Espacios. Vol. 35 (Nº 13) Año 2014. Pág. 13

Logística, cadeia de suprimentos e pensamento enxuto nas organizações: Uma análise bibliométrica

Logistics, supply chain and lean thinking in organizations: A bibliometric analysis

Manoel GONÇALES FILHO 1; Anderson Evandro do PRADO 2; Fernando Celso de CAMPOS 3

Recibido: 04/09/14 • Aprobado: 25/10/14


Contenido

1. Introdução

2. Referencial teórico

3. Abordagem metodológica

4. Resultado e discussão

5. Considerações finais

6. Rerefências


RESUMO:
Este artigo fez um levantamento bibliométrico referente ao desenvolvimento científico realizado sobre a utilização da Logística Enxuta e Cadeia de Suprimentos (LECS, do inglês, Lean Logistics and Supply Chain) nas indústrias de transformação em comparação às empresas produtoras de açúcar e álcool. Em relação à abordagem metodológica esta pesquisa é exploratória e descritiva, em que se utiliza o método dedutivo. Quanto ao procedimento, utiliza-se a pesquisa bibliográfica e levantamento por amostragem. Os resultados mostram a LECS destacada no ano de publicação, na quantidade de artigos publicados por idioma e na classificação dos periódicos. A principal constatação está no tipo de indústria pesquisada, identificando os segmentos de maiores oportunidades de aplicação da LECS de modo que estudos futuros possam aprofundar efetivamente a oportunidade identificada.
Palavras-chave: Logística; Pensamento Enxuto; Açúcar e Álcool.

ABSTRACT:
This article made a referring bibliography study to the scientific development carried through on the use of Lean Logistics and Supply Chain in the industries of transformation in comparison to the producing companies of sugar and alcohol. Regarding the methodological approach to this research is exploratory and descriptive, which uses the deductive method. How much to the procedure, it is used bibliographical research and survey for sampling. The results show the LECS detached in the year of publication, the amount of articles published for language and in the classification of the periodic ones. The main contribution is in the type of searched industry, identifying the segments of bigger chances of application of the LECS in way that future studies can effectively deepen the identified chance.
Keywords: Logistics; Lean Thinking; Sugar and Ethanol.

1. Introdução

Uma das principais atribuições dos artigos científicos está em difundir o conhecimento por meio da publicação dos resultados de pesquisa científica. Esta disseminação é de grande valia, pois possibilita que outros profissionais tenham a oportunidade de conhecer, avaliar e questionar problemas que eventualmente possam surgir sobre as questões estudadas e afins (NEVES, 2013).

Os artigos publicados nas mais diversas revistas existentes na área de avaliação da Engenharia III no portal da Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) constituem o portfólio necessário ao desenvolvimento deste trabalho.

A realização de pesquisas que identifiquem a pouca exploração de trabalhos científicos nos segmentos das indústrias referentes às aplicações de projetos de LECS , se faz necessário para que se possam diagnosticar quais lacunas carecem de atenção e desenvolvimentos futuros. Em outras palavras, quais os segmentos da indústria pouco explorados pela LECS?

Portanto, a proposta desse trabalho é a de diagnosticar e analisar os trabalhos publicados, na tentativa de melhor compreender o que se tem feito pelas indústrias e quais os segmentos mais explorados.

A pesquisa é bibliométrica quanto ao levantamento dos dados quantitativos do reconhecimento científico, da classificação das publicações e dos veículos de divulgação.

2. Referencial teórico

O contexto econômico global atual demanda por organizações que tenham em sua dinâmica cotidiana a cultura de buscar melhoria contínua, eliminar desperdícios e desenvolver habilidades e competências no seu capital humano.

Com foco no tema LECS esta seção discorrerá, inicialmente, sobre a origem do pensamento enxuto, logística e cadeia de suprimentos, bem como da união conceitual do lean logistics ou logística enxuta.

2.1. Pensamento Enxuto (PE)

Segundo Womack e Jones (1998), o PE – Pensamento Enxuto é enxuto porque é uma forma de fazer cada vez mais com cada vez menos – menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo, menos movimentação e menos espaço, eliminando desperdícios e criando riqueza através das atividades que apenas agregam valor ao produto final, oferecendo aos clientes exatamente o que eles desejam.

Os autores citados tomam por base o processo produtivo empregado pela Toyota Japonesa que tinha como proposta ser uma empresa viável e eficiente na fabricação de automóveis. Segundo Oprime et al (2012), essa prática então conhecida era aquela fornecida pela produção em massa, ou seja, a fabricação em altos volumes de produtos padronizados para um mercado de amplas dimensões. Assim, para a Toyota, a solução consistia em como produzir competitivamente uma maior variedade de modelos em pequenas quantidades. Dessa maneira, o problema estava em alcançar a eficiência e a redução de custos não mais com base em economias de escala, mas em outros elementos da produção manufatureira.

