Espacios. Vol. 35 (Nº 5) Año 2014. Pág. 14


Avaliação dos projetos de P&D da CHESF

Evaluation of R & D projects CHESF

Edmundo INÁCIO JR. 1; Cassio GARCIA RIBEIRO 2; André T. FURTADO 1, Abraham SICSÚ 3, Luciana TÁVORA 3, Gabriela SILVA 1, Valencio P. GUEDES 4

Recibido: 03/03/14 • Aprobado: 01/05/14


Contenido

RESUMO:
O objetivo deste artigo é apresentar a proposta metodológica criada e aplicada para avaliar os projetos de P&D da CHESF. Pautada no modelo interativo de inovação, a metodologia proposta se apoia basicamente em pesquisa documental e survey. A adoção de mais de uma ferramenta para avaliar os projetos de P&D, permitiu a construção de uma fotografia mais abrangente do processo de inovação da CHESF. A metodologia foi testada com sucesso, revelando-se em importante instrumento para avaliar as políticas de promoção à P&D.
Palavras-chave: avaliação de P&D, política tecnológica e de inovação, setor elétrico brasileiro.

ABSTRACT:
The purpose of this article is to present the proposed methodology created and applied to evaluate the R&D project of the CHESF. Based on interactive innovation model, the proposed methodology relies primarily on documentary research and a survey. Adopting more of a tool to evaluate the R&D projects, allowed the construction of a more comprehensive picture of the CHESF innovation process. The methodology has been successfully tested and proved an important tool for evaluating policies to promote R&D.
Keywords: R&D Valuation, technological and innovation policy, the Brazilian electricity sector


1. Introdução

Durante a década de 1990, foi iniciado no Brasil, um processo de privatização do setor de energia elétrica, a partir do qual o setor privado recebeu permissão para operar empresas de serviço público com base em concessões. Para regular e fiscalizar as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em 1996. Em 2000, foi aprovada a Lei 9.991/2000, a qual obriga as empresas do setor elétrico a investir um percentual mínimo de suas Receitas Operacionais Líquidas (ROL) em projetos de P&D.

O presente artigo se encaixa nesse contexto, pois seu objetivo é apresentar os resultados de uma pesquisa realizada para avaliar a carteira de P&D da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), concessionária de geração e transmissão do sistema Eletrobrás. Tal pesquisa envolveu a elaboração e aplicação de uma metodologia para avaliar os projetos de P&D dessa empresa. Trata-se de uma ferramenta de avaliação ex-post, que buscou averiguar os resultados, além de identificar e quantificar os impactos dos projetos de P&D financiados pela CHESF.

Além da introdução, a seção 2 é apresenta uma revisão bibliográfica que aborda os instrumentos de avaliação das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). Na seção 3 é apresentada a metodologia elaborada e implementada para avaliar a carteira de P&D da empresa. Na seção 4, são apresentados os resultados obtidos a partir do survey. A última seção, traz as principais conclusões deste estudo.

2. Desafios na avaliação da política de C,T&I

Numa economia pautada pelo conhecimento, o trinômio C,T&I representa o vetor principal da competitividade empresarial e do bem-estar da sociedade. O aumento expressivo nos recursos alocados pelos governos nacionais para o fomento às atividades de C,T&I pode ser considerado como um reconhecimento da importância dessas atividades para o desenvolvimento econômico e social. Paralelamente a esse aumento, as autoridades governamentais têm empreendido esforços no sentido de avaliar os resultados e impactos de suas políticas de C,T&I, com a finalidade de averiguar se seus investimentos foram aplicados de maneira sensata, se alcançaram o retorno esperado e se fizeram alguma diferença em relação ao gasto privado pré-existente (Cozzens, 2000; Georguiou, Roessner, 2000).

A crescente preocupação em se avaliar os resultados das políticas de apoio à inovação está diretamente relacionada à necessidade de se aprender com o passado e, mais instrumentalmente, justificar a continuidade dessas políticas às autoridades governamentais e à sociedade. Assim, a avaliação contribui para a concretização dos objetivos de controle e transparência dos gastos governamentais. Além disso, a pertinência de se avaliar as políticas de C,T&I se justifica na medida em que tal atividade auxilia os policy makers a apurar de maneira mais precisa quais os resultados esperados e não-esperados dos instrumentos adotados, permitindo que se aprenda com os sucessos e falhas do passado, evidenciando-se também a necessidade de ajustes ou a criação de novos mecanismos (OECD, 2006).

