Espacios. Vol. 37 (Nº 26) Año 2016. Pág. 19

Viabilidade econômica da aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica

Economic viability of the acquisition of a paint line associated with the surface treatment of metals with Nanoceramic technology

Wílian Assmann FERRO 1; José Donizetti de LIMA 2; Dalmarino SETTI 3

Recibido: 07/05/16 • Aprobado: 02/06/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Fundamentação teórica

3. Metodologia

4. Resultados e discussão

5. Conclusão

Referências


RESUMO:

Este artigo tem por objetivo analisar a viabilidade econômica da aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica para uma indústria de fogão a gás. Quanto a abordagem utilizada para a análise da viabilidade econômica do Projeto de Investimento (PI), foi utilizado a Metodologia Multi-índice Ampliada (MMIA) proposta por Souza e Clemente (2008) e ampliada por Lima et al. (2015) e Lima (2016). Por meio da MMIA, avaliou-se o PI em três dimensões: (i) retorno esperado, apresentando grau médio (53,38%); (ii) riscos estimados, com nível baixo-médio (38,42%); e (iii) limites de elasticidade, com elevada tolerância às variações (TMA, custos de implantação e fluxo de caixa). Esses resultados apontam para a viabilidade econômica, mostrando que é recomendável implementar a linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica.
Palavras-chaves: Tratamento de Superfície de Metais, Fosfatização, Tecnologia Nanocerâmica, Viabilidade Econômica, Limites de Elasticidade, MMIA.

ABSTRACT:

This article aims to analyze the economic feasibility of acquiring a painting line associated with the surface treatment of metals by nanoceramic technology to a gas stove industry. As for the approach to the analysis of the economic viability of the Investment Project (IP), we used the Multi-index Methodology Extended (MIME) proposed by Souza and Clement (2008) and expanded by Lima et al. (2015) and Lima (2016). Through MIME, evaluated the IP in three dimensions: (i) expected return, with average degree (53.38%); (ii) estimated risks with low-medium grade (38.42%); and (iii) elastic limits, with high tolerance to variations (MRA, implementation costs and cash flow). These results point to the economic viability, showing that it is recommended to implement the paint line associated with the surface treatment of metals by nanoceramic technology.
Keywords: Treatment of metals Surface, Phosphate Coating, Nanoceramic Technology, Economic Viability, Elasticity Limits, MMIA.

1. Introdução

O primeiro fogão a gás a ter êxito comercial foi patenteado pelo inglês James Sharp (1790-1870), em 1826. Apesar disso, seu uso tornou-se conhecido por intermédio do francês Alexis Benoist Soyer (1810-1858) famoso chefe de cozinha da época. No entanto, "somente a partir de 1860, os fogões a gás, começaram a ser fabricados no Estados Unidos da América" (BUSCH, 1983, p. 224). No Brasil, os fogões a gás chegaram no início do século XX, por intermédio daempresa "The San Paulo Gas Company" que visava estimular o consumo doméstico de gás (SILVA, 2007).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) entre 2009 e 2012 o percentual de domicílios brasileiros com fogão a gás variou de 98,5% a 98,8%. Já no ano de 2013, havia no Brasil 62,063 milhões de domicílios com fogão a gás, isto representa 98,80% dos lares brasileiros. Estes dados mostram que ocorreu uma estagnação do número de fogões a gás por domicilio no período mencionado.

Nesse cenário de estabilização do número de fogões por família, a disputa dos setores empresariais pela conquista de mercados passou a demandar, com mais intensidade, a utilização de tecnologias modernas, com o objetivo de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. Para aumentar sua capacitação tecnológica, visando adaptarem-se às demandas do mercado, as empresas têm buscado vantagens competitivas por intermédio da introdução de inovações tecnológicas (CALLIGARIS et al., 2002).

No mercado de fogões a gás, um segmento altamente competitivo e centralizado, a busca por alternativas que visam a maximização da margem de lucro por meio da redução do custo de produção é de vital importância. Dessa forma, faz-se necessário investimentos em novas tecnológicas de produção para manter-se competitivo (GUARRAIA et al., 2012).

Neste cenário, as indústrias deparam-se com o desafio de integrar ações ambientais aos seus planos de produção e negócio. Assim, a melhoria do desempenho ambiental tem sido perseguida pelas empresas como resposta ao rápido aumento das pressões constantes do mercado (BEZERRA et al., 2007).

No setor de linha branca os processos de fabricação, especialmente de acabamento de superfícies, empregam volumes elevados de água e geram quantidades apreciáveis de resíduos sólidos e efluentes líquidos. Assim, a pintura e a fosfatização, são os principais responsáveis pelo impacto ambiental gerado por este setor industrial (DUARTE e JUNIOR, 2001).

