Espacios. Vol. 35 (Nº 11) Año 2014. Pág. 18

Transferência internacional de tecnologia em uma multinacional espanhola

International technology transfer in a spanish multinational

Kelly Cristina Ramos de MELLO 1, Julio César ZILLI 2; Adriana Carvalho Pinto VIEIRA 3; Roseli JENOVEVA NETO 4

Recibido: 19/07/14 • Aprobado: 12/09/14


Contenido

1 Introdução

2 Transferência de tecnologia nas empresas multinacionais

3 Metodologia

4 Apresentação e discussão dos resultados

5 Considerações finais

Referências


RESUMO:
Em um âmbito organizacional competitivo, a transferência de tecnologia tem se tornado um diferencial para as empresas. Como a inovação é um ponto de liderança no mercado, a transferência de tecnologia tem incentivado e contribuído para que ocorram inovações dentro das organizações, principalmente nas multinacionais. Neste contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar os processos de transferência internacional de tecnologia em uma multinacional espanhola. Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se como descritiva quanto aos fins, bibliográfica e um estudo de caso, quanto aos meios de investigação, com abordagem qualitativa. O universo envolvido na pesquisa foi uma empresa multinacional espanhola localizada no Sul de Santa Catarina. Para a coleta de dados, foi utilizada uma entrevista em profundidade junto a Gerente de Recursos Humanos. Verificou-se que dentre os processos de transferência de tecnologia, o mais utilizado dentro da empresa é o compartilhamento de informações (know-how), exercido de forma intraempresa ou top down, aplicado diretamente em seus produtos e serviços, mantendo a empresa com um diferencial competitivo em relação ao mercado interno por meio da sua constante inovação.
Palavras chave: Inovação, Transferência de Tecnologia, Multinacional.

ABSTRACT:
In a competitive organizational context, technology transfer has become a differentiator for companies. Since innovation is a point of market leadership, technology transfer has encouraged and contributed to innovations that occur within organizations, especially multinational companies. In this context, this study aims to analyze the processes of international technology transfer in a Spanish multinational. Methodologically, the research is characterized as descriptive as to the purposes, literature and a case study, as the means of research with qualitative approach. The universe involved in the research was a Spanish multinational located in Southern Santa Catarina. To collect data, in-depth interviews were used with the Human Resources Manager. It was found that among the processes of technology transfer, as used within the company is sharing information (know-how), exercised intrafirm form or top down, applied directly into their products and services, keeping company with a competitive advantage in relation to the internal market through its constant innovation. Key-words: Innovation, Technology Transfer, Multinational.

1. Introdução

Para alcançar objetivos de expansão internacional, as multinacionais dependem de uma eficiente política de gerenciamento tecnológico. Desta forma nas operações internacionais, o gerenciamento da transferência internacional de tecnologia tem se tornado um elemento-chave, determinando a sobrevivência e o desenvolvimento da organização (Cleto,1996).

No âmbito internacional a transferência de tecnologia normalmente ocorre por meio do comércio de mercadorias (novos produtos, equipamentos), investimentos (novas fabricas, maquinário), licenciamentos, movimentação de pessoas e por meio do fluxo de informações e compartilhamento de conhecimento utilizando os fluxos intrafirma e interfirma (Piscopo, Maccari, 2012).

A America Latina é vista como uma das mais lucrativas entre os mercados emergentes. Em pesquisa realizada com empresas multinacionais pelo Frontier Strategy Group, 70% dos entrevistados afirmam que a América Latina é o mercado emergente mais lucrativo (Martins, 2013). Leal (2010) destaca que no Brasil em 1995, dos US$ 46, 506 bilhões em exportações, foram responsáveis por US$ 21, 745 bilhões (46,8%) as empresas que possuem capital estrangeiro. No ano de 2000, US$ 60,4 bilhões em vendas externas, cerca de US$ 33, 250 bilhões (60,4%) foram realizadas por empresas de capital estrangeiro. O comércio intrafirmas que representava 19,5% das exportações em 1995 passou para 38,2% em 2000.

