Espacios. Vol. 36 (Nº 22) Año 2015. Pág. 15

Análise dos Impactos da Copa de 2014 na Logística de Distribuição em Operações de Transporte

Analysis of Impacts of Cup 2014 in Distribution Logistics in Transport Operations

Andréia Lima Rodrigues PINHEIRO 1; Caroline Borges KOHL 2; Diego Augusto de Jesus PACHECO 3

Recibido: 30/07/15 • Aprobado: 25/08/2015


Contenido

1. Introdução

2. Logística de transportes

3. Resultados

4. Conclusão

Referências

Apêndice 1


RESUMO:

A necessidade de atender a demanda de entregas e coletas vem do número crescente de aquisições de compra e vendas online que aumenta diariamente com a globalização e as facilidades existentes. Este artigo tem por objetivo fazer uma breve análise dos principais impactos ocasionados no roteiro de entregas realizadas em Porto Alegre e região metropolitana durante o período dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Para isto utilizamos os dados coletados junto a uma empresa de transporte de médio porte com sede na capital, a pesquisa foi realizada junto aos principais clientes da transportadora visando identificar as mudanças ocasionadas nas janelas de entrega e coleta devido às alterações nos turnos de trabalho que impacta diretamente no recebimento de cargas nos dias de jogos, há também o desejo de coletar dados para que haja uma programação para eventos futuros, o reconhecimento de um planejamento efetivo e como estas mudanças impactam no processo geral.
Palavras - chave: distribuição; clientes; transportes; operações.

ABSTRACT:

The need to meet the demand for deliveries / collections comes from the increasing number of acquisitions of online purchasing and sales increases daily with globalization and existing facilities. This article aims to give a brief analysis of the main impacts caused the script deliveries in Porto Alegre and its metropolitan area during the period of the games of the World Cup 2014. For this purpose, data collected from a transport company average size based in the capital, the survey was conducted with the main customers of the carrier to identify the changes caused in the windows of delivery and collection due to changes in work shifts that directly impacts on receipt of cargo on match days, there is also the desire to collect data so that there is a schedule for future events, recognition of effective planning and how these changes impact the overall process.
Keywords: distribution; customers; transport; operations.

1. Introdução

O transporte de cargas é um setor de negócios da economia, essencial no processo de abastecimento geral das necessidades das indústrias /mercados, este é o principal compositor do custo logístico e tem papel fundamental no quão eficiente possa ser o atendimento as necessidades do cliente final estima-se que 60,49% da utilização de modais de transporte mais utilizado no Brasil seja o rodoviário, grande parte disto por responsabilidade do governo e suas entraves burocráticas que dificultam a navegação e não dispõe de verbas para investimentos em outras áreas como nas hidrovias e ferrovias. Com isto, nos últimos anos os custos das transportadoras veem sofrendo alterações significativas demandantes dos altos valores com consumo de combustíveis, reajuste dos pedágios, custos operacionais e desgaste das frotas ocasionadas pela má conservação das estradas.

Segundo Bertaglia (2003, p. 283), a atividade de transporte gera fluxos físicos de bens ou serviços ao encontro dos canais de distribuição, é responsável pelos movimentos de produtos utilizando modalidades de transporte que ligam as unidades físicas de produção ou armazenagem até os pontos de compra ou consumo. O Transporte rodoviário é considerado o mais independente das formas de locomoção, sendo que possibilita movimentar grandes variedades de materiais para qualquer destino, sendo utilizado para encomendas de diversos tamanhos e portes, para curtas, médias e longas distâncias. Magno (2011) apresentou em seu trabalho possíveis conquistas que o Brasil, ou melhor, em questão nossa subsede em Porto Alegre possa vir a ter com as obras de melhorias que terão de ser realizadas para os jogos da copa. Os legados destes eventos esportivos foram categorizados e comparados à realidade de Porto Alegre, identificaram-se melhorias na infraestrutura urbana, realocação de moradores e consolidação da imagem da cidade como atrativo ponto turístico, desenvolvendo assim a economia local, tendo em vista que tais obras já se faziam necessárias para o bem estar da população.

