Espacios. Vol. 37 (Nº 21) Año 2016. Pág. 6

Análise dos desafios na gestão estratégica das micro e pequenas empresas: Um estudo de caso em uma transportadora

Analysis of the challenges in strategic management of micro and small enterprises: A case study of a transport company

Bruno Nunes BUENO 1; Edilson Silva do PRADO 2; Adriano Mesquita SOARES 3; Luiz Henrique DOMINGUES 4

Recibido: 15/03/16 • Aprobado: 18/04/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. As micro e pequenas empresas

3. Gestão estratégica

4. Metodologia

5. Apresentação de resultados e análise da pesquisa

6. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O presente artigo traz como objetivo identificar os desafios, que os micros e pequenos empresários enfrentam para gerir seus empreendimentos. Foram identificados os altos índices de mortalidade precoce dessas empresas, o que demonstra o despreparo e a falta de planejamento por parte da gestão, a existência de falhas no planejamento e na utilização inadequada das estratégias. É evidente que a gestão e o planejamento estratégicos podem ajudar na sobrevivência das empresas, demonstrando uma melhor forma de gestão desses empreendimentos, trazendo também, algumas ferramentas específicas que podem auxiliar na forma de se gerir e alcançar os seus objetivos. Os resultados trazem como referência uma pesquisa realizada com o gestor de uma pequena empresa, que atua no ramo de transportes, da região dos Campos Gerais, do estado do Paraná. Esses resultados foram obtidos através de um questionário elaborado e aplicado em uma entrevista gravada e transcrita em que se identificou como gerir uma pequena empresa, desde os acertos e erros nas decisões que foram tomadas durante o tempo de atividade da empresa. Observou-se que existe a necessidade de uma visão ampla do negócio, através da Gestão Estratégica e da utilização do planejamento estratégico, para embasar a gestão empresarial.
Palavras-chave: Micro e pequenas empresas, gestão, estratégias e desafios.

ABSTRACT:

This article has as objective to identify the challenges that the micro and small businesses face in managing their enterprises. The high early mortality rates of companies were identified, which shows the unpreparedness and lack of planning on the part of management, the existence of flaws in the planning and inadequate use of strategies. Clearly the management and strategic planning can help in the survival of businesses, demonstrating a better way of managing these projects, bringing also some specific tools that can aid in the form of managing and achieving your goals. The results provide reference to a survey of the manager of a small company, which operates in the transport sector, in the region of Campos Gerais, Paraná state. These results were obtained through a questionnaire and applied to a recorded and transcribed interview in which he identified himself as running a small business, from the successes and mistakes in the decisions that were taken during the time of the company activity. It was observed that there is a need for a broad view of the business through the strategic management and use of strategic planning, to support the management empresarial.durante the time of the company activity.
Keywords: Micro and small business, management, strategies and challenges

1. Introdução

No mercado atual brasileiro, as MPE's (Micro e Pequenas Empresas) enfrentam desafios e diversas dificuldades para se manter "vivas" no mercado, mais difícil ainda é conseguir crescer e permanecer em atividade. A prova disso são os altos índices de mortalidade em pouco tempo de vida dessas empresas, e isso demonstra o despreparo e a falta de planejamento de seus gestores. De acordo com o SEBRAE - Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de todas as novas empresas fundadas no Brasil, 27% delas acabam fechando as portas no primeiro ano de vida, por outro lado esses índices estão caindo nos últimos anos (SEBRAE, 2014).

O problema encontrado para elaborar este estudo decorre dos desafios que os gestores das MPE's enfrentam para dar continuidade às atividades empresarias, e,seus índices de mortalidade demonstram o despreparo dos gestores em administrar essas empresas.

Os pequenos empresários devem ter conhecimento de que um bom planejamento de suas estratégias pode ajudar na gestão de seus empreendimentos. A técnica utilizada que analisa toda a organização e identifica suas oportunidades e ameaças, com os pontos fortes e fracos para atingir os objetivos propostos, é o planejamento estratégico (FISCHMANN; ALMEIDA, 2013).

Este artigo tem como objetivo identificar os desafios, que os micros e pequenos empresários enfrentam para gerir seus empreendimentos, levando-os a se utilizar de um sistema de administração, que os auxilie de forma coerente nas decisões que serão tomadas, abrangendo todas as áreas da empresa. Conforme pesquisas realizadas, as MPE's representam mais da metade dos empregos formalizados no país, e isso significa que estes são elementos indispensáveis para o seu desenvolvimento (SEBRAE, 2011).

Trazer informações sobre o tema pode auxiliar os pequenos empresários no seu modo de pensar, demonstrando que é possível gerir as MPE's, superando os desafios do mercado com menor dificuldade; o que pode ajudar nos planos e decisões dos pequenos empreendimentos.

É imprescindível a qualquer empresa possuir um bom sistema de administração, independente do porte, o que facilitaria sua gestão e atuação no mercado. Para isso, esse estudo trará como referência uma pesquisa realizada em uma pequena empresa da região dos Campos Gerais do estado do Paraná, atuante no ramo de transportes que, por motivos de preservação de imagem, será tratada como "X Transportes", identificando e aprendendo com os resultados obtidos, para auxiliar e somar no futuro profissional dos interessados no assunto.