Com um pólo cerâmico localizado em Santa Catarina e o outro em São Paulo, as empresas de colorifícios se fixaram na região para realizar o atendimento deste segmento. Encontram-se localizados na região Sul de Santa Catarina oito colorifícios: quatro nacionais e quatro multinacionais (ABC, 2013).

O presente estudo tem como objetivo analisar os processos de transferência internacional de tecnologia em uma multinacional espanhola do setor de colorifício na região Sul de Santa Catarina. Inicialmente apresenta-se uma contextualização da transferência de tecnologia em empresas multinacionais, em seguida destaca-se a metodologia aplicada para o desenvolvimento da pesquisa, a apresentação e discussão dos resultados, e por fim as considerações finais e as referências.

2 Transferência de tecnologia nas empresas multinacionais

O crescente processo de globalização, consequência do fim da guerra fria e da criação de grandes blocos econômicos, permitiu um relacionamento maior entre as empresas e, consequentemente as grandes multinacionais exerceram seu poder econômico e internalizaram-se em mercado externos (Moreira, 2007).

Empresas multinacionais têm sido caracterizadas como agentes de expansão internacional com acesso privilegiado a novos mercados, devido principalmente à globalização da economia, da unificação do mercado e da internacionalização das empresas. A inserção das organizações a este novo cenário econômico tem permitido intensa troca de ativos, comunicação e conhecimento (Saito et. al, 2013).

Stal (2008) destaca que as empresas multinacionais são as principais responsáveis pelo investimento direto estrangeiro e pelo comércio internacional. Com a instalação de fábricas (consideradas como filiais) em vários países, houve uma mudança na balança comercial, como um fator de substituição das exportações de produtos acabados pela exportação de matérias-primas, peças e componentes para a produção. Lacerda (2004) também afirma que as multinacionais foram e são os maiores agentes de transferência de tecnologia, favorecendo a fonte de conhecimento e obtenção de informações de forma mais rápida.

Diante deste cenário, a intervenção governamental pode encorajar as empresas estrangeiras a internalizar suas atividades em um determinado país. Fatores de localização levaram as empresas a concentrar atividades que agregam valor em um determinado local, levando em consideração alguns motivos para o investimento no exterior, tais como a busca por recursos naturais, por mercados, por eficiência e/ou por motivos estratégicos que possam se somar às vantagens competitivas (Gilroy, 1993; Kuemmerle, 1997).

Portes (2012) ressalta que além de ações governamentais que procuram incentivar o desenvolvimento socioeconômico, por meio de programas de desenvolvimento e crescimento dos planos de ação para a ciência, tecnologia e inovação é importante que as organizações se preparem para gerenciar tais aquisições tecnológicas, potencializando os ganhos a partir da assimilação de novas capacidades tecnológicas desenvolvidas.

A indústria brasileira vem recebendo uma pressão crescente da concorrência internacional, para que se adotem tecnologias inovadoras. Devido a esta crescente pressão, que é um dos principais indicados, houve a necessidade do setor industrial adotar tecnologias inovadoras, para assim atender a demanda do mercado (Berni, et. al, 2013).

Segundo Prado e Bressiani (2013), a indústria cerâmica brasileira tem um papel de grande importância para o país. O Brasil se destaca como o segundo maior produtor de revestimentos cerâmicos e também o segundo maior mercado consumidor do mundo, atrás somente da China. Nos últimos anos o setor tem experimentado um grande crescimento, ultrapassando produtores tradicionais como Itália e a Espanha. Diante de tais aspectos, percebe-se o interesse das grandes multinacionais do setor de colorifício no mercado brasileiro.

Entretanto, Porte (2012) alerta que o Brasil precisa de grandes esforços para ampliação do potencial de desenvolvimento tecnológico, sejam estes realizados por meio de iniciativas públicas ou privadas. Este fato decorre da dependência da importação de tecnologias estrangeiras, para fortalecer a competitividade de suas empresas, tanto no mercado doméstico quanto no mercado internacional. Mesmo com alguma carência tecnológica, as empresas multinacionais utilizam diferentes modos de entrada no mercado global, ou seja, o arranjo institucional permite a entrada de produtos, tecnologias, habilidade humana, gestão entre outros recursos necessários para dentro de um país estrangeiro (Silva, Fleury, 2012).

