Espacios. Vol. 37 (Nº 30) Año 2016. Pág. 12

Aplicação da análise de redes sociais em uma instituição pública: Identificação de redes informais e grau de centralidade

Application of analysis of social networks in a public institution: Informal networks Identification and degree of centrality

Diego G. Ferber PINEYRUA 1; Manuel Portugal FERREIRA 2; Cesar Augusto BIANCOLINO 3

Recibido: 29/05/16 • Aprobado: 30/06/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Análise de redes sociais: literatura e hipóteses

3. Método de pesquisa

4. Resultados

5. Discussão e notas finais

Referências


RESUMO:

Este artigo apresenta uma análise de redes sociais na Prefeitura Municipal de Três Lagoas-Mato Grosso do Sul. Tem como objetivo verificar se as relações que ocorrem entre os funcionários de duas secretarias correspondem a estrutura formal e a identificação da dinâmica do poder no seu interior. Foi utilizado o programa Ucinet 6.123 para o calculo das medidas de análise. Os resultados demonstram uma diferença das medidas de centralidade entre as duas secretarias, as relações entre os atores não corresponde a estrutura formal e o fluxo e compartilhamento da informação na rede são dependentes de poucos atores com diferentes níveis hierárquicos.
Palavras-chave: Redes sociais - Centralidade de comunicação - Ucinet - Instituição Pública

ABSTRACT:

This paper presents an analysis of social networks in the Municipality of Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Its objective is to verify the relationships that occur between employees of two departments represent formal structure and the power dynamics of identification inside. We used the Ucinet 6123 program for the calculation of analysis measures. The results show a difference of centrality measures between the two secretariats, relations between the actors does not meet the formal structure and the flow and sharing of information in the network are dependent on few actors with different hierarchical levels.
Keywords: Social networking - Centrality of Communication - Ucinet - Public Institution

1. Introdução

Os pesquisadores em estratégia, e de forma mais ampla em estudos organizacionais, já mostraram a relevância das redes de relacionamento e das formas de governança em redes – sistemas de coordenação baseados na informalidade das relações por contraposição aos mecanismos formais ou burocráticos – para coordenar a prestação de serviços em ambientes incertos, complexos e competitivos (POWELL, 1990; RING & VAN DE VEM, 1992). A realidade é que o contexto social, referido por Granovetter (1973) como imersão estrutural (ou “structural embeddedness”) em que acontecem as transações, incluindo as apenas informacionais. A imersão refere-se a que a atividade econômica e seus resultados são influenciados pelas relações diádicas (em pares) e pela estrutura de toda a rede de relações ( ver a respeito Granovetter, 1992). As redes relacionais já foram estudadas em diversas industrias como a de semicondutores ( BARLEY, FREEMAN & HYBELS, 1992), serviços financeiros (PODOLNY, 1994), moda (Uzzi, 1997), políticas urbanas (MARQUES, 2006), e educação (MESQUITA, et al 2008). No entanto, têm sido mais raros os casos de aplicação a organizações públicas.

As relações entre sujeitos por meio do conhecimento compartilhado, da comunicação, intensificam a troca e a reciprocidade entre indivíduos e entre organizações, tendo em vista a construção de redes para a superação dos problemas sociais. A existência de uma rede depende de uma realidade múltipla e complexa onde o reconhecimento do outro e a definição de objetivos comuns possibilitam a construção de um tecido social. Isso significa que a rede social se constitui a partir da interação entre os sujeitos.

A análise de redes tem sua origem em diversas perspectivas teóricas. Seu princípio básico é que a estrutura das relações sociais determina o conteúdo dessas relações. Nas redes sociais, há valorização dos elos informais e das relações, em detrimento das estruturas hierárquicas. O trabalho formal em rede é uma forma de organização humana presente nos mais diferentes níveis de estrutura das instituições.

A análise de redes coloca em evidência uma realidade pouco explorada, de que as pessoas, dotadas de recursos e capacidades propositivas, organizam suas ações nos próprios espaços políticos em função de socializações e mobilizações suscitadas pelo próprio desenvolvimento das redes. Os efeitos das redes podem ser percebidos fora de seu espaço, nas interações com a sociedade e em instituições representativas.

