Espacios. Vol. 37 (Nº 31) Año 2016. Pág. 23

Avaliação da Correlação entre Fatores Psicossociais e Sintomas de DORT em colaboradores de uma indústria de calçados

Evaluation of the correlation between Psychosocial Factors and symptoms of WMSD in employees of a shoe industry

Jonhatan Magno Norte da SILVA 1; Leila Amaral GONTIJO 2; Luiz Bueno da SILVA 3; Eugenio Andrés Diaz MERINO 4; Elamara Marama de Araujo VIEIRA 5; Wilza Karla dos Santos LEITE 6; Manoel Gerônimo Lino TORRES 7

Recibido: 07/06/16 • Aprobado: 13/07/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Métodos

3. Resultados e discussão

4. Conclusão

Referências


RESUMO:

A maioria dos estudos sobre a relação entre fatores psicossociais e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) se concentram nos países desenvolvidos, sendo emergente a necessidade de estudos em países subdesenvolvidos. A indústria calçadista é uma das que apresentam maior quantidade de colaboradores com DORT. Assim, o objetivo central desse artigo é avaliar a correlação entre fatores psicossociais e sintomas de DORT em colaboradores de uma indústria calçadista brasileira. Metodologicamente foi utilizado um questionário auto administrado que contemplem as dimensões individuais, psicossociais e sintomas de DORT. Para analisar a associação entre os fatores psicossociais e os DORT utilizou-se a correlação de Spearman. Os resultados indicam que fatores psicossociais, como ‘baixo suporte social dos supervisores’, ‘esforço’ e ‘comprometimento excessivo’ têm relação com o desenvolvimento de sintomas de DORT na região do pescoço, ombros, costas, lombar e punho. Assim, para que intervenções ergonômicas em indústrias de calçados reflitam em melhores resultados quanto a redução dos DORTS, deve-se considerar os fatores psicossociais entre as possíveis causas de doenças musculoesqueléticas.
Palavras-chave: Fatores Psicossociais; DORTs; Correlação; Indústria de Calçados.

ABSTRACT:

Most studies on the relationship between psychosocial factors and Musculoskeletal disorders related to work (WMSDs) are concentrated in developed countries, being required studies in developing countries. The footwear industry have a high number of employees with WMSDs. Thus, the main objective of this article is to evaluate the correlation between psychosocial factors and symptoms of WMSDs in employees of a Brazilian footwear industry. Methodologically was used a self-administered questionnaire that address the individual dimensions, psychosocial and symptoms of WMSDs. To analyze the association between psychosocial factors and WMSDs was used the Spearman correlation. The results indicate that psychosocial factors such as 'low social support from supervisors', 'effort' and 'overcommitment' is related to the development of symptoms of WMSDs in the neck, shoulders, back, low back and wrist. Thus, for that the ergonomic interventions in footwear industries reflecting in better results regarding the reduction of WMSDs, should consider psychosocial factors among the possible causes of musculoskeletal diseases.
Keywords: Psychosocial factors; WRMD; Correlation; Footwear industry.

1. Introdução

No Brasil, a indústria de calçados se destaca negativamente pelo crescente número de colaboradores que desenvolvem DORTs (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) em vários segmentos do corpo (COLAÇO, 2013). No entanto, problemas relacionados à DORTs em indústrias calçadistas ocorrem também em diversos países do mundo, como Japão (AMANO, UMENDA; YATSUKI, 1988), México (SERRATOS-PEREZ; MENDIOLA-ANDA, 1993), França (ROQUELAURE et al., 2002; ROQUELAURE et al., 2004; LECLERC et al., 2004; DESCATHA et al., 2007), Índia (GUPTA; MAHALANABIS, 2006), Sri Lanka (WARNAKULASURIYA et al., 2012), Tailândia (TODD et al., 2008) Iran (AGHILI; ASILIAN; POURSAFA, 2012; DIANAT; SALIMI, 2014) e Portugal (AFONÇO, 2013) assumindo características de epidemia (COUTO; MORAES, 2003).

Entre as várias partes do corpo afetadas pelo DORTs em colaboradores desse ramo industrial, a região do pescoço (SERRATOS-PEREZ; MENDIOLA-ANDA, 1993), ombro (LECLERC et al., 2004), costas (AGHILI, ASILIAN, POURSAFA, 2012), lombar (WARNAKULASURIYA et al., 2012) e do punho (SILVA et al. 2016) são mais evidenciadas na literatura.

