Espacios. Vol. 37 (Nº 15) Año 2016. Pág. 4

Uma Discussão Teórica sobre as Perspectivas do Uso de Avaliação do Ciclo de Vida na Geração de Inovação na Busca pela Redução de Impactos Ambientais

A Theoretical Discussion on the Prospects of the Use of Life Cycle Assessment in Generation of Innovation in the Search for the Reduction of Environmental Impacts

Rodrigo SALVADOR 1; Leila Mendes da LUZ 2; Cassiano Moro PIEKARSKI 3; Antonio Carlos de FRANCISCO 4

Recibido: 14/02/16 • Aprobado: 12/03/2016


Contenido

1. Introdução

2. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)

3. Inovação

4. Perspectivas da aplicação conjunta de Inovação e ACV na busca pela redução de impactos

5. Considerações Finais

Agradecimentos

Referências


RESUMO:

A constante atualização tecnológica, diminuição das fronteiras de mercado e aumento no rigor da legislação ambiental incentivam as empresas a praticarem uma produção inovadora e menos impactante. Neste contexto, o presente estudo objetiva discutir o potencial da geração de Inovação na redução de impactos ambientais pelo uso da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). A ACV é responsável pela identificação e caracterização dos impactos observados ao longo do ciclo de vida do sistema em estudo, ao passo que o potencial da geração de Inovação na diminuição dos impactos está na identificação e prática das ações necessárias no alcance desta redução.
Palavras-chave: Avaliação do ciclo de vida, inovação, impactos ambientais.

ABSTRACT:

The constant technological updating, reduction of market frontiers and the increasing stringency of the environmental legislation encourage the companies to practice an innovate and less impacting production. Thus, this study aims to discuss the potential of the generation of innovation on reduction of environmental impacts by Life Cycle Assessment (LCA) use. LCA is responsible for identifying and characterizing the observed impacts over the life cycle of the system studied, while the potential of generation of innovation lies on identifying and practicing the necessary actions to reach the reduction of those impacts.
Key-words: Life cycle assessment, innovation, environmental impacts.

1. Introdução

O cenário mercadológico mundial sofre constantes mudanças (SAINIO, RITALA e HURMALINA-LAUKKANEN, 2012) e faz com que as organizações sejam induzidas a realizar alterações no seu modo de ver e praticar a produção (ABREU, RADOS E FIGUEIREDO, 2004) para se adequar ao novo contexto.

A constante atualização tecnológica, a diminuição das fronteiras de mercado e o aumento no rigor da legislação ditam as regras para o desenvolvimento da organização (ROCHA E DUFLOTH, 2009). Muitas são as dificuldades enfrentadas para se manter no mercado e na busca de um diferencial competitivo (KAMIMURA, PAES e OLIVEIRA, 2012; LUZ J. A. F. et al., 2012).

Na ótica de Luz, L. M. (2011) o ambiente cada vez mais competitivo incentiva a adoção de medidas de inovação tecnológica para permanência no mercado. No mesmo plano a percebida necessidade de um desenvolvimento sustentável coloca cada vez mais em evidência a preocupação com questões ambientais e os aspectos relacionados ao desenvolvimento de produtos e processos.

A aspersão de uma produção menos impactante leva à utilização de ferramentas que possibilitem uma avaliação geral do sistema produtivo e indiquem caminhos que possam ser seguidos no alcance de tal objetivo.

Uma das ferramentas para análise do aspecto ambiental é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) que identifica e avalia impactos potenciais referentes ao ciclo de vida de um produto ou processo (BOCKEN, ALLWOOD e KING, 2012). Trabalha de forma a qualificar e quantificar tais impactos auxiliando na tomada de decisão e no planejamento estratégico da organização (PIEKARSKI et al., 2013).

Neste sentido, de acordo com Berkhout apud Luz, L. M. (2011), afirma que o potencial da ACV para geração da inovação está relacionado ao fato de que os resultados obtidos na ACV fornecem informações referentes aos aspectos/impactos ambientais associados ao ciclo de vida do produto.

No dado contexto, o presente estudo objetiva, por meio de um levantamento bibliográfico abordando conceitos referentes à Inovação Tecnológica e Avaliação do Ciclo de Vida, em uma abordagem exploratória e qualitativa, discutir o potencial da geração de inovação na redução de impactos ambientais pelo uso da ACV.

