Espacios. Vol. 37 (Nº 29) Año 2016. Pág. 5

A docência na educação a distância e suas estratégias pedagógicas para potencializar o processo de ensino e de aprendizagem

Teaching in distance education and their educational strategies to enhance the teaching and learning process

Fabio Neves de MIRANDA 1; Adriana Maria TONINI 2

Recibido: 21/05/16 • Aprobado: 25/06/2016


Conteúdo

1. Introdução

2 A docência no contexto da EAD

3 As estratégias pedagógicas de ensino-aprendizagem na modalidade a distância

4. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O presente artigo objetivou apresentar a docência e as estratégias pedagógicas que permitem potencializar o processo de ensino e de aprendizagem. A educação online tem gerado oportunidades e interações entre docentes, discentes, conteúdos e disciplinas. Nesse contexto as estratégias pedagógicas como: chat, fórum, blog, Youtube, TeacherTube, Second Life, Jogos online, Wikis, animação, chat, celular, vídeoconferência, fórum, Facebook, Lista de discussão, portifólio, rádio, Simuladores, Tele e Webconferência, webcam, webcast, dentre outras, são importantes para a prática pedagógica em concordância com um bom planejamento, contemplando as especificidades do curso e do ambiente virtual utilizado e a capacitação do docente.
Palavras-chave: Educação a Distância, Estratégias Pedagógicas, Ensino e Aprendizagem.

ABSTRACT:

This article aimed to present the teaching and pedagogical strategiesthat allow the learning-teaching process to be intensified. Online education has generated opportunities and interactions among teachers, students, contents and disciplines. In this context the pedagogical strategies like: chat, forum, blog, Youtube, TeacherTube, Second Life, Online games, Wikis, animation, cellphone, Videoconferencing, Facebook, discussion list, portfolio, radio, simulators, Telephoneand Web Conferencing, webcam, webcast, amongother, are important for the pedagogical practicing in agreement with a good planning, considering the specificities of the course and the virtual environment used and the teachers’ formation.
Keywords: Distance Education, Pedagogical Strategies, Teaching and Learning.

1. Introdução

Para o alcance da excelência e competência pedagógica é fundamental entender a docência, o papel do docente e suas estratégias pedagógicas que permitem potencializar o processo de ensino e de aprendizagem. “O que todos os grandes professores parecem ter em comum é o amor por sua matéria, uma satisfação óbvia em despertar esse amor em seus alunos, e uma capacidade de convencê-los de que o que lhes está ensinado é terrivelmente sério” (EPSTEIN, 1981, p. 13).

A educação é inerente à sociedade humana. Está presente em casa, na rua, na igreja, nas mídias em geral e todos estão envolvidos com ela, seja para aprender, para ensinar ou aprender-e-ensinar. A educação é um processo “natural” que ocorre na sociedade humana pela ação de seus agentes como um todo (BRANDÃO, 1981).

A educação é um processo de humanização da sociedade humana com a finalidade de tornar os indivíduos em participantes do processo civilizatório e responsáveis por levá-lo adiante. Nesse contexto, insere-se a docência. A docência é uma prática educativa, ou seja, é uma forma de intervir na realidade social; no caso, mediante a educação. A educação, enquanto reflexo, retrata e reproduz a sociedade, mas também projeta a sociedade que se quer (PIMENTA & ANASTASIOU, 2010).

Em uma perspectiva educacional, à docência tem experimentado intensas mudanças, principalmente no perfil dos docentes, passando de especialista a mediador de aprendizagem. O cenário atual de ensino está em constante transformação e requer reflexão sobre esse domínio. A atitude do docente está mudando do especialista que ensina ao profissional da aprendizagem, que “incentiva e motiva o educando; dispondo-se com uma espécie de ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem, não uma ponte estática, mas uma ponte “rolante” que colabora ativamente para os objetivos do discente (MASETTO, 2012, p. 29).

Como nas palavras de Freire (2001), não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar de diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 2011, p. 12).

Neste contexto de mudanças significativas do perfil dos docentes, será importante descrever o papel da docência no contexto da modalidade à distância, como será visto a seguir.

2. A docência no contexto da EAD

A docência, para Masetto (2010), significa o domínio de conhecimentos específicos em uma determinada área a serem mediados por um professor para os seus alunos. É uma ação educativa que se constitui no processo de ensino e de aprendizagem. Consequentemente, o trabalho docente caracteriza-se por processos e práticas de produção cultural, organização, apropriação de conhecimentos e divulgação do que se desenvolvem em espaços educativos escolares, sob determinadas condições históricas.