Dessa maneira, as empresas do ramo tem buscado alternativas para viabilizar as entregas e adequar o serviço de forma eficiente e com valor justo. È baseado nestas premissas que verificamos a necessidade de fazer um levantamento de dados junto aos principais clientes da transportadora para identificar e responder a seguinte pergunta: Qual será o impacto que o remanejo de rotas e horários durante os jogos da Copa irão ocasionar? Para atender este questionamento, fez-se necessário, entrevista com o setor responsável pelo agendamento de coletas e distribuição e parte da carteira de clientes, pesquisa qualitativa e quantitativa, e por fim a análise dos dados coletados.

2. Logística de transportes

Para Razzolini Filho (2011, p. 68), transporte é a atividade de movimentação de materiais, produtos e/ ou pessoas ao longo da cadeia de abastecimento e uma de suas principais funções é disponibilizar cada tipo de mercadoria no momento e lugares certos em que exista a demanda. Possibilita expandir mercados ao servir de elo de ligação entre as empresas e os diversos ramos do mercado, rompendo barreiras e alcançando a todos de uma forma favorável.                                                                                                                                                                                                                                                 Com o intuito de conhecer a real importância do transporte de distribuição, os modais existentes e analisar os impactos da Copa de 2014 no país apresentaremos a seguir alguns trabalhos que explicitam os estudos voltados para a área, dando veracidade e apresentando a importância de um planejamento eficaz, independente das circunstâncias.

Melo e Filho (2001), embora não apresente um trabalho muito recente, nos evidencia em sua pesquisa a necessidade de um sistema de Roteirização e Programação de Veículos, é notório o número crescente de veículos nas ruas e as empresas de engenharia e tráfego tem imposto normas cada vez mais severas para reduzir o fluxo de carros no trânsito, restrições estas que vão desde o tamanho até horários de circulação de veículos, nas operações de coleta e/ou entrega de produtos. Nesse sentido, muitas empresas de transporte têm tentado dar maior confiabilidade, mais velocidade e flexibilidade, assim como praticar a intermodalidade em todos os seus canais de distribuição, buscando maior eficiência e pontualidade nas tarefas de entrega e/ou coleta; um melhor aproveitamento da frota e dos motoristas; menores tempos de ciclo; menores tempos de obtenção e melhor planejamento das rotas, gerando assim sensíveis reduções de custos operacionais, melhoria da imagem da empresa no mercado, maior fidelidade de clientes e, em função disso, uma conquista cada vez maior de fatias de mercado.

A grande maioria dos casos de planejamento estratégico eficaz está relacionado diretamente a satisfação do cliente. É o que nos apresenta Silva (2014), em seu estudo onde diz que: "... para que haja acordo entre o serviço prestado pela empresa e a satisfação do cliente perante a qualidade, devem ser traçados planos de melhoria que objetivam a elaboração de uma proposta para ampliar o volume de transportes de cargas da empresa através de um plano estratégico de marketing.  Onde observa-se   que os clientes e motoristas exigem agilidade na entrega de cargas, bons preços e bom atendimento no ato da negociação...". Notou-se que a maioria dos fretes destina-se à Região Sudeste do Brasil então se pretende aumentar o volume de cargas nesta Região garantindo a ampliação do mercado e de clientes.

Segundo Ribeiro e Ferreira (2002), o transporte tem papel fundamental na prestação de serviço ao cliente. Vem por meio de seu estudo, definir, caracterizar e  classificar os modais de transporte de carga, estabelecendo uma comparação entre eles visando traçar um panorama atual dos transportes no país, mostrando sua Multifuncionalidade e Intermodalidade que são primordiais para  promover a melhoria das atividades logísticas e de transporte e assim construir uma via de acesso e escoamento de produção mais eficientes.

