Espacios. Vol. 37 (Nº 05) Año 2016. Pág. 5

Dimensões do Uso e Cobertura da Terra nas Mesorregiões do Estado do Pará

Dimensions of Use and Land Cover in the Micro-Regions of the State of Para

Félix LÉLIS da Silva 1; Francisco de Assis OLIVEIRA 2; Mario Miguel AMIN 3; Norma Ely Santos BELTRÃO 4; Vanda Maria Sales de ANDRADE 5

Recibido: 04/10/15 • Aprobado: 24/11/2015


Contenido

1. Introdução

2 Referencial Teórico

3 Materiais e Métodos

4 Resultados

5 Considerações Finais

6 Referências


RESUMO:

Na Amazônia Legal, a dinâmica de uso da terra por atividades humanas foi favorecida por políticas voltadas à ocupação e exploração econômica da região. A falta de planejamento e gestão de tais políticas conduziu a região a um processo contínuo de fragmentação dos ecossistemas. Compreender a dinâmica de uso e cobertura da terra surge da necessidade de garantir as discussões sobre o desenvolvimento sustentável diante das questões ambientais, sociais e econômicas. Este trabalho objetiva identificar as principais dimensões do uso e cobertura da terra nas mesorregiões do estado do Pará, propondo um índice de uso de cobertura da terra (IUCT) para classificar os municípios. Os resultados sugerem que os municípios de São Félix do Xingu (IUCT = 0,528) e Altamira (IUCT = 0,367) encontram-se em posições intermediárias quanto ao uso e cobertura da terra, justificadas pelo fato de estas regiões terem apresentado valores positivos nos fatores de uso da terra relacionados a pecuária, áreas de florestas e hidrografias. A microrregião de Santarém, apesar de apresentar (IUCT = 0,351), tem seu indicador moderado explicado pela existência de florestas, hidrografias, agricultura e concentração demográfica. A classificação dos municípios é diretamente correlacionada às dimensões pecuária, agricultura e hidroflorestal. Conclui-se que os municípios com moderado uso e cobertura da terra são os com maior capacidade de alocarem essas dimensões. A dimensão hidroflorestal apresenta maior capacidade de sofrer mudanças negativas advindas do uso e cobertura da terra na região, motivadas pelo potencial dos fatores agricultura e pecuária, cuja dinâmica é incentivada pela expansão da fronteira agrícola sobre novos territórios para avanço das monoculturas.
Palavras-chave: Dinâmica de uso da terra, Amazônia, Análise fatorial, Desenvolvimento sustentável, Política Ambiental.

ABSTRACT:

In the Brazilian Amazon the dynamics of land use by human activities has been induced by policies for occupation and economic exploitation of the region. The lack of planning and policy management, led the region to a continuous process of ecosystems fragmentation. Understanding the dynamics of land use and land cover supports the discussions on sustainable development in the face of environmental, social and economic issues. This study aims to identify the main dimensions of use and land cover in the micro-regions of the state of Para, proposing a land cover use index (IUCT) to classify municipalities. The results suggest that the municipalities of São Félix do Xingu (IUCT = 0.528) and Altamira (IUCT = 0.367) are in intermediate positions on the use and land cover, justified by the fact that these regions have shown positive values in the use of factors land related to livestock, forest areas and watersheds. Santarém, despite having (IUCT = 0.351) moderate indicator of this micro-region, is explained by the existence of forests, watersheds, agriculture and population concentration. The classification of micro-regions is directly correlated to the agriculture and hydro-forestry dimensions, pointing that the municipalities with moderate use and land cover are those with greater ability to allocate these dimensions. Hydro-forestry dimension is more capable of experiencing negative changes arising from land use and land cover in the region, motivated by the potential of agriculture and animal husbandry factors, whose dynamics is driven by the expansion of the agricultural frontier into new territories to spread of monocultures.
Key words: Land use dynamics, Amazon, factor analysis, Sustainable Development, Environmental Policy.

1. Introdução

Nas últimas décadas foram observadas grandes mudanças no uso da terra e nas paisagens naturais em função das atividades humanas, vinculadas principalmente à exploração florestal, pecuária e práticas agrícolas intensivas. As atividades voltadas ao uso da terra na região amazônica foram realizadas de forma não sustentável, deram-se a surto devastadores, à medida que favoreceram elevadas taxas de concentração de terras, pobreza e êxodo rural que conduziram mudanças severas na paisagem.
Para Batistella e Moran (2005), compreender as mudanças na paisagem amazônica depende de prévias análises nas alterações passadas e atuais ocorridas na cobertura da terra. No entanto, as pressões impostas pelo consumo e a complexidade dos setores e interações existentes dificultam a compreensão dos fatores que levam a tais mudanças, prejudicando o planejamento, a formulação e o monitoramento de políticas públicas setoriais capazes de favorecer o desempenho ambiental dos ecossistemas, tornando assim viável a sustentabilidade (LEVINS, 1995; BODINI, 2012).
Compreender a dinâmica do uso da terra é um desafio devido ao número de variáveis envolvidas e suas mudanças simultâneas, o que resulta nas mais complexas interações (PARROT, 2010). Nesta lógica, Briassoulis (2000) enfatiza que o impacto da mudança do uso da terra advém de uma rede complexa de interações entre forças ambientais e socioeconômicas no espaço e tempo.
Conforme Gallopin (2003), para prevalecer a sustentabilidade do uso da terra, tornam-se necessárias mudanças de valores que favoreçam as questões sociais, econômicas e ambientais, simultaneamente. Solucionar ou minimizar tais efeitos antrópicos sobre os sistemas naturais perpassa por adoções de políticas de governança em níveis setoriais, de modo a buscar um engajamento de diversos setores da sociedade, com a finalidade única de desenvolver políticas e práticas ambientais eficientes e eficazes nos diversos níveis nacional, estadual e municipal. Neste contexto, Bodini (2012) afirma que o desafio atual das sociedades voltado a garantir a sustentabilidade dos sistemas está em lidar com a complexidade dos sistemas humanos- ambientais.
Apesar dos esforços voltados à conservação, ainda são fortes as pressões sobre os recursos naturais, culminando em elevadas taxas de perda de biodiversidade, fato que eleva sua degradação em nível global (SALA et al., 2000). Solucionar os problemas resultantes das atividades humanas sobre o uso da terra perpassa pela compreensão não somente dos problemas ambientais, mas também das relações sociais e econômicas atreladas.
Estudos para identificar e quantificar os problemas e as relações sociais e econômicas de uso da terra, e suas principais áreas de ocorrência são essenciais no processo de monitoramento da dinâmica evolutiva das mudanças advindas de pressões humanas sobre os recursos naturais (DWIVEDI; RAVI SANKAR, 1991), pois fornecem informações necessárias sobre o tipo de atividades humanas ou sistemas que geram impactos sobre as paisagens e o solo (DUVERNOY, 2000).
No que tange ao uso da terra dentro da conjuntura do desenvolvimento sustentável, torna-se necessário caracterizar os processos socioeconômicos de utilização da terra, assim como os fatores que levam a mudanças promovidas pelos interesses das sociedades, os quais geram conflitos quanto ao uso dos recursos naturais. As várias definições existentes de uso da terra geralmente encontram-se associadas às atividades conduzidas pelo homem sobre uma extensão de terra ou ecossistema para obter produtos e benefícios (BIE; LEEUWEN; ZUIDEMA, 1996).
A compreensão do homem sobre as mudanças ocorridas nas paisagens pode fornecer informações confiáveis para a tomada de decisão quanto à estrutura ambiental em locais específicos, facilitando a adoção de políticas públicas ambientais de gestão e uso da terra. Diante disso, questiona-se: Qual a dinâmica atual do uso e cobertura da terra nos municípios que compõem as mesorregiões do estado do Pará? E quais dimensões agem diretamente sobre estas mudanças?
Nesta lógica, compreender a dinâmica de uso da terra no estado do Pará parte da necessidade de garantir sua sustentabilidade diante das questões ambientais, sociais e econômicas, de modo a fortalecer discussões sobre o desenvolvimento sustentável na região. Neste sentido, o presente trabalho consiste em propor um índice de uso da terra (IUT) como alternativa para fornecer informações úteis aos tomadores de decisões, de modo a favorecer intervenções políticas que viabilizem políticas ambientais voltadas ao uso sustentado dos recursos naturais. O índice proposto (IUT) foi calculado através de uma combinação linear dos escores fatoriais e as respectivas proporções da variância explicada relacionadas a cada fator comum.