Nessa perspectiva, o docente define-se como um sujeito em ação e interação com o outro, principalmente com o aluno, produtor de saberes científicos para a realidade em que se encontra.

Tardif (2010) relata que os saberes dos docentes não se reduzem aos aspectos da transmissão do conhecimento. Sua prática integra diversos saberes. Nesse sentido é um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional, de saberes disciplinares, curriculares e experiências.

Quanto ao sujeito, ser docente nada mais é do que um conjunto de interações personalizadas com os alunos, a fim de obter participação deles em seu próprio processo de formação e atender às diferentes necessidades. (TARDIF & LESSARD, 2005, p. 267).

Para Libâneo (1994), o trabalho docente é a atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e matérias de ensino. Já Malheiros (2012) diz que o processo de formação do docente contém três aspectos fundamentais: a formação teórica, a didática e a formação prática. No olhar de Freire (2011), a docência exige reflexão crítica sobre sua própria prática e conforme Masetto (2012), a docência possui um objetivo primordial: a aprendizagem do aluno. Nesse sentido, a educação on-line torna-se uma possibilidade potencializadora de aprendizagem.

Nesse sentido e considerando Libâneo (1994), Malheiros (2012), Freire (2011), Masetto (2012), a educação online também considera essas vertentes para a docência e ainda gera grandes oportunidades e interações entre docentes, discentes, conteúdos e disciplinas. Nesse sentido, a educação on-line torna-se uma possibilidade potencializadora de aprendizagem.

Nesse processo de aprendizagem novos espaços surgem como, por exemplo, ambientes virtuais criados por meio da telemática e informática.  Internet para pesquisa, e-mails, fóruns, chats, grupos, listas de discussões, portifólios, sites, wikis, vídeos, teleconferências são novos ambientes em que os discentes podem navegar para promover seu aprendizado. Esses recursos criam ambientes virtuais que podem servir de complemento aos ambientes presenciais ou serem usados em situações de aprendizagem a distância (MASETTO, 2012).

Atitudes são propostas para os docentes na educação online como: dominar os recursos de informática e telemática para poder usá-las com os alunos; saber orientar atividades e trabalhos a distância; realizar a mediação pedagógica e planejar um curso com atividades a distância (MASETTO, 2012, p. 96).

Na educação online é preciso considerar o docente como mediador do processo de ensino-aprendizagem, Masetto (2010) reforça que a mediação pedagógica é a atitude, o comportamento do professor que se coloca como um incentivador ou motivador da aprendizagem, como uma ponte rolante entre o aprendiz e a aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o debate e a proposição de situações.

Na modalidade a distância, a mediação possui papel de suma importância uma vez que o distanciamento físico sempre exige recursos, estratégias, habilidades, competências e atitudes diferentes dos docentes. Com as tecnologias digitais, a função mediadora do professor tomou um forte impulso, pelas possibilidades e também pelas exigências da configuração desse novo “espaço”.

Maia e Mattar (2008) reforçam que o docente na EaD possui facetas importantes. Passa de orador a tutor, de expositor a facilitador, de avaliador a mediador. No lugar do sábio no palco (sage on stage) a guia do lado (guide on the side).

Porto (2009) faz alusão à mudança de paradigma no cenário educacional. Nesse caso, outras competências para o desenvolvimento da mediação pedagógica em EaD são necessárias. Os aspectos da mediação pedagógica que, segundo a autora, precisam ser considerados quando se trata de educação a distância são: A interação que deve existir entre os sujeitos da relação pedagógica e a interatividade entre estes sujeitos e as ferramentas tecnológicas das informações disponíveis;

A organização do tempo e do espaço para a realização do projeto ensino-aprendizagem que torna possível o uso da geração em que a comunicação é armazenada e acessada em tempos e espaços diferentes; A aplicação pedagógica de tecnologias da informação e da comunicação, não com fins em si mesmas, mas que sirvam para problematizar situações de aprendizagem, gerando ações interativas e cooperativas, de acordo com os pressupostos que vêm orientando a produção do conhecimento e a efetivação de aprendizagens na perspectiva crítico-reflexiva; A preocupação com o sujeito em sua totalidade, entendendo-o a partir da ideia de complexidade; dentre outros (PORTO, 2009, p. 53-54).

Garcia (2012) declara que deve existir uma relação consistente entre as tecnologias e o papel propriamente do docente. Para ele, a fixação de uma relação pedagógica, em termos de tecnologia educativa, depende basicamente do papel desempenhado pelo professor. Ele é quem fornece os elementos iniciais, que fixa as regras do jogo, é dele que parte o conteúdo. Se os docentes não se conscientizem do papel que exercem, dos múltiplos envolvimentos que despertam na simples entrada na sala de aula (seja a distância ou presencial), de nada adiantará falar de métodos, técnicas e outras coisas mais. A relação tecnológica corre o risco de tornar-se expressão retórica, se o docente não se aperceber da importância que seu papel assume.