Pasin, Lacerda e Laplane (2009), capítulo este escrito por economistas do BNDES enfocam a atuação do banco  em transportes e logística, apontando novos caminhos para o investimentos no setor. As inversões na malha logística requerem, em geral, elevado volume de recursos e longos prazos de maturação. Nada mais natural, portanto, que o BNDES tenha sido um dos seus grandes financiadores no país desde a década de 1950. Hoje, o apoio do banco para o setor consiste na estruturação de financiamentos para a manutenção, modernização e expansão das linhas logísticas existentes, no crédito à aquisição de equipamentos de transporte, na participação no capital das empresas, e na contratação de estudos técnicos sobre o setor. Conclui-se que o conjunto de desafios para o sucesso da logística no Brasil envolve a busca (pelos agentes públicos e privados) de um equilíbrio entre o atendimento das necessidades de competitividade dos produtos brasileiros e o encaminhamento das questões sociais e ambientais resultantes da reorganização do território nacional, em função da implementação das redes logísticas.

Estender e Camargo (2012), em sua pesquisa dedica-se  ao estudo e visualização da problemática que os modais brasileiros apresentam, mostrando as diretrizes e metas que o setor público e o privado pretendem alcançar para adotar o melhor modelo de estruturação dos modais, para que possam atender plenamente os usuários e tenham uma integração total entre eles. Um plano nacional de logística reverterá muitos benefícios para o setor de transporte, pois quando se fala em logística, pensamos no assunto de infraestrutura, mas temos que pensar nos investimentos para viabilizá-lo.

Para o período compreendido entre os anos de 2010-2014, há uma perspectiva de investimento em logística que pode chegar a quase R$ 130 bilhões de reais, sendo que desse montante 43% vêm de recursos do BNDES, 37% do setor privado e aproximadamente 20% de órgãos públicos. A redução de custo operacional, a acessibilidade, a redução do ônus e do tempo de deslocamento e a integração dos modais são fatores determinantes para que o Brasil receba a Copa do Mundo e Olímpiadas, atendendo as necessidades dos visitantes, resolvendo a desproporcionalidade existente entre os modais, trazendo a viabilidade de projetos financeiros e a competitividade crescente da economia brasileira.

O estudo de Neto et al. (2010), fundamentou-se em um estudo de caso em uma grande empresa de fabricação de vidros que tinha inicialmente por objetivo reduzir custos de produção e aumentar a eficiência logística por meio de um processo de terceirização de transporte e armazenagem. Entretanto, não houve uma avaliação clara nos processos adotados por estas transportadoras e nem uma análise correta das operações para que fosse elaborado um contrato eficaz, o que gerou um grande aumento no índice de avarias, queda na acurácia dos estoques, aumento no custo de armazenagem, insatisfação dos clientes e aumento com custo de pessoal, pois a empresa decidiu alocar pessoas para supervisionar as tarefas assim reduzindo o número de insatisfação dos clientes.

Conclui-se quão grande é a necessidade de um planejamento e uma análise geral de todos os critérios antes da tomada de decisão referente a uma terceirização de uma área (transportes) tão fundamental no processo de atendimento ao cliente. Souza e Markoski (2012), nos apresenta um artigo voltado ao estudo de como através da redução de custos com a logística o país pode se tornar mais atrativo e competitivo. Apresenta-nos também as vantagens e desvantagens dos principais modais de transporte, as formas de armazenagens e estoques. Realiza em seu estudo um comparativo entre o Brasil e a forma como é feito em outros países, concluindo que há enormes desigualdades que necessitam ser urgentemente sanadas para que tenhamos condições de competir em outros mercados ainda pouco explorados devido a falta de melhorias no planejamento da logística interna em nosso país. 