Ao estabelecer um novo paradigma na pesquisa sobre a estrutura social, a análise de redes contribui para o estudo de como os comportamentos ou opiniões dos indivíduos dependem das estruturas que eles pertencem, a unidade de análise não são os atributos individuais (sexo, idade, classe), mas o conjunto de relações que os indivíduos estabelecem através das suas interações uns com os outros. (Marteleto, 2001)

O estudo de redes sociais pode ser aplicado em qualquer assunto empírico. Burt (1982), Mizruchi (2006), Pinto e Junqueira (2009). Os analistas de redes tem abordado vários assuntos. Três áreas que merecem atenção devido a sua relevância teórica são os efeitos da centralidade do ator sobre o comportamento, a identificação de subgrupos da rede e na natureza das relações entre as organizações.

Neste artigo analisamos os cargos que possuem maior centralidade dentro de grupos informais. Em uma instituição pública, como as prefeituras, o relacionamento, as trocas de informações estão subordinadas pela estrutura formal da instituição. O tipo de estrutura vai determinar os possíveis relacionamentos e os pontos de contato que cada pessoa poderá ter. Esse processo de relacionamento envolve negociação, mas também intermediação, trocas e concessões, pressupondo o exercício do poder. Há uma dinâmica das forças e influências que cada um dos participantes da rede exerce sobre aqueles com quem se relaciona, compartilhando valores e interesses.

Metodologicamente, analisamos as redes sociais vigentes em uma Prefeitura, utilizando 28 funcionários de duas secretarias – de Administração e de Finanças- para examinar a estrutura formal e a identificação da dinâmica do poder no seu interior.  Este estudo empírico tem como objetivo identificar as relações informais (identificação de subgrupos) como também o grau de centralidade do ator no comportamento dos demais atores da rede.

O estudo permite-nos concluir que o grau de centralidade é diferente entre as duas secretarias, uma é mais descentralizada, e que as relações entre os funcionários das secretarias ultrapassam as linhas de comunicação da estrutura formal da Prefeitura.  Assim, contribuímos para a literatura em redes sociais identificando o poder de influenciar outras pessoas através da informação e seu posicionamento na rede. Cabe salientar, que quanto é nosso conhecimento este é o primeiro estudo aplicando a metodologia de análise de redes sociais a uma prefeitura, que visa identificar medidas de centralidade em duas secretarias, possibilitando conhecer os caminhos que a informação flui e quem são as pessoas que se posicionam estrategicamente em sua rede de colaboradores, além de verificar as diferenças de centralidade entre as secretarias que ultrapassam a estrutura formal. 

2. Análise de redes sociais: literatura e hipóteses

Para Marteleto (2001) não existe uma “teoria de redes sociais” e que o conceito pode ser utilizado no estudo de diferentes situações e questões sociais (ver também Mizruchi, 2006; Smith, Jablokow e Friedel, 2012). Uma rede social representa um conjunto de participantes autônomos (atores), unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.

  A análise de redes sociais é um meio para realizar uma análise estrutural e mostrar em que a forma da rede é explicativa dos fenômenos analisados. O objetivo é demonstrar que a análise de uma díade (interação entre duas pessoas) só tem sentido em relação ao conjunto das outras díades da rede. A rede não significa uma simples soma de relações, e a sua forma exerce uma influência sobre cada relação. (Bonacich, 1987)

Villasante e Márti (2006) utilizam a análise de redes sociais em estudos sobre processos de participação social. Segundo os autores, a análise de redes proporciona uma visão relacional do social que é intrínseca a noção de participação, tendo em vista que, tomar parte em algo, implica no estabelecimento de vínculos sociais entre os atores. Eles afirmam também que a análise de redes sociais consiste em uma ferramenta de grande utilidade para os estudos das relações entre organizações e atores na esfera do Estado (gestão pública), do mercado e da sociedade civil. Possibilita aprender as dinâmicas de conflito e de cooperação, como também de denominação e interdependência que se estabelece entre os atores, os fatores que os influenciam e as políticas resultantes. Para um melhor entendimento de análise de redes sócias, alguns conceitos centrais são importantes para o objetivo deste artigo sobre redes sociais. Os conceitos são: ator, laço relacional, díade, subgrupo e relação de poder.

Segundo Wasserman e Faust (2007) os atores são entidades sociais que podem ser tanto pessoas como coletivos ou intuições. A análise de redes sócias preocupa-se em compreender os vínculos entre entidades sócias e as implicações desses vínculos. As entidades sociais são os atores. São os laços relacionais que ligam os atores uns aos outros e os tipos e características dos laços são bastante variáveis. De acordo com os autores, a característica dos laços é o que vai estabelecer a ligação entre um par de atores. Os laços mais utilizados são: avaliação de uma pessoa por outra, expressando amizade ou respeito; transações comerciais; interações como as que envolvem as trocas de mensagens; movimentações entre lugares ou posições, como migração ou mobilidade social.