Além da introdução, este trabalho apresenta, no item 2, o referencial teórico sobre uso e cobertura da terra; no item 3, são definidos os materiais e métodos utilizados no desenvolvimento do estudo; no item 4, são apresentadas as dimensões de uso e cobertura da terra no estado do Pará, assim como o índice de classificação dos municípios do estado. Por fim, apresentam-se as considerações finais.

2. Referencial Teórico

2.1 Uso e cobertura da Terra (UCT)

O uso e cobertura da terra (UCT) podem ser compreendidos como o processo pelo qual o espaço está sendo ocupado por atividades realizadas pelo homem ou preenchido pela cobertura natural, respectivamente. Estudos para compreender a dinâmica do uso e cobertura da terra são fundamentais para mensurar os efeitos e compreender as causas do uso e ocupação desordenada dos recursos naturais, assim como permitem a tomada de decisão mais pontual e eficiente pelos gestores, combatendo o uso exploratório, a degradação ambiental, a contaminação e as perdas de recursos hídricos e de biodiversidade, assegurando o desenvolvimento mais consciente por parte das populações.

2.1.1 Uso da terra

O uso da terra por atividades humanas tem conduzido diversas regiões do globo a um processo acelerado de desestruturação e de degradação ambiental.  No Brasil, as pressões ocorrem em diversas regiões, mas na atualidade são mais alarmantes na Amazônia, a qual começou a ser ocupada e explorada economicamente a partir das estratégias militares, dos interesses de integração e ocupação vivenciadas desde 1960. A facilidade de acesso dos imigrantes para a região acarretou a curto prazo diversos tipos de problemas socioambientais, perpassando pela ocupação descontrolada no território, conflitos agrários, migração para centros urbanos, desflorestamentos e mudanças de paisagens favorecidas pela exploração madeireira, mineral e pela implantação da pecuária extensiva e agricultura.
A pressão sobre o uso dos recursos naturais como consequência do crescimento demográfico promovida pela migração e pela intensificação das atividades econômicas provocou consequências negativas sobre a estrutura de funcionamento dos ecossistemas, como a perda de biodiversidade, a capacidade produtiva dos solos, a eliminação de recursos hídricos e a redução das funções ambientais (PENA, 2008).
A exploração desenfreada dos recursos naturais através das mais diversas intervenções humanas tem mostrado o quanto os ecossistemas são vulneráveis às progressivas pressões humanas sofridas. Para Ross (1994), o avanço tecnológico, associado ao processo de sofisticação crescente dos padrões socioculturais e ao crescimento populacional, foi essencial na geração de interferências ao meio ambiente, haja vista a necessidade de se intensificar as buscas por recursos naturais, fato que elevou consequentemente a sua exploração.
As conversões no uso da terra são definidas e classificadas como mudanças na classe de uso que ocorrem em uma determinada área (BENINI et al., 2010). Neste contexto, a análise empírica da fragilidade dos ecossistemas, segundo Ross (1994), exige estudos básicos quanto ao relevo, subsolo, solo, uso da terra e do clima, advindos obrigatoriamente de prévios levantamentos "in loco", os quais permitirão a criação de diversos produtos cartográficos de uso da terra, composição do solo, clima e vegetação, que serão capazes de auxiliar a tomada de decisão quanto à potencialidade agrícola das regiões, assim quanto à fragilidade dos ecossistemas frente às ações antrópicas ligadas à exploração madeireira, avanço das atividades agrícolas e pecuária extensiva.
A expansão da agricultura ocorrida em diversas regiões do globo tem condicionado a biodiversidade à dependência das terras agrícolas (DONALD et al., 2002). A agricultura, através de seu modo de produção e práticas adotadas, é a principal atividade que usa e modifica as paisagens (OVERMARS et al., 2014), comprometendo com diversas externalidade negativas o meio ambiente, dentre elas: poluição dos recursos hídricos, degradação de matas ciliares, degradação e erosão do solo e eliminação de paisagens naturais (DUVERNOY, 2000). A característica da formação da cobertura da terra nas áreas rurais é resultado direto da dinâmica exercida por atividades humanas sobre do uso da terra (FRESCO et al., 1994).
Portanto, o uso da terra pode ser explicado pelas atividades humanas a partir da inserção de formas e objetivos pelos quais os seres humanos buscam utilizar os recursos naturais, possibilitando a construção de modelos de uso da terra que são capazes de determinar sua cobertura. Nesta lógica, estudos sobre o uso da terra por atividades humanas são essencialmente relevantes para planejamentos e definições de políticas ambientais.

2.1.2 Cobertura da terra

A crescente demanda por recursos naturais, associada à dinâmica das populações ao redor do mundo, e a adoção de práticas insustentáveis de uso da terra resultaram no aumento da degradação ambiental (NELLEMANN et al., 2009), imprimindo sérias ameaças à capacidade de renovação da biomassa no planeta.
O crescimento das populações e a expansão das áreas urbanas em todo o mundo têm elevado o uso e definido transformações na cobertura da terra. A dinâmica do avanço das populações sobre os recursos naturais, segundo Bhatta et al., (2010); Freitas et al., (2013), é uma questão global, com implicações socioeconômicas e ambientais primordiais.
A lógica do uso e da exploração dos recursos naturais geralmente converge para a mudança da paisagem, compromete a biodiversidade e conduz a conflitos motivados pela relação de poder entre grupos sociais em diversas regiões em desenvolvimento. As mudanças impostas ao meio ambiente a partir de processos de uso da terra motivados por atividades econômicas têm desestruturado a cobertura natural, favorecido a mudança da paisagem e introduzido novos cenários de cobertura. Para Grecchi et al., (2014), a exploração dos recursos naturais tem gerado elevados impactos sobre os serviços do ecossistema.
Diante desta problemática, Xian; Crane (2006) afirmam que o modo atual de uso e cobertura da terra proporciona uma série de problemas ambientais, dentre eles degradação da qualidade da água, poluição do ar, perda de biodiversidade, efeitos de ilha de calor urbano, disparidades socioeconômicas e fragmentações florestais. Portanto, as mudanças no uso e na cobertura da terra estão elevando a transformação das paisagens terrestres em todo o mundo, impactando processos ambientais em múltiplas escalas (ELLIS; PONTIUS, 2007).
Neste contexto, estudos sobre a cobertura da terra são essenciais para definir modelos ambientais (climáticos e hidrológicos) na busca da compreensão das dimensões que definem a característica da cobertura da terra e suas mudanças no tempo, tornando possível entender as causas e os efeitos de tais dimensões e sua dinâmica temporal. Compreender a estrutura biofisica e econômica que conduz o uso da terra é essencial para determinar de forma mais precisa as previsões e a tomada de decisão quanto às políticas de gestão dos recursos naturais.