2. As micro e pequenas empresas

A empresa pode ser definida como uma iniciativa, quando tem o objetivo de expor e distribuir produtos e serviços, tentando atender a necessidade de pessoas, ou de mercados, com o resultado final de obtenção de lucro (MAXIMIANO, 2011).

Atualmente, são cerca de 9 milhões MPE's no país, e isso chega a representar mais da metade dos empregos formais, sendo que elas já são as principais geradoras de riqueza na área do comércio no Brasil, e na indústria já se aproximam das médias empresas (SEBRAE, 2014).

Essas empresas exercem uma representatividade bastante considerável no cenário de qualquer país, no Brasil isso também pode ser verificado. "As micro e pequenas empresas representem 99% da quantidade de estabelecimentos, elas geram 41,4% dos postos de trabalho formais, enquanto as médias 12,3% e as grandes 46,3%" (ANTONIK, 2004, p. 36).

Podemos verificar que a representatividade das MPE's é relevante, e que sua atuação está em constante crescimento. Em nosso país, 99% dos mais de 1,2 milhões de novos empreendimentos formalizados nos últimos anos, pertencem a essas empresas (SEBRAE, 2011, p. 4).

Identificam-se as MPE's em uma lei própria que designa suas características. "Com a lei geral houve o aperfeiçoamento do Regime Especial Unificado em Arrecadação de Tributos e Contribuições – Simples Nacional, criando meios para a arrecadação unificada dos tributos e contribuições" (DORNELAS, 2012, p. 226). Esta lei visa facilitar a sua existência e permanência em atividade.

Ainda em relação aos aspectos legais que regem as MPE's, (DORNELAS, 2012, p. 226) descreve que, em 14 de agosto de 2007 foi criada a Lei Complementar nº127 que ratificou, com algumas modificações, o Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. O objetivo desta lei foi a criação de regras e condições diferenciadas para as micro e pequenas empresas no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Um órgão importante de apoio as MPE's é o SEBRAE.  Uma entidade que apoia os empreendedores, sendo criado por uma lei de iniciativa do Poder Executivo, mas administrada pela iniciativa privada, onde ocorre o resultado de uma decisão política que atende as necessidades tanto dos empresários quanto do Estado, que se associaram para a criação e cooperam na busca de objetivos comuns (DORNELAS, 2012).

Não existe um critério único para definir o que é uma microempresa e pequena empresa, diferenciando-as das médias e grandes, onde vários indicadores podem ser utilizados para classificar as empresas nas categorias de: micro, pequena, média e grande; mas, essas classificações não podem ser generalizadas para todos os tipos de contexto. No Brasil, a definição de MPE's pode ser feita de duas formas principais: pelo número de pessoas ocupadas na empresa ou pela receita bruta anual (MAXIMIANO, 2011).

Ainda, segundo o mesmo autor, podemos definir as MPE's, de acordo com o Artigo 1º do Decreto nº 5.028 de 31 de março de 2004:

- Microempresas: têm receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14;

- Empresas de pequeno porte: não se enquadram como microempresas e têm receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.22,00.

Os setores em que as MPE's têm atuado e alcançado êxito são os mais variados, desde a indústria, comércio, prestação de serviços, etc. Os pequenos empreendimentos têm uma capacidade enorme de se adaptar conforme as necessidades surgem, podem tomar as decisões de forma rápida e pontual, conforme exigências e mudanças no mercado em que atuam (ANTONIK, 2004).

2.1. O mercado para as MPE'S

Quem nunca sonhou em um dia ser o "patrão de si mesmo", ou seja, iniciar um negócio próprio, ter autonomia nas decisões, não precisar 'dar satisfações' a um superior? Existem inúmeras vantagens e desvantagens de ser empreendedor. Como vantagens, podem-se destacar: a autonomia, a superação dos desafios e o controle financeiro e, como desvantagens: o sacrifício pessoal, a sobrecarga de responsabilidades, a necessidade de reduzir a margem de erro (MAXIMIANO, 2011).

Iniciar uma empresa, crescer, cumprir metas, gerar lucros, criar empregos, tentar satisfazer os clientes, não é fácil. Diante disso, para se tentar solucionar problemas e evitar maus resultados, que nunca são esperados quando se inicia um negócio, é buscar identificar os desafios dos pequenos empreendimentos - esse é o primeiro passo (DORNELAS, 2012).

A administração deve ser prioridade seja qual for o porte da empresa e, principalmente, nos pequenos empreendimentos, onde esse departamento deve se conduzir da forma mais correta possível. Quando se analisa a importância social e econômica das MPE's, recomenda-se a implantação e o uso de ferramentas gerenciais, que possam auxiliar e evitar possíveis causas de falta de informações necessárias, no processo decisório (LACERDA, 2003).