Uma díade representa um par de atores e as possíveis ligações entre eles. Em seus estudos de redes interpessoais, Granovetter (1973)  identificou a força dos laços diáticos. Segundo o autor o grau de sobreposição de duas redes individuais varia diretamente com a força de seu vínculo com o outro. Os vínculos podem ser de laços fortes e fracos, sendo as relações fracas as que ampliam os limites das redes ao conectar grupos que não possuíam ligações entre si. Já os laços fortes são os existentes com indivíduos conhecidos e que despendem mais tempo, intensidade emocional e trocas.

 Granovetter (1973), ao falar sobre vínculos, diferencia a função dos laços fortes e dos laços fracos para a eficácia das redes. Muitas vezes indivíduos fora dos padrões, que se movimentam entre comunidades diferentes, são os responsáveis por trazer ideias heterodoxas necessárias para que um grupo se adapte com sucesso às mudanças do ambiente. Ele também observou que os vínculos interpessoais fortes, como parentesco e amizade íntima, são menos importantes do que os vínculos fracos, como conhecimentos e afiliação a associações secundárias, para sustentar a coesão comunitária e a ação coletiva. Os vínculos fracos têm maior probabilidade de unir membros em pequenos grupos diferentes do que os vínculos fortes.

2.1. Centralidade do Ator

O desenvolvimento da análise de redes levou ao surgimento de pesquisas sobre a relação entre a centralidade e o poder dos atores sociais. Cook et al. (1983), Markovsky, Willer e Patton (1988) são exemplos de trabalhos experimentais e de simulação. Astley e Zajac (1990) e Mizruchi e Galaskiewicz (1993) oferecem exemplos do papel da centralidade nas organizações e uma vasta revisão da literatura. Estes estudos demonstraram uma associação positiva entre a centralidade e o poder. Dependendo da situação, a elevada centralidade pode representar um empecilho. Um estudo realizado por Baker e Faulkner (1993) em uma indústria de equipamentos elétricos, identificou que os atores centrais foram aqueles com maior probabilidade de serem culpados por uma conspiração para a fixação de preços, pelo fato de que suas posições centrais nas redes de comunicação os deixavam mais vulneráveis.

Calcular a centralidade de um ator significa identificar a posição em que ele se encontra em relação às trocas e à comunicação na rede. Não é necessariamente uma posição fixa, determinada hierarquicamente, a centralidade traz uma idéia de poder. Este poder esta relacionado com mais central é a pessoa, o mais bem posicionado ele está em relação às trocas e à comunicação. Considera-se como medida da centralidade a quantidade de elos que se colocam entre eles.

Segundo Bonacich (1987) o poder de um ator pode ser maior se suas ligações se derem com atores periféricos, que são forçados a lidar com o ator local. As medidas de centralidade mostram que os atores ligados a atores periféricos são menos centrais do que aqueles ligados a atores centrais.

Foi aplicada nesta pesquisa quatro medidas de centralidade: centralidade de proximidade, centralidade de intermediação,  grau de centralidade e centralidade de informação. Para cada medida de centralidade foi desenvolvida teoricamente as hipóteses da pesquisa.

A centralidade de proximidade (closeness centrality), ressalta a distância de um ator em relação a outros na rede. Quanto mais próximo um ator estiver de outros atores da rede, mais central ele estará. De acordo com Gómes et al. (2003) a centralidade de proximidade representa independência, significando a possibilidade de comunicação com muitos atores, com um mínimo de intermediários.

Além do conceito de Granovetter (1973), baseado na centralidade de proximidade, para diferenciar laços fortes e fracos, Marsden e Campbell (1984) aplicaram outros atributos, como a duração (intensidade de contato) e a frequência (de raramente até uma vez por semana).  