Segundo Moraes e Bastos (2013) no Brasil os DORTs refletem em gastos na ordem de 356 milhões de reais por ano. Para a Us Bureau of Labor Statistics (2012) os afastamentos causados pelos DORTs totalizam 7 milhões de dias de trabalho perdidos nos países do Reino Unido. Assim, além de reduzir o sofrimento de milhões de colaboradores, diminuir as consequências dos DORTs minimiza uso de dinheiro por parte do governo e empresas.

Fatores biomecânicos, cognitivos, sociais, ambientais, organizacionais e psicossociais contribuem para o surgimento dos sintomas de DORTs no corpo humano (KUORINKA; FORCIER, 1995; WIDANARKO et al., 2014). Entre tais fatores, os psicossociais ainda foram estudados em menor profundidade, sendo necessário um maior número de estudos para compreender seu real impacto nos problemas de saúde ocupacional (LEKA et al., 2011; IAVICOLI et al., 2011).

Assim, o objetivo desse artigo é avaliar a correlação entre fatores psicossociais e sintomas de DORTs na região pescoço, ombros, costas, lombar e punhos de colaboradores de uma indústria de calçados brasileira.

2. Métodos

A amostra é formada por 143 colaboradores do sexo masculino e 124 do sexo feminino, que foram selecionados aleatoriamente dos postos de trabalho de uma indústria calçadista. Para participar da pesquisa os colaboradores deveriam ter pelo menos 18 anos; está gozando de boa saúde; e não ter sido hospitalizado por problemas relacionados a fraturas ósseas, musculares ou inflamações em tendões, articulações e bolsas sinoviais.

Os colaboradores foram convidados a responder um questionário auto administrado que contemplava dados individuais, fatores psicossociais e sintomas de DORTs. Os dados individuais coletados foram idade em anos, altura em metros (m), peso em quilos (Kg) e tempo de serviço pela empresa em meses. Com base na altura e peso foi calculado o índice de massa corpórea dos colaboradores (IMC). Os colaboradores foram agrupados em: (1) IMC<18,5 Kg/m2 (abaixo do peso); (2) 18,5 Kg/m2 ≤IMC<25 Kg/m2 (peso normal); (3) 25 Kg/m2 ≤IMC<29,9 Kg/m2 (sobre peso); (3) IMC≥30 Kg/m2 (obesidade). Quanto à idade os colaboradores foram agrupados em: (1) 18 anos≤Idade≤20 anos; (2) 21 anos≤Idade≤30 anos; (3) 31 anos≤Idade≤40 anos; e (4) Idade>40 anos. Para o tempo de serviço (TS) os colaboradores foram agrupado em: (1) TS ≤ 20 meses; (2) 21 meses≤TS≤60 meses; (3) 61 meses≤TS≤120 meses; (4) 121 meses≤TS≤180 meses; (5) 181 meses≤TS≤240 meses; (6) TS>240 meses.

A avaliação da percepção quanto aos fatores psicossociais foi feita pelo Job Content Questionnaire (JCQ) (KARASEK et al., 1985), do Effort-reward Imbalance Questionnaire (ERI) (SIEGRIST et al., 1998) e de itens construídos com base nos estudos sobre insatisfação no trabalho de Ijzelenberg et al. (2004); estresse de Smith et al. (2000); bullying, assédio sexual, discriminação, violência física e trabalho monótono de Niedhammer et al., (2012). Para os itens do JCQ e do ERI os colaboradores responderam um entre quatro opções (discordo totalmente, discordo, concordo e concordo totalmente). Para os demais fatores não contemplados no JCQ e ERI os colaboradores assinalaram um entre duas opções (concordo e discordo).

Com base nos itens do JCQ foram avaliados os fatores ‘demandas físicas’, ‘controle do trabalho’, ‘baixo apoio social dos colegas de trabalho’, ‘baixo apoio social dos supervisores’, ‘demandas psicológicas’ e ‘insegurança quanto à manutenção do emprego’. Considerou-se o peso da análise fatorial aceita na comunidade científica (KARASEK et al., 1985) para construir os escores desses fatores. Com base na mediana dos escores calculados, os fatores foram dicotomizados em alta e baixa exposição.

Através do ERI mediu-se a percepção quanto aos fatores ‘esforço’, ‘recompensa’ e ‘comprometimento excessivo’. Os escores desses fatores foram feitos pela soma dos itens relativos a cada fator (SOUZA et al., 2012). A média dos escores foi utilizada para dicotomizar à exposição a tais fatores.

Para avaliar os sintomas de DORTs utilizou-se uma versão adaptada do questionário Nórdico (QN) (KUORINKA et al., 1987), onde os colaboradores poderiam optar por quatro pontos (sem dor, dor rara, dor frequente e dor diária) para as regiões do pescoço, ombro, costas, lombar e pulso.