Dessa forma, adotando o PE e aderindo-se às ferramentas Lean, possivelmente bons resultados poderão ser conquistados. Conforme Womack e Jones (1998) devem-se buscar toda eliminação de desperdícios e visar criar riqueza – ou valor. As empresas perderam de vista o valor e a forma de criar valor para o cliente. Criam-se desperdícios. Precisam do PE para ajudar as empresas a especificar valor corretamente. Alinhar todas as atividades que criam valor para um produto específico ao longo de uma cadeia de valor e fazer com que o valor flua de acordo com as necessidades do cliente, em busca da perfeição e da melhoria contínua.

Para Bhasin (2012), cada empresa deve encontrar o seu próprio caminho para programar o Lean. Gerentes se afogaram nas técnicas ao tentar implementar partes isoladas de um sistema enxuto sem entender o todo. Um guia confiável para ação de implementação está nos cinco princípios do PE: i) determinar precisamente o valor por produto específico; ii) identificar a cadeia de valor para cada produto; iii) fazer o valor fluir sem interrupções; iv) deixar que o cliente puxe valor do produtor; v) buscar a perfeição.

Conforme Minusculi (2012) desperdício tem a ver com as atividades que não criam valor, erros que exigem retificação, produção de itens que ninguém deseja, acúmulo de mercadorias no estoque. Etapas de processamento que, na verdade, não são necessárias. Movimentação de funcionários e transporte de mercadorias de um lugar para outro sem propósito.

Grupos de pessoas em uma atividade posterior que ficam esperando porque uma atividade anterior não foi realizada dentro do prazo, em suma: bens e serviços que não atendem às necessidades do cliente. Todas as equipes de uma empresa que seguem essa mesma abordagem, são possíveis de medir precisamente o tempo de espera e melhorar continuamente a própria metodologia de projeto (WOMACK e JONES 1998).

Com a adoção do PE muitas empresas atingiram desempenho superior em várias dimensões que eram consideradas conflitantes, tais como, baixo custo, alta qualidade, velocidade e flexibilidade. As prioridades competitivas podem reforçar umas as outras (PORTER, 1986).

A empresa de Consultoria Gestão Industrial sintetiza todo esse arcabouço teórico-conceitual do Lean na seguinte Figura 1.

Descripción: Sistema Toyota 

Figura 1: Ilustração geral dos princípios e conceitos do lean.
Fonte: Gestão Industrial (2013)

No entanto, quais objetivos permanecem conflitantes e quais podem ser reduzidos ou eliminados com a aplicação do PE? São questionamentos que devem ser feitos quando se busca a sua utilização com uma perspectiva estratégica.

Desta forma, conforme Liker (2005), a implementação do PE é um processo de melhoria contínua, no qual o aprendizado deve ser utilizado para gerenciar a mudança. Para a organização se beneficiar do conhecimento gerado, a abordagem de estratégia emergente se mostra bastante coerente. A consistência de comportamento requerida pela filosofia enxuta leva a elaboração de planos de longo e curto prazo que encorajam a utilização do aprendizado gerado e estimulam a geração de conhecimento. Além disso, as potencialidades geradas e a característica do mercado em constante mudança podem levar a necessidades de aspectos que serão observados ao longo do processo de implementação.

Hayes (1981) e Veiga et al. (2008) colocam que o sucesso dos japoneses não se deve ao uso de técnicas futurísticas, mas a atenção aos aspectos básicos da manufatura. Todos os estágios do processo de manufatura, desde o desenvolvimento de produto até a distribuição, são igualmente importantes. Eles trabalham constantemente melhorando o projeto do equipamento, sistema de controle do inventário, e habilidade dos trabalhadores através da cooperação em todos os níveis. Além disso, cada trabalhador é treinado para resolver problemas pequenos que aparecem no dia-a-dia, a conduzirem manutenções preventivas regulares, e a procurarem continuamente formas de eliminarem interrupções potenciais e a melhorarem a eficácia. É visível a consistência e a disciplina nas operações de manufatura dos japoneses.

Muitas empresas vêm utilizando as melhores práticas enxutas como base de suas estratégias. A abordagem de melhores práticas envolve a filosofia de WCM (world class manufacturing, manufatura de classe mundial) e de benchmarking, e é baseada no argumento de que a melhoria continua das melhores práticas em todas as áreas da organização conduz a um desempenho superior melhorando sua competitividade (VOSS, 1995; VEIGA et al., 2008). Desta forma, pode-se considerar que as práticas, consideradas como melhores, abrangem o conteúdo deste paradigma da estratégia. E o benchmarking representa o seu processo.