2.2 Índices

Estudos direcionados a retratar as formas e a dinâmica de uso da terra, representam importante instrumento para a construção de indicadores e índices ambientais voltados a avaliar e classificar a capacidade de suporte ambiental e definir áreas suscetíveis frente aos diferentes manejos empregados na produção, contribuindo assim para a identificação de alternativas para o avanço das sociedades atrelado aos preceitos do desenvolvimento sustentável.
Portanto, métodos voltados a mensurar impactos no meio ambiente e metodologias baseadas em índice e indicadores são os mais importantes na atualidade (PETROSILLO et al., 2012). Porém, devido à complexidade dos sistemas ambientais e ao número de variáveis envolvidas (PARROT, 2010), é necessário reduzir a massa de dados, para diminuir a complexidade das informações (BENINI et al., 2010), tornando os indicadores mais eficientes e de fácil entendimento e interpretação por parte dos tomadores de decisão. De acordo com Recatalá (2009), no processo de estruturação e seleção de indicadores e índices ambientais, um dos quesitos a ser observado é a identificação dos recursos naturais relevantes que podem ser afetados por planos de uso da terra.
Os índices e indicadores são medidas que resumem o quanto determinado sistema pode estar estabilizado ou afetado por interferências humanas (FLORES et al., 2005). São, portanto, ferramentas fundamentais para estabelecer um sistema operacional de monitoramento dos fatores de cobertura, como paisagens, recursos hídricos, florestas e cerrados, mangues, pastos, agricultura, degradação de terras (MALDONADO; CARVALHO; 2003) e desmatamento e mudanças no uso da terra (FERREIRA et al., 2006), além de manter uma gestão sustentável do uso da terra e traduzir informações indispensáveis ​​para a tomada de decisões, comunicação e sensibilização das populações (WEILAND et al., 2011).

3. Materiais e Métodos

3.1 Caracterização da Área do estudo

O estado do Pará encontra-se localizado na região norte do Brasil. É uma das 27 unidades da federação brasileira, sendo a segunda em extensão 1.247.954 km². Encontra-se dividido em 144 municípios distribuídos em 6 mesorregiões (baixo amazonas, Marajó, metropolitana de Belém, nordeste, sudeste e sudoeste) (Figura 1).
O estado do Pará apresenta uma estrutura histórica de uso da terra atrelado a expansão de atividades agrícolas, pecuária e mineral. Essas atividades, de certa forma, encontram-se correlacionadas ao uso intensivo dos recursos naturais. A manutenção de tais atividades se consolidou a partir de elevados taxas de investimentos, direcionadas a priori, à atividade madeireira como forma de abertura de grandes áreas, e, a posteriori, à inserção de atividades econômicas ligadas à agricultura e à pecuária, como forma de tornar a região produtiva, manter um processo ocupacional e assegurar a relação de poder com a terra. 

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Figura 1. Área do estudo, (A) Brasil com destaque ao estado Pará, (B) Mesorregiões do Estado do Pará.

3.2  Coleta de dados

A coleta dos dados, utilizados de forma a estruturar a matriz (variável) "input" para gerar os indicadores multivariados, foi efetivada a partir dos relatórios do projeto TerraClass 2008 e 2010 (INPE, 2008; 2010), agregados a estatísticas de uso da terra pela agricultura disponibilizadas pelo Instituto de Geografia e Estatística – IBGE 2008 a 2010 (IBE, 2008; 2010). A matriz de entrada (i x j) foi composta por classes de uso e cobertura da terra dentre os 143 municípios do estado do Pará considerados pelo estudo. Sendo, portanto definida como matriz , em que m representa o quantitativo de municípios e j o número de variáveis de uso e cobertura da terra.

3.3 Caracterização das variáveis

As variáveis, de acordo com Terraclass (2008), correspondentes às classes de uso e cobertura da terra foram classificadas conforme as características dos ecossistemas e são apresentadas no quadro 1 a seguir:

 

Quadro 1 – Classes de uso e cobertura da terra e suas descrições

Fonte: Terraclass/INPE (2008).

3.4  Análise de dados

A matriz de dados inicialmente foi analisada no software SPSS 20, de modo a ajustar as cargas fatoriais e identificar as dimensões que explicam o uso e cobertura da terra. Em seguida, as cargas fatoriais rotacionadas foram importadas para o software Statistica 7.0 para ajuste dos Componentes Principais com objetivo de compreender a correlação entre os municípios e as dimensões definidas. Posteriormente, as cargas fatoriais agregadas aos índices estimados através da planilha Excel foram migrados ao software Arc Gis 10.1 para definir os mapas temáticos referentes à classificação dos municípios em relação ao uso e à cobertura da terra no estado do Pará.

3.5  Modelo estatístico

3.5.1 Análise Fatorial

Para identificar as principais dimensões que agem sobre a dinâmica do uso e cobertura da terra nas mesorregiões do estado do Pará, utilizou-se método estatístico multivariado de análise fatorial (AF). A análise Fatorial - AF é uma técnica estatística utilizada para identificar as relações existentes entre um conjunto de variáveis observáveis, também definidas de dependentes, e uma variável latente ou fator (CORRAR et al., 2009, HAIR et al., 2009), visando reduzir a massa de dados para um número menor de "ÍNDICE ou FATORES", de modo a compreender as relações existentes, além de identificar as dimensões isoladas da estrutura dos dados para então determinar o grau em que cada variável é explicada por cada dimensão ou fator (MANLY, 2008). Genericamente, tem-se o seguinte modelo de análise fatorial (1).

em que X = (X1, X2,..., Xm) é um vetor transposto p-dimensional de variáveis aleatórias observáveis; F= (F1, F2, ... , Fm) é um vetor transposto r-dimensional com (r <m) de variáveis não observáveis ou fatores (ou variáveis latentes); εi = (ε1,ε2 ,...,εn) é um vetor transposto p-dimensional de erros aleatórios ou fatores únicos, e ai = é a matriz (p,q) de constantes desconhecidas, chamadas de cargas fatoriais.

Para comparar as correlações simples com as correlações parciais, utilizou-se a estatística de Kaiser-Meyer-Oklin (KMO) (2).

A rotação dos fatores foi realizada através do método "Varimax". O método objetiva redistribuir a variância dos primeiros fatores para os demais e atingir um padrão fatorial mais simples e teoricamente mais significativo (HAIR et al., 2009).