Assim, a partir da revisão da literatura que trata dos instrumentos de avaliação das políticas de C,T&I, percebe-se uma preocupação cada vez maior das autoridades governamentais em avaliar tais políticas , dado que a avaliação traz à tona importantes informações acerca da efetividade das políticas analisadas, de maneira a subsidiar a tomada de decisão dos policy makers (Bach, 1995 e 2001; OECD, 2006; Geopi, 2003).

Em que pese a importância da atividade de avaliação das políticas de C,T&I, há uma série de obstáculos subjacentes à atividade de avaliação das políticas de C,T&I, como a dificuldade de se atribuir um resultado econômico ou social específico a uma determinada intervenção pública. Outro elemento que dificulta a tarefa dos avaliadores é o fato de que há normalmente um hiato temporal entre a produção de conhecimentos e o alcance de resultados. Nesse sentido, pode-se afirmar que os resultados dos esforços direcionados para a inovação são difíceis de serem estimados ex-ante (Lengrand, Associés, 2006). Ademais, os ganhos obtidos com a atividade são múltiplos e muitas vezes extrapolam o círculo de expectativas iniciais (Bach, 2001; Bach et. al. 1992).

Diante da complexidade de se avaliar os resultados das políticas de C,T&I, as opções metodológicas existentes são variadas, indo desde ferramentas econômicas ortodoxas, como as funções de produção e seus indicadores de input e output (Mansfield, et. al. 1977; Mansfield, 2001), a instrumentos mais heterodoxos, como a criação de métricas que permitam captar quais aprendizagens foram apreendidas pelos atores participantes de um projeto de P&D (Jaffe, 2002).

No que diz respeito às abordagens ortodoxas, convém ressaltar o pioneirismo do estudo realizado por Mansfield et al. (1977), cuja finalidade foi estimar, a partir de dezessete estudos de caso, a taxa de retorno social e privada do investimento relacionado a uma amostra de inovações, a partir de ferramentas econométricas. Com base nas informações coletadas, Mansfield et al (1977) buscaram identificar tanto os benefícios sociais, como os benefícios privados decorrentes das inovações analisadas. Para tanto, utilizaram ferramentas como o excedente do consumidor e a taxa de retorno privada, calculada a partir dos custos poupados e das receitas auferidas com as inovações analisadas.

Segundo Salter e Martin (2001), os resultados obtidos por meio dos estudos econométricos podem ser enganosos devido a muitas suposições irrealistas sobre a natureza da inovação. Nelson (1998) sugere que os enfoques ortodoxos, carecem de uma visão mais completa acerca da inovação, que incorporasse o importante papel desempenhado pelos múltiplos resultados relacionados à interação entre as firmas e entre elas e outras instituições, como as universidades. Além disso, esse mesmo autor (1982; 1998) argumenta que os modelos econométricos não tratam, de maneira adequada, dos processos que ligam insumos e produtos.

Os problemas subjacentes à aplicação dessas ferramentas, de cunho ortodoxo, para a avaliação das políticas de C,T&I, deu ensejo ao desenvolvimento de abordagens alternativas, de cunho heterodoxo. As abordagens heterodoxas para avaliação das políticas de C,T&I se apoiam principalmente no pensamento evolucionista (NELSON e WINTER, 1982). Diferentemente do pensamento neoclássico, esse marco de referência percebe o progresso técnico como um fenômeno endógeno, de maneira que a inovação tecnológica representa um elemento central para se entender a competitividade das firmas e o crescimento econômico. Além disso, no âmbito do pensamento evolucionista o conhecimento científico e tecnológico possui um viés tácito e, em função disso, a aprendizagem que surge a partir das habilidades acumuladas por meio da experiência e anos de esforço, desempenha um papel importante do ponto de vista do processo inovativo (AUTIO, KANNINEN e GUSTAFSSON, 2008).