O processo de fosfatização consiste na formação de uma camada cristalina de conversão sobre o substrato metálico, de fosfato de zinco, níquel e ferro por meio de reações químicas entre os íons. Dessa forma, busca-se aumentar a área superficial, e por consequência facilitar a ancoragem da tinta, melhorar a aderência e a resistência contra à corrosão (BANCZEK, 2008; DONOFRIO, 2010).

Segundo Reis (2005), o processo de proteção de metais baseado na fosfatização, são reconhecidas como uma das principais fontes de poluição ambiental. Portanto, o desenvolvimento de tecnologias mais limpas é uma tarefa essencial.

Para Zaro (2010), os despejos industriais gerados no processo de fosfatização causam graves problemas de poluição hídrica por conterem metais pesados, que acima de determinadas concentrações podem ser tóxicos ao meio ambiente. Sobre este viés, uma das alternativas potenciais ao processo de fosfatização apresentada na literatura são as tecnologias de tratamento de superfície apoiadas na nanotecnologia (REIS, 2005). 

Diante da problemática exposta, o objetivo desse artigo é realizar um estudo de viabilidade econômica da aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica para a produção de peças pintadas do fogão a gás. Vale adiantar que, existem dois fornecedores que estão aprovados tecnicamente para fornecer a tecnologia para a indústria de fogões a gás, localizada no Sul do Brasil.

2. Fundamentação teórica

A revisão bibliográfica versará sobre dois temas. Primeiro, pela definição dos tratamentos de superfície baseados na fosfatização e na tecnologia nanocerâmica. Posteriormente, sobre a análise econômica, tendo como ênfase a tomada de decisão de investir e a consideração de índices para a análise de sensibilidade das principais variáveis intervenientes: endógenas (custos e receitas) e exógenas (taxa de mercado).

2.1 Tratamentos de superfície de metais

2.1.1 Fosfatização

A fosfatização é um processo de proteção de metais que ocorre, geralmente, por meio da imersão ou pulverização de uma solução aquosa de ácido fosfórico livre que, normalmente, possui sais de fosfato de zinco, níquel e manganês e podem estar presentes de forma isolada ou combinados. O resultado é a formação de um fosfato insolúvel que se deposita sobre o metal modificando a área superficial e proporcionando a ancoragem de tintas ou outros revestimentos, aumentando assim a resistência contra a corrosão (PANOSSIAN, 2004; BANCZEK, 2008).

Para Weng et al. (1998), a fosfatização é o revestimento de conversão mais utilizado na proteção do aço carbono. Consiste em um banho composto por ácido fosfórico diluído e fosfato de metal solúvel que com auxílio de metais pesados (cobre e níquel) os quais atuam como catalizadores, durante o processo químico, converte a superfície metálica em um óxido aderente.

De acordo com Weng et al. (1998), a fosfatização convencional induz a danosos impactos ambientais, com elevada carga de efluentes como a borra de fosfato e as águas de enxague, produzidas durante o processamento contendo metais pesados. A formação de lama nos processos de fosfatização é um subproduto do processo e não pode ser evitada. Esta lama é basicamente constituída de fosfato férrico (PANOSSIAN, 2004). Conforme estudo realizado por Giffoni e Lange (2005), o resíduo "lama de fosfato" é caracterizado como classe II pela norma ABNT NBR 10004.

Vários esforços têm sido realizados para reduzir ou abolir os fosfatos dos processos fabris. Estudos foram realizados com uma nova geração de produtos para proteção de ligas, de caráter ambiental mais favorável, como são os casos dos molibdatos, taninos, boratos, polímeros condutores, silanos, terras raras e tecnologias nanocerâmicas (MORAES, 2010).

2.1.2 Tecnologia nanocerâmica

De acordo com Silva (2006), a nanotecnologia é uma área multidisciplinar, em que as dimensões estudadas ocorrem na escala nanométrica, sendo um nanômetro igual a bilionésima parte de um metro. Segundo Reis (2005), uma das alternativas potenciais ao processo de fosfatização apresentada na literatura são as tecnologias de tratamento de superfície apoiadas na nanotecnologia.

O tratamento superficial de metais a base de nanocerâmica tem forte destaque como aspirante a substituição do processo de fosfatização (BOSSARDI, 2007). Segundo esse autor, esse tratamento a base de nanocerâmica apresenta um curto espaço de tempo para a obtenção do filme, favorece a aplicação de camadas de tinta, apresenta resistência elevada à corrosão, além de não conter metais pesados em sua composição. O processo nanocerâmico utiliza uma composição à base de ácido hexafluorzircônio para produzir uma camada nanoestruturada sobre substratos metálicos, isento de metais pesados e componentes orgânicos, além de utilizar menos água e energia em todo processo. A camada nanocerâmica propicia um revestimento uniforme, aumentando a adesão da tinta e protegendo a superfície metálica contra a corrosão (BEZZERA, 2007; MORAES, 2010; ZARO, 2010).