Para testar se a matriz de correlações é uma matriz identidade e avaliar a possível adequação da análise fatorial, utilizou-se o teste de esfericidade de Bartlett (3).

 

A validação das variáveis no ajuste do modelo fatorial foi constatada a partir da estimativa da variância de Xi explicada através dos fatores comuns, denominada de cumunalidade (4).

h2i = a2i1 + a2i2 +......+ a2im                                                                                   (4)

A seleção das dimensões deu-se a partir da técnica de raiz latente, a qual parte do princípio de que valores do autovalor superior a 1 são considerados significativos, e portanto estes autovalores podem explicar a variância de pelo menos uma variável para que seja mantida para interpretação, caso contrário, são considerados insignificantes e descartados da análise (HAIR et al., 2009).

3.5.2 Índice de uso e cobertura da terra - IUCT

O índice de uso e cobertura da terra (IUCT) é aqui definido como uma combinação linear dos escores fatoriais e a proporção da variância explicada por cada fator em relação à variância dos fatores comuns (DILLON; GOLDSTEIN,1984 e BRYMAN; CRAMER, 2001) (5).

                                             

Segundo Carvalho et al., (2007) o cálculo dos escores padronizados é dado por:

    

em que Fmin = representa os valores mínimos observados para os escores fatoriais associados ao uso e cobertura da terra nos municípios do estado do Pará; Fmax= representa os valores máximos observados para os escores fatoriais associados ao uso e cobertura da terra nos municípios do estado do Pará.

A escala hierárquica de classificação dos municípios corresponde a: IUCT ≥ 0,690 =  uso e cobertura da terra são considerados altos; 0,350 ≤ IUCT ≤ 0,690 = uso e cobertura da terra são definidos como intermediários e IUCT ≤ 0,350 = uso e cobertura da terra são classificados como baixos.

4. Resultados

4.1  Caracterização dos testes

O teste de esfericidade de Bartlett (TEB = 983,94) para avaliar a significância geral da matriz de correlação, com objetivo de testar a presença de correlações não nulas, demonstrou significância, sugerindo correlações entre as variáveis em nível de significância de 5%, com nível descritivo (p=0,000), o que justifica a aceitação da hipótese de as variáveis serem correlacionadas, e que, portanto, são factíveis de um estudo através de Análise Fatorial.
Para avaliação dos padrões existentes entre as correlações, assim como para a constatação de relação entre os dados de cobertura e uso da terra no estado do Pará, foi utilizado o Teste de Kaiser-Meyer-Olkin - KMO, que gerou um valor na ordem de 0,770, indicando a existência de correlações parciais entre pares de variáveis, rejeitando, portanto, a hipótese de a matriz de correlação ser uma matriz identidade, confirmando que os dados são adequados à aplicação da análise fatorial (AF) (HAIR et al. 2009).
A partir dos resultados do teste baseado na soma quadrática das variações das contribuições, também definido de raiz latente, identificaram-se apenas cinco fatores de influência na variável uso e cobertura da terra. Estes fatores definem a combinação linear entre as variáveis de uso e cobertura, as quais apresentam capacidade de explicar 78,221% da variabilidade total existente entre estas variáveis dependentes sobre a composição e transformação do espaço, a partir dos dados de uso e de cobertura do solo no Estado do Pará (Tabela 1).

Tabela 1 - Variância Total Explicada pelos Fatores na definição
das dimensões do uso e cobertura da terra no estado do Pará.

Os valores de cumunalidade (h2>0,6) calculados após ajuste da rotação Ortogonal VARIMAX explicam a intensidade da variabilidade total de cada variável ou conjunto de fatores. É possível verificar que todas as variáveis de uso e cobertura da terra no estado do Pará são significativamente importantes para compor os fatores, e explicar as inter-relações existentes e a estrutura de covariância proveniente da correlação de cada variável e seu respectivo fator (Tabela 2).

Tabela 2 - Matriz de Componentes após Cargas Rotacionadas pelo método VARIMAX.

Todas as variáveis possuem forte relação com os fatores retidos, pois apresentaram elevadas cumunalidades. Neste contexto, as variáveis com maior capacidade de explicar os cinco fatores de cobertura e uso da terra no estado do Pará foram: Área urbana (90,6%), Pasto limpo (90,1%), Mineração (84,6%), Desflorestamento (83,0%), Vegetação secundária (82,6%), Hidrologia (80,2%), Pasto sujo (78,8%), Floresta (76,5%), Não florestas (76,0%), Regeneração com pastos (73,9%), Pasto com solo exposto (70,7%), Agricultura anual (67,3%) e Mosaico de ocupação (62,6%), mostrando que boa parte das variâncias dessas variáveis foi explicada pelos respectivos fatores de agregação, podendo, assim, caracterizar a dinâmica de uso e cobertura da terra no estado do Pará.
A rotação ortogonal produziu cargas fatoriais após a rotação da matriz de dados, que permitiu associações das variáveis a um determinado fator (Tabela 2).  O método extremou os valores das cargas fatoriais de cada variável "input" a um determinado fator, e, a partir de então, deu-se a escolha das variáveis que compõem cada uma das cinco dimensões de uso e cobertura da terra no estado do Pará.

4.2 Dimensões do uso da terra no estado do Pará

4.2.1 Pecuária

Esta dimensão referente ao uso e cobertura da terra nos municípios que compreendem o estado do Pará foi contemplada com o maior número de variáveis (46,15%) do total. Ao fator foi associado um poder explicativo da variância total de 31,94%, tendo as variáveis Desflorestamento (86,3%), Pasto com solo exposto (81,6%), Pasto limpo (94,1%), Pasto sujo (87,7%), Regeneração com pasto (60,0%) e Vegetação secundária (74,4%) apresentado as maiores cargas fatoriais, revelando seu alto grau de importância para explicar as características de uso e cobertura da terra nos municípios do estado do Pará. Esses resultados permitem o ajuste da função de cargas fatoriais associada de todas as variáveis que compõem o respectivo fator (Equação 8).

F1 = 0,863(Desflorestamento) + 0,816(Pasto solo exposto) + 0,941(Pasto limpo) + 0,877(Pasto sujo) + 0,600 (Regeneração com pasto) + 0,746 (Vegetação secundária)     (8)   