Assim, os autores evolucionistas descartam a hipótese ortodoxa de que o conhecimento científico esteja na prateleira, sem qualquer custo, disponível para todos (ROSENBERG, 1990). Vale destacar que esse marco de referência parte do modelo interativo de inovação (KLINE e ROSENBERG, 1986), para o qual a tradução do esforço científico e tecnológico realizado nos laboratórios de pesquisa, em desenvolvimento econômico, social, ambiental etc. não é processo sequencial que segue o modelo linear de inovação. Tal modelo se apoia na ideia de que existem múltiplas formas de interação e uma série de impactos que resulta da inovação, as quais devem ser levadas em consideração para um correto entendimento do processo inovativo. O presente trabalho optou por metodologias que se baseiem no modelo interativo de inovação (KLINE e ROSENBERG, 1986), com vistas a identificar várias dimensões dos projetos de P&D avaliados, indo além dos resultados diretamente previstos.

2.1. A Importância da avaliação dos impactos da P&D no setor elétrico Brasileiro

Conforme destacado na introdução deste artigo, a partir da década de 1990 foi levado a cabo no Brasil um processo de privatização do setor de energia elétrica. No bojo desse processo, a iniciativa privada recebeu permissão para operar empresas de serviço público com base em concessões. A ANEEL foi criada com vistas a regular e fiscalizar as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, a partir da promulgação da Lei 9.427/1996.

Em relação ao novo ambiente institucional criado pelo governo brasileiro nos anos 1990, deve-se destacar também o papel desempenhado pela Lei 9.991/2000, a partir da qual ficou estabelecido que as concessionárias e permissionárias de distribuição, geração e transmissão de energia elétrica que operam no país apliquem um percentual mínimo de sua ROL em projetos de P&D. Assim, pode-se afirmar que com a criação dessa Lei, o governo passou a incentivar as atividades de inovação do setor. A ANEEL ficou responsável pela regulamentação e fiscalização dos programas de P&D (Aneel, 2008; Brasil, 2008).

Conforme ressaltado na introdução o presente artigo se encaixa nesse contexto, pois seu objetivo é apresentar os resultados de uma pesquisa realizada para avaliar a carteira de P&D da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), concessionária de geração e transmissão do sistema Eletrobrás.

3. Metodologia

No que diz respeito à escolha das ferramentas que compuseram a metodologia para avaliar os Programas de P&D da CHESF, uma das principais lições extraídas da revisão bibliográfica (Salter, Martin, 2001) é que não há um único e exclusivo método que poderia abranger todas as dimensões dos resultados e impactos decorrentes dos programas de C,T&I. A complexidade do objeto analisado torna necessária a adoção de diferentes abordagens, procedimentos metodológicos e técnicas de coleta de dados. A adoção de múltiplas ferramentas em estudos de avaliação, permite a construção de uma fotografia mais abrangente do processo de inovação [Günther, 2003; Gil, 2002].

O ponto de partida da pesquisa é o de uma avaliação ex-post dos programas concluídos de P&D composta pelos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa documental e survey. A pesquisa documental se baseou principalmente nas informações contidas nos projetos originais e nos relatórios quadrimestrais dos projetos já concluídos.  O survey se apoiou na aplicação de questionário a uma amostra representativa de projetos.

Os gerentes, bem como os coordenadores dos projetos analisados receberam um questionário específico 5. Mensurou-se, em relação aos projetos da carteira de P&D da CHESF, o grau de consecução dos objetivos, os resultados (diretos e indiretos) alcançados, as competências, aprendizagens e mudança organizacionais engendradas e os impactos a partir de uma perspectiva multidimensional (econômica, social e ambiental). Nessa direção, é fundamental notar que os impactos observados apenas em parte são oriundos dos projetos, cabendo valorar o que é advindo destes, e o que o ambiente e a história institucional agregaram para sua consecução. No projeto criaram-se indicadores que procuraram fazer esse rateio. Além disso, cabe observar que a metodologia foi construída com vistas a captar um olhar múltiplo das dimensões investigadas, uma vez que envolveu informações coletadas juntos aos coordenadores e gerentes dos projetos.