De acordo com Testa (2005), as vantagens da utilização da tecnologia nanocerâmica frente à fosfatização ocorrem no âmbito ambiental e econômico. Na parte ambiental a nova tecnologia de conversão é isenta de metais pesados e de fósforo, apresenta significativa redução de lodos, o banho não precisa ser descartado somente adicionado reforços, isento de Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e reduz a complexidade no processo. No âmbito econômico, o processo nanocerâmico, trabalha em temperatura ambiente, tempo de tratamento reduzido, redução no custo de tratamento de efluentes devido à isenção de metais pesados e baixo investimento inicial.

2.2 Análise Econômica

Para Buarque (1989), um Projeto de Investimento (PI) começa com a ideia de aplicar certa quantidade de capital na produção de certo bem ou serviço. Em complemento, Casarotto Filho e Kopittke (2010), afirmam que somente um estudo econômico pode confirmar a viabilidade de projetos tecnicamente corretos. Segundo estes autores, antes de fazer um novo investimento, a empresa deve realizar uma análise de viabilidade econômica do PI.

Ao estabelecer um PI, o mesmo requer recursos humanos, financeiros, equipamentos e de infraestrutura. A análise da viabilidade econômica de um PI envolve o estudo de fases que abordam o conhecimento sobre o mercado que pretende atuar e a previsão de faturamento. De posse dessas informações é possível efetuar o cálculo dos indicadores que avaliarão a sua viabilidade econômica (ROZENFELD et al., 2006).

Para Casarotto Filho e Kopittke (2010), ao elaborar a análise econômica e financeira, somente são considerados os fatores conversíveis em dinheiro. Segundo esses autores, um investimento pode ter repercussões que não sejam ponderáveis: redução do impacto ambiental, nível de emprego, vendas futuras e boa vontade de clientes e fornecedores, em geral, são critérios imponderáveis.

2.2.1 Decisão de investimento

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010), somente problemas suficientemente importantes necessitam de métodos estruturados de tomada de decisões. Para Souza e Clemente(2008), a decisão de se fazer um investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação das diversas alternativas que atendam às especificações técnicas dos investimentos. Somente, após os projetos serem viáveis tecnicamente, os mesmos devem ser analisados economicamente (SOUZA e CLEMENTE, 2008; RASOTO et al., 2012; LIMA et al., 2013; LIMA et al., 2015).

2.2.2 Principais indicadores de viabilidade econômica de projetos de investimentos

De acordo com Souza e Clemente(2008), Luchtemberg et al. (2010), Rasoto et al. (2012), Lima et al. (2013) e Lima et al. (2015), os indicadores econômicos para a avaliação de PI podem ser subdivididos em dois grupos (ou dimensões): (i) indicadores associados a rentabilidade do projeto, sendo eles: Valor Presente Líquido (VPL), Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), Índice Benefício/Custo (IBC), Retorno Adicional sobre o Investimento (ROIA), Retorno sobre o Investimento (ROI) e índice ROIA/TMA, em que a TMA é a Taxa Mínima de Atratividade; e (ii) indicadores associados aos riscos do projeto, são eles: Taxa Interna de Retorno (TIR),  Período de Recuperação do Investimento (Payback),  índices TMA/TIR e Payback/N, em que N é o horizonte de planejamento.

Luchtemberg et al. (2010), analisaram a viabilidade técnica e econômica da verticalização da produção de válvula reguladora de pressão para panelas de pressão de uso doméstico. Estes autores utilizaram os indicadores de rentabilidade (VPL, VPLA, IBC e ROIA) e dois indicadores de riscos (TIR e índice Payback) para realizar a análise econômica. Os mesmos concluiram que os resultados encontrados apresentaram viabilidade econômica e baixo risco de investimento, demonstrando ser atraente produzir internamente as válvulas reguladoras de pressão.

A análise econômica e financeira, observando as dimensões riscos e retorno, pode não ser suficiente para subsidiar adequadamente o processo de tomada de decisões (CASAROTTO FILHO E KOPITTKE, 2010). Nesse sentido, a próxima subseção apresenta a análise de sensibilidade que busca melhorar a percepção dos riscos associado ao desenvolvimento do PI em avaliação (LIMA et al., 2015).

2.2.3 Análise de Sensibilidade na avaliação econômica de projetos de investimentos

Para Buarque (1989), o estudo da sensibilidade é muito importante quando a taxa de rentabilidade dos projetos não é elevada. A análise da sensibilidade informa aos responsáveis pelo projeto qual é o comportamento da rentabilidade. Além disso, ao comparar essa rentabilidade com outras alternativas, pode-se determinar se o projeto em estudo representa uma decisão coerente para o investimento (BUARQUE, 1989).

De acordo com Souza e Clemente(2008), a ideia básica da análise de sensibilidade é a de verificar a sensibilidade da variação do VPL em função da alteração de um dos componentes do Fluxo de Caixa (FC). Assim, os parâmetros que provocarem maior variação do VPL serão classificados como sensíveis ou críticos. Segundo esses autores, uma boa estratégia é plotar o gráfico VPLs versus TMA para verificar o espectro de validade da decisão.

