Espacios. Vol. 37 (Nº 15) Año 2016. Pág. 5

Os fatores determinantes do ambiente organizacional a partir de Sharfman e Dean (1991): Uma prospeção de 10 anos

The determining factors of the organizational environment from Sharfman and Dean (1991): A research of 10 years

Bianca Costa AMORIM; Daniel PENZ 1; Sabrina do NASCIMENTO; Carlos Ricardo ROSSETTO

Recibido: 14/02/16 • Aprobado: 24/03/2016


Contenido

1. Introdução

2. A presença da incerteza no ambiente organizacional

3. Metodologia

4. Análise dos dados

5. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O estudo visa identificar os fatores determinantes dos ambientes organizacionais com base na pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) a partir da análise da produção científica veiculada nas bases Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001. A pesquisa de natureza descritiva e bibliométrica auxiliada por uma análise de conteúdo e ainda pelo software UCINET ®6. Dentre os principais achados sugere-se o acréscimo de uma nova dimensão a "tecnológica" como fator determinante no cenário dos ambientes organizacionais, contribuindo assim com as dimensões encontradas inicialmente por Sharfman e Dean (1991).
Palavras-chave: ambiente organizacional, Sharfman e Dean, Scopus, Ebsco.

ABSTRACT:

The study aims to identify the determinants of organizational environments based on research conducted by Sharfman and Dean (1991) from the analysis of the scientific production published in Scopus and Ebsco bases, from 1991 to 2001. The nature of research descriptive and bibliometric aided by a content analysis and also by UCINET ®6 software. Among the main findings we suggest adding a new dimension to "technology" as a determining factor in the setting of organizational environments, thus contributing to the dimensions initially found by Sharfman and Dean (1991).
Keywords: organizational environment, Sharfman and Dean, Scopus, Ebsco

1. Introdução

A expansão do conhecimento sobre ambientes organizacionais permite o desenvolvimento e a subsequente adoção de estratégias alinhadas à incerteza que visam aumentar as oportunidades frente ao ambiente (Grupta; Chin, 1993; Bantel, 1998; Covin; Slevin, 1998), pois as organizações precisam adaptar-se de forma mais rápida, a fim de manterem-se rentáveis. Identificar os fatores determinantes que envolvem o ambiente demonstra uma adequação da empresa às novas demandas do mundo dos negócios (Bantel, 1998).

Para Sharfman e Dean (1991) conceituar o ambiente organizacional se apresenta como uma tarefa desafiadora, uma vez que, nem um único conjunto de construções, tampouco um único conjunto de medidas ambientais é amplamente aceito, tornando-se difícil construir uma literatura abrangente sobre o impacto do ambiente na empresa. Sob este prisma o estudo tem por base a pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) intitulada "Conceptualizing and Measuring the Organizational Environment: A Multidimensional Approach"que conceitua, define e propõem dimensões de complexidade, dinamismo e disponibilidade de recursos para se interpretar os ambientes organizacionais. A dimensão de complexidade pode ser definida como o nível de conhecimento complexo que requer a compreensão do ambiente (Sharfman; Dean, 1991; MCArthur; Nystrom, 1991; Gibbs, 1994), dinamismo, pode ser entendido como a taxa de mudança e inovação na indústria, bem como, pela incerteza e imprevisibilidade das ações dos concorrentes e consumidores (MCArthur; Nystrom, 1991; Sharfman; Dean, 1991; Boyd et al., 1993; Gibbs, 1994; Gupta; Chin, 1993; Zahra, 1993) e disponibilidade de recursos pode ser caracterizada como o nível de recursos disponíveis para as empresas a partir do ambiente, suportando seu crescimento sustentável (MCArthur; Nystrom,1991; Sharfman; Dean, 1991; Zahra, 1993).

As dimensões de incerteza e dinamismo podem criar oportunidades ou ameaças para as organizações. Além, dos fatores ambientais que influenciam a mudança estratégica empresarial e a habilidade da empresa em se adequar as mudanças se mostram como fundamental para sua sobrevivência (Nixon; Cooper; Woo, 2000).

Neste contexto, o presente estudo visa identificar os fatores determinantes dos ambientes organizacionais com base na pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) a partir da análise da produção científica veiculada nas bases Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001. Tendo como objetivos específicos traçar o ranking dos autores mais prolíficos, identificar os principais autores, metodologias empregadas nos estudos, amostra e ambientes estudados, além da rede de cooperação confeccionada a partir das instituições de ensino em que os autores mais prolíficos estavam vinculados no período analisado, comparar os achados do presente estudo com os resultados do trabalho de Sharfaman e Dean (1991) e por fim, traçar a evolução conceitual do tema ao longo do período estudado.