Vale observar que antes da realização do survey, os avaliadores tiveram contato com os projetos iniciais – elaborados a partir de um formulário padrão da Aneel (chamado de PRJ) – a partir dos quais foram extraídas as informações aproveitadas para a elaboração dos questionários. Por meio da análise dos PRJs foi possível compreender a natureza de cada projeto, seus objetivos, a equipe e os recursos mobilizados dentre outras informações que proporcionaram uma melhor compreensão de cada projeto avaliado.

Em seguida, foram selecionados os critérios a serem avaliados para a construção de um questionário específico para cada um dos seus atores principais: o gerente da empresa e o coordenador responsável pela execução da pesquisa (nas universidades e centros de pesquisa que participaram desses projetos). Dando sequência ao estudo, ocorreu a realização do survey, com a aplicação dos questionários já melhorados. Esses questionários foram aplicados ao conjunto dos projetos concluídos de que se tinha a documentação necessária.

3.1. A amostra

A Tabela 1 apresenta o universo de projetos da carteira ANEEL da EMPRESA. Como esta pesquisa se propõe a identificar os resultados efetivamente ocorridos, isto é, se pauta numa perspectiva ex-post, partindo de um total de 143 projetos, 76 foram excluídos por estarem em andamento, resultando em uma amostra de 67 projetos concluídos.

Tabela 1. Portfólio de Projetos de P&D da EMPRESA

jan. 2012

Ciclos

Projetos
Concluídos

Projetos em Andamento

Total Geral

2000-2001

18

0

18

2001-2002

28

6

34

2002-2003

14

7

21

2003-2004

2

19

21

2004-2005

4

24

28

2005-2006

1

20

21

Total Geral

67

76

143

Fonte:   Dados primários da pesquisa “Metodologia de Avaliação de Projetos de P&D do Setor Elétrico”.

Nota:    Elaborado pelos autores.

A Tabela 2 contém dados acerca da população analisada e da amostra, subdivididos por ciclos e por entidades participantes. Partindo de um total de 67 projetos, a equipe responsável pela realização deste estudo conseguiu abarcar um conjunto de 41 projetos, isto é, 61% do total. Diante desse dado, pode-se afirmar que o número de coordenadores e gerentes que responderam aos questionários foi relativamente elevado e que a amostra analisada é representativa.

Como pode ser observado na Tabela 2, do total de 53 questionários recebidos, 26 se referem à entidade proponente e 27 à entidade executora, de maneira que há um equilíbrio do ponto de vista do quantitativo de questionários recebidos das duas entidades. No que diz respeito ao ciclo dos projetos com questionários retornados, ao contrário, percebe-se uma concentração entre os ciclos de 2000-2001 a 2002-2003, uma vez que dos 53 questionários retornados, 37 fazem parte desses dois ciclos (ou seja, aproximadamente 90% dos projetos cujos questionários foram recebidos integram tais ciclos). Entretanto, tal concentração também se observa no universo de projetos investigados, visto que de um total de 67 projetos, 60 integram os três ciclos de projetos da carteira Aneel da Chesf (isto é, cerca de 90% da população investigada).

Tabela 2. Projetos concluídos, total e com questionários retornados por entidade, segundo ciclo

jan. 2012

Ciclo

Projetos concluídos (população)

Total

retornados (amostra)

Total1

por entidade

Proponente

Executora

2000-2001

         18

10

6

8

2001-2002

         28

17

10

13

2002-2003

         14

10

7

4

2003-2004

            2

1

 

1

2004-2005

            4

3

3

1

2005-2006

            1

 

 

 

Total

         67

41

26

27

Fonte:    Dados primários da pesquisa “Metodologia de Avaliação de Projetos de P&D do Setor Elétrico”.

Notas:    (1) Corresponde a pelo menos 1 dos questionários retornados, uma vez que, para cada projeto houve 2 questionários enviados, sendo um para o gerente da entidade proponente (CHESF) e outro para o coordenador da entidade executora.

              Elaborado pelos autores.

Diante da dificuldade de se obter o retorno de todos os respondentes, serão apresentados e abordados neste relatório principalmente os dados obtidos de uma amostra da população.

4. Resultados

4.1. Consecução dos objetivos

Uma questão foi incluída tanto no questionário da entidade proponente (ou seja, a própria CHESF, como no questionário das entidades executoras (isto é, as universidades e institutos de pesquisa que conduziram os projetos analisados) cuja finalidade era avaliar o grau de consecução dos objetivos previstos e emergentes. Em relação aos objetivos previstos, os questionários listavam os objetivos estabelecidos nos projetos iniciais. No caso dos objetivos emergentes, havia um espaço no questionário para os respondentes incluí-los.