A análise das multinacionais em relação à transferência de tecnologia é sempre realizada por meio dos pontos de ganhos e perdas. Tanto pelo emissor quanto pelo receptor. O poder de decisão da transferência da tecnologia esta sempre nas mãos do emissor, pois ele é o ponto de partida da transferência e é o que tem o poder de realizá-la ou não (Moreira, 2007). Dentro desta análise que é realizada Mazzoni e Strachmann (2012), destacam que as empresas especialmente nos setores tecnologicamente mais dinâmicos buscam constantemente diferenciar-se de suas concorrentes, inclusive potenciais, gerando vantagens competitivas e tentativas de barrar sua emulação pelos concorrentes, assim como a entrada de novos competidores.

As multinacionais que concorrem em mercados externos possuem vantagens competitivas baseadas em recursos intangíveis (tecnologia). Estas podem ser transferidas intraempresas (da sede para as filias) com relativa facilidade, mas com muita dificuldade a nível inter-empresarial (utilizando as filiais e posteriormente das filiais para a matriz). De forma geral as empresas multinacionais surgem das vantagens da internalização das transferências de tecnologia e dos fluxos do conhecimento (Moreira, 2007). 

Moreira (2007) ressalta que uma abordagem normalmente conhecida nas multinacionais é a top-down (de cima para baixo), ocorre quando a transferência de tecnologia sai da casa-mãe (matriz) para as diferentes filiais, e a maioria das tecnologias são incorporadas ou com conhecimento tácito.

Empresas multinacionais localizadas em mercados tendencialmente amplos e abertos exercem o seu poder de mercado a partir de suas filiais, desenvolvam capacidades tecnológicas especificas de forma a tirar proveito das inovações e invenções locais. Desta forma, a transferência de tecnologia pode ocorrer em ambos os sentidos, da sede para as filiais e das filiais para a sede (Moreira, 2007).

Piscopo e Maccari (2012) apresentam que no âmbito internacional a transferência de tecnologia se apresenta por intermédio de comercio de mercadorias, investimentos diretos, licenciamento e movimentação de pessoas. A tecnologia pode ser transferida por meio de ativos tangíveis (novos produtos, fábricas e equipamentos) ou intangíveis (patentes, licenças, pessoas e funcionários) e também por meio do fluxo de informações e compartilhamento de conhecimentos.

De vários modos podem ser realizados para que a tecnologia seja transferida, investimentos estrangeiros direto, joint venture, turnkey, licenciamento, etc. E podem ser apresentados por intermédio de diferentes mecanismos (serviços especializados, serviços de informação, seminários, treinamentos, etc.), inclusive de maneira formal ou informal, envolvendo governos, empresas, instituição de pesquisa e indivíduos (Kumar et. al, 1999).

No entendimento de Dias e Porto (2013) apresentam que os contratos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) juntamente com os licenciamentos são recomendados para alavancar competência técnica e viabilizar inovações incrementais. Os mecanismos mais adequados para construir competência técnica e realizar atividades de inovação descontínuas são os consórcios, os fundos de pesquisa e os joint ventures. Deste modo a transferência de tecnologia é um dos modos de exploração utilizados pela multinacional. A procura de transferências intra-empresa é realizada quando pretende tirar proveito do mercado. E as transferências inter-empresas ocorre quando a empresa pretende adquirir tecnologias cuja apropriação lhe confere vantagens competitivas (Moreira, 2007). 

As escolhas dos mecanismos de transferência segundo Dias e Porto (2013), deve levar em consideração elementos como o horizonte do tempo e o objetivo da aquisição. As motivações para que uma empresa possa transferir tecnologia pode ser: i) alavancar competência técnica; ii) realizar atividades inovativas incrementais; iii) construir competência técnica; e iv) realizar atividades inovativas descontínuas. Os dois primeiros objetivos podem ser atingidos num horizonte de tempo menor, os dois últimos necessitam maiores investimentos, proporcionam maiores riscos e consomem mais tempo.