Hipótese 1. Devido a estrutura formal de comunicação existentes na Prefeitura, o nível de proximidade dos funcionários é baixo.
Na centralidade de intermediação (betweeness centrality), um ator é mais central quanto menor o caminho que ele percorre para alcançar os outros elos da rede. A centralidade de intermediação calcula o quanto um ator atua como “ponte”, facilitando o fluxo de informação de uma rede. É o potencial dos atores que servem de intermediários.
Esta análise permite saber como um ator sem muitos contatos, com elos fracos, pode ter uma importância na mediação das trocas. O papel de mediador traz a marca do poder de controlar as informações que circulam na rede e o caminho que podem percorrer. Isto é possível devido a existência de buracos estruturais na rede.
De acordo com Marteleto (2001) a utilização de aberturas estruturais baseia-se na otimização das relações e maximização dos contatos, o que interfere na centralidade de um ator no ambiente de rede. Isto explica porque um ator com poucas relações diretas pode estar muito bem posicionado em uma rede por meio da utilização estratégia de suas aberturas estruturais, como também o fato de atores com mais contatos diretos em uma rede não serem aqueles que ocupam as posições mais centrais.

Hipótese 2. A intermediação das informações está centralizada nos atores de maior nível hierárquico.
Baseada no conceito de informação, a centralidade de informação (information centrality), usa uma combinação que analisa todos os caminhos entre os atores. Para cada percurso analisado considera-se a informação contida no caminho considerado. Um ator é central em relação à informação, quando, por seu posicionamento, recebe informações vindas da maior parte do ambiente da rede, o que o torna uma fonte estratégica.
Esta medida foi criada por Stephenson e Zelen (1989) como um recurso a mais para a centralidade, pelo fato de que as medidas de centralidade utilizadas nas redes sociais utilizam os caminhos geodésicos (mais curtos) no seu cálculo. O fluxo da informação em uma rede pode utilizar qualquer canal disponível e nem sempre é o mais curto. Para análise dessa medida não será considerado quem transmite informação a quem, mas a existência ou não de um caminho em que a informação pode fluir.

Hipótese 3. A centralidade de informação cumpre os preceitos hierárquicos definidos na estrutura formal.
O grau de centralidade (degree centrality) ou centralidade do ator,  identifica o número de contatos diretos que um ator mantém em uma rede, ou seja, é o que mede o nível de comunicação de um ator. De acordo com Wasserman e Faust (2007), o ator que recebe muita informação tem prestígio na rede, ou seja, muitos outros atores buscam compartilhar informações com ele e isso pode indicar sua importância. Os atores que procuram outros, alto grau de saída de ligações, normalmente são atores influentes.

Hipótese 4.  A centralidade do ator é determinada por sua posição hierárquica.

2.2. Subgrupos da rede

Outro fator de análise de redes é a identificação de subgrupos da rede. As análises são feitas, em grande parte, dentro de duas tradições, identificadas por Burt (1982) por “relacional” e “posicional”. Os modelos relacionais tem como foco na identificação de “cliques”, regiões densamente conectadas das redes em que a totalidade ou maioria dos atores está diretamente ligada entre si. Os modelos posicionais apresentam como foco na identificação de atores estruturalmente equivalentes, pares de atores ligados aos mesmos terceiros. A identificação de subgrupos mostra em quantos partes a rede pode ser dividida.

Hipótese 5. Na Prefeitura os subgrupos são determinados pela estrutura formal. 

2.3. Relação de Poder nas Redes Sociais

A análise das redes completas, ou integrais, tem como objeto a relação estrutural da rede com os grupos sociais. Cuida da distribuição do poder na rede como um todo ou na relação desta com outros grupos. Segundo Villasante (2002) o estudo das redes pessoais  tem como principio a análise dos papéis representados pelos indivíduos nos diversos grupos sociais de que participa. Discute a composição dos laços sociais e conteúdo, direção e força desses laços que conectam pares de atores. São as forças desses laços criados e gerados pelos atores que aumenta o seu pode na rede.

Cada ator possui uma posição na rede que depende do seu relacionamento ou posição na organização. O poder, no interior da rede, é exercido em função da sua distribuição, mas também dessa posição dos atores, da estrutura da relações sociais, da interdependência dos diversos atores que a compõem (MARTELETO E SILVA, 2004).

A rede pode concentrar poder em poucos atores, que atuam com mais empenho e detenham contatos ou conhecimentos, ou mesmo tenham maior disponibilidade para agregar-se em um núcleo gestor. Esse núcleo pode ser um fator de manutenção da rede, evitando o isolamento dos atores e reduzindo a possibilidade de fragmentação dos laços solidários. Pode também tornar-se um instrumento para promover a interdependência dos atores, para atingir os objetivos definidos coletivamente.