2. A presença da incerteza no ambiente organizacional

Ambientes organizacionais são amplamente discutidos na literatura e diversas são as conceituações apresentadas por diferentes autores. Entretanto não podemos deixar de mencionar o trabalho de Chester Barnard, intitulado "As Funções do Executivo" lançado em 1938 que trata da importância da análise do ambiente externo. Este aborda o conhecimento das organizações a cerca das oportunidades e restrições ambientais na construção dos objetivos de longo prazo, postulando assim que sua sobrevivência depende da habilidade desta de se ajustar ao ambiente (Barnard, 1968).

Em relação ao ambiente externo, Thompson (1967 apud Gupta; Chin 1993) ressalta que a incerteza ambiental aparece como um problema fundamental em organizações complexas, devendo ser vista como um fator essencial no processo administrativo. Gestores necessitam coletar, interpretar e utilizar as informações fornecidas pelo ambiente externo a fim de formular estratégias futuras para a organização (Ebrahimi, 2000). Percebe-se ainda que a incerteza dificulta o planejamento e o controle no cenário organizacional (Gupta; Chin 1993). Os autores sugerem que, para reduzir as dificuldades oriundas das incertezas, as organizações devem adotar medidas que incluem no processo de tomada de decisão como um processo participativo e consultivo, além da integração vertical e de procedimentos para absorção da tal incerteza.

A necessidade da organização em processar informações diante de ambientes incertos, traz um enfoque maior na tecnologia, uma vez que, os gestores precisam identificar oportunidades e interpretar os problemas em suas áreas. Aspectos tecnológicos mostram-se positivos no gerenciamento das organizações em ambientes incertos. A tecnologia pode ser utilizada para criar ou manter a vantagem competitiva ou ainda, oferecer novos produtos e processos (Zahra, 1996). Os avanços tecnológicos impulsionam a competição e as mudanças de consumo aumentam cada vez mais o dinamismo e a complexidade.  Sob estas condições desafiadoras, gerentes necessitam refinar suas estratégias para que as organizações alcancem um desempenho e retorno financeiro cada vez maior (MCArthur; Nystrom, 1991; Zahra, 1996).

Para as organizações manterem uma posição competitiva, diante da incerteza e ainda obter sucesso financeiro ou até mesmo buscar sua sobrevivência, depende de sua habilidade em monitorar, compreender e se adaptar às condições ambientais (Lawrence, 1981). O monitoramento ambiental é o processo que analisa e coleta informações sobre eventos, tendências e mudanças externas a fim de guiar o curso de futuras ações da organização (Ebrahimi, 2000), tal processo fornece informações fundamentais para o desenvolvimento de uma vantagem competitiva para a empresa, pois a forte rivalidade as obriga a inovar no que se refere a produtos e processos, a explorar novos mercados, a encontrar um melhor caminho e analisar como se diferenciar de seus concorrentes (Grupta; Chin, 1993; Zahra, 1993). Esta rivalidade incentiva o movimento dos fatores ambientais, ou seja, a disputa por recursos incentiva o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços gerando dinamicidade e este processo em movimento gera a complexidade.

Para Sharfman e Dean (1991) a diversidade dos aspectos ambientais se apresenta sob as perspectivas e/ou dimensões da complexidade, dinamicidade e disponibilidade de recursos. Os autores realizaram um levantamento da literatura relacionado à temática "ambientes organizacionais" por meio da compilação em três dimensões de taxonomias a partir de trabalhos científicos dispersos na literatura de negócios e que tratavam da mesma temática, conforme exposto no Quadro 1.

Quadro 1: Enquadramento das diferentes taxonomias a partir das dimensões encontradas por Sharfman e Dean (1991)

Trabalhos que abordam a temática "ambientes organizacionais" dispersos na literatura de negócios

               Dimensões de Sharfman e Dean (1991)

Complexidade

Dinamismo

Disponibilidade de recursos

March e Simon (1958)

 

 

Munificência

Emery e Trist (1965)

Complexidade

Instabilidade

 

Thompson (1967)

Heterogeneidade

Dinamismo

 

Child (1972)

Complexidade

Variabilidade

Não liberalidade

Mintzberg (1979)

Complexidade Diversidade

Estabilidade

Hostilidade

Aldrich (1979)

Concentração Heterogeneidade

Estabilidade Turbulência

Capacidade Consenso

Tung (1979)

Complexidade

Instabilidade

 

Dess e Beard (1984)

Complexidade

Dinamismo

Munificência

Fonte: adaptado de Sharfman e Dean (1991)

O Quadro 1 expressa o levantamento realizado por Sharfman e Dean (1991) dos principais artigos científicos relacionados aos aspectos voltados ao ambiente organizacional dispersos na literatura de negócios a partir de 1958 até a data de publicação de seu trabalho em 1991. Os autores apresentam ainda o enquadramento das diferentes taxonomias a partir das dimensões encontradas de complexidade, dinamismo e disponibilidade de recursos. 