2.2. Logística e cadeia de suprimentos

O desenvolvimento da logística e da cadeia de suprimentos no Brasil transcorreu de modo semelhante à sua evolução nos Estados Unidos, porém, com alguns anos de defasagem em relação aos progressos norte-americanos (MACHINE, 2011). Em síntese, o tópico transporte, que era o foco do interesse nas décadas de 1950 e 1960, foi ampliado nas décadas de 1970 e 1980, transformando-se em nova área de saber, a logística empresarial. Por sua vez, a partir dos anos 1990, em novo salto conceitual, prevaleceu a visão da cadeia de suprimentos, que constituía um alargamento (e também um alongamento) da noção de logística empresarial, estendendo essa última a toda a cadeia de fornecedores.

Ainda conforme Machine (2011), assim como a logística empresarial ampliou o conceito de transporte, adicionando-lhe as dimensões de compras, gestão de estoques, armazenamento, comunicação, informação e administração, assim também uma nova concepção, chamada cadeia de suprimentos (supply chain), surgiu na comunidade empresarial e veio enriquecer o ponto de vista logístico.

A logística passa a ter visão mais abrangente do que a que antes vigorava, porém, isso se dará desde que os interessados no tema procurem compreender as suas atividades, as atividades da logística (BALLOU, 1993). Assim será percebido que o transporte é apenas uma das áreas que compõe o tema logístico.

Dessa forma a logística leva o produto ao consumidor. O suprimento físico do fornecedor para a empresa e distribuição física da empresa para o cliente e a logística interna trata da administração de materiais. A logística vai além das quatro paredes da empresa por meio das suas atividades logísticas. Sendo: 1) Transporte, 2) manutenção de estoques, 3) processamento de pedidos, 4) aquisição, 5) embalagem, 6) armazenamento, 7) manuseio de materiais e 8) manutenção das informações. As atividades dos itens 1, 2, 3 e 4 são consideradas atividades primárias que correspondem de 1/3 a 2/3 dos custos e os itens 5, 6, 7 e 8 são considerados atividades de apoio. A missão da logística está em entregar o produto como o cliente quer, onde quer, quando quer, a um preço razoável, e seus custos representam de 10% a 15% com base no faturamento bruto da empresa. A logística abrange a entrada de materiais na empresa (inputs), o transporte interno (material handling), a saída (outputs) e a reversa, ou seja, a reciclagem (reverse) que reduz a logística à distribuição dos bens finais (BALLOU, 1993).

Gestão Logística é parte do Supply Chain Management que planeja, implementa e controla o fluxo para frente, o fluxo reverso e o armazenagem de mercadorias, serviços e as informações entre o ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de atender às exigências dos clientes (MACHINE, 2011).

A gestão da cadeia de suprimentos é visto como a gestão de fluxos de produtos através de múltiplas empresas. Supply Chain Management engloba o planejamento e gestão de todos os processos de negócio, sendo: (i) gestão do relacionamento com os clientes, (ii) gestão de atendimento ao cliente, (iii) gestão da demanda, (iv) gestão de atendimento de pedidos, (v) gestão do fluxo de fabricação, (vi) gestão de relacionamento com fornecedores, (vii) gestão de desenvolvimento de produtos e comercialização e, (viii) gestão de retorno. Também incluem coordenação e colaboração com parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários, terceiros prestadores de serviços e clientes, ou seja, management surge pela necessidade de gerenciar todas essas atividades. Em essência, o fornecimento Chain Management integra a oferta e a gestão da demanda de dentro e entre empresas. A gestão da cadeia de suprimentos promove coordenação, integração, construção de relacionamento, e colaboração ao longo de todo o canal de abastecimento (LAMBERT et al. 1998).

Enquanto a cadeia de suprimento abrange todos os esforços envolvidos na produção e na entrega de um produto final desde o fornecedor do fornecedor até o cliente do cliente, a logística concentra-se nas operações da própria empresa. A cadeia de suprimentos olha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes.

2.3 – Lean Logistics – ou Logística Enxuta

Para a aplicação do PE na LECS é necessário identificar o fluxo de todas as atividades. Essas atividades devem agregar valor que será convertido em produto para atender as necessidades do cliente final. Um dos principais objetivos da logística lean é reduzir ou eliminar o fluxo de atividades que não agregam valor (GARCÍA, 2012).