Todas as variáveis associadas apresentaram uma relação positiva, indicando que a ocorrência de mudanças positivas em cada uma delas reflete resultados positivos quanto ao uso da terra pela atividade relacionada, principalmente a exploração madeireira com sucessão do agronegócio voltado à agropecuária. Essas variáveis são fontes de vantagens à medida que se deseja mensurar e monitorar o avanço da agropecuária associando-o ao avanço tecnológico, pois são variáveis sensíveis às mudanças ocorridas com a adoção de novas tecnologias.
Por outro lado, podem surgir como desvantagens, à medida que aumentem as áreas de pastos sujos ou degradados e avance o aparecimento de novos pastos limpos associados ao crescimento do desflorestamento, o que indicaria a falta de investimentos em recuperação de pastos. Ocorrência que é justificada pelo fato de na região ser mais viável a abertura de novas áreas para a atividade do que investir em recuperação de áreas degradadas, devido aos altos custos decorrentes da disponibilidade e baixos preços da terra, o que, por outro lado, promove o desmatamento.
Dentro desta lógica de uso da terra, Costa (2011) afirma que as formas de promover a conservação de áreas de florestas podem surgir da estruturação de políticas participativas entre setores governamentais, focadas em gerar incentivos a pequenos, médios e grandes produtores rurais, induzindo-os à conservação, a partir da adoção e associação de métodos preservacionistas em seus sistemas ou modo de produção, o que viabilizaria a preservação de habitats e espécies, e de forma associada criaria possibilidades de inserção de políticas de pagamentos por serviços ambientais para produtores que conduzirem suas produções associadas a métodos de conservação, melhorando a situação econômica, social e ambiental de pequenos agricultores.     
Para Herrador e Dimas (2001), a geração de vantagens e incentivos financeiros aos agricultores quanto à produção de serviços ambientais torna-se um atrativo, pois significa aumento de renda e uma redução de risco. Na Amazônia, as atividades relacionadas à exploração madeireira, à pecuária extensiva e à agricultura conduziram a região a processos contínuos de degradação ambiental e conversão de paisagens naturais. Esses processos quase sempre vêm acompanhados de queimadas provocadas com objetivo de limpeza da área.
Existem fortes evidências da associação entre uso do fogo e desflorestamento nas alterações ocorridas quanto ao uso da terra e cobertura do solo na Amazônia (BOWMAN et al., 2008; LIMA et al., 2012; MORTON et al., 2008), fato que pode se agravar com os longos períodos de estiagem e mudanças ocorridas no clima da região (ARAGÃO et al., 2007). Estes fatores tendem a reduzir as possibilidades de exploração econômica de serviços prestados pelos ecossistemas.
Outro problema sério indicado pelo fator é a falta de procupação dos produtores rurais com os riscos advindos da alteração excessiva da cobertura do solo, que, associada a vulnerabilidade dos solos da região, ausência de práticas de manejos tecnificadas e alterações climáticas, induz essas áreas a riscos de degradação constante. Para Vignola et al. (2010), esses problemas potencializam a ação de eventos que causam erosão em bacias vulneráveis e sinalizam a necessidade de práticas de conservação do solo.

4.2.2 Mineração

Esta dimensão apresenta apenas a variável Mineração associada, com explicação de 13,31% da variância total e 91,1% da carga fatorial explicada, revelando sua importância para explicar as características de uso da terra nos municípios do estado do Pará envolvendo a atividade mineral. O resultado permitiu ajustar a seguinte função de carga fatorial associada (Equação 9).

F2 = 0,911 x (Mineração)             (9)

A dimensão apresenta coeficiente positivo, sinalizando a capacidade que a atividade mineral exerce sobre o uso da terra na região. O extrativismo mineral na região Norte do Brasil teve início em 1950 e se intensificou a partir de 1970, como parte da estratégia ao fortalecimento das políticas de ocupação e desenvolvimento econômico da região. A dinâmica da atividade mineral no estado do Pará encontra-se bem diversificada, com produção voltada a bauxita, ferro, ouro, cobre, caulim etc. As áreas relacionadas à extração mineral apresentam uma característica bem definida quanto ao uso da terra, uma vez que estão associadas à remoção de florestas, à aberturas de grandes clareiras, à exposição dos solos e, em certos casos, ao desflorestamento nas proximidades de águas superficiais.

4.2.3 Agricultura

Nesta dimensão, associou-se as variáveis (Agricultura anual (76,5%) e Mosaico de ocupação (73,7%). Este fator, definido de dimensão da agricultura, explicou 10,66% da variância total dos dados. As variáveis associadas se relacionam positivamente (Equação 10).

F4 = 0,765(Agricultura anual) + 0,737(Mosaico de ocupação) (10)

Essas variáveis representam a mesma atividade, porém com características distintas, visto que a Agricultura anual representa a agricultura realizada em áreas extensas com predomínio de culturas de ciclo anual, sobretudo de grãos, e com utilização de elevados padrões tecnológicos, tais como uso de defensivos agrícolas, máquinas e equipamentos, e técnicas de cultivos avançados associada à utilização de sementes certificadas (TERRACLASS, 2008). Vale destacar o avanço da soja na região do Baixo Amazonas e do dendê no nordeste Paraense.
Os mosaicos de ocupação representam associação de diversas modalidades de uso da terra, dentre elas a agricultura familiar, que ocorre na maioria das pequenas propriedades de forma conjugada a: subsistema de pastagens para criação tradicional de gado, pequenas áreas de sucessões florestais, quintais florestais, pastos sujos, regeneração com pastos etc. Apesar de a modalidade ocupar pequenas áreas de terras e ser desprovida do emprego de técnicas, máquinas e equipamentos avançados, apresenta uma dinâmica intensa dentre as famílias do campo, responsável pelo cultivo dos mais variados produtos, ressaltando-se a predominância do cultivo da mandioca na região. A agricultura familiar, embora agregue pequenas unidades de terra e apresente-se fragmentada na região, detém um elevado volume total de ocupação, fato que justifica a correlação existente.
A expansão da agricultura é a principal causa de desmatamento das florestas tropicais, que se destacam pelos serviços oferecidos pelos ecossistemas, como produção de alimentos, armazenamento de carbono e conservação da biodiversidade. Estes serviços são afetados pelas conversões (MORTON et al., 2008), influenciando as mudanças climáticas das regiões e alterando as funções dos ecossistemas (DOLIMAR et al., 2010). 

4.2.4 População         

É explicada apenas pela variável Área urbana, que detém 95,0% de toda a carga fatorial com 7,69% da variância total explicada. Este fator revela um alto grau de importância na explicação das características de uso e cobertura da terra nos municípios do estado do Pará, envolvendo a dinâmica populacional na região. O resultado permitiu ajustar a seguinte função de carga fatorial associada (Equação 11). 

F5 = 0,950(Área urbana)(11)

A referida dimensão apresenta forte relação com o Desflorestamento, Exploração mineral, Degradação de áreas e Mosaico de ocupações. Essas correlações são influenciadas pelo projeto geopolítico de ocupação planejado e implantado na região, pois visou atrair colonos e fortalecer o ciclo de povoamento regional, ocupando e demarcando territórios.

Nesta lógica, Becker (2005) afirma que a ocupação dos estados da região amazônica se encontra em um processo de povoamento consolidado. Esta consolidação foi favorecida pelo uso produtivo da terra e por mudanças na pecuária que, no sudeste do Pará, foram motivadas pelas melhorias realizadas nas pastagens, nos rebanhos e na indústria de couro e de leite, representando mudanças significativas nos municípios em termos de competitividade de mercado e ganhos econômicos.

4.3  Dimensão cobertura da terra no estado do Pará

Apenas uma dimensão foi determinante para explicar a dinâmica de cobertura da terra no estado do Pará, representada pela associação entre os recursos florestais e hídricos, portanto definida de dimensão hidroflorestal.