Na dimensão da complexidade - Sharfman e Dean (1991) ressaltam que complexidade pode ser definida como o nível de conhecimento complexo que requer a compreensão do ambiente. McArthur e Nystrom (1991) e GIBBS, (1994) compartilham a mesma definição preconizada pelos autores.

A dimensão de dinamismo - pode ser entendida como a taxa de mudança e inovação na indústria, bem como, pela incerteza e imprevisibilidade das ações dos concorrentes e consumidores (SHARFMAN; DEAN, 1991). Outros autores corroboram com esta definição como McArthur e Nystrom (1991), Boyd et al. (1993), Gibbs (1994); Gupta e Chin (1993) e Zahra (1993)

E por fim, na dimensão disponibilidade de recursos - Sharfman e Dean (1991) apontam ainda essa pode ser caracterizada como o nível de recursos disponíveis para as empresas a partir do ambiente, suportando seu crescimento sustentável. McArthur e Nystrom (1991) e Zahra (1993) aderem a esta conceituação.

3. Metodologia

A pesquisa de natureza descritiva e bibliométrica que buscou identificar os fatores determinantes dos ambientes organizacionais com base na pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) a partir da análise da produção científica veiculada nas bases Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001. Na sequência, realizou-se ainda uma análise de conteúdo auxiliada por uma ficha padronizada para análise dos artigos científicos selecionados e pelo software UCINET ® 6 para confecção das redes de cooperação entre as universidades que publicam trabalhos relacionados aos ambientes organizacionais. De acordo com Macias-Chapula (1998, p. 134) os estudos de essência bibliométrica possuem "aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada". No entanto, a análise de conteúdo utilizada para o mapeamento dos artigos selecionados, nada mais é do que um conjunto de técnicas de análise das comunicações que visam obter indicadores que permitem a geração de conhecimento relativo às condições de produção e/ou recepção dessas mensagens (BARDIN, 2004).

Na etapa de seleção da amostra limita-se aos artigos publicados nas bases de dados do Ebsco e Scopus. O critério utilizado para a seleção teve como base a ocorrência das terminologias: Environmental Complexity, Environmental Dynamism, Environmental Hostility, Environmental Munificence, Environmental Heterogeneinity, Environmental Diversity, Environmental Variability e Environmental Instability, localizadas no título, resumo e/ou nas palavras-chave dos artigos. Na base de dados Ebsco foram selecionados inicialmente 658 artigos e na base Scopus 566 artigos, totalizando 1.224 artigos referente ao tema. Com o intuito de depurar a pesquisa, adotaram-se alguns filtros, sendo o primeiro elimina artigos anteriores ao ano de 1991, deixando desta forma 615 artigos oriundos da base de dados Ebsco e 510 da base de dados Scopus; o segundo filtro restringe os artigos que apesar de constarem os termos-chaves não estavam alinhados com a pesquisa, restando na base de dados Ebsco 160 e na base de dados do Scopus 252. O terceiro filtro diz respeito ao fator de impacto das revistas (Index H), foram considerados os artigos que possuíam Index H igual ou superior a 5 restando assim na base de dados Ebsco 121 e na Scopus 207 artigos. O quarto filtro foi aplicado, excluindo a duplicidade dos artigos que estavam disponíveis em ambas as bases, e ainda, foram desconsiderados artigos cujo acesso limita-se por pagamento, chegando a um número de 87 artigos na base de dados do Ebsco e 73 na Scopus.  E por fim, o último filtro, limitou-se a abordagem dos artigos até o ano de 2001, restando 39 artigos a serem analisados. Desta maneira, obtivemos o período a ser estudado de 1991 a 2001.

Na sequência, a Tabela 1 demonstra os journals internacionais nos quais estão publicados os artigos que compõem a amostra, a quantidade de publicações em cada periódico e o fator Index H em ordem decrescente.