Os colaboradores responderam o questionário individualmente em uma sala climatizadas, longe de interferências externas e durante o horário de trabalho. Antes de responder os itens do questionário um dos pesquisadores explicava os objetivos da pesquisa ao entrevistado; e esse era convidado a ler e assinar um termo de consentimento livre e esclarecido. Os entrevistados poderiam se negar a participar desse estudo a qualquer tempo. Não foi estipulado tempo para responder aos itens, algo que foi prontamente atendido pela empresa. O líder do setor substitui o colaborador na sua função enquanto o entrevistado respondia os itens.

A análise estatística foi feita no software R versão 3.2.1. Por meio do alfa de Cronbach se avaliou a consistência interna do questionário. Em seguida a análise descritiva para os dados individuais, fatores psicossociais e sintomas de DORTs foi feita separando os colaboradores em função do gênero, dado que diferenças biológicas, de condições de trabalho e percepção quanto às dores musculoesqueléticas existem entre homens e mulheres (WIJNHOVEN et al., 2006). Foi verificada a normalidade dos dados individuais, e para aqueles não apresentarem distribuição normal o teste não paramétrico de Qui-quadrado (α=5%) foi utilizados para verificar a independência quanto às repostas de homens e mulheres. O teste Qui-quadrado, (α=5%) também foi utilizado para aferir a independência quanto à percepção dos fatores psicossociais e sintomas de DORT entre os gêneros. Por fim, para analisar a associação entre os fatores psicossociais e os sintomas de DORT foi utilizada a correlação de Spearman (α=5%). A correção de Spearman (α=5%) também foi utilizada para examinar a correlação entre os fatores psicossociais estudados; e entre os fatores psicossociais e os fatores individuais.

 

3. Resultados e discussão

Quanto à consistência interna dos questionários, obteve-se um alfa de Cronbach de 0,75 (0,70-0,86; IC de 95%). Para George e Mallery (2003) valores acima de 0,70 indicam que a ferramenta apresenta bom constructo interno. O fator idade para mulheres (p-value=7,345*10-13) e homens (p-value=7,003*10-3); IMC para homens (p-value=3,145*10-5); e tempo de serviço para mulheres (p-value=2,2 *10-16) e homens (p-value=1,227 *10-11) não apresentaram distribuição normal. Assim, optou-se pelo uso de testes não paramétricos. A tabela 1 apresenta os resultados para os fatores individuais.

Tabela 1 – Valores dos fatores individuais

Fatores Individuais

Homens

Mulheres

p-value

%

%

Idade (anos)

 

 

 

 

 

18-20

41

28,67

13

10,48

2,625*10-9

21-30

71

49,65

37

29,84

31-40

19

13,29

54

43,55

>40

12

8,39

20

16,13

IMC (Kg/m2)

 

 

 

 

 

Abaixo do peso

8

5,59

6

4,84

9,701*10-3

Peso normal

77

55,85

64

43,85

Sobrepeso

52

36,36

42

33,87

Obesidade

6

4,20

22

17,75

Tempo de serviço (meses)

 

 

 

 

 

≤ 20

46

32,17

13

10,48

6,424*10-5

21-60

75

52,45

65

52,42

61-120

9

6,29

19

15,32

121-180

2

1,40

6

4,84

181-240

8

5,59

14

11,29

≥40

3

2,10

7

5,65

p-value<0,05 são indicados em negrito.

Constatou-se diferença significativa entre os gêneros quanto à idade, IMC e tempo de serviço. Os homens se concentram no intervalo de idade entre 21 e 30 anos (49,65%); e as mulheres entre 31 e 40 anos (43,55%). Quanto ao IMC 4,20% dos homens e 17,75% das mulheres estão enquadrados como obesos. No entorno de 9,09% dos homens e 21,78% das mulheres trabalham na empresa a mais de 120 meses. A percepção quanto aos fatores psicossociais é apresentada na tabela 2.