É importante ressaltar que, para isso acontecer, deve-se começar a aceitar que mudanças são necessárias; a organização que tem bons resultados é aquela que, constantemente, está se renovando de forma consistente, à medida que o mundo muda, os concorrentes inovam e os clientes exigem cada vez mais (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009). Falta de inovação em uma empresa de pequeno porte, especializada em um setor específico, pode levá-la à extinção, tendo correlação com os problemas típicos de cada estágio e, consequentemente, os fatores, podendo ou não contribuir para a falência da empresa (ALBUQUERQUE, 2013). 

A partir desse levantamento, vale ressaltar que existe a facilidade em aderir às mudanças e se adaptar de forma mais ágil, essas são características das MPE's; porém elas devem saber utilizar essa característica, buscando as melhores formas para si, mas para isso acontecer, depende do gestor dessas empresas tomar a iniciativa de mudar, adaptar e planejar os próximos passos.

2.2. As causas dos desafios enfrentados

Uma grande dificuldade para as pequenas empresas é a mudança, sendo essa a característica que pode ser detectada com facilidade. Tudo parece difícil, muita dependência de terceiros, os pequenos empresários não veem necessidade, é o velho pensamento "está bom, para que mudar", "sempre foi feito assim". Para a empresa progredir deve ser proativa e, o processo de planejamento estratégico pode auxiliar nas decisões, em seu desenvolvimento e estratégias que resultam no crescimento e continuidade, na questão da sobrevivência dessas empresas (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009). No que diz respeito à mudança, demonstra uma transformação no modo como a empresa trabalha, em seu negócio e resultando, a si mesma (FERNANDES; BERTON, 2012).

A busca por financiamento e o apoio às MPE's é algo complicado de ser estimulado, por mais interesse que os governos tenham nessa área. Este é o caso do Brasil, onde o governo tenta a valorização destas empresas, por meio do incentivo ao desenvolvimento e, por isso, podemos verificar algumas melhorias (FERNANDES; BERTON, 2012).

Porém, o mais importante não é conseguir o financiamento inicial para a abertura de um negócio, mas sim a sobrevivência, e é essa a mais difícil fase do empreendimento. Assim, deve buscar por assessorias que possam ajudar o empreendedor a superar essa fase e continuar progredindo. A gestão contínua desses empreendimentos tem que ser levada a sério, para que não apenas a abertura da empresa seja importante, mas sim a sua continuação e crescimento, quando possível (DORNELAS, 2012).

Existem diversos fatores que podem levar um empreendimento a não suportar as pressões e dificuldades, e o resultado é a mortalidade dessas empresas. O fator mais relevante é a má gestão e a falta de planejamento dos gestores dos pequenos empreendimentos.

Para Dornelas (2012, p. 95), aconselha-se aos empreendedores, a capacitação gerencial contínua, a aplicação dos conceitos teóricos para que adquiram a experiência necessária, e a disciplina no planejamento periódico das ações que devem ser implementadas na empresa. Resumindo, existe uma importante ação que somente o próprio empreendedor pode e deve fazer pelo seu empreendimento: planejar, planejar e planejar.

Os índices de mortalidade das empresas chegam a 60% até o terceiro ano. Uma ferramenta pouco explorada pelos gestores das MPE's é o auxílio da parte contábil da empresa, que pode ajudar a reduzir e evitar esse índice de mortalidade (SANTOS, et al., 2014). Deve-se utilizar a assistência da parte jurídica e da parte contábil, que são de extrema importância para o empreendedor, desde o início do negócio, para trazer melhores resultados e facilitar a gestão (DORNELAS, 2012).

Isso requer inicialmente uma mudança de atitude dos gestores das MPE's, e só com uma administração mais coerente e clara, será possível atingir seus objetivos.

As principais causas de falência das empresas podem caracterisadas em: falta de planejamento, deficiências da gestão, estes são fatores internos decorrentes de uma gestão estratégica, e as políticas de apoio, este um fator externo do macroambiente (DORNELAS, 2012).

A partir das perspectivas do autor anterior, podemos verificar que o grande desafio das MPE's começa no modo gestão da empresa. E as más estratégias formuladas, ou mesmo a não formulação delas, acarreta vários problemas, que poderiam ser superados se existisse uma melhor gestão, ou melhor, uma gestão estratégica.

3. Gestão estratégica

Pode se considerar empreendedora aquela pessoa que assume o risco de começar uma empresa. E quando se toma essa decisão, seria necessário ter em mente que abrir o negócio não é o suficiente, a gestão desse empreendimento será de extrema importância para o sucesso ou fracasso do negócio (MAXIMIANO, 2011).

De acordo com Costa (2007, p. 55), o conceito de gestão estratégica é muito mais abrangente que o de planejamento estratégico: ele engloba desde as avaliações de diagnóstico e de prontidão, a estruturação do processo de planejar e formular um propósito compartilhado para a organização, a escolha de estratégias, a fixação de metas e desafios, até a atribuição de responsabilidades para o detalhamento dos planos e projetos e para conduzir e acompanhar as etapas de sua implantação.

A administração das organizações pode ser dividida em três níveis, que têm características distintas:

- Estratégico: que dá a direção à organização, adaptando-a ao seu meio ambiente.