Logística Enxuta, ainda conforme García (2012) é definida como a dimensão da logística de produção que proporciona um novo quadro para pensar sobre a cadeia suprimentos, sendo seu foco principal o de criação de valor.

Conforme Storey et al (2009), as condições de mercado voláteis, com os ciclos de vida curtos dos produtos carregam implicações de longo alcance para os processos de produção, para a forma como as empresas se organizam e para a forma como as suas cadeias de abastecimento operam. A agilidade como aqui entendida define um conjunto de mudanças interligadas em marketing, produção, design e organização. Normalmente é também entendida como exigindo novas capacidades da gestão através das fronteiras organizacionais.

A necessidade de lidar com a demanda volátil requer a capacidade de gerenciar a cadeia de suprimentos de uma forma que permite uma resposta rápida. A implicação é que a gestão da cadeia de suprimentos no ambiente de mercado de hoje tem necessidade de progredir e alcançar esse desenvolvimento exigiria uma relação sustentada entre varejista e fornecedor (STOREY et al, 2009).

 

3. Abordagem metodológica

A abordagem metodológica dessa pesquisa é caracterizada como exploratória, documental e descritiva (GIL, 2008), em que se utiliza o método dedutivo (CRUZ, RIBEIRO, 2004). Quanto ao delineamento, recorre-se à pesquisa bibliográfica e ao levantamento por amostragem, utilizando recursos tecnológicos de busca como instrumento para executar a pesquisa (GIL, 2008), neste caso, as bases de dados componentes do Portal de Periódicos da Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para o levantamento e análise realizados neste estudo foram feitas as seguintes etapas: i) Busca termo – seleção dos periódicos; ii) Leitura dos títulos, resumos, palavras chaves dos artigos retornados; iii) Leitura da metodologia e dos resultados dos artigos retornados; iv) Tabulação e avaliação dos dados encontrados; v) Identificação do segmento de aplicação dos artigos e, vi) Sugestões de aplicação de futuros trabalhos em segmentos com pouca exploração científica.

Portanto, os periódicos consultados possuem seus artigos disponíveis para consulta online, tendo sido utilizados recursos tecnológicos de busca, facilitando assim, o levantamento dos dados.

A primeira etapa consistiu na pesquisa das palavras-chave "lean logistics and supply chains" nos periódicos internacionais selecionados, considerando os 10 últimos anos. Essa pesquisa foi realizada com foco nas revistas internacionais (Journal) que estavam disponíveis nas bases do Portal.

Em relação à etapa dois, foram selecionados os tópicos, ou seja, os termos pesquisados para aproximar os conteúdos dos artigos ao tema a ser desenvolvido. Na etapa três, foi definida a base de dados a ser trabalhada. Na etapa quatro, a seleção dos artigos pela data de publicação. Na etapa cinco foram identificados os journals que estavam participando na produção dos artigos e, finalmente, na etapa seis, o segmento das indústrias trabalhadas dentro destes artigos selecionados, a partir de todos os títulos, resumos, palavras chave, suas metodologias de pesquisa e conclusões.

Ao final dessas etapas de triagem e da leitura dos artigos, seguiu-se então para a última fase: a tabulação e avaliação de suas características, os resultados encontrados estão apresentados e discutidos a seguir.

4. Resultado e discussão

Esta pesquisa partiu de dados gerados no processo de consulta on line e o primeiro dado a ser computado foi o número total de artigos internacionais disponíveis na base detalhados na Figura 2.

Figura 2 – Números de artigos publicados no período
Fonte: dos autores.

Observa-se que, utilizando as palavras chaves: lean logistics and supply chain se encontrou 3.182 artigos disponíveis, sendo que desses artigos, os revisados por pares totalizaram 2.449 unidades, e essa foi a base inicial trabalhada.

Em continuidade à seleção, foram adicionados os tópicos, ou seja, os termos pesquisados para aproximar os conteúdos dos artigos ao tema a ser desenvolvido conforme se apresenta na Figura 3.

Figura 3 – Quantidade de tópicos selecionados para a área em estudo
Fonte: dos autores

Encontrou-se 494 artigos com o tópico Supply Chain Management que representa uma participação de 37% do total selecionado. Pode-se notar que a segunda participação mais significativa foi o tópico Busines Logistics com 34% e um total de 454 artigos, seguido pelo tópico Supply Chain com 113 periódicos. Para os tópicos Logistics, Case Study, Agility e Green Supply Chain encontraram-se 258 artigos conforme participação estratificada na figura 3.

Posteriormente foi feita uma tabulação com o objetivo de conhecer as coleções que estavam participando na produção dos artigos, na Figura 4 apresentam-se quais bases de dados estão compondo as publicações.