Tabela 2 – Resultados quanto à percepção dos fatores psicossociais

Fatores Psicossociais

Condição

Homens

Mulheres

p-value

%

%

Controle sobre o trabalho

Alto controle

99

69,23

78

62,90

0,3365

Baixo controle

44

30,77

46

37,10

Demandas psicológicas

Alta demanda psicológica

98

68,53

70

56,45

0,056

Baixa demanda psicológica

45

31,47

54

43,55

Demandas físicas

Alta demanda física

112

78,32

98

79,03

0,999

Baixa demanda física

31

21,68

26

20,97

Insegurança quanto à manutenção do emprego

Alta insegurança

85

59,44

69

55,65

0,6158

Baixa insegurança

58

40,56

55

44,35

Suporte social dos supervisores

Alto suporte social

73

51,05

75

60,48

0,1546

Baixo suporte social

70

48.95

49

39,52

Suporte social dos colegas de trabalho

Alto suporte social

105

73,43

67

54,03

1,508*10-3

Baixo suporte social

38

26,57

57

45,97

Esforço

Alto esforço

73

58,87

51

41,13

0,1203

Baixo esforço

69

48,95

73

51,05

Recompensa

Alta recompensa

67

46,85

61

49,19

0,7957

Baixa recompensa

76

53,15

63

50,81

Comprometimento excessivo

Alto comprometimento excessivo

80

55,94

82

66,13

0,1156

Baixo comprometimento excessivo

63

44,06

42

33,87

Satisfação no trabalho

Satisfeito

69

48,25

54

43,55

0,5184

Insatisfeito

74

51,75

70

56,45

Violência Física

Sofreu violência

2

1,40

4

3,23

0,5547

Não sofreu violência

141

98,60

120

96,77

Assédio Sexual

Sofreu assédio

13

9,09

10

8,06

0,9367

Não sofreu assédio

130

90,91

114

91,94

Bullying

Sofreu Bullying

25

17,48

14

11,29

0,2094

Não sofreu Bullying

118

82,52

110

88,71

Monotonia

Trabalho monótono

115

80,42

105

84,68

0,4533

Trabalho não monótono

28

19,58

19

15,32

Discriminação

Sofreu discriminação

16

11,19

13

10,48

0,999

Não sofreu discriminação

127

88,81

111

89,52

Estresse

Trabalho estressante

83

58,04

80

64,52

0,339

Trabalho não estressante

60

41,96

44

35,48

p-value<0,05 são indicados em negrito.

Apenas para o fator ‘baixo suporte social dos colegas’ observou-se diferença significativa em função do gênero (p-value=1,508*10-3), percebendo as mulheres ter um menor auxílio dos colegas de trabalho se comparada aos homens. A tabela 3 resume os resultados quanto aos sintomas de DORTs.

Tabela 3 – Resultados quanto aos sintomas de DORTs

Região do Corpo

Percepção

Homens

Mulheres

p-value

%

%

Pescoço

Sem dor

90

62,94

64

51,61

1,073*10-2

Dor rara

17

11,89

13

10,48

Dor frequente

28

19,58

24

19,35

Dor diária

8

5,59

23

18,55

Ombro

Sem dor

67

46,85

57

45,97

8,151*10—2

Dor rara

27

18,88

11

8,87

Dor frequente

27

18,88

30

24,19

Dor diária

22

15,38

26

20,97

Costas

Sem dor

74

51,75

70

56,45

3,059*10-2

Dor rara

17

11,89

10

8,06

Dor frequente

37

25,87

19

15,32

Dor diária

15

10,49

25

20,16

Lombar

Sem dor

66

46,15

61

49,19

0,2935

Dor rara

19

13,29

11

8,87

Dor frequente

32

22,38

21

16,94

Dor diária

26

18,18

31

25,00

Punho

Sem dor

68

47,55

52

41,94

0,5831

Dor rara

16

11,19

13

10,48

Dor frequente

27

18,88

32

25,81

Dor diária

32

22,38

27

21,77

p-value<0,05 são indicados em negrito.

Quanto à frequência os sintomas de DORT são diferentes para a região do pescoço (p-value=1,073*10-2) e costas (p-value=3,059*10-12). No entorno de 18,55% das mulheres e 5,59% dos homens relataram sentir dores no pescoço diariamente ao final da jornada de trabalho. Já 20,16% das mulheres e 10,49% dos homens assinalaram dores diárias nas costas.

Não existe diferença significativa para os sintomas na região do ombro (p-value=8,151*10-2) para um nível de significância de 5%, embora que esses achados estejam próximos de valores significativos. Para os ombros, mais de 50% dos colaboradores apresentam algum sintoma de DORT, onde 20,97% das mulheres e 15,38% dos homens sentem ‘dor diariamente’ ao final do turno de trabalho.

Devido às diferenças encontradas entre os gêneros as correlações foram feitas separadamente para indivíduos do sexo masculino e feminino. Assim, a tabelas 4 indicam as correlações entre os fatores psicossociais para homens e mulheres.