Tabela 1 – Journals internacionais nos quais estão publicados os artigos que compõem a amostra,
quantidade de publicações em cada periódico e o fator Index H

Index H

Journal

Nº de artigos selecionados

116

Strategic Management Journal

1

99

Journal of Management

4

97

Management Science

1

90

Organization Science

2

74

Journal of International Business Studies

1

70

Journal of Marketing Research

1

69

Journal of Operations Management

1

61

Information and Management

1

57

Journal of Management Information Systems

1

55

Journal of Business Venturing

7

54

Journal of Product Innovation Management

1

53

Journal of Business Research

3

45

Decision Science

1

45

Industrial Marketing Management

1

33

Technovation

2

31

Journal of Small Business Management

1

30

International Business Review

1

29

Journal of Economic Psychology

1

29

Management Learning

1

27

Entrepreneurship and Regional Development

1

25

Asia Pacific Journal of Management

1

20

Journal of High Technology Management Research

1

20

Journal of International Management

2

17

Scandinavian Journal of Management

1

14

Journal of Global Marketing

1

Totalizando

 

39

Fonte: dados da pesquisa.

Verifica-se na Tabela 1 que o Journals que mais publicou artigos relacionados ao tema  ambientes organizacionais foi Journal of Business Venturing de Nova York com sete publicações, seguido pelo Journal of Management com quatro publicações e na terceira posição ocupada pelo Journal of Business Research com quatro três publicações todos periódicos de natureza norte-americana.

Com intuito de conhecer algumas informações relacionadas aos 39 artigos selecionados que compõem a amostra, realizou-se a segunda etapa do estudo a análise de conteúdo, também denominada de mapeamento (predominantemente qualitativa) na qual se utilizou uma ficha padronizada com os seguintes tópicos: a) título do artigo; b) autores; c) instituições as quais os autores estavam vinculados; d) periódico; e) ano de publicação; f) método utilizado no artigo; g) amostra; h) assunto abordado no artigo; e i) conceito de ambientes organizacionais.

Para melhor compreensão da metodologia adotada, apresenta-se a Figura 1 que demonstra o design da pesquisa, ou seja, todos os caminhos trilhados na consecução do presente estudo.

Figura 1: Desing da pesquisa

Fonte: elaborado pelos autores

Com os dados devidamente coletados e filtrados pode-se dar continuidade na pesquisa bibliométrica, a seguir serão apresentadas as análises e principais conclusões no que diz respeito a ambientes organizacionais.

4. Análise dos dados

Na etapa de análise dos dados se identifica os fatores determinantes dos ambientes organizacionais com base na pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) "Conceptualizing and Measuring the Organizational Environment: A Multidimensional Approach" que discorre sobre as três dimensões ambientais de complexidade, o dinamismo e a disponibilidade de recursos,a partir da análise dos 39 artigos científicos selecionados veiculados nas bases Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001. Optou-se por dividir este tópico em perfil dos artigos que compõem a amostra, comparação dos achados da pesquisa com o estudo proposto por Sharfman e Dean (1991) e a evolução do tema ao longo do período pesquisado.

4.1 Perfil dos artigos que compõem a amostra

O perfil dos artigos é traçado a partir do ranking dos autores mais prolíficos, rede de cooperação entre as instituições de ensino nas quais os autores que publicaram sobre o assunto estão vinculados no período em análise, bem como a metodologia utilizada nos 39 artigos selecionados, amostra e o ambiente em que o estudo foi realizado.

Em relação ao ranking dos autores mais prolíficos a primeira posição é ocupada por Luo Y. com seis publicações relacionadas aos ambientes organizacionais, em seguida a segunda posição é ocupada Zahra  S. A com quatro publicações e a terceira posição é divida entre os autores Covin, J. G., Slevin, D. P., Rasheed, A. M. A com três publicações respectivamente. No entanto, a quarta posição é ocupada com Tan, J. J. e LI, M. ambos com duas publicações. Cabe mencionar ainda, que o ano de 1999 apresentou o maior número de publicações (8 artigos publicados). 

Na sequência, a Figura 2 apresenta a rede de cooperação confeccionada a partir das instituições de ensino nas quais os autores mais prolíficos estão vinculados no período que compreende 1991 a 2001.

Figura 2: Rede de cooperação entre as instituições de ensino as quais estão vinculados os autores mais prolíficos no período analisado.

Fonte: dados da pesquisa.

De acordo com a Figura 2, verifica-se que para fins de análise da formação de redes, a posição central de uma rede social é medida pelo número de laços que um ator possui com outros atores (participantes) de uma rede social (Wasserman; Fast, 1994). Infere-se que os atores que ocupam a posição central (University of Hong Kong) por apresentarem o maior número de ligações com os outros atores (instituições de ensino), ou seja, conseguem difundir melhor suas ideias principalmente na sua comunidade científica.