A Tabela 3 apresenta a média aritmética simples das notas atribuídas pelos respondentes dos 53 questionários. Os dados apresentados revelam uma percepção favorável no que se refere ao alcance dos objetivos (previstos e emergentes) por parte dos coordenadores e gerentes dos projetos da amostra. Como pode ser observado na Tabela 3 a média geral para o indicador grau de consecução dos objetivos, foi de 8,2 e 8,1 para a entidade proponente e para a entidade executora, respectivamente.

4.2. Recursos humanos

Ambos os questionários contavam com perguntas cuja finalidade era identificar os recursos humanos engajados nos projetos investigados, bem como os recursos humanos que foram formados durante a execução dos mesmos. Nossa análise se apoia no indicador equivalência tempo integral (ETI) 6.

A Tabela 3 apresenta o resultado do cálculo dos recursos humanos mobilizados nos projetos, em ambas as entidades, levando em conta os diferentes níveis de formação, sendo que para a entidade proponente chegou-se a 0,33 pessoas em ETI/projeto comprometidas e para a executora 1,64, totalizando aproximadamente 2,0 pessoas em ETI/projeto. Apesar da tabela não mostrar, há um número maior de mestres em ETI alocados nos projetos (ETI = 0,14) da entidade proponente. Já no caso da entidade executora, os graduados em ETI são a maioria (ETI = 0,55). No total, a distribuição no que diz respeito ao nível de formação dos profissionais que participaram dos projetos analisados, observa-se um maior número de graduados (ETI = 0,63), mestres (ETI = 0,49) e doutores (ETI = 0,36).

Por meio do survey realizado foi possível obter informações não apenas dos recursos humanos alocados nos projetos pelas duas entidades, como também dados acerca dos recursos humanos formados no decorrer da execução dos mesmos, com grau de paternidade. No total, entre graduados, mestres e doutores os projetos analisados formaram em média 1 pessoa em ETI, sendo 0,19 a entidade proponente e 0,76 a executora. Apesar das informações desagregadas não estarem presentes na tabela, a média de doutores formados por projeto para as entidades proponente e executora foi de 0,12 e 0,19, respectivamente. A entidade executora tem uma concentração na formação de mestres (0,54). A entidade executora obteve desempenho superior em todos os níveis de formação, em relação à entidade proponente.

4.3. Produção científica

Um dos indicadores de output dos projetos da carteira de P&D da CHESF que o survey identificar diz respeito à produção científica relacionada aos projetos. Vale destacar que o cálculo dessa média se apoia em dois números: um referente à produção científica (por exemplo, um artigo completo em periódico) e outro relacionado à nota atribuída pelo respondente ao grau de paternidade daquela publicação. Supondo que em um determinado projeto apenas um artigo completo em periódico tenha sido listado pelo respondente e que o grau de paternidade fosse de 8, teríamos uma média de 0,8 artigo atrelado a esse projeto.

No que tange a produção científica média por projeto – em termos de artigos completos em periódicos, livros ou capítulos de livros, textos em jornais ou revistas e artigos completos em congresso – os dados obtidos revelam que a entidade proponente publicou cerca de 2,2 artigos/projeto, enquanto a entidade executora, obviamente pela sua natureza, alcançou média superior de 3,1 artigos/projeto.

Tabela 3. Indicadores Sintéticos do Survey da CHESF 1

 

Proponente

Executora

Total

Valor contratado (mil R$)

 

 

449

Grau de consecução 2

                  Objetivos

8,2

8,1

8,1

                  Resultados tecnológicos

7,6

7,8

7,7

Recursos humanos 3

                  Comprometidos

0,33

1,64

1,97

                  Formados

0,19

0,76

0,96

Produção Científica

                  Publicações/projeto

2,2

3,1

 

                  Publicações/pessoas2

6,6

1,9

 

Impactos4
                  Econômicos
                  Sociais
                  Ambientaus

1,0
0,5
0,5

 

 

Número de propriedade intelectual (total)5

3

Número de resultados tecnológicos

1,9

Número de tecnologias implementadas

1,14

Número de tecnologias em uso

0,12

Fonte:   Dados primários da pesquisa “Metodologia de Avaliação de Projetos de P&D do Setor Elétrico”.