Pinto e Junqueira (2009), em seus estudos de relação de poder em redes sociais, concluíram que a existência de um núcleo gestor na rede muda essas relações, pois o poder está centrado no ator gestor, e essa centralidade do poder advém de sua capacidade de ofertar benefícios de interesse de cada membro da rede. Segundo os autores, a inexistência do núcleo gestor poderá ocasionar o enfraquecimento dos laços emocionais e colaborativos, fazendo com que o contato entre os membros da rede não seja suficiente para a manutenção da rede.  

3. Método de pesquisa

3.1. Amostra

O estudo foi desenvolvido contando como participantes os funcionários da Secretaria de Administração e Secretaria de Finanças e seus respectivos secretários. A análise de redes sociais considera os grupos fechados, o primeiro procedimento foi a identificação de 13 funcionários de cada secretaria, e respectivos secretários. A amostra totaliza, assim 28 participantes. Ainda que de pequena dimensão esta amostra é representativa, incluindo atores nos diferentes níveis hierárquicos. Para manter o compromisso do sigilo dos nomes dos entrevistados, foi feita uma codificação dos cargos de cada funcionário. As tabelas e resultados são apresentados conforme a seguinte codificação:

- Secretaria de Finanças: Secretário (SF); Diretor (DF); Coordenador (CF); Gerente (GF); Auditor (AF); Técnico (TF).

- Secretaria de Administração: Secretário (SA); Diretor (DA); Coordenador (CA); Gerente (GA); Técnico (TA); Serviços Gerais (SGA).

3.2. Instrumento e variáveis

A coleta de dados ocorreu por meio de resposta individual a um questionário (Guimarães e Melo.(2005) em que solicitamos a cada participantes que mapeasse as pessoas que são importantes para a execução dos seus serviços. O objetivo foi determinar, ou qualificar, os tipos de relações existentes quanto ao tipo e ao grau de relacionamento de cada participantes com os restantes atores na respectiva secretaria. Observando o caráter especializado das funções atribuídas dentro de cada secretaria, a análise foi individualizada para cada secretaria separadamente.

3.3. Variáveis

As questões do questionário visaram identificar diversos componentes. Por exemplo, identificar o número de contatos verbais (pessoais ou telefônico) com cada funcionário da rede em uma semana; para o que se questionou “quantos contatos semanais você faz com as seguintes pessoas...”. Outras questões inquiriram sobre uma estimativa do número de aprovações formais que a pessoa pede para cada outra  pessoa da rede em um mês normal, para o que se questionou “quantas aprovações mensais você precisa de cada pessoa”; a sua dependência de cada uma das outras pessoas da rede para que outra lhe forneça insumos necessários ao exercício do cargo, para o que se aplicou uma escala de 1 a 5, sendo 1 para nenhuma dependência e 5 depende totalmente. A dependência pode ser de informações, relatórios, espaço físico ou agendamento de reuniões.

Os dados obtidos por questionário permitiram estimar cinco aspectos cruciais na análise de redes: o tamanho da rede, em termos de participações percebidas pelos seus integrantes; a densidade, dada pelo quociente das ligações efetivamente existentes e o total de ligações possíveis; e as distâncias geodésicas, definidas por meio de medidas que calculam o caminho mais curto entre dois atores quaisquer da rede (SILVA, 2003). Foi também, possível determinar outras mensurações específicas à rede, tais como: a centralidade de grau de entrada e de saída; a centralidade de intermediação, a medida de centralidade de cada ator, a acessibilidade de uma pessoa, e o número de caminhos de comunicação que passam por ela.

As variáveis que foram pesquisadas neste trabalho se relacionam com os índices de centralidade dos atores da rede de cada secretaria da Prefeitura.  Foi aplicado quatro medidas de centralidade: Centralidade de Informação (information centrality); Grau de Centralidade (degree centrality); Centralidade de Intermediação (betweenness centrality) e Centralidade de Proximidade (closeness centrality)

3.4. Procedimentos de análise das redes sociais

Os dados coletados foram analisados gerando mapas usando o software UCINET 6.123, (Borgatti, Everett & Freeman, 2006). Em essência, após a coleta dos dados, codificamos os nomes de cada um dos participantes no estudo, o seu cargo e local de trabalho. Estes elementos, introduzidos no Ucinet, na forma de matrizes permitiram obter as características estruturais, como tamanho, densidade e distância geodésica. O segundo procedimento envolveu identificar os índices de centralidade para o posterior reconhecimento dos atores críticos da rede e de eventuais subgrupos que existam nas respectivas redes.