A seguir o Quadro 3 aborda os principais autores, a metodologia utilizada por eles em suas pesquisas, a amostra e o ambiente em que o estudo foi realizado. 

Quadro 3: Principais autores, metodologias utilizadas, amostra e ambiente dos artigos estudados

Autor(es)

Metodologia utilizada

Amostra

Ambiente de estudo

Bantel (1998)

Quantitativa

999 empresas

Base tecnológica, desempenho e ambientes.

Ebrahimi (1994)

Quantitativa

55 executivos

Ambiente complexo

Gibbs (1994)

Quantitativa

100 gestores

Ambiente organizacional e tecnológico

Grupta e Chin (1993)

Quantitativa

111 empresas

Ciclo de vida dos produtos e
ambientes organizacionais

Luo (2001)

Quantitativa

129 empresas

Joint ventures internacionais e ambientes

Luo (2001)

Quantitativa

168 empresas

Subsidiárias de multinacionais e ambiente dinâmico em mercados emergentes

McArthur e Nystrom (1991)

Quantitativa

109 empresas

Ambiente organizacional

Nixon, Cooper e Woo (2000)

Quantitativa

400 empresas

Desempenho e novas empresas

Zahra (1993)

Quantitativa

102 empresas

Ambiente organizacional

Zahra (1996)

Quantitativa

683 empresas

Tecnologia e ambientes complexos

Zahra (2000)

Quantitativa

98 empresas

Ambientes internacionais hostis

Fonte: dados da pesquisa.

No Quadro 3, verifica-se em relação as metodologias empregadas nos 39 artigos científicos analisados são predominantemente quantitativas e as amostras são de cunho organizacional com participação expressiva de empresas analisadas. Destaca-se ainda que em relação ao ambiente em que os estudos foram realizados verifica-se a presença de ambientes tecnológicos.

4.2 Comparação dos achados da pesquisa com o estudo de Sharfman e Dean (1991)

O Quadro 2 apresenta o arcabouço teórico encontrado na literatura proposto por Sharfman e Dean (1991) e suas respectivas dimensões e a comparação com os achados do presente estudo que pretendeu estender o estudo até 2001.

Quadro 2: Dimensões de Sharfman e Dean (1991) comparados com os achados do  presente estudo

Trabalhos que abordam a temática "ambientes organizacionais" dispersos na literatura de negócios

Dimensões de Sharfman e Dean (1991)

Complexidade

Dinamismo

Disponibilidade de recursos

March e Simon (1958)

 

 

Munificência

Emery e Trist (1965)

Complexidade

Instabilidade

 

Thompson (1967)

Heterogeneidade

Dinamismo

 

Child (1972)

Complexidade

Variabilidade

Não liberalidade

Mintzberg (1979)

Complexidade Diversidade

Estabilidade

Hostilidade

Aldrich (1979)

Concentração Heterogeneidade

Estabilidade Turbulência

Capacidade Consensual

Tung (1979)

Complexidade

Instabilidade

 

Dess e Beard (1984)

Complexidade

Dinamismo

Munificência

Principais trabalhos

Achados desta pesquisa a partir das dimensões encontradas

 

 

Artigos que compõem a amostra

Achados da pesquisa com a prospecção

dos próximos 10 anos (1991 a 2001)

Complexidade

Dinamismo

Disponibilidade de recursos

Mcarthur e Nystrom (1991)

Heterogeneidade

Turbulência/

Instabilidade

Munificência

Zahra (1993)

 

Munificência (dinamismo, oportunidades tecnológicas, indústria em crescimento e demanda por novos produtos)

Hostilidade

Gupta e Chin (1993)

 

Hostilidade

Munificência

Gibbs (1994)

Complexidade

Dinamismo

 

Zahra (1996)

Heterogeneidade

Dinamismo

Hostilidade

Bantel (1998)

 

Instabilidade

Munificência

Covin e Slevin (1998)

 

Hostilidade

Munificência

Nixon, Cooper e Woo (2000)

 

Estabilidade/

Turbulência

Hostilidade

Luo (2001)

Heterogeneidade

Dinamismo

Hostilidade

Fonte: adaptado de Sharfman e Dean (1991).