Nota:    1 Quando não indicado é o valor médio por projeto;
             2 Nota entre 0 e 10;
             3 Calculados em equivalente tempo integral (ETI);
             4 Nota entre -3 a +3;
             5 Patentes, UM e/ou copyright;

Elaborado pelos autores.

Ainda que os dados não estejam na tabela, cabe frisar que as médias alcançadas pela entidade executora em relação às modalidades artigos completos em periódicos e artigos completos em congresso (0,79 e 2,20 respectivamente) são maiores do que as médias obtidas pela entidade proponente (0,27 e 0,79). Diante dos dados apresentados, pode-se afirmar que a produção científica dos projetos analisados, tanto por parte da entidade executora, como da entidade proponente, foi significativa.

No que diz respeito à entidade proponente, a partir de uma produção total de 145 trabalhos e de um total de 22 pessoas responsáveis pela elaboração desses trabalhos, chega-se a uma intensidade de produção científica de 6,6 trabalhos por pessoa. Já, no caso da entidade executora, a produção científica total foi maior (205), bem como o número de pessoas envolvidas na elaboração desses trabalhos (110 pessoas). Todavia, a intensidade de produção científica desta foi menor do que no caso da entidade proponente (1,9 e 6,6, respectivamente).

Cabe ressaltar o fato de que a produção científica por pessoa da entidade proponente foi bastante significativa, sobretudo se levarmos em conta que esse resultado não está entre os objetivos principais da CHESF em relação aos projetos de P&D da sua carteira. Dois importantes elementos explicam esse desempenho: 1º) muitos dos trabalhos publicados pela entidade proponente foram escritos em coautoria com os integrantes das equipes executoras (como por exemplo, esse o é); 2º) alguns dos trabalhos publicados por autores da entidade proponente se referem a artigos mais curtos, publicados em jornais internos ou revistas especializadas na área de energia e na avaliação desse tipo de trabalho para publicação não há o mesmo rigor que observa no caso dos artigos submetidos a periódicos ou para serem publicados em anais de congressos. Esses elementos, sobretudo o primeiro, evidenciam que os projetos induziram o envolvimento dos técnicos da CHESF em equipes de pesquisa formadas por Universidades ou Centros de pesquisa.

4.4. Propriedade intelectual

Além de investigar os resultados tecnológicos alcançados, esta pesquisa também se propôs a averiguar quais deles foram protegidos por patentes (de invenção, ou modelo de utilidade), registro de desenho industrial, marcas, copyright, ou segredo industrial.

Como pode ser observado na tabela 3, em apenas três dos 41 projetos da amostra, a tecnologia gerada foi de alguma forma protegida, sendo que em um dos casos apresentados, a patente de invenção ainda está em minuta. Depreende-se dessa informação, em que pese o fato de muitos dos projetos terem gerado mais de uma tecnologia, e que boa parte delas inclusive foi implementada na CHESF, a apropriação dessas tecnologias geradas foi muito pequena. Nesse sentido, nota-se uma limitada preocupação tanto da CHESF, como das entidades executoras (no caso em que há co-titularidade da tecnologia desenvolvida nos projetos) de se apropriarem das tecnologias desenvolvidas no âmbito desses projetos.

4.5. Resultados tecnológicos

Por meio da questão acerca dos resultados dos projetos, presente nos dois questionários, pretendia-se averiguar junto aos gerentes e coordenadores dos mesmos, em que medida os resultados propostos foram efetivamente alcançados. Além disso, vale destacar que os respondentes também poderiam incluir resultados emergentes, isto é, aqueles que porventura foram criados e/ou estabelecidos no decorrer do projeto.

Em relação a cada um dos resultados listados nos questionários, bem como aos emergentes (que surgiram no decorrer do projeto, os respondentes teriam que atribuir uma nota, de 0 a 10, que mensurasse o grau de consecução dos mesmos. A Tabela 3 revela uma síntese da percepção dos respondentes (tanto da entidade proponente, como da entidade executora) acerca do grau de consecução dos resultados tecnológicos, por entidade e no total, sendo que tanto os gerentes, como os coordenadores dos projetos da amostra, têm uma visão favorável em relação à consecução dos objetivos, uma vez que a média, foi de 7,7.