4.3.1 Hidroflorestal

A dimensão é composta por apenas três variáveis associadas, com explicação de 13,95% da variância total, tendo as variáveis Floresta (54,6%), Hidrologia (87,0%) e Não floresta (81,0%) apresentado as maiores cargas fatoriais neste fator, revelando seu alto grau de importância para explicar as características à cobertura da terra nos municípios do estado do Pará. Os resultados permitiram ajustar a seguinte função de cargas fatoriais associadas (Equação 12).

F2 = 0,546(Floresta) + 0,870(Hidrologia) + 0,810(Não floresta) (12)

Todas as variáveis associadas à referida dimensão detêm uma relação positiva, implicando que a ocorrência de mudanças em cada uma delas reflete resultados positivos quanto à preservação e manutenção dessas áreas. Essas variáveis são fontes de vantagens quanto a políticas de monitoramento dos recursos naturais ainda existentes, assim como favorecem políticas relacionadas a serviços ambientais aos municípios que as detêm preservadas, impedindo o avanço do desflorestamento, a perda de recursos hídricos, a conversão das paisagens, garantindo retornos econômicos por políticas de mitigação das mudanças climáticas, auxiliando a preservação da biodiversidade existente, e viabilizando programas regulatórios para o mercado emergente voltados a serviços ecossistêmicos (DEAL et al., 2012).
As florestas são constantemente ameaçadas pelas expansões das atividades agrícolas, gerando imensas perdas de recursos genéticos de animais e plantas (HAJJAR et al., 2008; NARLOCH et al., 2011). Portanto, surge a necessidade de políticas participativas de pagamentos por conservação, devido a interesses mútuos de governos e sociedades para a geração de externalidades econômicas positivas para as famílias agricultoras mais pobres, induzindo à preservação de paisagens e habitats (COSTA, 2011).
Quanto aos recursos hídricos, os maiores desafios encontram-se relacionados a processos de gestão (GROOT e HERMANS, 2009). Para Smith et al. (2006), as formas de favorecer o controle dos processos erosivos e de manter ocorrências de fluxos e níveis de qualidade da água podem estar relacionados a políticas de preservação e valoração dos recursos naturais. É interessante mostrar que os retornos por preservar podem ser mais benéficos, do ponto de vista econômico, que alguns processos de exploração que levam à depredação dos recursos naturais e geram fragmentação florestal.
A dimensão de uso da terra População vai de encontro a dimensão de cobertura hidroflorestal, pois o avanço das redes das cidades pressiona as áreas de florestas, a biodiversidade, as fontes de recursos hídricos e as áreas de não florestas definidas por vegetações pertencentes a diferentes fitofisionomias de vegetação não florestal, tais como Savanas, Cerrado, Campo limpo de Cerrados, Lavrados, Campinarana, etc. (INPE, 2008).

4.4  Análise de componentes principais - PCA

A aplicação da técnica de componentes principais (PCA) (Figura 2A) permitiu compreender as relações existentes entre os fatores ajustados, sendo possível identificar três principais forças concorrentes que atuam sobre o processo de uso e cobertura da terra nos municípios do estado do Pará.  Duas são motivadas por interesses econômicos de uso da terra, caracterizadas pelas dimensões Pecuária e Agricultura, e outra pela dimensão representativa da dinâmica de cobertura, caracterizada por recursos hídricos e florestais.
Percebe-se que as forças entre as dimensões de uso e cobertura da terra (Pecuária, Agricultura e Hidroflorestal) são concorrentes, uma vez que regiões com praticam fortemente a Pecuária e Agricultura dificilmente conseguem preservar os recursos florestais dentro da atual dinâmica de uso da terra no estado do Pará. Pode-se então inferir que regiões com elevado fator agropecuário tendem a apresentar reduzidas cargas com o setor agrícola e ou com o setor hidroflorestal. Mas não implica afirmar que fatores advindos da pecuária e da agricultura não vão exercer pressões para reduzir as cargas do fator hidroflorestal, visto que o avanço desses fatores e das atividades econômicas relacionadas só será possível com a eliminação de recursos naturais e conversão de paisagens.
As regiões caracterizadas pelo fator hidroflorestal (Figura 2B), na maioria localizadas na mesorregião do Baixo Amazonas, são áreas ambientalmente sensíveis, pois são caracterizadas por elevada fragilidade natural. Por outro lado, são áreas que apresentam elevada capacidade de desenvolvimento sustentável. Nesta lógica, Seto; Fragkias (2007) afirmam que a identificação das áreas caracterizadas por zonas úmidas costeiras e corpos d'água é de extrema importância no monitoramento do uso e cobertura da terra (UCT), essas apresentam condições naturais ideais para atividades ambientalmente exigentes, como a aquicultura.

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Figura 2 - A) Análise de Componentes Principais (PCA) e B) Mapa temático baseado em PCA
para classificar municípios em relação aos fatores de uso e cobertura da terra no estado do Pará.

Estas regiões geralmente estão ligadas a sistemas tradicionais de exploração e uso sustentáveis de interesse social, que segundo ZEE (2010) devem se manter e continuar sendo estimulados, pois desta forma se promoverá a sustentabilidade socioeconômica das populações existentes através da valoração de seus sistemas de produção. Portanto, nessas áreas o uso intensivo da terra deve ser desestimulado em favor de atividades que beneficiem as populações locais existentes e que não demandem a exploração intensiva dos recursos naturais ou a supressão da cobertura vegetal nativa.   
Os resultados sugerem que os fatores Agricultura, Ocupação humana (população) e Pecuária foram dinamizados principalmente em microrregiões às proximidades das grandes rodovias (Figura 3), mormente relacionada à Transamazônica e à Belém/Brasília. Vale expor que os municípios do estado do Pará classificados pelos fatores agricultura e pecuária estão inseridos na sua maioria, em uma área definida de "arco do desflorestamento" ocorrido na Amazônia Legal, o qual favoreceu o avanço do desflorestamento e a expansão da fronteira agrícola na região. Analisando as demais mesorregiões, pode-se afirmar que o fator Pecuária encontra-se centrado no sudeste Paraense; Mineração, Ocupação humana (população) e Agricultura nas mesorregiões Metropolitana e nordeste Paraense; Hidroflorestal alocado nas mesorregiões do Baixo Amazonas e Marajó; e Mineração, Ocupação humana e Agropecuária na mesorregião sudoeste paraense.
A atividade pecuária e a agricultura nos moldes tradicionais ocorreram na região de forma mutuamente exclusiva, fato observado na mesorregião sudeste do Pará, onde a maioria das microrregiões avançou na pecuária, porém estagnou na atividade agrícola, sendo observada em alguns municípios influenciados pela dinâmica agrícola praticada no norte paraense.

 

Figura 3 - Distribuição das dimensões de uso e cobertura
da terra no estado do Pará 2008 a 2010.

4.1.1  Índice de uso e cobertura da terra - IUCT

Os resultados (Figura 4), sugerem apenas 3 (2%) dos municípios apresentaram intermediário desempenho quanto ao uso e cobertura da terra, com índice variando entre (0,350 ≤ IUCT ≤ 0,690). Estas microrregiões obtiveram sinais positivos e altos nos dois mais importantes escores fatoriais e sinal negativo nos três últimos. Os escores fatoriais positivos nas dimensões Conversão floresta/pastagem e dimensão hidro-florestal é indicativo de que estes municípios, apesar de apresentarem considerável conversão dos ecossistemas motivados por fatores econômicos de uso da terra, por atividades agrícolas e pecuária, são detentores de grandes regiões ainda com cobertura da terra por florestas e hidrografias.