Em detrimento do panorama exposto, nota-se a importância do uso de ferramentas que possibilitem de forma adequada a mensuração dos impactos inerentes ao processo, visando à redução dos mesmos.

Uma das ferramentas de maior completeza e complexidade, neste contexto, é a Avaliação do Ciclo de Vida (BOCKEN, ALLWOOD e KING, 2012). Sendo possível, a partir de sua aplicação, a mensuração dos impactos resultantes do processo em estudo, a caracterização destes impactos, bem como os objetos de contribuição e sua respectiva proporção no impacto final.

Em auxílio a esta necessidade, com a imprescindibilidade da redução dos impactos vê-se a necessidade de mudança (ABREU, RADOS E FIGUEIREDO, 2004), renovação, a atualização da maneira de enfrentar o mercado e praticar a produção. Face a estas mudanças, além da diminuição das cargas ambientais, é decisivo que se pratique a melhoria do processo também no aspecto econômico, ou ao menos que a mudança não afete as características de sobrevida econômica da organização.

Baseando-se nestes fatores e diante do aumento da competitividade internacional nos últimos anos, torna-se fundamental para países em desenvolvimento, como o Brasil, elaborar estudos que levem a uma compreensão mais profunda das dinâmicas relativas à inovação tecnológica no país (PACAGNELLA JÚNIOR e PORTO, 2011; ROCHA E DUFLOTH, 2009).

Portanto, o presente trabalho se apresenta relevante pela falta de estudos que relacionam Inovação e ACV e pela contribuição diferencial resultante da junção de tais temas e a riqueza dos resultados obtidos responsáveis pela condução de estudos em direção a um desenvolvimento gradualmente sustentável, considerando a priori a esfera ambiental, pelo uso da ACV, e a econômica, pela Inovação.

Face a este cenário destaca-se, também, a importante contribuição da presente discussão tanto para a produção bibliográfica acadêmica, quanto para futuras aplicações práticas do tema.

2. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)

Alguns novos modelos de negócios, segundo Piekarski (2013), baseiam-se em fatores como a preservação ambiental e possíveis impactos relacionados a produtos e processos para a tomada de decisão estratégica.

Os primeiros estudos que mostram preocupação com a questão ambiental datam do início da década de 1960, com a crise do petróleo, quando foram levantados os primeiros questionamentos quanto ao limite da extração de recursos naturais. Nos anos seguintes os estudos sobre ACV enfraqueceram. Estes ressurgiram nos anos de 1980 e se intensificaram na década de 1990, com a preocupação a respeito dos resíduos sólidos e a normalização da metodologia (CETEA, 2007; WILLERS e RODRIGUES, 2012).

A normalização é dada pela ISO, na série 14000 que trata de Gestão Ambiental. Hoje o desenvolvimento de um estudo de ACV é guiado por duas normas, ABNT NBR ISO 14040:2009 (2009a), que dita os princípios e estrutura e ABNT NBR ISO 14044:2009 (2009b), que fornece os requisitos e orientações.

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta que identifica aspectos e avalia impactos ambientais potenciais decorrentes do ciclo de vida de um produto, bem ou serviço (YANG e CHEN, 2012; COLLADO-RUIZ e OSTAD-AHMAD-GHORABI, 2010). Através da interpretação dos dados recolhidos durante o desenvolvimento do estudo, a ACV auxilia no planejamento estratégico da organização, visando à priori a redução do impacto ambiental do processo produtivo em questão (TILLMAN, 2000).

Um estudo completo de ACV, de acordo com a ISO 14044 (2009b), compreende quatro fases, conforme ilustrado na Figura 1, tendo as mesmas seus principais pontos discutidos a seguir.

 

Figura 1 – Fases de uma ACV e seus relacionamentos
Fonte: ABNT (2009b)

2.1. Fases de uma ACV

2.1.1. Definição de objetivo e escopo

Nesta primeira etapa ocorre a definição da finalidade do estudo, os objetivos a serem alcançados e a delimitação do estudo, o escopo onde será aplicado. Além das fronteiras do sistema e a unidade funcional (COLLADO-RUIZ e OSTAD-AHMAD-GHORABI, 2010). As fronteiras do estudo ditam os limites inicial e final de sua abrangência, onde define-se de forma concreta o sistema a ser estudado, que preferencialmente devem ter como limites inicial e final fluxos elementares, segundo a ISO 14044 (ABNT, 2009).