Tabela 4 - Correlação entre os fatores psicossociais

Homens

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

1 - Controle sobre o trabalho

-

-0.0502

0.2050

0.1013

0.0704

-0.1649

0.1623

0.2633

0.0569

0.0366

0.0379

0.0048

-0.0991

-0.1470

-0.0071

0.0007

2- Demandas psicológicas

-0.1002

-

-0.3016

-0.0130

0.0767

0.0591

0.1019

-0.0446

0.0975

0.1041

-0.0443

0.0617

0.1224

-0.0864

0.2362

0.0423

3 - Demandas físicas

0.1296

-0.2059

-

0.1169

0.0398

0.0224

0.3396

0.0761

0.0780

-0.0581

0.0607

-0.0577

-0.1767

-0.1643

0.0036

0.1585

4 - Insegurança quanto ao emprego

0.1481

-0.0794

-0.0026

-

0.0619

-0.1042

0.1864

-0.2664

0.0067

0.0864

0.0195

0.1068

0.0572

-0.0122

0.1196

0.1068

5 - Baixo suporte social dos supervisores

-0.0520

0.0664

-0.0086

-0.1708

-

0.2558

0.5745

-0.0066

0.9270

0.2528

0.1101

-0.0491

0.1704

-0.0043

0.1651

0.3733

6 - Baixo suporte social dos colegas de trabalho

0.0437

0.0752

0.2061

-0.0383

0.1430

-

0.0841

0.0619

0.4094

0.4674

-0.0930

0.1888

0.2412

0.1678

0.1073

0.0443

7 – Esforço

0.1054

0.1911

0.0385

-0.0121

0.5488

0.0894

-

0.0350

0.5227

0.2712

0.0955

0.0408

0.1210

0.0099

0.1005

0.4043

8 – Recompensa

0.2349

0.1284

0.3913

0.0255

0.0342

0.2325

0.0552

-

0.0631

-0.0742

-0.0196

0.0281

0.0056

-0.1376

-0.0553

-0.1637

9-Comprometimento excessivo

0.0219

0.0729

0.1208

-0.1675

0.8495

0.4111

0.5410

0.2237

-

0.1742

0.1024

-0.0347

0.1560

-0.0634

0.1607

0.3366

10 - Insatisfação no trabalho

0.1121

-0.0983

-0.1660

0.1026

0.1749

0.5691

0.2386

-0.1224

0.0550

-

-0.0042

0.0620

-0.0714

0.1583

0.0320

0.2283

11 - Violência físicas

0.0058

0.1927

-0.0825

-0.0039

0.0665

-0.1217

0.0945

-0.0128

0.0219

0.1604

-

-0.0377

-0.0548

-0.0913

-0.0423

-0.0194

12 - Assédio sexual

-0.0313

0.0087

-0.2121

-0.0781

-0.0863

0.2312

-0.0130

-0.2520

-0.0709

0.0212

0.1136

-

0.4308

-0.1505

0.1193

0.1210

13 – Bullying

0.0176

0.2470

-0.1935

-0.0033

0.1002

-0.0004

0.0864

0.0219

0.0829

0.0564

0.0791

0.2687

-

-0.0977

0.2455

0.1302

14 – Monotonia

-0.0675

-0.0568

-0.1028

0.0103

0.0504

0.3545

-0.0349

-0.0863

0.0022

-0.1027

-0.1758

0.0438

-0.1312

-

-0.2721

0.0090

15 – Discriminação

-0.0912

0.1769

0.0317

-0.0570

-0.0518

0.0104

0.0194

0.0552

-0.0615

-0.0180

-0.0625

0.1887

0.2938

-0.0006

-

0.0321

16 – Estresse

0.0893

0.0478

-0.1626

-0.0763

0.3628

-0.0636

0.3620

-0.0953

0.3007

0.2665

0.1354

0.0339

0.1581

-0.0815

-0.0213

-

Mulheres

p-value<0,05 são indicados em negrito.