O estudo de Carvalho (2010), veio nos apresentar a importância do processo eficaz que a logística alcança através de seu processo de gerenciar estrategicamente e como podemos maximizar as lucratividades e reduzir significativamente os custos levando a empresa a ter uma vantagem competitiva perante seus concorrentes. Concluiu que muitas organizações hoje em dia veem na logística a melhor maneira para vencer desafios já que através do próprio sistema logístico podem agregar valor e ao mesmo tempo reduzir custos e garantir o aumento da lucratividade. Giordani (2013), nos apresenta um estudo de caso referente à coleta e transporte dos resíduos sólidos da construção civil gerados no decorrer das obras para adequação aos jogos da Copa. Giordani em todas suas considerações observou que o uso adequado dos resíduos sólidos possui uma defasagem tecnológica e de processos, afirma também que o uso adequado destes resíduos pode ter uma destinação ambientalmente correta gerando uma movimentação financeira atraente e contribuindo significativamente para a logística reversa.

Para Botter, Tacla e Hino (2006) a colaboração na logística, e mais especificamente no transporte, é ainda mais interessante para o carreteiro que para as empresas patrocinadoras do projeto por que: minimiza a busca por transporte de retorno, longas demoras para operações de carga e descarga, e, portanto perda de lucratividade. Com a implementação do transporte colaborativo as empresas ganham em frete e detêm o caminhão em seu sistema, gerando forte vantagem competitiva frente aos concorrentes que não se utilizam deste processo. O sistema, como um todo, ganha com a implementação do Transporte Colaborativo através da metodologia proposta nesta pesquisa; ganha em produtividade, em custos, em organização e em garantia de recursos que, em última instância, garante a perpetuação do negócio.

3. Resultados

A empresa de transportes é uma empresa voltada para o transporte de carga geral, tanto como fracionada como indivisível ou completa, situada na cidade de Porto Alegre, há mais de 30 anos no mercado. Possui também filiais nas cidades de Caxias do Sul – RS, Joinville – SC, Curitiba – PR, Osasco – SP e recentemente com uma nova filial na cidade de Campinas - SP. A mesma possui sede própria, um terreno de aproximadamente 2.500m², onde há dois depósitos para a armazenagem de materiais.

Para atender a demanda de seus clientes a empresa possui frota própria, sendo ela dividida em 15 caminhões de médio porte, 2 empilhadeiras para carga e descarga, 2 carretas, 1 furgão e 1 carro, que ficam alocados na unidade de Porto Alegre. A empresa possui um sistema de rastreamento, onde todos os caminhões são monitorados, desde o processo de coleta até a entrega no cliente final. Compreende os princípios e ações integradas e orientadas para o gerenciamento das diversas atividades que visam satisfazer, plena e permanentemente, as necessidades de transporte de seus clientes. Os processos analisados são a seguir explicados.

A coleta de volumes para o transporte é o inicio do processo destinado a disponibilizar ao cliente, os produtos ou bens por ele adquiridos, no tempo e local certos. A coleta envolve duas fases distintas: i)atendimento ao pedido de solicitação de coleta: o operador acolhe a solicitação de coleta verificando as necessidades dos clientes e as características dos produtos; ii) operação de coleta: o gerente operacional recebe a ordem de coleta, identificando os dados nela contidos, designando o motorista e o veículo apropriado.

No carregamento ocorre o manuseio, armazenamento e acondicionamento dos volumes em processo de transporte devem assegurar a preservação da integridade da carga, a sua rápida localização e o correto embarque da mesma. A expedição assegura que os volumes transportados estejam acompanhados da documentação fiscal exigida e dos demais documentos internos que possibilitarão o rastreamento e o controle dos volumes e dos serviços realizados.

A transferência é a operação de deslocamento da carga de uma unidade embarcadora até uma unidade de destino da empresa ou, em caso de carga direta, até o seu cliente destinatário. A transferência garante que os volumes transportados não sofram danos ou avarias e cheguem, até o seu destino, no tempo certo. A descarga consiste na retirada dos volumes do compartimento do veículo de transferência da carga para serem, posteriormente, entregues ao cliente destinatário.