Para adequação e uniformização dos dados define-se a unidade funcional (porção à qual todos os dados são relacionados). Ela serve como referência para o relacionamento dos dados obtidos de entradas e saídas. Além de servir como base para a comparação entre diferentes estudos de ACV (BOCKEN, ALLWOOD E KING, 2012).

2.1.2. Análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV)

A fase de inventário compreende a coleta de dados, dos quais as entradas e as saídas referentes ao sistema em estudo, os insumos e as emissões, bem como os procedimentos de cálculo necessários para adequação das informações à unidade funcional, como balanços de massa e energia e afins (CABEZA et al., 2014). Na maioria das vezes estes cálculos podem ser realizados por meio do uso dos próprios softwares utilizados em ACV, tais quais o Umberto, SimaPro, GaBi, Team, LCA, entre outros.

Na ausência de alguns dados, Roy et al. (2009) afirma que estes podem vir de fontes secundárias, desde que confiáveis, como exemplos as bases de dados Ecoinvent, KPC Ecodata, entre outras.

Deve, também, ser realizada análise de sensibilidade dos dados, que de acordo com a norma, pode resultar em exclusão ou necessidade de coleta de dados adicionais para que os objetivos sejam alcançados. Tratando-se, portanto, de um processo interativo entre as fases (LUZ, FRANCISCO e PIEKARSKI, 2015).

2.1.3 Avaliação do impacto do ciclo de vida (AICV)

Neste momento ocorre a qualificação e a quantificação dos impactos e é onde acontece também a alocação. De acordo com Ferreira (2004, p.26), os impactos são definidos como "as consequências causadas pelos fluxos de entrada e de saída de um sistema na saúde humana, plantas e animais, ou a disponibilidade futura dos recursos naturais". Curran (1993) afirma que esta fase é responsável pela identificação das oportunidades de diminuição das emissões ambientais e de energia e utilização de matérias-primas.

Quanto ao processo de alocação, este é responsável pela distribuição proporcional do ônus atribuído a um determinado sistema. Faz-se necessário quando há formação de coprodutos ou resíduos responsáveis pela ramificação da cadeia produtiva. De acordo com a ISO 14044 (ABNT, 2009b, p. 16) devem servir de base para a alocação e, preferencialmente, na seguinte ordem:

  1. propriedades físicas (massa);
  2. valor econômico (valor de mercado da sucata ou do material reciclado em relação ao valor de mercado do material primário);
  3. número de usos subsequentes do material reciclado.

2.1.4 Interpretação do ciclo de vida

Nesta etapa ocorre a análise final dos dados. É onde acontece a tomada de decisão, onde de acordo com os resultados obtidos é possível apontar soluções práticas para a redução dos impactos identificados (GONZÁLEZ-GARCÍA et al., 2012).

Acontece também, como discutem Roy et al. (2009), o estabelecimento do grau de certeza e confiabilidade, passo que serve para fornecer uma visão clara e compreensível do resultado do estudo.

São desenhadas, ademais, as conclusões, recomendações e limitações do estudo. Colocando, desta forma, o alcance dos objetivos e expondo de maneira clara as considerações finais referentes aos impactos observados no sistema em estudo (COLLADO-RUIZ e OSTAD-AHMAD-GHORABI, 2010), bem como as dificuldades encontradas e sugestões para estudos futuros (BOCKEN, ALLWOOD e KING, 2012; RUSSO et al., 2011).

A aplicação definitiva é finalmente alcançada com a real interpretação destes resultados e a apresentação de propostas que dirijam à redução dos impactos ambientais e demais propostas que se adéquem ao escopo do estudo.

2.2. Considerações Gerais

Em detrimento do exposto cenário, com a identificação e caracterização dos impactos, tem-se a tomada de decisão e ação por parte da organização rumo às mudanças que se mostram necessárias para que seja alcançada a redução dos impactos (GONZÁLEZ-GARCÍA et al., 2012; RUSSO et al., 2011).

Neste panorama, identifica-se a implementação de ações que trazem a atualização, renovação do sistema, resultando, muitas vezes, na adoção de medidas geradoras de inovação, tema a ser abordado na seção seguinte.

3. Inovação

Com a globalização, a diminuição de fronteiras e a acirrada competição de mercado, vem se destacando a atualização, renovação, inovação de produtos e processos, a fim de evitar o "retrocesso". Hoje, aceita-se que para que haja desenvolvimento e aumento da produção é necessária a inovação tecnológica (OSLO, 2005).