Desta forma a transferência de tecnologia, é um processo pelo qual uma tecnologia é transferida de uma localização física e/ou geográfica para outra para ser aplicada na produção ou comercialização de produtos finais e na forma de conhecimento aplicadas intra-empresa. A multinacional está no centro de todas as atenções, onde ela não somente facilita a exploração de mercados distantes, mas também permite a ampla transferência intra-empresa e inter-empresa (Moreira, 2007).

3 Metodologia

O presente estudo enquadra-se quanto aos fins de investigação, como uma pesquisa descritiva (Oliveira, 1999) pelo fato de descrever e analisar o processo de transferência de tecnologia dentro de uma organização, identificando e correlacionando o mesmo com as formas de transferências aplicadas e os resultados obtidos.

Quanto aos meios de investigação, a pesquisa classifica-se como bibliográfica e um estudo de caso. A pesquisa bibliográfica segundo Marconi e Lakatos (2002) é elaborada quando utiliza materiais escritos, considerando material já publicado, constituído em livros, artigos de periódicos e com material disponibilizado na internet. O estudo de caso foi realizado em uma empresa multinacional espanhola do setor de colorifício, localizada no Sul de Santa Catarina. O estudo de caso é um método caracterizado como um estudo intensivo, em que todos os aspectos que envolvem o caso devem ser investigados (Fachin, 1993).

Quanto à técnica de coleta de dados, usou-se a técnica qualitativa, e o instrumento utilizado foi à entrevista em profundidade com o apoio de um roteiro semiestruturado (Pinheiro, 2010). Participou da entrevista a responsável pelo Departamento de Recursos Humanos, e a participação da funcionária na empresa é de possuir conhecimento de todos os procedimentos, juntamente com as tecnologias envolvidas, recrutamento e auxilio aos colaboradores. 

A abordagem utilizada foi qualitativa, com análise de conteúdo, destacando os processos de transferência internacional de tecnologia, qual foram às motivações, os processos necessários e os resultados obtidos da transferência na empresa multinacional em questão.

4 Apresentação e discussão dos resultados

Destacam-se a seguir os dados coletados a partir da pesquisa, apresentando o contexto empresarial, o mercado de colorifício, a instalação das unidades no Brasil e a transferência de tecnologia.

4.1 Contexto empresarial

Fundada em 1978, a empresa objeto de estudo, tinha como seu principal objetivo comercializar e produzir fritas, esmaltes e corantes em Villarreal, Castellón na Espanha. Em 1982, a empresa começou a focar seus esforços em I+D+I (investigación, desarrollo e innovación, em português, pesquisa, desenvolvimento e inovação - P,D&I),  como resultado a aceitação pelas indústrias cerâmicas das tecnologias desenvolvidas, especialmente nos esmaltes de via seca e para a primeira queima.

Em 1999, a empresa toma um importante passo para se tornar dominante no mercado, unindo-se a outra empresa líder no seguimento de tintas para cerâmica (especialmente porcelanato). Suas atividades são dedicadas a fabricação e comercialização de tintas cerâmicas, possuiu compromisso com o cliente, apoiando a estratégia de inovação do processo de produção, design, assistência técnica eficiente e auxilio no I+D+I. Por meio desta junção o grupo se torna líder em tecnologia, produtos, assistência técnica e design.

 4.2 A empresa e o mercado de colorifício

A empresa é destaque entre as duas líderes mundiais dentro do seguimento de colorifícios. De acordo com Moreira (2007), as multinacionais exerceram seu poder econômico e se internalizaram em mercados externos se tornando lideres de mercado. De acordo com a entrevistada, a empresa é vista como: "[...] uma empresa bastante visionária".

Mundialmente, a empresa é vista como sinônimo de qualidade e que segue os seus valores, seu foco é na visão e na missão da empresa, e sua prioridade é atender as necessidades dos clientes. Como resultado deste comprometimento, a sua expansão pelo mundo se deu de forma rápida e notória. Os estudos de Saito et. al (2013), por sua vez  afirmam que multinacionais têm sido caracterizadas como agentes de expansão internacional com acesso privilegiado a novos mercados, devido à globalização da economia mundial, unificação do mercado global e da internacionalização das empresas.