Os procedimentos de descarga envolvem a inspeção do estado dos volumes transportados, a conformidade destes volumes com relação aos seus respectivos documentos e o manuseio e posicionamento dos mesmos no terminal para o embarque destinado a sua entrega para cliente destinatário. A entrega de volumes ao cliente destinatário é a fase final de um processo operacional de transporte de bens. O cliente recebe as mercadorias por ele necessitadas e assim a empresa de transporte cumpre a sua missão.

Após conhecidos os processos, fez-se a aplicação de questionário junto aos clientes da empresa. O intuito da pesquisa realizada com o gestor da empresa era de reconhecer os impactos sofridos durante o período da Copa do Mundo, para isto foi aplicado juntamente com cerca de 5% dos clientes da empresa, um questionário onde o principal objetivo foi a de adquirir os resultados em relação a entregas e coletas dentro do período estabelecido. Após os resultados, juntamente com o setor da qualidade da empresa foi relatado às comparações das operações antes e durante a Copa com os mesmos clientes.

De acordo com as respectivas respostas, podemos identificar que nas perguntas três e quatro houve contradição nas respostas (apêndice 1). Pois a primeira destina-se as coletas, onde os clientes que responderam o questionário disseram que a empresa atende suas necessidades, porém, quando questionado sobre o desempenho de entrega alguns disseram que a mesma não atende suas necessidades, devido há alguns problemas com o sistema operacional.

Tabela 1: Resultados de coleta e entrega antes e durante a Copa do Mundo

Relatório de Pesquisa antes da Copa do Mundo

Clientes

Coletas

Coletas Fora do Prazo

Entregas

Entregas Fora do Prazo

A

12

2

12

2

B

10

1

12

2

C

10

2

12

1

D

5

2

12

2

E

7

1

12

0

F

10

2

12

3

TOTAL

54

10

72

10

Períodos dos dias 14/05/2014 á 30/05/2014(somente dias da semana) - Para estes clientes as coletas são automáticas, ou seja, horário das 15h às 17h

 

Relatório de Pesquisa durante a Copa do Mundo

Clientes

Coletas

Coletas Fora do Prazo

Entregas

Entregas Fora do Prazo

A

12

4

12

6

B

10

3

12

5

C

10

3

12

5

D

6

2

12

2

E

8

2

12

2

F

10

3

12

5

TOTAL

56

17

72

25

Períodos dos dias 12/06/2014 á 23/06/2014(somente dias da semana) - Para estes clientes as coletas são automáticas, ou seja, horário das 15h às 17h

No período a qual foi implantada a pesquisa verificou-se que apenas 18,5% das coletas automáticas e que 13,88% das entregas, não foram realizadas dentro do prazo. De acordo com o gestor da área operacional isto aconteceu devido à demanda de outras coletas e entregas a qual impactou no atraso. Mas que os materiais não deixaram de serem entregues e embarcados, pois foi verificado com seus clientes a possibilidade de estenderem o horário de recebimento, entretanto, como a empresa visa pela qualidade do serviço, estes atrasos foram autuados pelo setor de qualidade como não conformidade, e serão avaliados junto ao setor responsável para que não ocorram novamente.

Para o período estabelecido durante a Copa do Mundo constatou-se que 30,35 % das coletas automáticas e que 37,72% das entregas não foram realizadas dentro do período estabelecido, juntamente com o gestor operacional foram verificados os pontos que estabeleceram este aumento e os impactos que o sistema operacional sofreu. Abaixo segue os principais relatos ocorridos principalmente nos dias dos jogos do Brasil:

  1. Devido à antecipação dos horários das coletas, muitas vezes a transportadora não tinha o caminhão adequado para carregar o material. Ocasionando assim, a alteração da coleta para o outro dia e muitas vezes de a mesma ser cancelada;
  2. Muitos clientes tiveram sua jornada de trabalho alterada, com isto a transportadora teve que adaptar suas rotas, aos horários estabelecidos com alguns clientes;
  3. Um dos jogos do Brasil antecedeu o feriado a qual impactou ao acúmulo de mercadorias no depósito;
  4. Excesso de horas extras para suprir a demanda de coletas e entregas.