Observa-se que a maior ocorrência de publicações aparece principalmente na base Scopus (Elsevier) com 486 publicações, seguida da base OneFile (Gale) com 479 publicações e da SciVerse Science Direct (Elsevier) com 188 publicações.

 

Figura 4 – percentual de distribuição dos artigos por bases de dados
Fonte: dos autores

Outro dado apresentado e que contribui para a seleção dos artigos é a data de publicação conforme se apresenta na Figura 5.

Figura 5 – período de publicação dos artigos
Fonte: dos autores.

Destaca-se que o posicionamento temporal considerou apenas o período representado após 2005 até os dias atuais, leia-se ano de 2014, mais precisamente até 05 de maio de 2014. E que 44% dos artigos foram publicados após o ano de 2009.

Em seguida, foram analisados quais periódicos de destaque sobre o tema, verificou-se que o International Journal of Production Economics possui 24 incidências, ou seja, foram 39% das publicações encontradas. No entanto, destaca-se também elevada participação para o International Journal of Operations & Production Management com a quantidade de 37 artigos da área e uma fatia de 35%, os demais: Journal of manufactoring Thechnology Management, European Journal of Operational Research, Industrial Marketing Managemente e Measuring Business Excellence, somam 27 publicações e uma participação de 26% do total que em média acumula menos de 9% de incidência para cada revista. Esta análise está representada pela Figura 6.

Figura 6 – Publicações por revista (Journal)
Fonte: dos autores.

Até aqui se chegou a 105 artigos e, na sequência, buscou-se encontrar o segmento das indústrias trabalhado no contexto dos artigos selecionados que está apresentada na Figura 7. Para esta identificação foi necessário ler todos os títulos, resumos, palavras chave, suas metodologias de pesquisa, conclusões e contribuições.

Observa-se que os periódicos em sua maioria estão trabalhados com o conteúdo destacado para múltiplos segmentos da indústria em grande número de empresas heterogêneas, pois englobam 18% das publicações encontradas totalizando 21 artigos desenvolvidos em segmento generalizado, a Indústria Automobilística e o setor aeroespacial tem participação de 17% e 20 artigos publicados, as PME – Pequenas e médias empresas também estão em segmentos diversos e generalizados (12 artigos) quase empata com a Indústria e comércio eletrônico (14 artigos), esta primeira participa com 10% e, respectivamente, a segunda com 12% dos artigos selecionados, já a Indústria de Transformação, Serviços de transporte, Indústria de alimentos, Rede varejista de vestuário/supermercadistas, somadas, representam 34% com o total de 38 artigos que na média aritmética não chega a 9% de participação unitária, e não existem artigos científicos para a Indústria de Açúcar e Álcool do segmento sucro-energético.

Portanto, os artigos disponíveis não abordam a Indústria de Açúcar e Álcool do setor sucro-energético. Verifica-se que há uma oportunidade futura a ser explorada de maneira a contribuir com o conhecimento dentro do segmento registrado com a maior necessidade de produção científica.

 

Figura 7 – Segmento de atuação das Indústrias pesquisadas nos periódicos.
Fonte: dos autores.

5. Considerações finais

O objetivo a que se propôs o artigo foi alcançado, pois foram levantadas informações e traçou-se um panorama analítico da produção científica sobre o tema da LECS – Logística Enxuta e Cadeia de Suprimentos nesse conjunto de periódicos pesquisados.

Os resultados encontrados mostram que o tema está em ascensão internacionalmente e é uma metodologia mencionada nos principais periódicos. A produção científica em torno do tema não é predominantemente feito por uma única revista ou um único segmento da indústria, apresentando lacunas em alguns segmentos, em especial, o de açúcar e álcool, sendo este o de maior oportunidade de desenvolvimento de trabalhos e pesquisas científicas.

A contribuição desta pesquisa está no apontamento das oportunidades referente à continuidade dos trabalhos de pesquisas científicas e de desenvolvimento da Logística e da Cadeia de Suprimentos da indústria de Açúcar e Álcool por meio da metodologia de ME – Manufatura Enxuta.

Portanto, como pesquisa futura buscar-se-á aumentar o conjunto de bases de dados a serem pesquisadas, no sentido de obter com maior clareza os aspectos de lacuna de conhecimento e oportunidades de contribuição envolvendo projetos de ME e o setor sucroalcoleiro.

 

6. Rerefências

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1. Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP - Brasil. Email: megoncales@unimep.br
2. Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP - Brasil. Email: adeprado@unimep.br

3. Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP - Brasil. Email: fccampos@unimep.br

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