 

Figura 4 - Classificação dos municípios segundo o índice de uso
e cobertura da terra (IUCT) no estado do Pará, 2008 a 2010.  

Os demais municípios do estado apresentaram IUCT inferior a 0,39, ou seja, baixo desempenho no uso e cobertura da terra. Todos os municípios nesta categoria apresentaram baixos escores fatoriais, revelando um quadro de baixa capacidade de gestão destes municípios em associarem o uso da terra eficiente, de modo a abranger todas as categorias de fatores, o que, de certa forma, torna-se impossível em determinadas situações, por serem atividades mutuamente exclusivas.
Cabe ressaltar que os municípios que apresentaram IUCT baixos encontram-se numa posição desfavorável quanto ao uso e cobertura da terra na região, pois apresentam fatores negativos na maioria dos escores das dimensões. A evolução para o estágio intermediário somente se dará através de investimentos e do emprego de tecnologia na agricultura e nas práticas de desenvolvimento sustentável.
Investimentos em práticas agrícolas mais sustentáveis também irão favorecer uma realocação de municípios da classe intermediária à classe alta, pois estarão reduzindo efeitos negativos sobre novas áreas de florestas para novos plantios, e elevando a produtividade agrícola de suas propriedades, sem que para isso seja necessário gerar novos mosaicos de paisagens, abandono de pastagens, degradação de pastagem e desflorestamentos.
Foi observado que nos municípios os indicadores estão fortemente associados a práticas não sustentáveis de uso da terra, principalmente relacionados à atividade da pecuária, cuja expansão, ao longo de décadas nas regiões do estado, somente foi possível a partir da supressão de novas áreas de florestas, comprometendo o fator hidroflorestal. Por outro lado, devido à atividade requerer grandes investimentos em manutenção de solo e pastagens, os proprietários acabam abandonando propriedades não mais produtivas, migrando para novas áreas de florestas.
Com objetivo de conter novas migrações, expansão sobre novas florestas, reduzir custo e expandir a produtividade, algumas regiões já começam a implantar soluções tecnológicas baseadas em novos sistemas integrados de produção, envolvendo a produção de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação, consorciação e/ou sucessão. Existem diversas possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal, considerando espaço e tempo disponível, resultando em diferentes sistemas integrados, como Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Lavoura-Pecuária (ILP), Silvipastoril (SSP) ou Agroflorestais (SAF).
A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) se destaca na região como principal sistema a favorecer a classificação dos municípios quanto ao indicador de uso e cobertura, pois este sistema promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas e agrega, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, além de melhorar a fertilidade do solo com a aplicação de técnicas e sistemas de plantio adequados para a otimização e a intensificação de seu uso.
Para as pequenas propriedades na Amazônia, na maioria executoras da agricultura familiar, e de extrema relevância no contexto agrícola brasileiro (HURTIENNE, 2005), uma forma sustentável seria a adoção de Sistemas Agroflorestais (SAFs), visto que nesses estabelecimentos é comum o sistema tradicional de produção, chamado de "sistema corte e queima" caracterizado como repercussões de prejuízos ambientais, pois o sistema se caracteriza pelo uso contínuo da terra, que varia de 1 a 2 anos, seguido por período de pousio (descanso da terra) e migração para novas áreas (SCHMITZ, 2007).
Os Sistemas Agroflorestais propõem abranger aspectos relevantes do desenvolvimento sustentável "Social, Econômico e Ambiental", ampliando as possibilidades de trabalhar a atividade agrícola sem acarretar prejuízos ambientais e livre de comprometer a terra com produção de culturas agrícolas e pecuária, buscando sempre otimizar e tornar sustentável o uso da terra.
Para Macêdo (2001), o cultivo de espécies em sistema agroflorestal tem se mostrado uma alternativa bastante viável aos agricultores, principalmente com utilização de mão de obra familiar frente às emergentes pressões sociais por uma agricultura que não danifique o meio ambiente, visando a conservar os recursos naturais existentes e a fornecer produtos mais saudáveis, sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar.
Nesta lógica, os Sistemas Agroflorestais representam uma alternativa para os pequenos agricultores da Amazônia, pois permitem retornos econômicos mais estáveis através de investimentos mínimos de capital e mão-de-obra, possibilitando a conservação dos solos, rios e florestas da região. Assim, a conservação dos recursos naturais da Amazônia depende, acima de tudo, do bem-estar de seus habitantes (FRANKE et al., 2000).

5. Considerações Finais

A composição do uso da terra nas microrregiões do estado do Pará, encontra-se no geral atrelada às mudanças proporcionadas por ciclos econômicos ocorridos na região, os quais promoveram mudanças significativas de ordem econômica, ambiental, social e de produção.
Os resultados permitiram a extração de cinco dimensões explicativas do uso e cobertura da terra pelos municípios do estado do Pará: pecuária, hidroflorestal, exploração mineral, agricultura e população.
Com base nas dimensões, foi possível determinar as principais variáveis e suas correlações, identificando aquelas que mais contribuíram para o uso e ocupação da terra nas microrregiões do estado do Pará, e que podem ser explicadas pelas mudanças históricas vivenciadas no setor agropecuário, predominantemente extensivo na região. A dinâmica de expansão deste setor no território amazônico deflagrou a redução ou a eliminação de florestas e definiu impactos na mudança da paisagem, pois condicionou a região para a ocorrência de mosaicos de paisagens, a partir de um roteiro prévio definido, seguido da exploração florestal com corte raso das florestas, queimadas, implantação de pastos e inserção de bovinos.
A lógica do desflorestamento no estado do Pará foi definida pelo valor da terra e pela demanda dos produtos florestais no mercado, pois sua exploração inicial é predominante nas áreas com espécies de maior valor econômico, que, com seu esgotamento, leva à migração do fluxo exploratório para as regiões com concentração dessas espécies.
A exploração florestal, associada à pecuária extensiva conduziu o uso da terra na região. Grande parte das propriedades seguiu esta lógica de exploração e ocupação, influenciada, de certa forma, pela falta de investimentos em tecnologias agrícolas e pelas facilidades de terras. Estes fatores acabavam por deslocar os produtores sobre novas áreas, repetindo todo o ciclo de ocupação. Historicamente, este processo favoreceu a concentração de terras, conflitos agrários e o desflorestamento da região.
No entanto, esta lógica acaba por comprometer as microrregiões com grandes reservas naturais ainda existentes no Estado, pois a falta de políticas públicas voltadas a gerir os recursos hídricos e florestais, pode viabilizar o declínio do fator Hidroflorestal. Se a receita econômica advinda da exploração e ocupação da terra, imprimidas por atividades que direcionam as regiões à conversão florestal e pastagem, se caracterizar mais rentável e lucrativa, nada impedirá que a expansão exploratória avance sobre os recursos naturais ainda existentes, eliminando ecossistemas e biodiversidade.
Neste contexto, o governo brasileiro, preocupado com a redução constante da cobertura vegetal na Amazônia, lançou em 2000 a política ambiental de criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservações-SNUC, voltado a criação e instituição das unidades ou áreas especiais de conservação e preservação. Com as unidades se pretendia manter a diversidade biológica e os recursos genéticos no território e nas águas jurisdicionais, preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas, promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais, promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza voltados ao desenvolvimento e proteger paisagens naturais.
Essas unidades surgem como forma de proteção e governança do setor hidroflorestal, freando as ações advindas dos fatores que levam à conversão das florestas e implantação de pastagens, através da redução considerável das pressões antrópicas sofridas pelos sistemas florestais, do fortalecimento da política de preservação e manutenção das ́áreas de florestas nativas na Amazônia.  
No tocante à expansão urbana, sua consolidação foi favorecida por políticas governamentais de aquisição de terras e facilidade de acesso, e viabilizou um processo intenso e descontrolado de povoamento e uso predatório dos recursos naturais, impactando claramente os ecossistemas e mudando significativamente a cobertura do solo.
As atividades relacionadas à expansão humana, agricultura de pequena e larga escala, criação de gado e exploração mineral são os principais fatores relacionados às mudanças da cobertura do solo na região.   
Ressalta-se que as políticas de controle e repressão surgem como ferramentas de contenção dessas atividades sobre os fatores florestas, recursos hídricos e Cerrados, os quais devido a questões econômicas, são constantemente ameaçados pelo avanço às atividades de uso, como exploração madeireira, agricultura de larga escala e criação de gado.