Diante do mercado competitivo no setor de transportes, estimular a confiança e os valores de serviços seria a maneira de desenvolver e sustentar as operações e estratégias, não beneficiando apenas uma das partes e sim ambas. Devendo ser estipuladas diretrizes que definam políticas e procedimentos operacionais, conjuntos para lidar com a rotina diária e com eventos inesperados.

O estudo acima evidenciou como um evento de grande porte pode influenciar direta e indiretamente nos processos gerais de toda uma cadeia produtiva e até mesmo serviços diversos e alheios a empresas, como é o meio acadêmico. Através dos dados coletados constatou-se a necessidade de um planejamento estratégico mais voraz para lidar com situações atípicas que advém ou não de fenômenos externos a empresa e para isto recomendamos como tema para pesquisas futuras uma análise mais detalhada de toda a cadeia envolvida no processo.

Apesar das limitações da pesquisa, por ter sido realizada em um curto espaço de tempo e em  apenas uma região de entrega / coleta, os resultados parcialmente encontrados nos mostram, juntamente com a revisão de literatura, o quão importante é a realização de uma análise  onde os clientes evidenciem suas necessidades, pois no questionário aplicado alguns clientes, disseram que houve divergências nos processos de coletas e entregas, pois foram descritos que os mesmos não são desempenhados, havendo falhas.

A pesquisa elaborada foi fundamental, pois através dela pode-se observar juntamente com o gestor da empresa, que os processos não estavam plenamente de acordo com o projetado e que a empresa precisa desenvolver alguns critérios para melhorar seu desempenho, para futuramente atingirem as metas estabelecidas, esse tipo de exposição traz inúmeros benefícios, pois através da medição destes dados podem ser descobertos problemas que causam limitações para a operação e com isso mostrar a necessidade de ajustes que trarão melhora para toda a organização.

4. Conclusão

O presente artigo teve por objetivo fazer uma breve análise dos principais impactos ocasionados no roteiro de entregas e coletas realizadas em Porto Alegre e região metropolitana durante o período dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Com o mercado de transportes cada vez mais competitivo, é possível identificarmos que a diferenciação da organização implica muito para seu crescimento, pois os clientes anseiam que seus materiais sejam entregues dentro do prazo a qual foi estabelecido. 

Portanto, concluímos que a empresa de transportes realiza um bom trabalho e que os clientes em grande maioria estão satisfeitos. Porém, evidenciou-se que a mesma, não esta preparada para desenvolver seus processos operacionais, dentro de uma alteração no cotidiano do país. E que o ideal seria aprimorar juntamente com seus colaboradores e clientes, uma diretriz para traçar novos procedimentos de coletas e entregas, buscando assim o efetivo alcançe de resultados tanto da organização como de  de seus clientes. Também há a necessidade de evidenciar que por ser um tema pontual e por estarmos ainda o vivenciando há extrema carência de material teórico para embasar pesquisa.

Referências

Bertaglia, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 

Cabral Ribeiro, Priscilla Cristina; Ferreira, Karine Araújo. Logística e Transportes: Uma discussão sobre os modais de transporte e o panorama brasileiro. Anais: ENEGEP, 2002. Ouro Preto, MG.

Estender, Antônio Carlos; de Amorim Camargo, Enilso Marcio Sobreira. A participação do BNDES no desenvolvimento do setor de logística para a Copa do Mundo, Revista Científica Hermes, 7: 3-14, 2012.