Correlação forte foi observada entre os fatores ‘comprometimento excessivo’ e ‘baixo suporte social dos supervisores’ para homens (ρ=0,9270; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,8495; p-value<0,001). Portanto, observa-se que independente do gênero o colaboradores que percebem se comprometer excessivamente com o trabalho tem a sensação que são pouco auxiliados no trabalho pelos supervisores. Correlações moderadas foram encontradas entre os fatores ‘comprometimento excessivo’ e ‘baixo suporte social dos colegas de trabalho’ para os homens (ρ=0,4094; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,4111; p-value<0,001); ‘comprometimento excessivo’ e ‘esforço’ para os homens (ρ=0,5227; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,5410; p-value<0,001); ‘esforço’ e ‘baixo suporte social dos supervisores’ para os homens (ρ=0,5745; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,5488; p-value<0,001); ‘insatisfação no trabalho’ e ‘baixo suporte social dos colegas de trabalho’ para os homens (ρ=0,4674; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,5691; p-value<0,001); e ‘esforço’ e ‘estresse’ para homens (ρ=0,3733; p-value<0,001) e mulheres (ρ=0,3628; p-value<0,001). Assim, uma relação direta entre comprometimento excessivo, suporte social e esforço, insatisfação no trabalho e estrese, de modo que ao se comprometer excessivamente com o trabalho, os colaboradores se sentem que são pouco auxiliados por supervisores e colegas de trabalho, aumentando a percepção de esforço demandado pelo trabalho, estresse e insatisfação no trabalho.

Apenas entre os homens observou-se correlação entre ‘demandas físicas’ e ‘demandas psicológicas’ (ρ=-0,3016; p-value<0,001); ‘demandas físicas’ e ‘esforço’ (ρ=0,3396; p-value<0,001); ‘comprometimento excessivo’ e ‘estresse’ (ρ=0,3366; p-value<0,001); e ‘Bullying’ e ‘assédio sexual’ (ρ=0,4308; p-value<0,001). Assim, homens que percebem se esforçar no trabalho, tem a sensação de que o trabalho demanda mais da atividade física e menos das atividades psicológicas. Aqueles que relataram trabalhar em um ambiente estressante percebem se comprometer mais no trabalho. Colaboradores que sofrem assédio sexual também sofrem Bullying no trabalho. Entre as mulheres correlações foram encontradas entre ‘recompensa’ e ‘demandas físicas’ (ρ=0,3913; p-value<0,001); e ‘monotonia’ e ‘baixo suporte social dos colegas de trabalho’ (ρ=0,3396; p-value<0,001). Assim, percebe-se que as mulheres que relatam que o trabalho demanda força física estão satisfeitas com as recompensas recebidas no trabalho. Também se observou que as mulheres que relataram realizar um trabalho monótono são menos assessoradas no trabalho pelos colegas. As tabelas 6 e 7 indicam as correlações entre os fatores individuais/psicossociais e sintomas de DORTs no pescoço, costas, punho e lombar para homens e mulheres, respectivamente.

Tabela 6 – Correlação dos fatores psicossociais/individuais e DORTs para os homens

Fatores psicossociais/individuais

Pescoço

Ombro

Costas

Punho

Lombar

Controle sobre o trabalho

-0,1047

-0.2587b

-0.0807

-0.1790a

-0.0594

Demandas psicológicas

0,0449

0.2352a

0.1812

0.2793b

-0.0043

Demandas físicas

0,0543

0.0151

0.1450

0.0009

0.1299

Insegurança quanto ao emprego

0,1721a

0.1203

0.0753

0.1419

0.1933a

Baixo suporte social dos supervisores

0,3224c

0.3419c

0.2377b

0.2897b

0.3536c

Baixo suporte social dos colegas de trabalho

0,1237

0.2074a

0.1693

0.0929

0.1361

Esforço

0,2703b

0.3322c

0.2515b

0.3081b

0.3935c

Recompensa

-0,2014a

-0.0865

-0.1070

-0.0352

-0.0631

Comprometimento excessivo

0,2692b

0.2783b

0.2157b

0.2567b

0.3149c

Insatisfação no trabalho

0,1305

0.1299

0.1153

0.1923a

0.1866a

Violência físicas

0,1282

-0.0446

-0.1085

0.1258

0.0307

Assédio sexual

-0,0585

-0.0543

-0.0732

-0.0035

0.1085

Bullying

0,0736

0.0946

-0.0204

0.1735a

0.1076

Monotonia

0,0957

0.1886a

0.1201

0.0320

0.0432

Discriminação

0.0172

0.0982

0.0577

0.1337

0.0572

Estresse

0.2759b

0.3032b

0.2339b

0.1728a

0.2401b

Idade

0.0311

0.2568b

0.0833

0.0129

0.0007

IMC

0.0091

0.1012

-0.0158

-0.1264

-0.0157

Tempo de serviço

0.1009

0.2484b

0.0580

0.0310

-0.0173

Pescoço

1,0000

0.3875c

0.3858c

0.4287c

0.3858c

Ombro

 

1,0000

0.3657c

0.4090c

0.2476b

Costas

 

 

1,0000

0.2799b

0.4421c

Punho

 

 

 

1,0000

0.3052b

a: p-value<0,05; b: p-value<0,01; c: p-value<0001. p-value<0,05 são indicados em negrito.