Essas informações podem direcionar os tomadores de decisão na estruturação de políticas voltadas a gerir o avanço econômico conciliado com a preservação dos recursos florestais e hídricos ainda existentes, orientando-os na definição de metas sustentáveis de uso do solo na região. Por outro lado, torna-se necessário que políticas agrícolas de expansão dos monocultivos sejam direcionadas a áreas já desflorestadas e abandonadas pela criação extensiva de gado na região, como forma de reduzir as pressões sobre as áreas de cobertura existentes, eliminando a possibilidade de degradação e conversão de paisagens naturais preservadas. A adoção dessas medidas poderia ser um marco importante no processo de incorporação do desenvolvimento sustentável na região.

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ZEE Zona Oeste do estado do Pará. Editores técnicos, VENTURIERI A., MONTEIRO, M. A., MENEZES, C. R. C. Belém, PA: EMBRAPA Amazônia Oriental, 2010.


1. Graduado em Estatística Bacharelado pela Universidade Federal do Pará (2001), licenciado em Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (2013) com mestrado em Matemática e Estatística pela Universidade Federal do Pará (2007). Atualmente é professor do Instituto Federal do Pará - Campus Castanhal atuando na área de Estatística, Matemática e Computação, e doutorando no Programa de Pós graduação em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA com pesquisa vinculada aos Agroecossistemas da Amazônia Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA E-mail: lixlellis@yahoo.com.br
2. Graduado em Engenharia Florestal (Ciências Florestais), e pós-graduado (lato sensu) em Silvicutura Tropical (1980-1981) pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará-FCAP(1979)- hoje Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA, mestre em Ciências Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ_USP- Walter P Lima) em 1989 nas áreas de Hidrologia Florestal, Biogeoquímica, Manejo de Ecossistemas e Bacias Hidrográficas, doutor em Ciências (Geologia e Geoquímica_UFPA-José F F Ramos) em 2005, com foco em Biogeoquímica de Ecossistemas Terrestres. Atualmente, é professor Associado IV, bolsista de Produtividade CNPq PQ 2 RF (2013- 2016), orientador nos níveis mestrado, doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais- (UFRA-Campus Belém.- supervisionou bolsista PRODOC- PPGCF , e supervisiona bolsistas de pos-doutoramento do PNPD- CAPES e CNPQ atuando no ensino, e pesquisa nas áreas de Teoria de Sistemas; Hidrologia florestal, Biogeoquímica, Manejo de Ecossistemas e Bacias Hidrográficas, e coordena o Programa de Pós-Gradução em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia. Instituto de Ciências Agrárias – ICA – UFRA. E-mail: : fdassis@gmail.com

3.3 Doutor em Agricultural Economics pela University of Florida (1976). Mestre em Agricultural Economics pela University of Florida (1972). Graduado em International Agriculture (Minor: Economics) pela California State Polythecnic University (1970). Professor de Métodos Quantitativos (Econometria e Programação Linear) no Mestrado e Doutorado do Departamento de Economia Rural (1977-1979) da Universidade Federal de Viçosa. Professor de Métodos Quantitativos (Econometria e Programação Linear) no Mestrado do Departamento de Economia Rural (1980-1982) da Universidade Federal do Ceará. Pesquisador do Mercado Internacional de Cacau na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira- CEPLAC- Belém, Pará (1982-2008). Professor Visitante do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Coordenador do Curso de Especialização em Política de Ciência da Tecnologia para o Desenvolvimento da Amazônia (CIPCTAM) financiado pela United Nations University (UNU) (1997-1999). Professor Visitante do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA) (2008-2012). Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em Administração? PPAD da Universidade da Amazônia (UNAMA). Professor do Programa de Mestrado em Gestão Pública do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA). Assessor da Cátedra UNESCO de Cooperação Sul-Sul para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Pará (UFPA) (2008-2012). Áreas de interesse de pesquisa: Teoria dos sistemas; Métodos quantitativos; Geopolítica Internacional; Amazônia no Macro-ambiente Internacional e Desenvolvimento sustentável. E-mail: marioamin@gmail.com

4. Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Pará (1992), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e doutorado em Economia Agrícola na Justus-Liebig-Universität Giessen na Alemanha (2008).  Atualmente é Professora Adjunta da Universidade do Estado do Pará, atuando no Departamento de Ciências Sociais Aplicadas, e professora permanente do mestrado em Ciências Ambientais. Atua nos cursos de graduação em Engenharia de Produção e Engenharia Ambiental, e diversos cursos de especialização. Na área da pesquisa, é lider do grupo de pesquisa Competitividade e Sustentabilidade Regional e desenvolve estudos técnicos e pesquisas nas áreas de Desenvolvimento Regional, Política e Gestão Ambiental, Serviços Ambientais e Economia de Baixo Carbono.Universidade do Estado do Pará – UEPA. E-mail: normaelybeltrao@gmail.com

5. Graduada em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará (1999), mestrado no Departamento de Engenharia Agrícola em (Agrometeorologia) pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e doutorado também em Agrometeorologia pela Universidade Federal de Viçosa (2009). Pós Doutorado, Universidade Federal Rural da Amazônia, em Ciências Florestais, Tem experiência na área de Agrometeorologia, meteorologia, radar meteorológico, Instrumentação Meteorológica, pesquisa de campo na área de micrometeorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Mudanças climáticas, emissão da concentração de carbono, tempo e Clima, medições ambientais em floresta, floresta de mangue, medições micrometeorológicas e de fluxo de CO2 em cultura de feijão caupi e cultura de milho. Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA E-mail: vandaandrade@ufra.gmail.com


Vol. 37 (Nº 05) Año 2016

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