4. Resultados

Alguns conceitos são desenvolvidos dentro da própria metodologia de análise de redes sociais. Emirbayer e Goodwin (1994) contribuem com uma definição simples de rede. Segundo os autores uma rede social é o conjunto de relações ou ligações sociais entre um conjunto de atores, como também os atores ligados entre si.

A primeira medida calculada foi a quantidade de relações diretas dos atores, a centralidade de informação. As pessoas com maior quantidade de contatos diretos, são elos importantes em qualquer rede social. Lembrando que a rede é antes de tudo um ambiente de comunicação e troca, que se dá em vários níveis. A informação circula na rede, atingindo os atores de forma indireta.

A figura 1 mostra as relações dos atores da Secretaria de Administração. Podemos observar que dois ocupantes do cargo de técnico administrativo e um gerente administrativo são os que dispõe de canais de informação em maior quantidade, são receptores de informação dentro da secretaria. Os demais atores também possuem muitos canais de informação mas também são mais influenciados pelas informações que são propagadas na rede. O ocupante do cargo de secretário de administração esta mais perto dos canais de informação com ocupantes de cargos de nível operacional, coordenadores e técnicos e distante dos ocupantes com cargos que se reportam diretamente a ele como diretor e gerente.

Figura 1 – Centralidade de Informação/Secretaria de Administração

Fonte: dados da pesquisa

Na Secretaria de Finanças podemos observar uma figura de rede bem diferente (figura 2). Aqui aparecem três atores com poucos contatos, isolados dos demais atores sendo muito influenciados pelos outros atores. Os cargos que detêm maior número de caminhos na rede são diretor, coordenador, técnico e o secretário de finanças, formando um grupo central na rede recebendo e disseminando as informações.  Podemos observar que as duas secretarias apresentam canais de informação informais.

Figura 2 – Centralidade de Informação/Secretaria de Finanças

Fonte: Dados da pesquisa

A seguir serão apresentados os resultados do calculo da centralidade do ator ou grau de centralidade (degree centrality). Neste calculo é considerado como medida a quantidade de elos, contatos, que existe entre os atores.

A primeira medida foi o grau de centralidade, é o que mede o nível de comunicação de um ator. A tabela 1 apresenta os dados da Secretaria de Administração. Observando as colunas 1 e 2, vemos que os ocupantes do cargo de técnico administrativo, são os que mais recebem e transmitem informações de toda a rede, são atores que estão em posições estratégicas, em termos de informação, são as pessoas reconhecidas na rede como importantes, consequentemente é mais intenso o compartilhamento de informações. Podemos observar uma concentração de informações na rede nos dois primeiros atores, com 51% da quantidade de elos existente na rede  para o primeiro e 48% para o segundo.

 Tabela 1 – Centralidade do ator/Secretaria de Administração

Fonte: dados da pesquisa

A Secretaria de Finanças apresenta um fluxo de informação menos centralizado, as informações concentram-se na maioria dos atores, para 9 atores a média da centralização é superior a 50%. Os ocupantes dos cargos de direção e coordenação e do secretário são os atores que mais recebem e transmitem informações de toda a rede. Dois diretores e um coordenador são os atores em posição estratégica na rede.

Tabela 2 – Centralidade do Ator/Secretaria de Finanças

Fonte: dados da pesquisa

A centralidade de proximidade (closeness centrality) é a próxima medida de centralidade a ser apresentada. Um ator é tão mais central quanto menor o caminho que ele precisa percorrer para alcançar os outros elos da rede. Isso mede a sua independência em relação ao controle de outros.

Na Secretaria de Administração pode-se verificar  que os primeiros 5 atores, que são um gerente, três técnicos administrativos e um diretor, dependem menos dos outros atores para se conectarem com qualquer outro ator da rede. Os demais atores apresentam quase a mesma medida de proximidade. Estes dados descrevem bem o diagrama da rede desta da secretaria de administração (figura 1),que visualiza todos os contatos entre os atores.