Segundo Lima et al. (2015) e Lima (2016), para aplicar a Metodológia Multi-Índice Ampliada (MMIA) em ativos fixos é necessário calcular indicadores de riscos e retorno associados ao PI. Além disso, deve fazer uma Análise de Sensibilidade (AS) sobre a TMA, os custos e as receitas para validar a manutenção da viabilidade econômica do PI. Esses índices para a AS, sua fórmula e a interpretação usual são apresentados na Figura 1.

 Fonte: Adaptado de Lima et al. (2015) e Lima (2016).
Figura 1 – Índices de Análise de Sensibilidade e sua intepretação usual 

3. Metodologia

Na classificação adotada por Marconi e Lakatos (2003), a presente pesquisa é aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. No tocante a forma de abordagem do problema, esta pesquisa é quantitativa, pois utiliza-se de técnicas e recursos padronizados já existentes na literatura. É bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos, portanto, elaborada a partir de materiais já publicados em livros e artigos de periódicos e congressos científicos. Também é estudo de caso quanto aos procedimentos técnicos, pois, envolve o estudo profundo e exaustivo dos objetivos de maneira que se permita o amplo e detalhado conhecimento.

O presente artigo baseia-se em um estudo de caso que busca investigar e explorar o tema proposto por intermédio de coleta de dados e leitura de informações que satisfaça os interesses e objetivos do estudo. A metodologia proposta tem como base inicial a coleta de dados e informações por meio de orçamento de fornecedores e entrevistas individuais semiestruturadas com os colaboradores responsáveis pelos setores envolvidos na implementação do PI.

Para realizar a análise econômica será utilizada a MMIA proposta por Souza e Clemente (2008) e ampliada por Lima et al. (2015) e Lima (2016), a qual busca mensurar o retorno esperado e os riscos associados ao PI, bem como ampliar a percepção dos riscos via Limites de Elasticidades (LEs) e confrontar as expectativas de retorno e de riscos.  A MMIA está implementada no sistema Web denominado $LV€P.

4. Resultados e discussão 

4.1 Caracterização da empresa e dos projetos de investimentos

A empresa foco desse estudo é integrante do setor de produção de linha branca. Ela está localizada no Sul do Brasil, com destaque para a produção de diversos modelos de fogão a gás, que visam atender tanto as classes ascendentes C e D como também as classes mais exigentes A e B.

A indústria possui 1.300 colaboradores e uma capacidade produtiva instalada de 6.500 fogões/dia. O setor de pintura a pó e o tratamento de superfície (fosfatização) atualmente são o gargalo da fábrica e operam de formas manuais. Estes procedimentos geram alto índice de retrabalho (histórico de 9%), limitação do nível de qualidade dos produtos e propiciam um passivo ambiental com a geração de borra de fosfato e metais pesados, necessitando de um custo adicional anual para tratamento destes efluentes na ordem de R$ 47.225,47.

Diante do exposto, o objetivo especifico é analisar a viabilidade econômica da aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica, para a referida organização, utilizando a MMIA via $LV€P. A empresa recebeu duas propostas comerciais da nova linha de pintura a pó associada com o novo tratamento de superfície. Essas propostas estão em fase de estudo de viabilidade econômica, pois já obtiveram aprovação da área técnica.

Conforme destaca a Figura 2, espera-se que o novo equipamento atinja os seguintes resultados: (i) reduzir os custos produtivos; (ii) minimizar os impactos ambientais; (iii) aumentar a produtividade; e (iv) melhorar a qualidade das peças pintadas com tinta eletrostática a pó, quando comparadas com o sistema atual.  

Fonte: Dados da pesquisa (2014).
Figura 2 – Comparação entre o sistema atual e o proposto.

4.2 Análise econômica dos projetos de investimentos

4.2.1 Investimento Inicial do Projeto de Investimento

O investimento inicial para instalar o projeto está descrito na Tabela 1. Estes investimentos são necessários independentemente do fornecedor dos equipamentos. Assim, para concretização do PI é imprescritível adequar a indústria, pois sem estas alterações o projeto não apresenta viabilidade técnica.

Atualmente, a organização em questão tem uma produção média mensal de 140 mil fogões/mês. O estudo foi desenvolvido para uma capacidade instalada de até 200 mil fogões/mês. Na Tabela 2 são apresentados os valores referentes às duas propostas comerciais: denominados como fornecedores A e B, por questão de sigilo comercial.

Tabela 1 – Investimento inicial para instalação do PI

Item

Descrição dos investimentos

      Valor

1

Obra civil

R$       760.000,00

2

Estrutura Metálica (Cobertura)

R$       660.000,00

3

Compressor de ar

R$       400.000,00

4

Unidade de água deionizada

R$         60.000,00

5

Instalações e equipamentos

R$         90.000,00

6

Alterações na fábrica (layout)

R$       100.000,00

Total

R$   2.070.000,00

Fonte: Empresa estudada.