No Quadro 2, estão listados os principais autores que contribuíram para pesquisa em ambientes organizacionais em ordem cronológica de suas publicações, bem como as dimensões apresentadas em cada um estudadas analisados. Com auxílio da análise dos principais artigos da década de 90 percebe-se que a maioria dos autores procura segmentar o ambiente organizacional estudando algumas dimensões e não o ambiente como um todo. Observa-se a redução de estudos abrangendo a dimensão complexidade. Acredita-se que essa redução pode ter origem no fato de que esta é inerente às organizações modernas. Em contrapartida, todos os autores passaram explorar a dimensão dinamismo como uma forma de incluir as mudanças ambientais que foram motivamos em especial pela melhoria das telecomunicações, internet, sistemas produtivos automatizados, incremento dos níveis de competições e restrições mercadológicas, passando a tecnologia a adquirir um status especial nos últimos anos e perpetuando assim, sua posição de relevância. A dimensão disponibilidade de recursos também passou a receber um número maior de estudos com foco especial nas terminologias munificência e hostilidade que dominaram os estudos na década de 90. Observou-se que a importância dos recursos e as competições geradas entre as empresas para obtê-los visando uma possível vantagem competitiva.

4.3 Evolução conceitual do tema ao longo do tempo

Em relação às perspectivas teóricas relacionadas ao conceito ambiente organizacional abordadas por diversos autores no período compreendido entre 1991 a 2001 de acordo com Sharfman e Dean (1991) este conceito permeia ambientes dinâmicos, complexos e com ou sem disponibilidade de recursos.

Para McArthur e Nystrom (1991) trata o dinamismo como o grau de instabilidade do mercado ao longo do tempo e a turbulência causada pela interconectividade entre as organizações, a complexidade é abordada pelos autores como o grau de heterogeneidade e de dispersão das atividades organizacionais e munificência como a extensão em que o ambiente suporta o crescimento sustentável.

Na concepção de Zahra (1993), ambientes munificentes englobam o dinamismo, as oportunidades tecnológicas, a indústria em crescimento e a demanda por novos produtos, para o autor dinamismo, refere-se às mudanças contínuas nos ambientes organizacionais decorrentes de processos tecnológicos, competitividade acirrada, regulação, entre outros. O dinamismo possibilita a criação de novas oportunidades nos mercados em que atua. A empresa pode identificar novos nichos de mercados alterando seus produtos e processos, ou ainda identificar novos segmentos mais atrativos fora de seus mercados. As oportunidades tecnológicas referem-se a percepção da disponibilidade de novas possibilidade de demanda, para tecnologias novas ou já existentes. O crescimento da indústria trata da percepção da empresa pela demanda, embora os dados da indústria possam se facilmente avaliados, as organizações se diferem na interpretação da informação, pois as habilidades cognitivas e estilos dos gestores são diferentes. Ainda para o autor, hostilidade é caracterizada como a não favorabilidade das forças ambientais no que tange as organizações. Ambientes não favoráveis resultam em mudanças radicais na indústria ou forte competição, as mudanças referem-se ao ambiente percebido como favorável ou não, relacionados aos objetivos e missão da empresa. A hostilidade conduz as organizações ao declínio da demanda e obsolescência da tecnologia. Em ambientes hostis, algumas empresas optam por redefinir seus processos organizacionais, tais como, desinvestimentos ou reestruturação. A forte competição refere-se a intensidade da competição no mercado ou em um segmento. E munificência reflete-se em grandes oportunidades para a organização e renovação na indústria. (Zahra, 1993).

Hostilidade no entendimento de Gupta e Chin (1993) caracteriza-se por cenários de indústrias precárias, intensa competição, relativa falta de oportunidades exploráveis, e acirramento do clima de negócios. Enquanto munificência se caracteriza por possuir abundantes investimentos e oportunidades de marketing.

O ambiente é definido em duas categorias para Gibbs (1994) complexidade e dinamismo. Em que ambientes complexos são caracterizados como o número de unidades que interagem e a extensão com que a organização ou subunidades necessitam tratar de conhecimento sofisticado sobre produtos, clientes, e assim por diante, o dinamismo é a extensão que ocorre a mudança no ambiente e utiliza a taxa de mudança dos elementos como variável explicativa.

Posteriormente, Zahra (1996) faz uma distinção anteriormente não mencionada, entre dinamismo, hostilidade e heterogeneidade, o autor define dinamismo como a taxa de mudança da indústria, a imprevisibilidade do comportamento dos consumidores e concorrentes, e das condições tecnológicas da indústria, a hostilidade é definida como ambientes de negócios desfavoráveis, marcados por intensa competição e poucas oportunidades e a heterogeneidade como a diversidade de segmentos de mercado em que a empresa atua.

Na conceituação de Bantel (1998) o aspecto da instabilidade aparece como sendo a taxa de imprevisibilidade de mudança nos volumes dos negócios, no que se refere a fatores ambientais pertinentes a tomada de decisões estratégicas e munificência refletindo a capacidade ou habilidade do ambiente suportar o crescimento sustentável.