Ilva Melo, André Cristiano da; Ferreira Filho, Virgílio José Martins. SISTEMAS DE ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VEÍCULOS. Pesqui. Oper.,  Rio de Janeiro ,  v. 21, n. 2, p. 223-232, July  2001 

da Silva, T. B. Desenvolvimento de um planejamento estratégico para uma empresa de transportes rodoviários. Monografia. UNESC. 2014.

de Oliveira Neto, Geraldo Cardoso; da Silva, Dirceu; Costabile, Lúcio Tadeu; Barros, Edilson. Insucesso na terceirização da armazenagem e transporte de carga frágil para operador logístico: um estudo de caso. GEPROS: Gestão da produção, Operações e Sistemas. Bauru, Ano 8, nº 2, abr-jun/2013, p. 95-114.

de Souza, Diogo Fumagalli; Markoski, Adelar. A Competitividade Logística do Brasil: Um estudo com base na infraestrutura existente. Rev. Adm. Vol. 10 nº 17, 2012.

de Carvalho, Jorge Alberto Morgado. A Logística Empresarial como Estratégia para a redução de Custos. FACINTER/FATEC, 2006. http://artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1376142955_65.pdf

Giordani, Lucas. Impactos da movimentação de resíduos sólidos das obras da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre. Monografia, UFRGS, 2013. http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/87878

O BNDES e os novos caminhos da logística - Jorge Antonio Pasin; Sander Magalhães Lacerda; Gabriela Laplane  - BNDES ( 2009)

http://www.bndespar.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/livro_brasil_em_transicao/Brasil_em_transicao_cap14.pdf

Lakatos, Eva Maria; Marina de Andrade Marconi. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

Magno, Felipe. A Copa do Mundo de Futebol no Brasil: possíveis legados desse megaevento para a cidade de Porto Alegre. Monografia. UFRGS, 2011. http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/39126

Rui Carlos Botter; Douglas Tacla; Celso Mitsuo Hino. Estudo e aplicação de transporte colaborativo para cargas de grande volume. Pesqui. Oper. Vol. 26, n.1, Rio de Janeiro Jan./Apr. 2006

Apêndice 1

Questionário – Clientes

  1. Há quanto tempo você adquire os serviços da empresa?
  2. Em média, quantos dias da semana as coletas são solicitadas a empresa?
  3. Como você avalia o desempenho da empresa em relação às coletas, a solicitação é atendida no horário estipulado?
  4. Como você avalia o desempenho da empresa em relação às entregas, a solicitação é atendida no horário estipulado?
  5. Como você avalia o atendimento da empresa?

Algumas respostas de clientes:

  1. Cliente A: 12 anos
    1. Cliente B: 10 anos
    2. Cliente C: 9 anos
    3. Cliente D: 5 anos
    4. Cliente E: 7 anos
    5. Cliente F: 11 anos
  2. Cliente A: 5 dias
    1. Cliente B: 4 dias
    2. Cliente C: 4 dias
    3. Cliente D: 2 dias
    4. Cliente E: 3 dias
    5. Cliente F: 4 dias
  3. Cliente A: Sim, mas às vezes tem falhas.
    1. Cliente B: Sim, nunca tivemos problemas com horário.
    2. Cliente C: Sim.
    3. Cliente D: Não, sempre temos que exceder o horário combinado.
    4. Cliente E: Sim.
    5. Cliente F: Sim, sempre conforme combinado.
  4. Cliente A: Sim, em caso de algum problema somos comunicados.
    1. Cliente B: Sim, mas às vezes tem falhas.
    2. Cliente C: Sim.
    3. Cliente D: Sim.
    4. Cliente E: Sim, mas às vezes tem falhas;
    5. Cliente F: Não, como a empresa necessita de caminhão diferenciado as entregas.
  5. Cliente A: Muito Bom
    1. Cliente B: Muito Bom
    2. Cliente C: Muito Bom
    3. Cliente D: Bom
    4. Cliente E: Ótimo
    5. Cliente F: Muito Bom

1. Departamento de Administração de Empresas. Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha – Cachoeirinha – Brasil. Email: andreia.lpr@hotmail.com

2. Departamento de Administração de Empresas. Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha – Cachoeirinha – Brasil. Email: carolzinhabk@hotmail.com

3. Faculdade de Engenharia, UniRitter, Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.. Universidade Federal do Rio Grande do Rio Grande do Sul, Brazil. Email: profdajp@gmail.com

 


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