A inovação vem sendo considerada pelos pesquisadores do tema um ponto chave para o sucesso da empresa em um ambiente cada vez mais competitivo (GOMES, KRIGLIANKAS e SCHERER, 2011), em decorrência do intenso desenvolvimento tecnológico e da expectativa de novos produtos pelos consumidores (GARCÍA, JIN e SALOMON, 2013).

Neste sentido, segundo o Manual de Oslo (OSLO, 2005, p. 55), inovação é definida como:

"implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas".

Para Rocha e Dufloth (2009, p. 196), a inovação tecnológica pode ser entendida como um "conjunto de ações sistemáticas e coordenadas, referentes à geração e à aplicação do conhecimento tecnológico voltado para a produção de novos produtos e para a introdução de novos processos produtivos pelas organizações".

Ademais, o processo de inovação pode ocorrer em produtos e/ou processos, sendo a inovação de produto "a implantação/comercialização de um produto com características de desempenho aprimoradas de modo a fornecer objetivamente ao consumidor serviços novos ou aprimorados" (OSLO, 2005, p. 21); e a de processo "a implantação/adoção de métodos de produção ou comercialização novos ou significativamente aprimorados. Ela pode envolver mudanças de equipamento, recursos humanos, métodos de trabalho ou uma combinação destes" (OSLO, 2005, p. 21).

Quanto à natureza da inovação, pode-se percebê-la como incremental ou radical. A inovação incremental é aquela caracterizada, de acordo com Ruiz e Arango (2012), como uma melhoria, mudança de caráter simples. Tem como ponto de partida um processo ou produto já existente e apresentam resultados mais suaves.

A inovação radical, segundo Leifer, O'Connor e Rice (2002), é aquela em que a mudança é de maior intensidade, alterando as características do modo de produção. Geralmente um processo ou produto novo ou totalmente reconfigurado. Este tipo de inovação acarreta em maiores riscos, contudo, quando a inovação é de fato implementada e aceita os resultados são significativamente melhores e mais lucrativos.

No dado contexto, Schumpeter apud Oslo (OSLO, 2005, p.32) afirma que "inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto inovações incrementais preenchem continuamente o processo de mudança".

Neste cenário de mudança e atualização, de acordo com Gomes Kruglianskas e Scherer (2011), assim como Calligaris e Torkomian (2003), com a finalidade de aumentar a capacitação tecnológica visando adaptarem-se às demandas do mercado, as empresas têm buscado vantagens competitivas por meio da introdução de inovações tecnológicas.

Assim, nota-se que o público consumidor está cada vez mais ligado aos aspectos de atualização no contexto tecnológico, estando assim artigos tecnológicos em destaque e em constante renovação (SAINIO, RITALA e HURMALINA-LAUKKANEN, 2012). E, segundo Rocha e Dufloth (2009), organizações com processos produtivos que utilizam equipamentos tecnológicos de ponta à frente do mercado por passarem a imagem de renovação, poder e liderança.

Desouza, Awazu e Ramaprasad (2007) afirmam, ainda, que os primeiros trabalhos na literatura mostram a percepção do papel importante que os usuários desempenham no processo de inovação, especialmente nos processos de desenvolvimento de novos produtos. Deste modo, a aceitação e consequente difusão da tecnologia é dada não apenas pelo uso industrial da inovação, segundo Bunduchi, Weisshaar e Smart (2011), mas por meio do uso e aceitação pelos usuários e a sua preferência pelos produtos resultados dessa inovação.

De acordo com Oslo (2005, p. 31), a inovação desempenha um papel central no panorama econômico enfrentado hoje, uma vez que este processo se apresenta como fator dominante no crescimento econômico nacional e nos padrões do comércio internacional. Contudo, as empresas, muitas vezes, não têm completo entendimento da importância e do processo de inovação em si no seu ambiente (SAINIO, RITALA e HURMELINA-LAUKKANEN, 2012).

No panorama de desenvolvimento tanto econômico (LEIFER, O'CONNOR e RICE, 2002) como social da organização, tem-se questões ambientais que se apresentam algumas vezes como aspectos obrigatórios (ABREU, RADOS e FIGUEIREDO, 2004), outras como diferenciais no alcance de benefícios no atual cenário competitivo e na busca por um desenvolvimento sustentável (BOCKEN, ALLWOOD e KING, 2012).