Covin e Slevin (1998) entendem o ambiente hostil como arriscado, estressante, e dominado, referem-se a fatores como a taxa de crescimento da indústria, forte competição e oportunidades de mercado. Para estes autores, o oposto de um ambiente hostil é um ambiente benigno, que se mostra seguro em oportunidades rentáveis ​​e controláveis ​​pela organização. Munificência se refere a um conjunto de condições em que a demanda para a produção da indústria é ultrapassada pela oferta e recursos essenciais.

Para Zahra e Garvis (200), a hostilidade indica a não favorabilidade de forças externas para os negócios da empresa. Tanto Zahra e Garvis quanto Covin e Slevin tratam ambientes hostis da mesma maneira com que outros autores abordam ambientes dinâmicos.

No estudo de Nixon, Cooper e Woo (2000) dinamismo ambiental indica o grau de estabilidade ou turbulência no ambiente de trabalho da empresa, que se preocupam principalmente com a taxa de mudança ambiental e a dificuldade da previsibilidade das mudanças e a relação direta da organização em responder a estas demandas. O dinamismo pode ter consequências negativas para o desempenho da empresa, criando ameaças ao ajuste existente entre a empresa e seu ambiente ou pode ter consequências positivas, como uma fonte de oportunidades que melhoram o desempenho da organização na medida em que criam novas possibilidades de ajustes. A hostilidade ambiental necessariamente cria uma situação de concorrência mais forte, representa o grau em que a empresa está ameaçada por fortes interações como a concorrência e volatilidade no setor.

Luo (2001) inclui custos transacionais, para o autor, dinamismo diz respeito à variabilidade e imprevisibilidade dos componentes ambientais, esta variável ambiental eleva os custos de transação, de mudança e saída de investimentos, e ainda, as dificuldades em estabelecer controle organizacional, planejamento de gestão e integração global. A complexidade refere-se à diversidade e heterogeneidade dos componentes ambientais. Um ambiente diversificado, heterogêneo aumenta as dificuldades para as empresas em adaptar-se às contingências ambientais. Desta forma impulsionando os custos dos negócios no exterior e despesas de adaptação e inovação. Um ambiente diversificado, heterogêneo em nível industrial pode reduzir a economia de escala, promover custos de abastecimento, e inflar os gastos com diferenciação do produto. Em nível nacional, isso pode diminuir a economia de escopo de uma empresa, descartar certos potenciais de negócios e aumentar os custos de informação. As especificidades dos ativos também aumentam, levando a maiores custos de transação e incertezas contratuais. Quando uma empresa enfrenta um ambiente complexo, ela também enfrenta mais dificuldades na tomada de decisões estratégicas e implantação de recursos produtivos. A hostilidade envolve a criticidade e dissuasão dos componentes ambientais. Um ambiente hostil eleva a probabilidade de retirada ou redução dos investidores estrangeiros, pois envolvem maiores riscos e volatilidade. Um ambiente hostil, muitas vezes cria não apenas incertezas contextuais, mas também os riscos contratuais, que são espelhados em incertezas incorridas na aquisição de recursos, relacionamento com os fornecedores, acordos de distribuição, acesso à infraestrutura, apoio governamental e de cooperação (Luo, 2001).

Em linhas gerais, diante da diversidade de conceituações encontradas em relação ao tema os achados nos permitem corroborar com os resultados de Sharfman e Dean (1991) quando expõem que conceituar ambientes organizacionais é uma tarefa desafiadora, uma vez que cada autor citado utiliza uma conceituação própria e define o ambiente de forma singular. E a partir dos achados da análise documental percebeu-se que nas dimensões de Sharfman e Dean (1991) já estava presente o fator "tecnológico" como um componente que influenciava as demais dimensões ambientais (Dess; Beard, 1984, Albernathy; Clark, 1984; Thusman; Anderson, 1986) por meio da descoberta de novos métodos de produção, melhorias de produtos, bem como da redução dos tempos de produção. A dimensão tecnológica é tratada como uma fonte de oportunidade para algumas empresas e de ameaças para outras, porém com a evolução da tecnologia e da produtividade que influenciaram o incremento da dinamicidade, da complexidade e passaram a exigir recursos padronizados para manutenção dos níveis de produção e rentabilidade. Na década de 90 autores como Zahra (1993), Gibss (1994) e Zahra (1996) deixam subentendido em seus achados que o fator tecnológico é preponderante pelo fato de existirem empresas unicamente tecnológicas que não produzem produtos e que seus produtos são de fato a tecnologia. Desse modo, passa a ser possível de acordo com Zahra (1996) perceber a existência de uma dimensão tecnológica. Diante do exposto, sugere-se o acréscimo de uma nova dimensão a "tecnológica" como fator determinante no cenário dos ambientes organizacionais, contribuindo assim com as dimensões encontradas inicialmente por Sharfman e Dean (1991).