A Europa é mundialmente conhecida como o "berço" do mundo cerâmico, com isto grande parte dos coloríficios é originário desta região. Assim, estas empresas se especializaram para este seguimento e, decorrente da globalização se espalharam por todas as regiões. Segundo a entrevistada: "No mercado mundial não existem muitos coloríficios [...], e a Europa tem um mercado que não esta mais ampliando tanto, mas que continua como o berço da cerâmica".

Além da Europa, que não tem previsão de crescimento para o setor, mas que continua contribuindo e investindo em constante desenvolvimento, segundo a entrevistada "[...] hoje a China é um grande mercado também em nível de coloríficio cerâmico e de produção cerâmica, e a empresa já se faz presente na região juntamente com o Brasil". Resgatando a literatura de Prado e Bressiani (2013), a China tem experimentado um grande crescimento no setor cerâmico e tem ultrapassado produtores tradicionais como Itália e Espanha.

De acordo com Coelho e Boschi (2009), no mercado nacional as cerâmicas em 1998, eram atendidas por apenas cinco fornecedores. Já nos anos de 2000, 10 empresas, entre as 17 existentes no Brasil, atendem mais de 80% das vendas.. Em contra partida, Prado e Bressiani (2013) apontam que o Brasil se destaca como o segundo maior produtor de revestimentos cerâmicos e também o segundo maior mercado consumidor do mundo. Por isso o grande interesse de multinacionais do setor de colorifício no mercado brasileiro.

Desta forma, dentro do mercado nacional o setor de coloríficio está dividido em três regiões, destacando-se os municípios de Criciúma/SC, Santa Gertrudes/SP e a região Nordeste que ainda esta em desenvolvimento. Entre estes três, a empresa já se faz presente em duas, em Criciúma/SC e Santa Gertrudes/SP, mas segundo a entrevistada "[...] a empresa já esta olhando o panorama de futuro para o Nordeste em médio prazo", já que as previsões de crescimento para o setor estão apontando para esta região do Brasil.

4.3 A instalação de unidades no Brasil

Presente no mercado brasileiro há mais de 20 anos, a empresa em estudo começou se expandir pela Espanha no fim da década de 1970, e vê no mercado brasileiro um grande potencial de crescimento e de expansão para o seu negocio.

Como os coloríficios presentes no mercado nacional não eram tão desenvolvidos e o que ofereciam ao cliente era simplesmente a oferta da matéria prima, a empresa se interessa no país para apresentar uma proposta diferente de produto e serviço. Nesta linha, Moreira (2007) destaca que o impacto causado pela transferência de tecnologia é muito importante e que é necessário a analise do beneficio ou não beneficio da transferência, não tanto pela tecnologia em si, mas pelo que a tecnologia transferida pode fazer para ajudar o ponto de origem e o receptor.

A primeira região a ser analisada foi o Sul do país, pois o pólo cerâmico estava concentrado nesta região, principalmente no extremo Sul catarinense, mais precisamente na cidade de Criciúma. Esta análise concentrou-se principalmente nos possíveis clientes, as perspectivas de crescimento dentro do mercado, os possíveis fornecedores para uma fabrica, a economia do Estado, as barreiras e incentivos do comercio exterior impostas pelo governo, a existência de mão de obra e o investimento necessário na região.

É de extrema importância o reconhecimento inicial da oportunidade ou necessidade, com base na pesquisa dos fatores da indústria e da região. A análise por meio da busca, da comparação, da seleção, aquisição, a implementação e uso a longo prazo, que estão ligados aos fatores da empresa e do país ao qual se esta realizando a transferência. Cada fator regional, cultural e da empresa é necessário ser analisado e estudado para que processo da transferência de tecnologia seja concluído, conforme destacado por Freitas et. al (2012) e Piscopo e Maccari (2012).