De forma semelhante Perez e Castilho (1999) reforçam essas competências por meio de uma excelente exposição quando afirmam a respeito das características da mediação pedagógica do docente: debater dúvidas, questões ou problemas; orientar nas carências técnicas ou do conhecimento; garantir a dinâmica do processo de aprendizagem; propor situações problemas e desafios; criar intercâmbio entre aprendizagem e a sociedade real; colaborar para estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e novos conceitos, dentre outros.

Mill (2012) fez uma pesquisa sobre as competências e perfil dos docentes na EaD. Dentre as competências destacam-se algumas como: ágil, autogestor, claro, coerente, colaborador, cooperativo, cordial, criativo, estimulador, gestor, mediador, multidisciplinar, participativo, proativo, polivalente, sinérgico, sociável, dentre outros.

Morris e Finnegan (2005) também propõem, em seu estudo, uma tipologia dos papeis dos professores na EaD: pedagógico, social, administrativo e tecnológico. O Quadro 1 relaciona e resume as definições e atividades envolvidas em cada papel.

Quadro 1 - Papeis do Professor na EaD

Papel

Descrição

Atividades

Pedagógico

Envolve as obrigações como facilitador educacional que se utiliza de questões e   sondagem das respostas dos estudantes para que as discussões sejam baseadas nos conceitos críticos, princípios e habilidades.

Oferecer orientação adequada nas tarefas;  Oferecer feedback intelectual; Direcionar comentários de acordo com o conteúdo e objetivos da aprendizagem; Avaliar projetos e contribuições dos alunos.

Social

Envolve o estabelecimento de relações humanas, desenvolvimento de coesão do grupo, auxílio aos membros do grupo no trabalho coletivo para alcance de objetivo único.

Oferecer aos alunos suporte ao desenvolvimento de aprendizagem coletiva e estabelecimento de senso de comunidade;  Oferecer suporte no processo de aprendizagem bem como nas necessidades individuais

Administrativo

Envolve tarefas           organizacionais, administrativas e de procedimentos tais como estabelecimento de datas; horários, objetivos das discussões, regras de conduta e normas de tomadas de decisão.

Criar fóruns de discussões;
lançar questões de discussões;
responder questões administrativas.

Tecnológico

Envolve a tarefa de fazer o uso da tecnologia transparente para os alunos.

Garantir que os alunos estejam confortáveis com o AVA utilizado para que o foco da aprendizagem seja direcionado à tarefa a ser realizada.

Fonte: Morris e Finnegan (2005)

Segundo as competências que o professor precisa desenvolver para ensinar na modalidade a distância (EaD), Cruz e Barcia (2000) destacam: a) planejamento e organização dos cursos; b) conhecimento sobre como incentivar o trabalho colaborativo em grupo; c) dominar estratégias de questionamento; d) possuir profundo conhecimento sobre o conteúdo da disciplina; e) saber como envolver estudantes e coordenar suas atividades a distância; f) possuir um conhecimento básico sobre teorias de aprendizagem; g) dominar um conhecimento sobre o campo do ensino a distância.

De forma mais ampla, na perspectiva da aprendizagem na modalidade a distância e para facilitar o trabalho docente segundo as competências por esses desenvolvidas, Belloni (2009) faz uma relação entre midiatização e estratégias pedagógicas para o ensino na EaD quando diz que a midiatização significa conceber metodologias e estratégias de utilização de materiais de ensino/aprendizagem que potencializem ao máximo as possibilidades de aprendizagem autônoma. Isto inclui a seleção e elaboração dos conteúdos, a criação de metodologias de ensino e estudo a distância, centrada no aprendizado autônomo, a seleção de meios mais adequados e a produção de materiais, até a criação e implementação de estratégias de utilização destes materiais e de acompanhamento do estudante de modo assegurar a interação do estudante com o sistema de ensino. Estas estratégias devem estar incluídas nos próprios materiais, de modo a facilitar a aprendizagem (BELLONI, 2009, p.60).

Sartori e Roesler (2005) ressaltam que nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) a mediação ocorre por meio de diversos dispositivos que viabilizam a comunicação tanto síncrona como assíncrona, possibilitando a criação de diversas estratégias para favorecer o diálogo e a participação ativa dos estudantes.Para isso, o docente conta com dispositivos de comunicação para que a mediação aconteça, como chats, fóruns, blogs, videoblogsentre outros. No entanto, ele necessita planejar como cada um deles será utilizado e em que momento, preparando-se para atuar conforme as características e peculiaridades de cada dispositivo (Sartori e Roesler, 2005).