Tabela 2 – Relação dos equipamentos e valores referente ao PI

Item

Descrição dos equipamentos

Fornecedor A

Fornecedor B

1

Túnel de tratamento de superfície

 R$ 1.100.000,00

 R$ 819.926,40

2

Forno de Secagem de peças

 R$    345.000,00

 R$ 266.864,00

3

Forno de polimerização

 R$    516.000,00

 R$ 371.904,00

4

Transportador aéreo

 R$    470.000,00

 R$ 880.000,00

5

Sistema de Pintura

 R$ 1.285.136,00

 R$ 814.720,00

6

Equipamentos adicionais

 R$               0,00  

 R$ 156.160,00

7

Montagem + startup

 R$    146.000,00

 R$ 300.256,00

8

Dutos de exaustão e chaminé

 R$               0,00  

 R$   27.840,00

9

Comando central com PLC

 R$               0,00  

 R$ 128.320,00

10

Partes separadas da cabine de pintura

 R$               0,00  

 R$ 102.983,00

11

Partes separadas da instalação

 R$               0,00  

 R$   36.402,30

12

Custo importação

 R$               0,00  

 R$ 127.769,60

Total dos investimentos

 R$ 3.735.136,00

 R$ 3.892.985,30

Fonte: Empresa estudada.

 

4.2.2 Custos de Produção

Nesta etapa serão apresentados os custos de produção. Inicialmente, realizou-se um estudo comparativo entre a produção atual e as propostas de implementação apresentadas pelos fornecedores A e B. Os valores descritos na Tabela 3 têm como base a linha de pintura atual.

Tabela 3: Comparativo das reduções de custos operacionais da pintura atual com as duas propostas

Item

Custos

Operacionais

Pintura

Atual

Pintura
Forn. A

Pintura
Forn. B

Redução

de Custo
Forn. A

Redução

de Custo
Forn. A

1

Consumo de tinta

 R$1.263.274,28

 R$ 1.142.962,45

 R$1.142.962,45

 R$120.311,83

 R$ 120.311,83

2

Sucata (2,2%)

 R$ 91.200,00

 R$ 45.600,00

 R$ 45.600,00

 R$ 45.600,00

 R$ 45.600,00

3

Retrabalho (9%)

 R$ 113.694,69

 R$ 34.288,87

 R$ 34.288,87

 R$ 79.405,82

 R$ 79.405,82

4

Mão de Obra

 R$ 2.620.988,50

 R$ 1.285.920,00

 R$ 1.285.920,00

 R$ 1.335.068,50

 R$ 1.335.068,50

5

Consumo de gás GLP

 R$ 587.714,17

 R$ 641.437,24

 R$ 870.121,74

-R$ 53.723,07

-R$ 282.407,57

6

Energia Elétrica

 R$ 93.105,94

 R$ 426.244,21

 R$ 502.582,73

-R$ 333.138,27

-R$ 409.476,79

7

Custo tratamento de Superfície

 R$ 329.896,20

 R$ 283.710,73

 R$ 283.710,73

 R$ 46.185,47

 R$ 46.185,47

8

Custo área tratada (R$/m²)

 R$ 0,13

 R$ 0,12

 R$ 0,12

 R$ 0,01

 R$ 0,01

9

Custo tratamento de efluente

 R$ 65.240,20

 R$ 18.044,93

 R$ 18.044,93

 R$ 47.225,47

 R$ 47.225,47

Total

 R$ 5.165.114,11

 R$ 3.878.208,55

 R$ 4.183.231,57

 R$ 1.286.935,76

 R$ 981.912,74

 Fonte: Dados da pesquisa (2014). Nota: valores anualizados.

Estes são os custos atuais no processo de produtivo, os quais serão considerados no estudo de viabilidade econômica. Por outro lado, os custos produtivos para os fornecedores A e B, têm como base as especificações técnicas de cada fabricante. 

O item 1 (consumo de tinta) e o item 3 (retrabalho 9%) da Tabela 3, utiliza como base a produção 932.879 fogões/ano correspondente a quantidade produzida na cor branca que representa aproximadamente 70% da capacidade produtiva da fábrica.

Já o item 4 (mão de obra) da Tabela 3, utiliza como base a produção de 1.500.000 fogões/ano, ou seja, o quadro atual de colaboradores do setor de pintura está dimensionado para esta capacidade produtiva. Com esta fonte pode-se observar que este item representa uma redução 49% na mão de obra com a implantação de quaisquer projetos A ou B.

Em relação à Tabela 4, a mesma representa a redução de custo anualizada obtidas para os fornecedores A e B, em comparação com o sistema de pintura atual. Para realizar os cálculos, considerou-se um cenário com uma produção anual de 1,5 milhões de fogões. Esta quantidade está relacionada com a capacidade máxima de produção de fogões com dois turnos de trabalho para o sistema de pintura proposto.