A empresa consolidou sua entrada no mercado brasileiro em 1989, atendendo ao extremo Sul catarinense, em uma pequena casa situada na região de Criciúma. Inicialmente somente alguns técnicos iniciavam o atendimento nas cerâmicas, e a produção realizada na matriz (Espanha). Esta primeira ação vai de encontro com a literatura de Silva e Fleury (2012), pois mesmo com alguma carência tecnológica, as empresas multinacionais utilizam diferentes modos de entrada no mercado global. Ou seja, um arranjo institucional permite a entrada de produtos, tecnologias, habilidade humana, gestão entre outros recursos necessários para dentro de um país estrangeiro.

Como a parte de serviços já estava sendo prestada no Brasil, o feedback era constante entre os clientes, técnicos e a matriz. O crescimento dos clientes e a constante procura pela organização demonstraram que poderia ser mais explorado o mercado e proporcionar mais agilidade para o seu cliente, por meio de um parque fabril. Para esta instalação, foram importados maquinários e transferência de conhecimento entre matriz e filial. Este fato corrobora com o pensamento de Piscopo e Maccari (2012) o qual afirmam que a transferência de tecnologia normalmente ocorre por meio do comércio de mercadorias (novos produtos, equipamentos), investimentos (novas fabricas, maquinário), licenciamentos, movimentação de pessoas e por meio do fluxo de informações e compartilhamento de conhecimento.

4.4 A empresa e a transferência de tecnologia

Dentro da organização a tecnologia está presente desde a criação do produto, durante seu desenvolvimento até a sua entrega, perceptível nos serviços prestados para os clientes. Neste sentido, Moreira (2007), Mussi e Canuto (2012) e Piscopo e Maccari (2012), destacam que a tecnologia é um dado muito importante para o desenvolvimento econômico e pode ser apresentada como a transmissão de know-how, como compartilhamento de conhecimento para produção de bens e serviços. É a troca de aprendizado de um individuo para o outro.

Diante do pedido para apresentação dos benefícios tecnológicos por ser uma empresa multinacional, as informações do mercado externo chegam com mais rapidez às filiais, um grande beneficio para a empresa, uma vez que a coloca à frente das concorrentes nacionais. Para a entrevistada:

[...] é diferenciado a questão do conhecimento e da tecnologia quando se trata de empresas multinacionais e a empresa utiliza muito forte a questão da inteligência do grupo, porque a evolução do Brasil ela é um pouco diferente da evolução em outros continentes e como se tem isto a nível de grupo, toda a parte tecnológica, das inovações no mundo cerâmico, existe a troca de informações entre as unidades.

Resgatando os estudos de Barbieri, Delazaro (1993), Lacerda (2004), Cohen (2004), Santos, Toledo, Lotufo (2009) e Portes (2012) todos afirmam que as multinacionais foram e são os maiores agentes de transferência de tecnologia. São elas as principais responsáveis pelo investimento direto estrangeiro, desenvolvimento tecnológico, pelo comércio internacional e pela geração de inovações, caracterizado como "peças-chaves" o desenvolvimento tecnológico e a inovação para o crescimento da produtividade e de emprego, fatores importantes para a empresa e para as políticas governamentais.

O processo utilizado para que a transferência ocorra se dá por meio de e-mails, reuniões anuais realizadas na matriz para a troca de informações importantes de mercado, treinamentos realizados na matriz dos técnicos para a aplicação no produto ou aprimoramento do serviço. Leva-se ainda em consideração, o que irá agregar mais conhecimento e valor à empresa e ao cliente, além de maquinários importados para utilização direta junto aos clientes ou para produção e desenvolvimento do produto. No entendimento de Moreira (2007), o processo de transferência de tecnologia se dá quando uma tecnologia é transferida de uma localidade para outra, quando aplicado na produção ou comercialização do produto e na forma de conhecimento.

Um exemplo das recentes inovações lançadas no mercado e que foi realizada por meio da transferência de tecnologia foi a Inkjet, uma tecnologia digital. A entrevistada relata que:

[...] quando se começou a falar em tecnologia digital há uns quatro anos atrás se parecia um mundo muito distante no Brasil, [...] e foi uma mudança muito grande e muito rápida que até então era rotocolor e então veio a tecnologia digital que mudou muitas coisas em relação ao mundo cerâmico, a empresa multinacional tem uma vantagem neste sentido.