Com a finalidade de tornar mais claros as referências relacionadas a estratégias de ensino e de aprendizagem será feito uma breve definição do ensino, processo de ensino, estratégia e afins.

3. As estratégias pedagógicas de ensino-aprendizagem na modalidade a distância

O termo “estratégia” tem sido usado em uma multiplicidade de situações, contextos, realidades e com muitas acepções. Gil (2012) destaca o fato de que, embora o termo estratégia seja usado por uma gama de autores como técnicas, métodos de ensino, métodos, atividades de ensino, muitas vezes são utilizados sem maiores preocupações em determinar exatamente o que significam. Nesse sentido, as estratégias de ensino são métodos ou técnicas desenvolvidas para serem utilizadas como meio de alavancar o ensino e a aprendizagem (Gil, 2012).

Desse modo, o uso do termo “estratégias de ensino” refere-se aos meios utilizados pelos docentes na articulação do processo de ensino, de acordo com cada atividade e os resultados esperados. Anastasiou e Alves (2004) advertem que “as estratégias visam à consecução de objetivos, portanto, há que ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele momento com o processo de ensinagem” (ANASTASIOU e ALVES, 2004).

Para Masetto (2012), estratégia no campo educacional refere-se ao conjunto de todos os meios e recursos que o docente poderá utilizar para facilitar a aprendizagem dos alunos. Estratégias de ensino-aprendizagem constitui-se em uma arte de decidir sobre o conjunto de disposições que favorecem o alcance dos objetivos educacionais pelo aprendiz, desde a organização do espaço da sala de aula seja presencial ou virtual, até a preparação do material a ser empregado, como recurso audiovisual, visitas técnicas, internet e outras atividades individuais (MASETTO, 2012, p. 99).

Considerando a relação docentes/discentes, Anastasiou e Alves (2004), Clark e Biddle (1993), Masetto (2012), estratégias de ensino-aprendizagem são definidas como um conjunto de ações do docente ou do discente orientadas para favorecer o desenvolvimento de determinadas competências de aprendizagem que se tem em vista. É um plano de ação para conduzir o ensino em direção a propósitos fixados, servindo-se de meios.

Nessa direção há que se considerar também, as habilidades docentes e sua relação com as estratégias pedagógicas, Sartori e Roesler (2005) traz que cada um desses dispositivos exige habilidades mediadoras diferenciadas e propiciam diferentes estratégias pedagógicas, que exigem participação em tempo real ou diferida, possibilitando a expressão, a intervenção e a colaboração para a construção coletiva do conhecimento.

Assim, é fundamental a utilização de estratégias pedagógicas para desenvolver os processos de ensino e de aprendizagem e Silva (2012) destaca algumas ferramentas (usadas devidamente como estratégias pedagógicas consistentes) da educação online como: chat, fórum, blog, Youtube, TeacherTube, Second Life, Jogos online, Wikis serão benéficas. Outras também são ressaltadas por Mill (2012) quando diz que dentre as várias tecnologias na atuação do docente na EaD destacam-se: animação, chat, celular, vídeoconferência, fórum, Facebook, Lista de discussão, portifólio, rádio, Simuladores, Tele e Webconferência, webcam, webcast, dentre outras.

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), conforme Costa e Oliveira (2004), são sistemas computacionais destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Esses sistemas permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos. É um espaço virtual que disponibiliza ferramentas destinadas a permitir o acesso a um curso e/ou disciplina para a EaD e também a interação entre a comunidade envolvida no processo de ensino-aprendizagem (alunos, professores, monitores e suporte tecnológico).

Segundo Dougiamas e Taylor (2002) e Moodle (2013), o desenvolvimento do Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA – Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic), integra muitas das características esperadas de uma plataforma de e-learning, entre as quais: a) fóruns de discussão configuráveis, ainda que de forma limitada; b) gestão de conteúdos, permitindo a edição direta de documentos em formato texto e HTML (Hyper Text Markup Language); c) criação de questionários com possibilidade de opção por vários tipos de resposta; d) sistema de Chat com registo de histórico configurável; e) sistema de Blogs; f) editor Wiki; sistema de gestão de tarefas dos utilizadores, dentre outros (MOODLE, 2013).

No Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA – Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic), destacam-se algumas estratégias fundamentais visando potencializar todo o processo de ensino e de aprendizagem essas são apresentadas no Quadro 2:

Quadro 2 – Estratégias e suas descrições do AVA

Nome da Estratégia

Descrição

Video aulas

Aulas gravadas pelo professor e disponibilizadas aos alunos.

Chat

Também conhecido como “sala de bate-papo”. Ela viabiliza o contato síncrono, simultâneo, em tempo real. Trata-se de um excelente canal para troca de informações, compartilhamento de ideias, esclarecimento de dúvidas, dentre outros. O objetivo do chat e seu tema precisam ser bem definidos para que todos possam expressar-se com liberdade.

Fórum

Também conhecido como lista de discussão. Usada para discussões e troca de conhecimentos. Viabiliza contato assíncrono de muito valor, além de permitir o acompanhamento via email como também arquivos em anexo. Pode-se organizar um único grupo para discutir ou simultaneamente dividir o assunto em vários tópicos e sobre cada um deles formar um grupo de discussão.

Questionários (quizzes)

Também denominada no contexto brasileiro como testes, prova on-line. Podem ser elaboradas em categorias, formando um banco de dados em diversos formatos como: verdadeiro ou falso, múltipla escolha, resposta breve, resposta numérica, dentre outros. Vantagem é que o próprio sistema corrige, gerando feedbacks automáticos com configuração simples e bem intuitiva.

Wikis

Permite a construção colaborativa de documentos, textos, bibliografias a partir do próprio navegador sejam on-line ou pelo navegador web. Sua utilização cada dia mais usado em cursos virtuais, devido sua facilidade de configuração, possibilidade de atualização e principalmente pelo seu potencial interativo.

Webquests (WQ)

É uma investigação orientada em que algumas ou todas as informações com as quais os aprendizes interagem são originadas de recursos da 4Internet, opcionalmente. Há dois tipos de WQ: as curtas e as longas. As WQ curtas são aquelas elaboradas para serem realizadas em até três aulas, enquanto as WQ longas são planejadas para um trabalho de uma semana a um mês. Mais do que pelo número de aulas, essa categorização dá-se em função das habilidades envolvidas em sua realização. Nas WQ curtas, os alunos terão contato com certa quantidade de informação e, ao final da WQ, darão algum significado as informações. Nas WQ longas, os alunos terão analisado uma grande quantidade de informações, transformando esses dados em algum produto que outras pessoas possam utilizar (Dodge, 2013).

 Fonte: elaborado pelo autor

Os usos das estratégias de ensino nos ambientes virtuais devem permitir a interação e comunicação entre os usuários do ambiente, e para tanto é preciso selecionar as mídias e os tipos de suporte midiáticos a serem utilizados pelos estudantes para realização das suas atividades de estudo, assim como, compreender em quais momentos e com qual intensidade essas estratégias são consideradas significativas na construção de sua aprendizagem.

4. Considerações finais

Diante do exposto é importante considerar que as tecnologias promovem mudanças nos métodos de trabalho dos docentes, gerando modificações no funcionamento das instituições como também no sistema educativo. Ao fazer o uso das tecnologias de forma contextualizada, o docente contribuirá para a melhoria do processo de ensino e de aprendizagem, além de contribuir para a formação de um cidadão crítico, reflexivo com mais possibilidades educacionais e profissionais.

O fato de usar as tecnologias não anula o papel fundamental do professor; pelo contrário, ela provoca mudanças, porque, nesse caso, o docente assumirá o papel de organizador do saber coletivo, gerenciando e orientando seus alunos a buscar diversas fontes de informação e conhecimento, conforme salienta Fidalgo (2011).

Silva (2012), Masetto (2012), Mattar (2012), Alves e Barros (2009), dentre outros, abordaram as estratégias no contexto dos AVAs – Ambientes Virtuais de Aprendizagem destacando que elas são importantes para a prática pedagógica em concordância com um bom planejamento, contemplando as especificidades do curso e do ambiente virtual utilizado e a capacitação do docente.

Assim, na modalidade a distância os desafios são vários para a docência online como: elaborar os materiais didáticos; selecionar conteúdos, que devem ser sempre atualizados; averiguar a funcionalidade do planejamento, fazendo os ajustes necessários; estimular a interação e, sobretudo, estimular a apresentação, discussão e possíveis soluções para problemas que se apresentem ao longo do processo de ensino e de aprendizagem.

5. Referências

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1. CEFET-MG – Cetro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Programa de Pós-Graduação - DPPG – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil - Email: fabioNmiranda@gmail.com
2. CEFET-MG – Cetro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Programa de Pós-Graduação - DPPG – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil - Email: atonini@hotmail.com


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