Tabela 7 – Correlação dos fatores psicossociais/individuais e DORT para as mulheres

Fatores psicossociais/individuais

Pescoço

Ombro

Costas

Punho

Lombar

Controle sobre o trabalho

0.0001

0.0376

0.0856

0.0696

0.2286a

Demandas psicológicas

0.0177

0.1682

0.0558

0.0151

-0.0192

Demandas físicas

-0.2059a

-0.0031

-0.0437

-0.1182

-0.0293

Insegurança quanto ao emprego

-0.1268

0.1105

0.0317

0.0906

-0.0454

Baixo suporte social dos supervisores

0.3177b

0.1949a

0.2291a

0.2210a

0.3697c

Baixo suporte social dos colegas de trabalho

-0.0578

0.0376

0.0227

0.0186

-0.0773

Esforço

0.3310b

0.3391c

0.2078a

0.2351b

0.2549b

Recompensa

-0.1098

0.0958

0.0170

0.0124

0.0253

Comprometimento excessivo

0.2190a

0.2787b

0.1954a

0.2169a

0.3625c

Insatisfação no trabalho

0.2014a

0.1583

0.1466

0.2683b

0.3141c

Violência físicas

0.0242

-0.0340

-0.1532

-0.0061

0.0055

Assédio sexual

0.0512

0.0671

-0.0373

0.0734

-0.1330

Bullying

0.1133

0.0535

-0.0285

0.1867a

0.0207

Monotonia

0.1060

-0.0631

0.0658

0.0215

0.0219

Discriminação

0.2001a

0.2122a

0.0851

0.0928

-0.1440

Estresse

0.0494

0.0600

0.0961

-0.0234

0.1503

Idade

0.2134a

0.3280c

0.2067

0.1806a

0.1339

IMC

0.1567

0.1752

0.1532

0.0118

0.2162

Tempo de serviço

0.2920b

0.5276c

0.2638b

0.2260a

0.3183c

Pescoço

1,0000

0.4972c

0.4172c

0.3253c

0.3001c

Ombro

 

1,0000

0.4425c

0.3971c

0.3372c

Costas

 

 

1,0000

0.2497c

0.3904c

Punho

 

 

 

1,0000

0.3081c

a: p-value<0,05; b: p-value<0,01; c: p-value<0001. p-value<0,05 são indicados em negrito.

Correlações moderadas foram observadas entre todas as partes do corpo analisadas para ambos os sexos. Portanto, de modo geral, homens e mulheres que relataram dores no pescoço, também sentem dores nos ombros, costas, lombar e punhos.

Entre os homens a idade e tempo de serviço tem associação com dores nos ombros. Assim, quanto maior a idade e tempo de serviço maior a probabilidade do colaborador relatar dores nos ombros. Em relação às mulheres o tempo de serviço foi associado a sintomas de DORTs em todas as partes do corpo analisadas, ficando evidente que quanto maior for o tempo de serviço pela empresa, maior é probabilidade dos colaboradores desenvolvimento de sintomas de DORTs no pescoço, ombro, costas, lombar e punhos. Ainda entre as mulheres a idade também mostrou ter relação com sintomas de DORTs no pescoço, ombro e punho, de modo que quanto maior for à idade da mulher a chance de desenvolvimento de sintomas nessas partes do corpo aumenta.

No que tange a relação entre fatores psicossociais e DORTs observa-se que, independente do gênero, os fatores ‘esforço’, ‘baixo suporte social dos supervisores’ e ‘comprometimento excessivo’ tem associação com sintomas de DORTs no pescoço, ombro, costas, lombar e punho. Resultados semelhantes foram encontrados por Yu et al. (2012) para a relação de ‘esforço’ e DORTs no pescoço e punho; e por Yu et al. (2013) para a relação de ‘esforço’ e DORTs para a região do ombro e lombar. Relação entre ‘baixo suporte social dos supervisores’ e sintomas de DORTs foram observadas por Rugulies e Krause (2005), Abbe et al. (2011), Ranasingh et al. (2011), Runeson-Broberget al. (2014), respectivamente para a região do pescoço, lombar, punho e ombro. Assim como a relação entre ‘comprometimento excessivo’ e sintomas de DORT foram encontradas por Yu et al. (2012) para o pescoço e punho e por Yu et al. (2013) para o ombro, em especial para as mulheres.