Tabela 3 – Centralidade de proximidade/Secretaria de Administração

Fonte: dados da pesquisa

A rede social da Secretaria de Finanças apresenta apenas um ator, diretor de finanças, com menos dependência para se conectar com outro ator da rede (ver tabela 4). Os demais atores possuem quase o mesmo grau de proximidade. Pode-se concluir que o diretor financeiro, o secretário, o gerente e o coordenador, têm acesso à informação mais confiável, isto porque a recebem, praticamente, da fonte.

Comparando as medidas de centralidade de proximidade das duas secretarias, pode-se verificar que na secretaria de finanças o índice de centralidade é bem maior que da secretaria de administração, de 13 a 14 e de 6 a 7, respectivamente. O que significa que na secretaria de finanças quase todos os atores se comunicam entre si, estão mais próximos uns dos outros, já na secretaria de administração, os contatos entre os atores é menor, ou seja, há atores que só podem se comunicar com um ator determinado hierarquicamente, formalmente.

                        Tabela 4 – Centralidade de Proximidade/Secretaria de Finanças

Fonte: dados da pesquisa

A última medida de centralidade analisada é a centralidade de intermediação (betweeness centrality), que considera um ator como o meio para alcançar outros atores, visto que ele está posicionado nos caminhos geodésicos entre outros pares de atores na rede. Observando os dados da Secretaria de Administração  (ver tabela 5), dois ocupantes do cargo de técnico administrativo são os atores que mais auxiliam na intermediação/comunicação entre os atores da rede, ou seja, eles são os que estão mais presente em todos os caminhos geodésicos da rede. Eles podem ser considerado como uma “ponte” na rede, como também o ocupante do cargo de gerente, por serem os atores de maior centralidade de intermediação na rede com índices 34, 26, e 22 respectivamente. Cinco atores da rede que tiveram índice zero, não possuem nenhum poder para intermediar a informação que flui na rede.

Tabela 5 – Centralidade de Intermediação/Secretaria de Administração

Fonte: dados da pesquisa

Na Secretaria de Finanças, a centralidade de intermediação esta mais distribuída. Apesar do ocupante do cargo de diretor ter um índice alto, 15, sendo ele que mais auxilia na intermediação/comunicação entre os atores da rede, os 4 atores seguintes; coordenador, diretor, gerente e o secretário, também apresentam um índice alto de intermediação, diferente da Secretaria de Administração que apresenta os três primeiros atores com índices muito elevados em relação aos demais atores. Estes 5 primeiros atores formam as “pontes” da rede.

Outro ponto a ser destacado é que todos os atores apresentam um índice maior que zero, ou seja, todos os atores da Secretaria de Finanças possuem algum poder para intermediar a informação que flui pela rede.

Tabela 6 – Centralidade de Intermediação/Secretaria de Finanças

Fonte: dados da pesquisa

A identificação de subgrupos dentro de uma rede de funcionários de uma instituição pública mostra como surgem os subgrupos não levando em conta a hierarquia estabelecida pela estrutura formal da prefeitura.  Em cada secretaria identificamos o conjunto de todos os atores e suas ligações, ou seja, o grupo. No interior de cada grupo encontramos muitas díades e tríades, formando um pequeno grupo de atores.

Na Secretaria de Administração foram identificados 8 subgrupos. Analisando a tabela 7, podemos observar que os dois maiores subgrupos possuem 6 atores, com níveis hierárquicos diferentes, do secretário ao coordenador e técnico.  

 

Tabela 7 – Subgrupos/Secretaria de Administração

Fonte: dados da pesquisa

Na Secretaria de Finanças foram identificados 9 subgrupos, conforme a tabela 8. O maior subgrupo é formado por 7 atores. Neste subgrupo a pouca diferença hierárquica comparado com o maior subgrupo da Secretaria de Administração, todos são os responsáveis de seus setores. Cabe destacar a participação do secretario de finanças em 7 subgrupos, o que podemos concluir que ele gosta de se relacionar sem muita formalidade.

Tabela 8 – Subgrupos/Secretaria de Finanças

 Fonte: dados da pesquisa

5. Discussão e notas finais

A primeira hipótese investigada diz respeito ao nível de centralidade de proximidade entre os atores. Para a Secretaria de Administração a hipótese é verdadeira, o nível apresentou uma pequena variação, entre 7 e 6, para todos os atores. Os atores com nível 7 são ocupantes de cargos operacionais, tem maior facilidade de contatos com os demais atores da secretaria. Na Secretaria de Finanças, a hipótese foi rejeitada, devido ao alto nível de proximidade entre os atores, de 14 a 13, o que significa que os atores estão distantes entre sí dentro da rede. O ator que tem menor proximidade ocupa o cargo de direção. Com estes resultados podemos concluir que na Secretaria de Administração é mais respeitada as linhas hierárquicas da estrutura formal do que na Secretaria de Finanças. Podemos observar pelas medidas dos secretários das duas secretarias, onde o secretário de finanças apresenta nível 13 e o secretario de administração nível 6, ou seja, quanto menor o índice, mais próximo um ator encontra-se de todos os outros.