- Administrativo: que cuida do relacionamento e integração interna da organização.

- Operacional: que cuida das operações da organização.

Esses são elementos básicos para uma divisão visível, facilitando a gestão (FISCHMANN; ALMEIDA, 2013).

Nos pequenos empreendimentos isso também é válido, por mais que em vários casos, o gestor da empresa ocupe os três níveis, deve-se tentar separá-los, e distinguir objetivos para cada nível, facilitando sua gestão.

Conforme Maximiano (2011, p. 130), o sucesso de uma empresa é medido por meio de indicadores que se organizam em uma cadeia de causas e efeitos. O indicador mais importante de sucesso é o desempenho financeiro, que depende da satisfação do cliente e da eficiência dos processos. A satisfação do cliente depende da qualidade dos produtos e serviços, que depende, entre outros fatores, do desempenho das pessoas. No final das contas, tudo depende da competência gerencial do empreendedor.

As pequenas empresas devem buscar elaborar objetivos em longo prazo, para sua vida não ser apenas resolver os problemas e pensar no hoje e agora. O que diz aonde a empresa quer e pode chegar é basicamente a visão (FERNANDES; BERTON, 2012).

A gestão estratégica é básica para sucesso de qualquer empresa. Por isso, que se deve antecipar, vislumbrar, manter flexível, e delegar corretamente para criar as mudanças e praticar as estratégias, e isso seria a capacidade de liderança estratégica (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).

3.1. O planejamento estratégico

Planejar deve ser o primeiro passo para a consolidação do empreendimento. Se compararmos dois negócios com as mesmas condições, quando forem iniciados, o que será mais bem planejado, terá mais chances de sobrevivência e sucesso em seus objetivos (DORNELAS, 2012).

A estrutura de uma empresa apresenta alicerces estratégicos que orientam os caminhos que ela deve percorrer, os quais são compostos por uma visão, missão e valores. Sem estes elementos a organização não possui um sentido que a impulsione a crescer, fica parada no tempo (COSTA, 2007). 

O objetivo da empresa está diretamente relacionado ao planejamento estratégico, que acarreta influências diretas na evolução da empresa. Porém, se aplicado de forma isolada, não trará os resultados esperados e isso se mostrará insuficiente, pois não se trabalha apenas com as ações mais imediatas e operacionais, as pequenas empresas costumam planejar de maneira informal e irregular (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).

Por isso as MPE's devem utilizar-se do planejamento estratégico, mesmo que de forma simples, mas coerente e objetiva, visando metas possíveis e gradualmente atingindo o que planejaram, alcançando suas pretensões.

A ministração estratégica torna a empresa capaz de tomar e de interligar as decisões, administrativas e operacionais, com as estratégias, buscando ao mesmo tempo maior eficiência e eficácia (FISCHMANN; ALMEIDA, 2013).

Para criar, adaptar e formular as estratégias, o administrador deve: enxergar as oportunidades, transformar as ameaças em oportunidades, definir novos rumos para a organização, introduzir a disciplina de pensar no longo prazo, desenvolver um processo educacional e incentivar a interação e a negociação, mobilizar recursos para o objetivo comum, promover a mudança, e vender ideias (FERNANDES; BERTON, 2012).

Por tudo isso, podemos dizer que é necessário que os pequenos empresários busquem a qualificação, os dados demonstram a importância de incentivar e qualificar os empreendimentos de menor porte (SEBRAE, 2011).

Existem algumas ferramentas que podem ser utilizadas pelos pequenos empresários, e que podem auxiliar na gestão do empreendimento, facilitando a administração e aumentando as probabilidades de sucesso do negócio.

3.1.1. Plano de negócios

O plano de negócios é basicamente um documento usado para definir como será o empreendimento e o tipo de ramo de negócios em que a empresa vai atuar (DORNELAS, 2012).

Antes de se iniciarem as atividades empresariais, deve-se buscar elaborar um plano de negócios, deixando claro o porquê da existência da empresa e evitando tomar decisões erradas, superando com menor dificuldade os desafios futuros.

O SEBRAE é um órgão que auxilia essas empresas a elaborar um plano de negócios, pois essa é uma das suas funções.

Elaborar planos, estabelecer políticas e definir caminhos, transformando isso em ações, é o começo para alcançar os objetivos desejados, e esses devem ser projeções das possiveis situações futuras, e não podem ser muito vagas e distantes, e, para isso, podemos defini-los como missão e visão (FERNANDES; BERTON, 2012).

3.1.2. Missão, visão e valores

A palavra visão vem sendo utilizada através da história com significados diferentes, mas podemos ter a visão como um conceito que descreve como uma organização deseja de se ver no futuro, devendo ser definida de forma simples, objetiva, abrangente para todos; dar um sentido de direção, facilitar a comunicação, dar energia às equipes de trabalho, inspirar as grandes diretrizes e balizar as estratégias e demais ações da empresa (COSTA, 2007).