Entre os homens, o fator ‘estresse’ foi significativamente associado a sintomas em todas as partes do corpo analisadas. Achados semelhantes foram observados por Rugulies e Krause (2005) no pescoço; Gell et al. (2005) nos punhos; Greiner e Krause (2006) nas costas e lombar;  Widanarko et al. (2014) ombros. Também se constatou que uma redução no ‘controle sobre o trabalho’ e no ‘suporte social dos colegas de trabalho’; e um aumento nas ‘demandas psicológicas’ e no ‘Bullying’ leva ao aparecimento de sintomas de DORTs nos ombros. Essa mesma relação para o ‘controle sobre o trabalho’ e DORTs nos ombros foi observada por Eatough et al. (2012); assim como a relação ‘suporte social dos colegas de trabalho’, ‘demandas psicológicas’ e DORT nos ombros foi analisada por Roquelaure et al.  (2011) e Bugajska et al. (2013), respectivamente.

Um aumento na ‘insegurança quanto à manutenção do emprego’ e uma redução na ‘recompensa’ pelo trabalho reflete em dores no pescoço. Grooten et al. (2007) na Suécia e Bot et al. (2007) na Holanda não encontraram indícios suficientes para afirmar que essa mesma relação existe, algo que reforça a sugestão de Leka et al. (2011) e Iavicoli et al. (2011), de que resultados encontrados nos países em desenvolvimento podem ser diferentes daqueles encontrados nos países desenvolvidos, integrando o quadro de riscos gerados pelos fatores psicossociais.

Ainda entre os homens, o fator ‘insatisfação no trabalho’ foi associado com sintomas na lombar e punho, assim como o ‘bullying’ foi associado das dores nos punhos. Yu et al. (2012) verificou que a ‘insatisfação no trabalho’ entre os homens leva a surgimento de dores na região dos punhos e lombar. A redução no ‘controle sobre o trabalho’ e um aumento nas ‘demandas psicológicas’ causam dores nos punhos. Os achados de Rigouin et al. (2014) são alinhados com tais resultados. Por fim, um aumento na ‘insegurança quanto à manutenção do emprego’ contribui para a ocorrência de dores na lombar, diferentemente dos resultados de Engholm e Holmström (2005) na Suécia e Bugajska et al. (2013) na Polônia.

Para as mulheres a ‘discriminação’ foi relacionada com dores no pescoço e ombros. Não se encontrou estudos que avaliassem o efeito da discriminação em sintomas de DORTs no pescoço e ombros; A ‘insatisfação no trabalho’ foi associada a sintomas de DORTs no pescoço. Yu et al. (2012) e Yue et al. (2014) constaram que um aumento no risco ocorre quando indivíduos do sexo feminino desempenham suas atividades laborais insatisfeitas. Um aumento no ‘controle sobre o trabalho’ sobre o trabalho foi correlacionado a dores na lombar, indicando que o controle deve ser ocorrer de forma moderada para as mulheres. A redução nas ‘demandas físicas’ foi associada a menor chance de dores no pescoço, no entanto as atividades que demandam menos esforço físico são naturalmente direcionadas as mulheres, algo que pode explicar tais resultados.

4. Conclusão

As correlações encontradas suportam a associação entre os fatores psicossociais e os sintomas de DORTs. Como esperado o gênero teve influência em tal relação, sendo em alguns casos diferentes os fatores psicossociais que levam ao surgimento de DORTs em homens e mulheres. Entre os fatores psicossociais analisados, o ‘baixo suporte social dos supervisores’, ‘esforço’ e ‘ comprometimento excessivo’ foram relacionados com dores na região do pescoço, ombros, costas, lombar e punho, independente do gênero.

Portanto, intervenções ergonômicas nas indústrias de calçados com foco na redução de sintomas de DORTs devem considerar os fatores psicossociais entre as possíveis causas de doenças musculoesqueléticas, em especial, na região do pescoço, ombros, punhos, costas e lombar.

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1. Doutorando em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Santa Catarina –Brasil. jonhatanmagno@hotmail.com
2. Doutora em Engonomie. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Santa Catarina – Brasil. leila.gontijo@ufsc.br
3. Doutor em Engenharia de Produção. Professor da Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba – Brasil. bueno@ct.ufpb.br

4. Doutor em Engenharia de Produção. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Santa Catarina – Brasil. eugenio.merino@ufsc.br

5. Doutoranda em Modelos de Decisão em Saúde pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba - Brasil. elamaravieira@gmail.com

6. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba – Brasil. wilzakarlas@yahoo.com.br

7 Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Paraíba - Brasil. manoelgltorres@gmail.com .


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 31) Año 2016

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