Tabela 4: Redução de custo anual: sistema de pintura atual versus fornecedores A e B

Sistema de pintura

Produção anual/fogões

Custo operacional/fogão

Redução de custo/fogão

Redução de custo anual

Atual

1.500.000

R$ 4,09

 R$ 0,00

                R$ 0,00

Fornecedor A

1.500.000

R$ 3,07

 R$ 1,02

 R$ 1.532.970,00

Fornecedor B

1.500.000

R$ 3,27

 R$ 0,82

 R$ 1.227.945,00

      Fonte: Dados da pesquisa (2014).

4.2.3 Comparativo dos projetos de investimentos

Por intermédio de uma análise econômica preliminar, é possível concluir que realizar o PI via fornecedor B é desfavorável a empresa. Observa-se na Tabela 2 que a relação de equipamentos que o fornecedor B propõe está com uma diferença de preço de R$ 157.849,30. Isso representa um acréscimo de aproximadamente 5% em relação à aquisição dos equipamentos do fornecedor A.

Na Tabela 4 é possível observar que a redução de custo anualizada do fornecedor B é da ordem de R$ 305.023,02 a menos que a do fornecedor A, ou seja, uma diferença de 19,85%. Além disso, pode-se observar por meio da Tabela 4 que a projeção de redução de custo anual obtida utilizando o sistema de pintura do fornecedor A é de aproximadamente R$ 1.532.970,00 e para o fornecedor B é de R$ 1.227.945,00. Em uma comparação direta, confirma-se assim, a desvantagem dos equipamentos serem adquiridos junto ao fornecedor B. Diante do exposto, a aplicação da MMIA via $LV€P concentrar-se-á na avaliação econômica do PI ser realizado via Fornecedor A.

4.3 Viabilidade econômica do projeto de investimento

4.3.1 Input do sistema $LV€P

Os recursos financeiros aplicados no PI, de acordo com a Tabela 1 é de cerca de R$ 2.070.000,00 para instalação do projeto. Por outro lado, conforme dados expostos na Tabela 2, o custo de aquisição dos equipamentos é de R$ 3.735.136,00. Assim, o total de recursos financeiros aplicados no projeto são da ordem de R$ 5.805.136,00 (FCo).

Os dados de entrada do PI (input do $LV€P) estão detalhados na Figura 3. Para a TMA, utilizou-se como referência a taxa de desconto definida pela politica da empresa (em 11,75% ao ano). Já o horizonte de planejamento (N) é de 10 anos. Por outro lado, considerou-se uma alíquota de Imposto de Renda (IR) de 16% e uma Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 9%. Assim, a alíquota total (IR e CSLL) considerada é de 25%.

 

Figura 3 – Dados de entrada do PI (input do $LV€P)

Em relação ao financiamento para aquisição dos equipamentos utilizou-se o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (FINAME), linha de crédito disponibilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, 2014). Nesse caso, o percentual financiável dos equipamentos é de 80% com uma taxa de juros de 6% ao ano.

O Investimento Inicial com recursos próprios foi orçado em R$ 2.817.027,20, correspondente a R$ 2.070.000,00 para adequação da indústria e R$ 747.027,20 que representa 20% de contrapartida para obter-se o financiamento. Assim, considerou-se, para o financiamento, o montante de R$ 2.988.108,80. Este valor representa um percentual financiável de 51,4736% quando comparado com os recursos totais empregados no PI. O sistema $LV€P, utiliza esse percentual para efetuar os cálculos dos indicadores e construção dos gráficos.

Para o PI em avaliação, empregou-se o sistema de amortização com prestações constantes (PRICE). O prazo máximo de amortização do financiamento é de 10 anos, contemplando 2 anos de carência e pagamento dos juros nesse período para evitar a elevação do saldo devedor. Por outro lado, o Fluxo de Caixa esperado (FCj) foi estimado em cerca de R$ 1.532.970,00 e considerado constante ao longo de 10 anos.

O Valor Residual ou de revenda (VR) foi considerado nulo, pois o sistema atual de pintura possui aproximadamente 20 anos de uso e é um projeto exclusivo, além de estar sucateado. O mesmo procedimento foi adotado para o novo empreendimento.

Referente à depreciação contábil, utilizou-se o método de depreciação linear, único método aceito pela Receita Federal do Brasil (RFB, 2014). De acordo com a RFB (2014), máquinas e equipamentos apresentam uma taxa de depreciação linear de 10% ao ano, isto é, um prazo de 10 anos para a depreciação total. Já as edificações apresentam uma taxa de depreciação de 4% ao ano e um prazo de 25 anos para a total depreciação. No entanto, para o prazo total do PI, considerou-se o período máximo do financiamento, ou seja, 10 anos. Logo, para a depreciação das edificações, utilizou-se uma parcela proporcional à 10 anos, o que representa 40% do total da depreciação das edificações.