Neste sentido, a seguir é apresentada uma discussão referente ao uso integrado de Inovação e a ferramenta de avaliação do desempenho ambiental ACV, já apresentada, na identificação do uso potencial de medidas inovativas objetivando a redução de impactos ambientais.

4. Perspectivas da aplicação conjunta de Inovação e ACV na busca pela redução de impactos

A orientação estratégica de uma empresa reflete a busca pela melhoria de seu desempenho (SAINIO, RITALA e HURMELINA-LAUKKANEN, 2012). O crescente aumento da preocupação com as questões ambientais (ABREU, RADOS E FIGUEIREDO, 2004) tem levado o homem a repensar o modo como se relaciona com o meio em que vive, as consequências de suas ações, não só imediatas, mas a longo prazo.

Na aplicação da ACV, com a mensuração dos impactos tem-se a identificação de pontos críticos (hot spots) onde há maior contribuição para o impacto e pode-se trabalhar de forma mais intensa a melhoria ambiental do processo (PIEKARSKI, 2013).

Com a identificação destes pontos é possível realizar um análise mais crítica da parcela em destaque, como mostram González-García et al. (2012), dando maior atenção ao objeto causador do impacto, trabalhando com a hipótese de substituição (BALDASSARI et al., 2016) ou outra medida que resulte em melhoria significativa do desempenho ambiental (LUZ, FRANCISCO e PIEKARSKI, 2015).

Além da identificação do caminho de melhoria ambiental, Curran (1993), assim como Collado-Ruiz e Ostad-Ahmad-Ghorabi (2010), afirmam que o reconhecimento do risco relativo ajuda os fabricantes a priorizar as áreas de ação a fim de obter os melhores resultados para seus investimentos.

Pelo uso da ACV tem-se, também, a possibilidade do alcance de rótulos ambientais, satisfazendo dessa forma, além da proposição central (que é a redução do impacto), as obrigações da legislação. No cenário legal nota-se uma crescente rigidez quanto ao desempenho esperado das organizações pelos órgãos de monitoramento (ABREU, RADOS E FIGUEIREDO, 2004). Isto faz elevar a preocupação das organizações neste aspecto e resulta em medidas mais efetivas na busca da redução de impactos.

Na mudança das características do processo, adaptando o modo de produção à nova realidade, além da preocupação com a diminuição dos impactos é necessário avaliar a viabilidade econômica destas mudanças e fazer com que alcancem a melhoria da qualidade global em uma visão empreendedora (GARCÍA, JIN e SALOMON, 2013).

Desta maneira, no desenvolvimento de ações que objetivem este ganho, como visto por González e García et al. (2012) tem-se o uso da inovação como ferramenta diferencial na renovação do processo, em prima nas parcelas identificadas como sendo responsáveis pelos maiores impactos observados (hot spots).

A adoção de medidas inovativas auxilia na prática das alterações necessárias ao processo (ROCHA E DUFLOTH, 2009), sendo possível levar em conta, como afirmam Gomes, Kruglianskas e Scherer (2011), os princípios de marketing e mercado necessários para a permanência da empresa no mercado.

Com a implementação de inovações tem-se não somente a atualização do processo pela ótica da tecnologia (LEIFER, O'CONNOR e RICE, 2002), mas também a preocupação com os aspectos econômicos e de mercado e, neste caso, ambientais.

A inovação, neste caso, é responsável pela atualização do processo, fazendo com que as alterações sejam dadas de forma a conceituar o processo em mudança no que há de mais eficiente e novo no mercado tanto em relação à tecnologia (SAINIO, RITALA e HURMALINA-LAUKKANEN, 2012) quanto aos requisitos ambientais.

Desta forma, percebe-se que pela constância de características de inovação no cenário produtivo global tem-se que na implementação de mudanças nos processos, os objetos e métodos inseridos já apresentam tanto o aspecto de renovação, particular da inovação, quanto a preocupação com os aspectos ambientais, pela crescente exigência legal, como já abordado, e interesse da própria organização com estes ganhos.

Além do cumprimento de normatizações, de acordo com Abreu, Rados e Figueiredo (2004), o alcance de rótulos ambientais, assim como a preocupação ambiental e a busca pelo desenvolvimento de um processo e/ou produto com menores impactos ambientais faz com que a organização ganhe credibilidade aos olhos dos stakeholders.