Neste sentido, Portes (2012) enfatiza que a transferência de tecnologia é abordada como uma perspectiva de desenvolvimento tecnológico. Sua importância tem se destacado por meio do impacto causado na economia de um país ou empresa, com capacidade de promover o progresso social, especialmente em países em desenvolvimento, seja por construções e melhoramentos na infraestrutura ou por novas capacidades tecnológicas geradas para o ambiente social.

A empresa possui como política a transferência de tecnologia e tem consentimento de que ela se faz necessária, a cada reunião anual entre as filiais e a matriz ou por reuniões mensais em cada unidade é notório o impacto que a transferência causa nos relatórios, tanto de mercado, vendas, perspectivas de cliente, na economia entre outros. Neste sentido, Moreira (2007), destaca que a análise das multinacionais em relação à transferência de tecnologia é sempre realizada por meio dos pontos de ganhos e perdas. Tanto pelo emissor quanto pelo receptor. "A transferência depende muito da cultura organizacional da empresa, mas que com certeza é um diferencial competitivo, principalmente considerando a velocidade com que as coisas mudam, pois a troca de informações são maiores e mais abrangentes", destaca a entrevistada.

 A inovação dentro do mercado é constante, por isso a empresa investe muito na parte de desenvolvimento e inovações, uma vez que a mesma precisa estar à frente dos seus concorrentes. "Temos que ser mais rápidos inovando do que copiando" (Gerente de RH, 2014). As inovações que são realizadas também são consideradas sigilosas, portanto, existe o segredo de negócio que não é aberto para ninguém que não seja da área do seu desenvolvimento.

Em relação aos benefícios ofertados pelo governo para que a transferência venha ser realizada não há nenhum direto para a empresa. Existem alguns benefícios na legislação aduaneira, assim como algumas barreiras, mas quando se fala em beneficio do governo, em questão de know-how, o governo é neutro. Já para importações e exportações que envolvem esta transferência, a legislação é um pouco mais complicada e deve se ter cuidado para que tudo seja realizado corretamente. Assim a transferência consegue ser completa e realizada de forma eficaz.

Uma filial que já esta no mercado há mais de vinte anos se torna um pouco mais independente da sua matriz, uma vez que o mercado também é diferente. Por isto, a forma com que a transferência é realizada é influenciada. A maior transferência é realizada por meio da forma intra-empresa ou top down, ou seja, a transferência de tecnologia ocorre da casa-mãe (matriz) para a filial, conforme destaca Moreira (2007). Mas não impede que também seja realizada  inter-empresa, onde a filial transfere tecnologia para sua matriz. "[...] dependendo do caso, a transferência será realizada de uma forma, seja através de uma realocação de pessoas, reuniões com indicadores conforme cada setor, procurando as melhores práticas" destaca a entrevistada. Neste sentido, Moreira (2007) também ressalta que em empresas multinacionais localizadas em mercados tendencialmente amplos e abertos, exercem o seu poder de mercado e tentam com que as filiais desenvolvam capacidades tecnológicas especificas de forma a tirar proveito das inovações e invenções locais. Desta forma, a transferência de tecnologia pode ocorrer em ambos os sentidos, da sede para as filiais e das filiais para a sede.

Como o Brasil possui duas filiais, a troca de informação de filial para filial dentro do país é constante, uma vez que a produção é concentrada na unidade do Sul de Santa Catarina, e a filial de São Paulo é somente um laboratório ao qual os técnicos utilizam para desenvolver, testar e atender aos clientes. Com isto as informações sobre a transferência é realizada da filial de Santa Catarina para a filial de São Paulo. "A transferência esta muito presente na estrutura, seja na parte industrial, seja na parte com o cliente, podendo ser transferida diretamente para o cliente" completa a entrevistada.