4.3.2 Principais Resultados

Nesta subseção são apresentados os resultados dos indicadores econômicos: de retorno (VPL, VPLA, IBC, ROIA e índice ROIA/TMA), de riscos (Payback, TIR, índice TMA/TIR e índice Payback/N) e dos Limites de Elasticidade (LEs) (D% TMA, D% FC0 e D% FCj). Os cálculos necessários para a geração dos indicadores e gráficos foram realizados com a utilização do sistema $LV€P.  

A Figura 4 disponibiliza o Fluxo de Caixa (FC) esperado no desenvolvimento do PI em estudo, para um período de 10 anos. Conforme a Tabela 04, o FCj inicial é de R$ 1.532.970,00. Por outro lado, a Figura 5 apresenta os indicadores econômicos desse PI.

Figura 4 – Elaboração e Descapitalização do Fluxo de Caixa anual esperado para o PI em análise

Figura 5 - Indicadores econômicos da MMIA

4.3.3 Análise dos indicadores econômicos da MMIA

4.3.3.1 Análise da dimensão retorno

A expectativa é de que a organização recupere os investimentos efetuados para a implantação do PI com a substituição do sistema atual de pintura pelo sistema de pintura proposto. Além disso, recupera-se a remuneração que seria obtida se esse capital fosse aplicado no mercado a uma taxa de 11,75% ao ano (TMA) e ainda gere um excesso de capital (VPL).

Assim, o indicador (VPL) permite a seguinte interpretação: recupera-se o investimento inicial e o ganho que teria obtido se esse capital tivesse sido aplicado a TMA de 11,75% ao ano e, ainda lhe sobra em valores monetários de hoje à importância de R$ 2.358.919,59. É importante destacar que esse PI tem um horizonte de 10 anos e esse valor é o ganho para o período.

A informação do VPL, embora útil não é suficiente para suportar uma decisão de investimentos por apresentar um resultado global e não por período. No entanto, a regra primária para o indicador VPL é a seguinte: se o mesmo for VPL positivo, então o projeto merece continuar sendo analisado.

Dessa forma, a análise do indicador (VPLA) se faz necessário. O VPLA representa o FC representativo do PI em uma série de benefícios uniforme. Assim, o ganho anual esperado com a implementação do PI é de cerca de R$ 413.228,04 a mais do que se os recursos financeiros fossem aplicados no sistema financeiro com uma taxa igual a TMA. Por ter apresentado um valor positivo, é um indicativo de que o projeto merece continuar sendo analisado.

Nesse cenário, faz-se necessário a análise de outros indicadores econômicos, para corroborar a viabilidade econômico desse projeto. Para isso, tem-se o Índice (IBC) que apresentou um valor de 1,8374. Isso significa que, para cada R$ 1,00 imobilizado no projeto, espera-se retirar, após o horizonte de análise do projeto, que é de 10 anos, R$ 1,8374 considerando a retirada do ganho que se teria caso esse R$ 1,00 tivesse sido aplicado na TMA. Contudo, esse indicador apresenta a mesma limitação do VPL.

O indicador (ROIA), que busca corrigir a limitação do IBC, teve um resultado de 6,27% ao ano além da TMA, ou seja, a decisão neste ponto resume se vale a pena investir no projeto e assumir o risco do investimento e ter um adicional sobre o ganho de 6,27% ao ano. Por outro lado, o índice ROIA/TMA (SOUZA e CLEMENTE, 2008), auxilia nessa decisão, pois representa quanto o projeto irá ganhar além da TMA. Para o PI em estudo, tem se um ganho de 53,38% ao ano além da TMA, um retorno esperado que pode ser classificado como de grau médio, de acordo com a escala proposta por Lima (2016).

Assim, na dimensão retorno, o PI mostra-se promissor sob a ótica econômica. Contudo, ainda é necessário avaliar a dimensão riscos e melhorar a percepção desses via análise de sensibilidade utilizando os LEs. As próximas subseções analisam os resultados encontrados para essa dimensão.

4.3.3.2 Análise da dimensão riscos

A TIR define um limite para a variação da TMA. Enquanto a TMA (estimada em 11,75% ao ano) permanecer inferior a TIR (31,89% ao ano) as expectativas são de que haja mais ganho em se investir no projeto do que deixar o dinheiro aplicado na TMA. Assim, a distância entre a TIR e a TMA pode representar um risco do PI (SOUZA e CLEMENTE, 2008).

Nesse contexto, o risco está sendo interpretado como a possibilidade de maior ganho, ao investir no PI de aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica, do que deixar o valor aplicado no mercado financeiro (TMA). Nesse sentido, é visível a segurança da decisão de investir no PI, pois seria necessário que a TMA tivesse um aumento de 171,40% para que o sistema financeiro proporcionasse o mesmo retorno da aquisição da linha de pintura.