O consumidor, por sua vez, se mostra cada vez mais disposto a adquirir produtos e ser usuário de serviços que mostrem esta preocupação e tenham apelo ambiental. Nesta busca pode haver ganho, mais uma vez, pela organização pois, deste modo, o consumidor pode apresentar-se disposto a pagar um preço maior por um produto, fazendo, na realidade, com que o preço seja uma característica cada vez menos importante no processo de aquisição. Mostrando, assim, que mesmo que a mudança necessária apresente custos um tanto maiores é aceitável, e bem vinda, em todos os aspectos.

Considerando as vantagens discutidas, pelo uso conjunto de Inovação e ACV, pode-se notar que é possível obter resultados com ganhos em vários cenários. Deste modo, no Quadro 1, a seguir, são apresentados estudos que evidenciam o trabalho conjunto destas ferramentas e os resultados de cada aplicação, primordialmente na redução de impactos ambientais.

Quadro 1 – Estudos que apresentam uso integrado de ACV e Inovação

Autor

Ano

Descrição do estudo

BALDASSARI, MATHIEUX, ARDENTE e WEHMANN

2016

ACV foi utilizada para avaliar os aspectos e impactos ambientais da produção de um novo tipo de vidro (polimérico) ainda na fase de pesquisa e desenvolvimento. Com o estudo realizado ainda na fase de pesquisa e desenvolvimento, foi possível fazer escolhas mais sustentáveis sem deixar de considerar os aspectos econômicos, uma vez que o produto não necessitou de mudanças após ter sido apresentado ao público.

MANDA, WORREL e PATEL

2014

Estudo de um sistema inovador de filtração de membrana para remoção de micropuloentes de água para consumo. Foi conduzido um estudo de ACV "do berço ao túmulo" de dois tipos de membranas utilizadas no processo de filtração da água e captura de componentes quimicamente ativos e outros micropoluentes. FOi possível indicar o produto com menores impactos ambientais e guiar melhorias na produção e uso das membranas.

BAILIS, RUJANAVECH, DWIVEDI, VILELA, CHANG e MIRANDA

2013

Estudo comparativo, pelo uso da ACV, de impactos ambientais causados pelo uso de fornos convencionais e "fornos de contêiners" na indústria de carvão vegetal. Nos fornos convencionais os gases da pirólise na produção do carvão são liberados diretamente para a atmosfera, já pelo uso dos fornos de contêiner estes gases são facilmente capturados e, como coprodutos, podem ser utilizados na geração de energia em outras etapas. Os resultados mostraram que o uso de fornos de contêiner apresentou redução do impacto na maioria das categorias analisadas. Contudo, houve aumento do impacto em três categorias, todavia as emissões responsáveis por este aumento podem ser evitadas com a aplicação de tecnologias de controle existentes.

MANDA, BLOCK e PATEL

2012

Estudo comparativo, por meio de ACV, para avaliar os impactos ambientais e possíveis ganhos pelo uso de novos revestimentos e diferentes tipos de celulose na produção de papel, em comparação com o modo de produção convencional. Os resultados mostraram que após a troca da tecnologia de produção, em um contexto global o processo apresentou uma redução significativa dos impactos ambientais em comparação com o processo tradicional, apresentando reduções particulares em cada uma das categorias analisadas pela aplicação de cada uma das alterações, resultando numa redução global de mais de 10% no total dos impactos.

GONZÁLEZ-GARCÍA, LOZANO, BUYO, PASCUAL, GABARRELL, PONS e FEIJOO

2012

Estudo da melhoria do desempenho ambiental de um playground modular de madeira, pelo uso de ACV. Depois de identificados os hot spots, pela aplicação de Design for Environment (DfE) realizando, assim, reprojeto do produto como um todo, substituindo matérias-primas e visando a máxima redução no uso de insumos, foi possível alcançar uma redução de cerca de 11% no impacto ambiental global.

CHEN, FUKUSHIMA, KIKUCHI e HIRAO

2012

Avaliação da viabilidade ambiental, por meio de ACV, da substituição da matriz energética de veículos automotores, dos que usam combustíveis de origem fóssil por motores a hidrogênio, dada a obtenção do hidrogênio por tecnologias de energia renovável de hidrogênio como eletrólise da água pelo vento, energia solar e biohidrogênio. Os resultados mostraram que a mudança da tecnologia empregada causou redução das emissões de gases do efeito estufa resultando efetivamente na redução do impacto ambiental.