A segunda hipótese esta relacionada com o nível de intermediação das informações. É o potencial daqueles que servem de intermediários. Em uma estrutura hierárquica de uma Prefeitura, o poder de controlar as informações que circulam na rede e o trajeto que elas podem percorrer  é exercido pelos cargos de direção.

Tanto na Secretaria de Administração como na Secretaria de Finanças a segunda hipótese foi rejeitada. Nas duas secretarias os atores com maior índice de centralidade de intermediação não são ocupantes de cargos de direção, são ocupantes de cargos de chefia e coordenação. Apenas na Secretaria de Finanças aparece um diretor com nível alto de intermediação.

Segundo Tomaél e Marteleto (2006), na análise das medidas da centralidade de informação, não é considerado quem transmite informação a quem, mas a existência ou não de um caminho em que a informação pode fluir. De acordo com esta afirmativa, a terceira hipótese foi rejeitada para as duas secretarias. Analisando as figuras 1 e 2, a rede de cada secretaria apresenta muitas vias de informação, sendo que os atores mais centrais em relação a informação são ocupantes de cargos de níveis diferentes, eles recebem informações vindas da maior parte da rede.

A quarta hipótese testa a o nível de centralidade dos atores, ou o grau de centralidade da rede. Na Secretaria de Administração, os atores com maior centralidade são apenas dois e que ocupam cargos de nível operacional. Eles apresentam uma diferença muito grande da medida de centralidade em relação aos demais atores, o que significa que eles são os que tem prestígio, poder na rede, ou seja, os outros atores buscam compartilhar informações com eles. Já na Secretaria de Finanças o nível de centralidade dos atores na rede esta mais distribuída, 9 atores apresentam uma diferença pequena de centralidade, são os que mais recebem informação de toda a rede, sendo cada ator de um nível hierárquico diferente. Com isso, temos a quarta hipótese rejeitada.

Como também foi rejeitada a quinta hipótese para as duas secretarias, ou seja, os subgrupos da rede não são formados pela estrutura formal da Prefeitura. Na duas secretarias, os subgrupos são formados por atores de diferentes setores da própria secretaria e não apenas do mesmo setor. Os subgrupos formados seguem o foco do modelo “relacional” de análise, criada por Burt (1982).

Os resultados da pesquisa atingiram o objetivo do trabalho, demonstram que as relações entre os funcionários das secretarias estudadas ultrapassam as linhas de comunicação da estrutura formal da Prefeitura. Existem relações informais, de 8 a 9 subgrupos, e as medidas de centralidade indicam as posições dos funcionários na rede que têm mais ligações que outros atores por estarem ocupando um cargo mais vantajoso.

Um dado importante a destacar são as diferenças das medidas de centralidade entre as duas secretarias identificadas na análise de redes sociais. Na Secretaria de Administração a centralidade da rede está concentrada em até 3 atores, e na Secretaria de Finanças a centralidade da rede é mais descentralizada, em até 6 atores.

Os atores que têm maior número de canais de informação recebem informações de toda a rede. Quanto maior a quantidade de informações que recebem, maiores serão seus poderes de influência na rede, porém como detêm muitos canais de comunicação, aumentam também as possibilidades de serem influenciados.

Espera-se que a aplicação da metodologia de analise de redes sociais contribua com os estudos sobre redes sociais mostrando a importância para uma instituição pública em identificar quem são as pessoas com poder de influenciar, através da informação, outras pessoas que não estão ligados hierarquicamente pela estrutura formal.

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1. Doutor em Administração pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Email: dferber15@hotmail.com
2. Doutor em Administração pela Universidade de Coimbra, Portugal. Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da UNINOVE. Email: manuel.portugal.ferreira@gmail.com
3. Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento de Administração da Universidade CEUMA e Professor do Departamento de Contabilidade da USP. Email: biancolino@gmail.com


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 30) Año 2016

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