Uma melhor percepção desse risco é oportunizada pelo índice TMA/TIR, que é de 36,85%, classificando o projeto na categoria de risco baixo, segundo a escala proposta por Lima (2016). Para corroborar os dados apresentados, a Figura 6 apresenta o comportamento do VPL em função da TMA, a TIR, a TMA, bem como a distância entre as mesmas.

Figura 6 – Espectro da validade da decisão (VPLs x TMAs) 

Um outro indicador de risco do PI é o Payback. Este indicador assume papel importante na análise de investimentos, pois não se pode dispender muito tempo para recuperar o capital investido, ou seja, a empresa pode perder novas oportunidades. Dentro dessa visão, o PI em questão apresenta um Payback em 4 anos. Para mostrar o Payback em relação ao tempo de vida útil do projeto, existe outro indicador de risco, o índice Payback/N. Assim, o retorno sobre o investimento ocorre somente após passados 40% do tempo de vida útil do projeto, classificando como baixo-médio segundo a escala de Lima (2016).

De acordo com a Figura 7, segundo a escala de confronto proposta por Lima (2016), o indicador de retorno é categorizado como investimento de grau médio (53,38%) e os índices de riscos são categorizados com níveis baixos-médio (36,85% e 40%). Assim, o projeto merece continuar sendo analisado.

 

Fonte: Elaborada pelos autores no $LV€P (2016).
Figura 7 – Confronto retorno esperado x riscos percebidos

Para finalizar a avaliação econômica, deve-se promover uma análise de sensibilidade nos principais parâmetros intervenientes (TMA, FC0 e FCj) no desempenho esperado do projeto em estudo.

4.3.3.3 Análise dos Limites de Elasticidades (LEs)

O índice D%TMA, mostra que, para inviabilizar o PI, a TMA deve aumentar 171,40%. No cenário econômico atual, as chances de isto ocorrer são quase nulas.

O índice D%FC0, indica que para inviabilizar o PI os custos de implantação do projeto (FC0) devem aumentar acima de 83,74%. Diferentemente do índice anterior, D% FCj, indica quanto o fluxo de caixa (FCj) do PI deve reduzir para inviabilizar o mesmo. Para que isto ocorra os fluxos devem diminuir 45,57%. Uma situação pouco provável de ocorrer uma vez que o principal ganho na receita do projeto está relacionando com a diminuição da mão de obra que representa 49,06% da receita total do projeto.

Por meio dos LEs expostos na Figura 7, o PI pode ser categorizado pela escala proposta por Lima (2016), com variabilidade excepcional para o índice D%TMA e alta para o índice D%FC0. Já o índice D% FCj apresenta a variação média. 

Em síntese, sob a ótica econômica é recomendável sua implementação. Vale ressaltar, que a tecnologia empregada atualmente nesse setor da organização está defasada e no limite da capacidade produtiva restringindo os planos de crescimento.

5. Conclusão

No mercado de fogão a gás, um segmento altamente competitivo e centralizado, a busca por alternativas que visam aumentar a margem de lucro por meio da redução do custo de produção é de suma importância. A aquisição de uma linha de pintura associada ao tratamento de superfície de metais com tecnologia nanocerâmica é uma alternativa encontrada pela organização foco desse estudo. A implementação dessa estratégia, busca melhorar a qualidade dos produtos fornecidos, aliado ao menor custo produtivo e consequentemente auferindo aumento nos lucros da organização.

A tecnologia empregada atualmente nesse setor da organização está ultrapassada e no limite da capacidade produtiva, restringindo os planos de crescimento. Por intermédio da aplicação da MMIA via $LV€P proposta por Souza e Clemente (2008) e ampliada por LIMA et al (2015) e Lima (2016), foi possível concluir que o referido PI apresenta um retorno médio, riscos baixos-médio e variabilidade excepcional o parâmetro D%TMA, alta para o D%FC0 e média para D%FCj.

Portanto, sob o ponto de vista econômico é recomendável investir no PI. Como sugestão para estudos futuros, propõe-se que a organização realize o controle dos custos operacionais, de reparos e de manutenções dos equipamentos instalados com a implementação do PI.

Agradecimentos

Especial agradecimento ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Invocação e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (MCTI/CNPQ – chamada universal 14/2014, processo n. 457.473/2014-2) por seu suporte financeiro, o qual financiou parcialmente o desenvolvimento dessa pesquisa e a empresa que não mediu esforços para disponibilizar os dados necessários.

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1. Master student in Industrial and Systems Engineering Graduate Program. Federal Technological University of Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco – Brazil. E-mail: engqmc_wilian@hotmail.com
2. Associate Professor of the Department of Mathematical . Industrial and Systems Engineering Graduate Program (PPGEPS-UTFPR/PB). Federal Technological University of Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco – Brazil. E-mail: donizetti@utfpr.edu.br
3. Associate Professor of the Department of Mechanical Engineering. Federal Technological University of Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco – Brazil. E-mail: dalmarino@utfpr.edu.br


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 26) Año 2016

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