A visão busca idealizar aonde a organização quer chegar, delineando valores, desejos, vontades, sonhos e ambição para a empresa (FERNANDES; BERTON, 2012). As empresas que apresentam uma visão com clareza e objetividade são as que possuem mais potencial do que aquelas onde seu colaborador não sabe em qual caminho a empresa busca chegar (COSTA, 2007).

o que define a utilidade, o desempenho e o papel da empresa é chamado de missão (FISCHMANN; ALMEIDA, 2013).

A missão não trata das operações dia a dia da empresa, mas deve dar sentido às ações realizadas diariamente, relatando qual o sentido da existência da organização. A missão deve buscar esclarecer a importância do que é realizado na empresa em seu cotidiano, procurando compreender o que fazem na organização e a uniformizar os esforços de todos no que é fundamental para a empresa (FERNANDES; BERTON, 2012).

A missão da empresa traduz a razão de sua existência, mas também, a sua posição estratégica, seus propósitos e o cenário em que vive (OLIVEIRA, 2013).

Segue abaixo uma tabela que procura estabelecer alguns conceitos diferenciando missão e visão:

Quadro1 - Missão e visão

CARACTERÍSTICAS DA MISSÃO

CARACTERÍSTICAS DA VISÃO

Identifica o negócio

É o que se "sonha" para o negócio

É a partida

É a chegada

É a "carteira de identidade" da empresa

É o "passaporte" para o futuro

Identifica "quem somos"

Projeta "quem desejamos ser"

Foco do presente para o futuro

Focalizada no futuro

Vocações para a eternidade

É mutável, conforme os desafios.

Fonte: Adaptado de Fernandes e Berton (2012)

Os valores da empresa transparecem na imagem da organização. São as virtudes que se pretende preservar no decorrer da história da organização, cujas qualidades poderão ser utilizadas como forma de avaliação, perante a visão de seus clientes, concorrentes e comunidade (COSTA, 2007).

Os valores da empresa representam um conjunto de princípios, crenças e questões éticas fundamentais, sustentando todas as principais decisões e visando os objetivos propostos (OLIVEIRA, 2013).

A missão de uma empresa é aquela que será guiada por uma visão, que poderá proporcionar uma direção para os próximos anos. E isso deve ser o planejamento estratégico (KOTLER; KELLER, 2012).

3.1.3. Análise SWOT

Uma ótima ferramenta a ser utilizada durante todo o processo, antes mesmo de iniciar as atividades empresariais.

Fazer uma análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) significa avaliar as forças, as fraquezas, as oportunidades e ameaças, que traduzida para o português pode ser chamada de análise FOFA (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Ela analisa o ambiente externo e interno da empresa, oferecendo uma melhor visão, identificando quando é e quando não é possível atingir o objetivo proposto (KOTLER; KOTLER, 2012).

A análise SWOT busca compreender o ambiente externo (oportunidades e ameaças), traz o ambiente onde a empresa atua, considerando o mercado, a concorrência, a economia, o Governo, entre outros elementos; e, a análise interna (forças e fraquezas) traz o modo como é a gestão da empresa, considerando os funcionários, os fornecedores, clientes, entre outros elementos, levando em consideração os pontos positivos e negativos da gestão (MAXIMIANO, 2011)

A utilização desta análise busca evitar problemas inesperados pelos empresários. E quando se trata de pequenas empresas, essa é a ferramenta simples, que pode evitar muitas dificuldades para os empresários de pequenos empreendimentos.

4. Metodologia

Para o desenvolvimento deste estudo utilizou-se a classificação de pesquisas utilizada por Vergara (2009), Boaventura (2009), Collins e Hussey (2005).

A partir destes autores é possivel classificar este trabalho como sendo:

- Quanto à natureza: aplicada;

- Quanto à abordagem do problema: qualitativa;

- Quanto aos objetivos: exploratória;

- Quantos aos procedimentos técnicos: estudo de caso.

Esta pesquisa se apresenta como aplicada, pois buscou-se analisar os desafios na gestão das MPE's, identificando e trazendo informações que podem auxiliar na forma de gestão, pela parte estratégica,realizando uma entrevista com o gestor de uma pequena empresa que atua no ramo de transportes, na região dos Campos Gerais, no estado do Paraná.

A pesquisa aplicada amplia o conhecimento sobre o assunto que visa explorar, para que possa contribuir, para resolver ou encaminhar a solução de um problema, ou seja, busca gerar conhecimentos úteis para a resolução do problema (BOAVENTURA, 2009).

Do ponto de vista de abordagem do problema, esta pesquisa é classificada como qualitativa, pois o presente estudo procurou compreender a realidade subjetiva da empresa pesquisada e na forma que o gestor administra a pequena empresa, através de um levantamento e análise de uma entrevista gravada e transcrita, realizada com um previsto questionário aplicado ao gestor da empresa.  As fontes de dados utilizadas pela pesquisa são primárias, visto que foi realizada uma pesquisa com o gestor da empresa e, secundárias, com base em pesquisas bibliográficas e em dados mais atualizados.

O método qualitativo procura examinar e analisar para obter melhor conhecimento sobre o assunto estudado (COLLINS; HUSSEY, 2005).