BRIBIÁN, CAPILLA e USÓN

2011

Estudo comparativo, por meio de ACV, para avaliar a eco-eficiência de materiais utilizados na construção civil, entre materiais comumente utilizados no referido setor e eco-materiais. Os resultados apontaram que o uso de eco-inovação neste processo, tanto em novas construções, quanto na revitalização das já existentes, pela substituição do uso de recursos naturais finitos por resíduos gerados em outros processos de produção, entre outras medidas, apresenta capacidade real de redução de impactos e melhoria da eficiência, além de estimular a concorrência entre os fabricantes para alcançar produtos mais eco-eficientes e o uso de declarações ambientais.

De acordo com os estudos mostrados no Quadro 1, pode-se perceber que após a implementação de medidas inovativas nos processos ocorreram evidentes reduções dos impactos ambientais, bem como outras melhorias nos processos que carregam também benefícios de ordem econômica ou mesmo que indicam caminhos na obtenção destes (MANDA, WORREL e PATEL, 2014), como redução do consumo de energia (MANDA, BLOK e PATEL, 2012) e melhoria na eficiência geral do processo (BRIBIÁN, CAPILLA e USÓN, 2011), entre outros.

Com a adaptação dos processos, os novos modos de produção apresentaram resultados mais favoráveis, alcançando, assim, a redução em um cenário global, da carga ambiental (BALDASSARI et al., 2016). E como afirmado por Chen et al. (2012), além de resultados efetivos, pelo uso dos softwares de ACV, é possível simular determinados cenários buscando o melhor uso da tecnologia na redução de impactos.

Nesta perspectiva, como verificado por Bailis et al. (2013), mesmo alcançando um resultado global favorável na redução dos impactos, a identificação de pontos que apresentam resultados contrários ao esperado induzem aplicações potenciais de medidas inovativas pelo uso de tecnologias para controle das causas dos impactos.

A redução do impacto ambiental de suas atividades produtivas e tecnológicas é algo que as empresas valorizam, considerando como estratégia importante em função da competitividade contemporânea, em um panorama atual e futuro (GOMES, KRUGLIANSKAS e SCHERER, 2011).

Os mesmos autores apontam, ainda, que é necessário haver uma mudança significativa na postura da organização para que se alcance um maior nível de competitividade e isso implica na percepção de que investimentos em inovação e o comprometimento destas com ações sustentáveis se mostram como formas concretas de atingir níveis internacionais de competitividade pela agregação de valor aos produtos e superação das barreiras de mercado.

Manda, Blok e Patel (2012), ainda, apontam os resultados da ACV como ferramenta para a tomada de decisão quanto a investimentos no setor de Pesquisa e Desenvolvimento como ferramenta para inserção de inovação na organização.

5. Considerações Finais

A ACV é responsável pela identificação e caracterização dos impactos observados ao longo do ciclo de vida do sistema em estudo, dadas as fronteiras estabelecidas, e por apontar as parcelas responsáveis pelas maiores contribuições aos impactos, mostrando-as como pontos potenciais para desenvolvimento de melhorias no processo.

A Inovação, por sua vez, tem seu uso na aplicação das mudanças necessárias na busca pela redução destes impactos. Como colocado por Luz, L. M. (2011, p. 129) "as oportunidades de inovação são apresentadas de forma subjetiva". Por meio do desenvolvimento do estudo na aplicação conjunta de princípios de ACV e Inovação, aliando os resultados ao planejamento estratégico da organização é possível alcançar a redução dos impactos pela implementação das alterações em função dos hot spots identificados na ACV melhorando o desempenho do processo.

O potencial da geração de inovação na diminuição dos impactos está na identificação e prática das ações necessárias no alcance desta redução em função das mudanças tecnológicas e organizacionais oriundas da transformação do processo.

A discussão do trabalho integrado de Avaliação do Ciclo de Vida e Inovação fornece, ainda, à academia uma contribuição ímpar dada a carência de estudos que relacionem estas duas ferramentas e, mais do que isso, auxilia na construção do conhecimento necessário para futuras aplicações práticas do tema.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à Universidade tecnológica Federal do Paraná pelo apoio financeiro.

Referências

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BOCKEN, N. M. P., ALLWOOD, J. M., WILLEY, A. R., KING, J. M. H. (2012); "Development of a tool rapidly assessing the implementation difficulty and emissions benefits of innovations"; Technovation, 32, 2012, 19-31.

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Vol. 37 (Nº 15) Año 2016

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