual e inovação.

Além disso, as revistas que mais se destacam entre os temas estudados, conforme pode ser visualizado no Gráfico 1, são os periódicos Brazilian Administration Review, Estudios Gerenciales e principalmente Procedia – Social and Behavioral Sciences.

Gráfico 1: Periódicos em destaque

Fonte: Elaborado pelos autores/2016

O periódico Brazilian Administration Review tem como missão contribuir para uma compreensão mais profunda da teoria do negócio e suas implicações gerenciais por meio da divulgação internacional de papéis relevantes no desenvolvimento teórico e pesquisa empírica produzida pela academia brasileira, bem como por pesquisadores de outros países. Enquanto, a Revista Estudios Gerenciales, é uma revista latino-americana de gestão e economia que se concentra nas áreas temáticas de organizações, gestão organizacional, empreendedorismo, inovação, marketing, contabilidade, finanças, administração pública, econometria, desenvolvimento econômico, organização industrial, comércio internacional, política econômica e economia regional. Em relação a Procedia – Social and Behavioral Sciences apresenta pesquisas de comportamento empreendedor nas áreas sociais aplicadas.

Entretanto, os periódicos mais qualificados, que segundo Thomaz; Assad; Moreira (2011), são os que apresentam maior fator de impacto, como a Interciência, Futures ,Journal of Business Research, Expert Systems With Applications e Organization Science, conforme mostra o Gráfico 2.

Gráfico 2: Fator de Impacto dos periódicos

Fonte: Elaborado pelos autores/2016

Desse modo, a partir da análise de todas as quatro bases de periódicos da pesquisa, entende-se que os temas escolhidos para essa análise léxica são publicados, mas quando são correlacionados entre eles, a busca se estreita, especificamente correlacionando comportamento empreendedor, o que pode significar uma lacuna entre os temas, cabendo dessa forma a oportunidade para novas pesquisas.

7. Considerações finais

Empresa de base tecnológica é um tema bastante pesquisado, mas quando inserido abordagens como a figura do gestor, comportamento empreendedor e mensuração de desempenho percebe-se que existem poucos artigos, o que contribui para uma potencial relevância e possível originalidade em desenvolver pesquisas nestas temáticas.

A avaliação de desempenho de intangíveis como comportamento e capital intelectual, tem sido difíceis de mensurar, talvez por isso se justifique a pouca quantidade de trabalhos. Entretanto, o autor Hubbard (2009) aborda em seu livro que qualquer coisa é possível mensurar a partir de metodologias apropriadas e adaptadas.

Em âmbito nacional poucos artigos surgiram, sendo que a maioria é de periódicos internacionais, indicando que também pode contribuir para motivar tais pesquisas.

Dessa forma, respondendo o objetivo do estudo em realizar uma seleção e análise léxica de um portfólio de artigos sobre empresas de base tecnológica com foco em comportamento empreendedor a fim de verificar o que está sendo pesquisado para justificar a relevância de investir em pesquisas que abordem os temas, conclui-se que existem lacunas entre os temas correlacionados, sendo que em alguns inexiste correlação. Isso comprova a oportunidade para estes estudos, indicando uma potencial relevância e provável originalidade para pesquisas e futuras publicações.

Referências

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1. (ULBRA - Universidade Luterana do Brasil) claudiamichelin@ulbra.edu.br
2. (UFSM – Universidade Federal de Santa Maria) italo.minello@uol.com.br
3. (UFSM – Universidade Federal de Santa Maria) jsiluk@ufsm.br

4. (UFSM – Universidade Federal de Santa Maria) alinemartinsadm@hotmil.com


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 32) Año 2016

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