Quanto aos objetivos, esta pesquisa classifica-se como exploratória, devido às origens das informações da pesquisa sobre os desafios e dificuldades enfrentados pelas MPE's, e sobre a sua forma de gestão, como um todo, trazendo informações e ferramentas, que podem ser adaptadas e adotadas pelo gestor da empresa pesquisada.

A pesquisa exploratória visa investigar expondo informações sobre a questão ou o problema estudado, identificando padrões, ideias evidenciando lógicas que possam ser testadas posteriormente (COLLINS; HUSSEY, 2005).

Já em relação aos procedimentos técnicos, esta pesquisa classifica-se como estudo de caso, onde a pesquisa foi focada em uma pequena empresa, a X Transportes, identificando os desafios e dificuldades, histórico da empresa, a forma da gestão, as decisões, as estratégias, e as ferramentas para analisar os resultados e expor que é possível existir uma gestão estratégica nas empresas de pequeno porte.

O estudo de caso pode ser caracterizado como caráter de profundidade e detalhamento, estudado em uma ou poucas unidades e pode ser aplicado em campo (VERGARA, 2009).

5. Apresentação de resultados e análise da pesquisa

5.1. Estudos de caso: A empresa x transportes

A entrevista foi realizada com o proprietário da empresa de transportes logísticos no interior do Paraná - Brasil. A empresa teve início no ano de 2009 na cidade de Ponta Grossa. Ela nasceu e vem buscando crescer e desenvolver um patrimônio para as gerações futuras da família, onde acredita obter um grande potencial na excelência na prestação de serviços. Atualmente, a empresa possui três caminhões, 12 colaboradores diretos e indiretos e um barracão de armazenamento.

O empresário, de origem simples, fundou sua empresa com a necessidade de aumentar a renda da família. A oportunidade de abrir o negócio surgiu a partir de sua experiência no ramo logístico em outras empresas onde trabalhou como empregado. Atualmente, seu filho mais velho está iniciando seus estudos em administração de empresas, e no futuro pretende estar à frente dos negócios da empresa. No momento, juntamente com seu pai, buscam aplicar novos conhecimentos para o desenvolvimento da empresa.

Acreditam que, com o apoio de sua família, tornarão a empresa forte, onde veem a oportunidade de crescer, auxiliar no desenvolvimento da cidade, desenvolvendo mais empregos, renda e um futuro para as gerações de sua família. 

5.1.1. A gestão da empresa e seus desafios

Na coleta de dados, foi realizada uma entrevista com o empresário, elencando sua forma de gestão desde o início de sua empresa até os dias atuais.

O empresário iniciou seu negócio pela necessidade de aumentar a renda familiar e, também, pela insatisfação com seu emprego. Dessa forma, aproveitou sua vasta experiência e iniciou seu próprio negócio. Para o entrevistado: "Primeiro houve a necessidade de aumentar a renda familiar; na época trabalhava como empregado, onde surgiu a oportunidade de iniciar o negócio. Então, tomei a decisão de tentar aumentar a renda. Depois, conforme a necessidade de controle e acompanhamento do processo, não estava conseguindo conciliar o trabalho com meu negócio, e eu não estava satisfeito no meu emprego. Decidi, então, investir apenas no negócio próprio, com a ajuda de minha família".

Para o entrevistado, uma empresa informal nos dias de hoje tem mínimas chances de manter suas portas abertas, não consegue parcerias, não tem acesso às linhas de crédito para investimentos. A informalidade é sempre "um tiro no escuro" para o empresário. Segundo o entrevistado: "Hoje, o objetivo de meu negócio é crescimento e estabilidade, como qualquer outra empresa, primeiro pela minha sobrevivência e depois pela geração de novos empregos. Apesar de pequena ainda é significativa, pois são mais famílias que dependem da minha empresa, não apenas a minha família. Para poder aproveitar as oportunidades que estavam aparecendo, foi necessário abrir uma empresa legalizada e só depois disso, comecei a ter uma melhor visão do negócio".

No início de seu negócio a empresa passou por momentos de crise e grandes desafios, devido a pouca maturidade, à falta de planejamento e administração de seus recursos, da dificuldade em se obter crédito, necessidade em se especializar e em negociar com fornecedores e clientes para ganhar o mercado. Buscou ser criativo mesmo em tempos de crise financeira, procurou escolher e treinar bem os funcionários para obtenção de uma equipe de alto desempenho com serviço de qualidade. Segundo o entrevistado: "Quando se é pequeno, não há muitos recursos para investir e tentar crescer no mercado. Para investir mais, busquei linha de crédito para fazer os investimentos necessários. Encontrei dificuldades para encontrar pessoas que se encaixassem em nosso modo de trabalho, porque a nossa prestação de serviços tem um diferencial, e até conseguir formar a equipe de trabalho que temos hoje, foram feitos vários testes, e isso levou tempo e dinheiro".