Entre os processos mais utilizados para a transferência de tecnologia é a transferência de know-how, informações e conhecimentos entre as empresas. A transferência de maquinário e produtos são menos constantes, devido às diferenças entre os mercados. Como os produtos são desenvolvidos no Brasil, nem sempre o que se desenvolve em uma matriz ou filial pode ser usado ou será aceito pelo mercado.

Existem processos que não são realizados com sucesso, ou porque a tecnologia ainda não pode ser utilizada em determinado local, devido à necessidade do cliente não ser aquela ou devido à adequação que precisa ser realizada. "Nada é um ctrl C e ctrl V" (Gerente de RH, 2014). Os estudos de Moreira (2007) e Nero (2011) destacam que é necessário entender o que esta sendo repassado para a empresa ou órgão receptor, de modo que se possa aprimorar e utilizar a tecnologia que esta sendo adquirida. O mesmo processo se aplica para a empresa ou órgão que estiver repassando.

Como a maior transferência de tecnologia é realizada por meio do know-how, o maior risco que a empresa corre é no momento em que o funcionário que adquiriu o know-how possa sair da empresa. De acordo com a entrevistada: "[...] a empresa confia e investe nas pessoas, dá capacitação para que a transferência de tecnologia seja realizada com sucesso, mas se o funcionário sair ou não entender é o risco que se corre".

[...] os resultados potencializam o mercado, potencializam pessoas, abri o mercado nacional, fazendo com que ele esteja preparado para negociar, vender para o mercado mundial. Coloca a indústria nacional em patamares de concorrência com qualquer empresa do mundo. É uma cadeia, onde as empresas vão bem, o mercado vai bem, a economia vai bem e assim por diante (Gerente de RH, 2014).

Os resultados obtidos por meio das transferências são mensurados por dados identificados em cada setor e repassados em reuniões mensais realizados pelas filiais internamente (comitês internos) e anuais com indicadores macro realizados em grupo matriz e filial.

A transferência de tecnologia é uma das estratégias mais importantes dentro de uma organização e se faz necessária para sua sobrevivência. Mantém um diferencial competitivo e faz com que a empresa se posicione a frente dos seus concorrentes no mercado, especialmente em uma multinacional. Como todos os processos, existem riscos, o que segundo a entrevistada "[...] mensurar a possibilidade de sucesso ou dos riscos vai depender muito de cada caso". Por isso, o processo da transferência deve ser realizado por meio de uma analise do emissor e do receptor.

5 Considerações finais

O presente estudo objetivou analisar os processos de transferência internacional de tecnologia em uma multinacional espanhola do setor de colorifício localizada na região Sul de Santa Catarina.

Desta forma, verificou-se que com a expansão da empresa na década de 1970, a transferência de tecnologia se tornou necessária para que a empresa conseguisse manter o seu padrão dentro do mercado de atuação. O maior motivo para se realizar a transferência de tecnologia dentro da organização se dá pela necessidade de manter a empresa com o mesmo padrão de qualidade, atendimento e inovação e desenvolvimento de produto.

Destaca-se ainda que, com o sucesso da realização dos processos de transferência de tecnologia, a empresa se mantém líder de mercado, possuindo um diferencial competitivo em relação às empresas nacionais, já que uma multinacional realiza seu processo de uma forma mais "fácil". Devido à velocidade das mudanças no setor cerâmico, como consequência da transferência de tecnologias e das demandas do mercado, as inovações são bem mais rápidas e constantes.

Para que o tema seja discutido com maior abrangência, sugere-se que novos estudos sejam desenvolvidos contemplando uma amostra maior de indústrias do setor de colorifício, objetivando identificar novos fatores determinantes para o processo de transferência de tecnologia, bem como uma comparação com empresas nacionais e a identificação dos processos de transferência de tecnologia utilizados e as barreiras e incentivos do governo para as empresas nacionais.

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1 (UNESC - Brasil) kellycrmello@gmail.com

2 (UNESC - Brasil) zilli42@hotmail.com

3 (UNESC - Brasil) dricpvieira@unesc.net

4 (UNESC – Brasil) rjn@unesc.net

Vol. 35 (Nº 11) Año 2014
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