5. Considerações finais

O estudo teve por objetivo identificar os fatores determinantes dos ambientes organizacionais com base na pesquisa realizada por Sharfman e Dean (1991) a partir da análise da produção científica veiculada nas bases Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001. A pesquisa de natureza descritiva e bibliométrica realizada nas bases de dados Scopus e Ebsco, no período de 1991 a 2001, tendo por base a categorização proposta por Sharfman e Dean (1991) para traçar a evolução dos artigos científicos publicados por meio de um mapeamento. Na sequência realizou-se uma análise de conteúdo auxiliada por uma ficha padronizada de análise e ainda pelo software UCINET ® 6 para confecção das redes de cooperação entre as universidades que publicam trabalhos relacionados aos ambientes organizacionais.

Em relação ao perfil dos artigos que compõem a amostra o autor mais prolífico foi Luo Y. com seis publicações relacionadas aos ambientes organizacionais, sendo que o ano de 1999 apresentou o maior número de publicações (8 artigos publicados).  Na rede de cooperação entre as instituições de ensino nas quais os autores estavam vinculados no período analisado à posição central é ocupada pela University of Hong Kong. Cabe mencionar  ainda que, em as pesquisas são predominantemente quantitativa, com amostras organizacionais de empresas voltadas ao segmento tecnológico.

Quanto à comparação dos achados da pesquisa com o estudo proposto por Sharfman e Dean (1991) a partir do Quadro 2 e dos estudos realizados com auxílio da análise dos principais artigos da década de 90 percebe-se que a maioria dos autores procura segmentar o ambiente organizacional estudando algumas dimensões e não o ambiente como um todo. Verificou-se o declínio dos estudos relacionados a dimensão complexidade. Acredita-se que essa redução pode ter origem no fato de que esta é inerente às organizações modernas. Em contrapartida, todos os autores passaram explorar a dimensão dinamismo como uma forma de incluir as mudanças ambientais que foram motivamos em especial pela melhoria das telecomunicações, internet, sistemas produtivos automatizados, incremento dos níveis de competições e restrições mercadológicas, passando a tecnologia a adquirir um status especial nos últimos anos e perpetuando assim, sua posição de relevância. A dimensão disponibilidade de recursos sofreu incremento do número de estudos evidenciando sua importância e seu o papel estratégico para as empresas.

No que se refere, a evolução do tema ao longo do período pesquisado, os achados nos permitem corroborar com os resultados de Sharfman e Dean (1991) quando expõem que conceituar ambientes organizacionais é uma tarefa desafiadora, uma vez que cada autor citado utiliza uma conceituação própria e define o ambiente de forma singular. Pela presença do fator "tecnológico" nas dimensões de Sharfman e Dean (1991) já evidenciado por outros autores como (Dess; Beard, 1984, Albernathy; Clark, 1984; Thusman; Anderson, 1986) ficou evidente da apliação dos estudos relacionados. Na década de 90 autores como Zahra (1993), Gibss (1994) e Zahra (1996) deixam subentendido em seus achados que o fator tecnológico é preponderante pelo fato de existirem empresas unicamente tecnológicas que não produzem produtos físicos e que seus produtos são de fato a própria tecnologia. Desse modo, passa a ser possível de acordo com Zahra (1996) perceber a existência de uma dimensão tecnológica.

E por fim, sugere-se o acréscimo de uma nova dimensão a "tecnológica" como fator determinante no cenário dos ambientes organizacionais, contribuindo assim com as dimensões encontradas inicialmente por Sharfman e Dean (1991).

Torna-se evidente que a dimensão tecnológica influencia todas as outras dimensões é tratada como uma fonte de oportunidade para algumas empresas e de ameaças para outras, porém com a evolução acelerada da tecnologia e da produtividade  a expectativa é que a dimensão ocupe um papel de destaque nas próximas décadas e seja fonte de oportunidades de pesquisas para a academia. 

Como principal limitação da presente pesquisa tem-se o período estudado (1991 a 2001), uma vez que buscou-se dar continuidade nos trabalhos de Sharfman e Dean (1991) elencando dez anos de publicações. Sugere-se para futuras pesquisas a replicação do estudo em anos posteriores e a inclusão da dimensão tecnológica para análise.

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1. Email: penz.daniel@gmail.com


Vol. 37 (Nº 15) Año 2016

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