O apoio da família contribuiu muito para o desenvolvimento da empresa, soube aproveitar bem as oportunidades, aprimorando conhecimentos e buscando alcançar um serviço de qualidade. Prestou serviços para muitas empresas, prestando serviços de exclusividade. A grande procura pelos serviços tem mostrado bons resultados pela qualidade do serviço prestado. Ele diz que: "O reconhecimento do meu trabalho é o melhor resultado que posso ter. Devido ao porte de nossa empresa no momento, trabalhamos exclusivamente para um cliente, apesar de outros clientes entrarem em contato, para buscar nossos serviços. É satisfatória a procura de novos clientes por nossos serviços".

Após passar por dificuldades com altos e baixos, buscou o aperfeiçoamento. Agora com o objetivo traçado de crescer, aumentar a estrutura e o faturamento da empresa, criar novos empregos e um patrimônio para as próximas gerações da família, com 'os pés no chão', procura realizar planejamentos para superar as dificuldades. Entrevistado: "Estou em busca de consolidar minha empresa para as futuras gerações. Quando se inicia um negócio, queremos vê-lo crescer e que possa ser algo para os próximos que virão. Com a ajuda da família, muito trabalho e persistência, hoje, com mais conhecimento, busco me planejar, estar preparado para os desafios do mercado, analisando a cada nova proposta, para buscar aumentar o faturamento da empresa".

5.1.2. Estratégias utilizadas

Toda empresa que busca crescer e ser reconhecida no mercado deve possuir características que a impulsionem para o desenvolvimento, as quais são descritas na missão, visão e valores de uma organização (KOTLER; KELLER, 2012).

A empresa não faz uso destas ferramentas, mas durante nossa entrevista com o empresário, perguntamos a ele o que sua empresa busca oferecer, o que pretende para o futuro e o que a empresa mostra ser para a sociedade. Pudemos verificar que apesar de não aplicar estas ferramentas estratégicas, ele nos mostra ter um alicerce que o impulsiona para seu desenvolvimento. Entrevistado: "Minha empresa busca sempre estabelecer boas parcerias, que nosso cliente e colaboradores se sintam satisfeitos com a empresa e que possamos sempre oferecer um serviço de qualidade. Nossa empresa pretende ser a melhor no ramo em que trabalhamos com o apoio da família, colaboradores e fornecedores. Buscamos trabalhar com ética, mostrar transparência, ser dedicados sempre".

O entrevistado salienta que para seu planejamento estratégico tem como base as experiências adquiridas com seu trabalho, utilizando pequenas metas para poder alcançar um objetivo maior. Entrevistado: "No início não tinha muita noção de que fosse necessário levar isso tão a sério, mas as experiências demonstraram o contrário e aprendemos na prática que tudo começa no planejamento e estratégia".

A empresa se utiliza dos conhecimentos adquiridos pelo empresário como: o uso de planilhas, e-mail, internet, treinamentos, cursos e documentos como mecanismos para buscar o melhor desempenho de sua gestão, tentando ampliar o potencial da sua equipe e buscar satisfazer as necessidades dos clientes com eficiência.

Para o controle e planejamento financeiro o empresário faz uso de instrumentos como um caderno para anotações e planilhas que são alimentadas diariamente, com informações de todos os custos e despesas. Toda documentação e informações são repassadas para um contador externo que presta trabalhos para a empresa auxiliando no fluxo de caixa da empresa.

Não existe um organograma formalizado, mas as funções de todos os colaboradores são bem distribuídas, cada um sabe quais são suas atribuições a serem realizadas. Todas as decisões são centralizadas no proprietário, mas para a realização de toda e qualquer mudança são agendadas reuniões com toda equipe, para que todos tenham o conhecimento e possam dar suas sugestões. Entrevistado: "Busco trabalhar de forma participativa, essa é a melhor forma de se gerir um negócio, para que todos os envolvidos na empresa possam dar sua opinião, cada pessoa tem um modo de ver as coisas, e nem sempre o nosso modo é o melhor. Apesar de a decisão final ser minha, sempre levo em consideração a opinião e os argumentos de outros e, muitas vezes, eles têm uma ideia melhor do que a minha. Isso sempre foi feito desde o começo, talvez por isso estejamos onde estamos".

Para o empresário, até o momento, não houve a necessidade de utilizar algum tipo de ferramenta para seu marketing; o que se busca é a excelência na qualidade do serviço prestado, prestando um bom atendimento, entregas na hora e no tempo certo. Atualmente, sua forma de trabalho tem dado certo, tem tido um bom retorno de seus clientes, e a grande procura pelo seu trabalho mostra isso.

Com o auxílio da ferramenta da análise SWOT, o entrevistado nos apresentou os resultados a seguir:

  1. Em relação às possíveis oportunidades e ameaças (externas) para a empresa:
    Oportunidades: "Felizmente nossa empresa sempre teve e tem novos clientes interessados em ser atendidos por nós. O mercado e o ramo de prestação de serviço específico nosso, permite dizer que há um mercado muito bom para ser atendido por nós".
    Ameaças: "O cliente final pode diminuir o consumo e isso reflete em nossos serviços. Também sempre há aqueles que se propõem a fazer o que nossa empresa faz por um preço menor, para tentar tirar nosso cliente. E o governo como um todo, também considero uma ameaça, pois tudo depende também das decisões deles".
  2. Pontos fortes e fracos da sua empresa (internas)?
    Fortes: "Uma empresa familiar, que sempre está tentando melhorar; especialidade e experiência no ramo de atividade e na região em que atuamos".
    Fracos: "Capacidade de investimento muito baixa, dificuldade em conseguir crédito".

Com essas informações é possível analisar a empresa através de uma matriz FOFA:

Quadro 2 - Matriz FOFA da X Transportes

Análise SWOT

Forças:

Empresa familiar;

Experiência no ramo;

Qualidade na prestação de serviços.

 

Fraquezas:

Baixa capacidade de investimento;

Dificuldade no crédito.

Oportunidades:

Mercado abrangente para atuação;

Procura por parte de novos clientes;

Possibilidade de crescimento.

Ameaças:

Queda no consumo do cliente final;

Concorrentes;

Disputa de preços;

Governo.

Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Para o empresário, um bom atendimento e relacionamento com os clientes é um grande diferencial para a empresa em relação a seus concorrentes. Procura sempre acompanhar todo o processo e procedimentos realizados pelos seus colaboradores, busca investigar como anda o trabalho de seus concorrentes, para que assim, possa rever seus planejamentos e realizar melhorias estando sempre à frente de seus concorrentes, buscando uma melhoria contínua, e crescimento gradativo.

6. Considerações finais

Observamos que para as MPE's possuírem uma visão ampla do negócio, deve-se utilizar e adotar a Gestão Estratégica e, também, o planejamento estratégico como ferramenta, para aplicação e auxílio à gestão empresarial de forma efetiva. Através de simples ferramentas que ajudam na captação de informações, somando a ter uma melhor análise dos ambientes, tanto externos quanto internos na empresa, desenvolvem e aprimoram suas estratégias, ou seja, os gestores devem adotar um sistema de administração que os auxilie nas decisões a serem tomadas.

O objetivo deste trabalho foi atingido através da identificação dos principais desafios que as MPE's enfrentam no mercado, demonstrando algumas ferramentas simples para facilitar sua gestão, e assim buscando auxiliar de maneira mais coerente a gestão de uma empresa.

Através dos fatos abordados e da análise da entrevista, observa-se a existência do planejamento estratégico, na X Transportes, apesar de não formalizado e estruturado na empresa, pois ela sabe onde está e aonde quer e pode chegar; sua gestão visa o objetivo de se manter e buscar um crescimento constante e seguro no mercado, onde sua continuidade e a sobrevivência começam a ter visão de longo prazo.

Porém é visível que a empresa ainda tem muito a fazer. Com relação a sua gestão, pode começar a se utilizar das ferramentas de gestão, formalizando suas ações, sempre buscando uma visão mais clara do seu empreendimento. Verificou-se um conhecimento, por parte do gestor, do ambiente onde a empresa se encontra, da sua capacidade e potencialidade, visando o futuro, mas também, os limites e dificuldades enfrentadas e que ainda enfrentarão. O gestor demonstrou clareza e conhecimento sobre seu negócio, e isso é decorrência de experiências com relação aos desafios já enfrentados. Caso houvesse assimilado maiores conhecimentos e informações no início das atividades da empresa, os insucessos poderiam ter sido superados da melhor forma e com mais agilidade. Contudo, é visível a existência da gestão estratégica nessa empresa.

Apesar dos índices de mortalidade das MPE's estarem caindo nos últimos anos, os pequenos empresários devem se informar, aperfeiçoar, aprender e planejar, para seus empreendimentos não entrarem negativamente nas estatísticas. São reconhecidos os desafios na gestão das MPE's, e elas devem buscar auxílio para superá-los com menor dificuldade. Um órgão que pode auxiliar esses empreendimentos é o SEBRAE que, como citado, foi criado para essa função, estabelecendo parcerias entre as partes.

O estudo realizado atingiu o objetivo proposto, com levantamento das informações e pesquisa realizada. Porém, considera-se a oportunidade de se efetuar um estudo aprofundado nas dificuldades em administrar o setor financeiro, levando em consideração ser esse departamento um grande responsável pelo sucesso ou fracasso dessas empresas. O Planejamento estratégico é uma base segura para que essas empresas alcancem seus objetivos: é o início para qualquer empresa obter o sucesso desejado.

Referências

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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. En: Atlas, São Paulo, 2009


1. Acadêmico do curso de Administração da Faculdade Sagrada Família (FASF) - bnbbruno@hotmail.com
2. Acadêmico do curso de Administração da Faculdade Sagrada Família (FASF) - edilsonsilvadoprado@hotmail.com
3. Doutorando em Engenharia da Produção pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Professor do Curso de Administração da Faculdade Sagrada Família (FASF), adrianosoares711@hotmail.com

4. Mestrando em Engenharia da Produção pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) -  domingues-henrique@ig.com.br

5. Mestrando em Engenharia da Produção pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Professor do Curso de Administração da Faculdade Sagrada Família - sditkun@yahoo.com.br


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 21) Año 2016

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