4.6. Tecnologias implementadas e em uso

Foram identificados, nos projetos, um total de 78 resultados tecnológicos previstos, isto é, 1,9 resultados tecnológicos por projeto. Nos dois questionários havia uma pergunta cuja finalidade era averiguar junto aos gerentes e aos coordenadores dos projetos investigados quais desses resultados foram, de fato, implementados. De acordo com as informações obtidas pela pesquisa de campo, 60% dos resultados tecnológicos previstos foram implementados, o que significa que cada projeto da amostra implementou 1,14 resultado tecnológico. Tal desempenho pode ser considerado como expressivo, sobretudo se levarmos em conta que muitas vezes os frutos dos projetos de P&D demoram para serem aproveitados, ou então são descartados.

Depreende-se das informações da amostra que, apesar do número significativo de projetos com tecnologias geradas, e que muitas delas terem sido implementadas na CHESF, houve um pequeno número de tecnologias transferidas a outras empresas, ou seja, em uso. Levando em conta todos os 41 projetos da amostra, ocorreram ao todo apenas seis transferências, relacionadas a cinco tecnologias diferentes (0,12 por projeto), pois uma mesma tecnologia (a tecnologia “monitoramento do estado de corrosão de fundações metálicas de linhas de transmissão”) foi transferida a duas empresas diferentes.

Outro aspecto que vale a pena mencionar é que a grande maioria das transferências ocorreu para empresas do sistema Eletrobrás. Como os respondentes da entidade proponente foram indagados acerca dos obstáculos que teriam dificultado a transferência das tecnologias geradas nos projetos que gerenciaram para outras empresas algumas pistas para entendermos quais os motivos que levaram a esse pequeno número de tecnologias transferidas a outras empresas foram elencadas.

A transferência das tecnologias geradas, para outras empresas, integrantes ou não do sistema Eletrobrás, pode ser identificada como sendo um dos possíveis resultados dos projetos analisados. Uma das seções do questionário que foi dirigido aos gerentes de projetos da proponente e aos coordenadores das entidades executoras tinha por finalidade identificar tais casos. Cinco possíveis obstáculos foram elencados e os gerentes tinham que classificá-los de acordo com o grau de importância desses obstáculos para a transferência das tecnologias. A maior parte dos respondentes avaliou os fatores listados como obstáculos não-relevantes (todos os fatores foram avaliados como não-relevantes por pelo menos 50% dos respondentes). No entanto, cabe observar que para 46% dos respondentes o fator “não faz parte da estratégia da empresa (a transferência)” pode ser considerado um obstáculo de alta ou média importância. O fator “não há departamento ou equipe dedicada a essa atividade” também deve ser apontado como um dos possíveis empecilhos à transferência das tecnologias geradas, visto que 42% dos respondentes o assinalaram como um obstáculo de alta ou média importância.

4.7. Impactos dos projetos na CHESF

Um dos focos do survey realizado foi identificar os impactos dos projetos na CHESF, levando em conta três dimensões: econômica, social e ambiental.

Para que fique claro como foram obtidos os dados sobre os “impactos dos projetos na CHESF”, cabe aqui tecer alguns comentários acerca da pergunta do questionário da qual eles se originaram. Tal pergunta foi inserida no questionário com vistas a apurar junto aos gerentes dos projetos da amostra, a natureza e a magnitude dos impactos decorrentes desses projetos na CHESF. Para cada uma das variáveis analisadas foram incluídos alguns possíveis impactos que poderiam ter surgido a partir da realização dos projetos investigados. Além disso, vale destacar que havia um espaço no questionário para a inclusão de outros impactos. Cada um dos impactos (tanto os elencados na pergunta, como aqueles incluídos pelo próprio respondente) deveria ser avaliado pelos gerentes, numa escala que ia de -3 (alto negativo) a + 3 (alto positivo).

Merece destaque em relação à esses dados da amostra o fato de que para a maioria dos respondentes os impactos listados foi considerado como não-relevante, ou não se aplica. Vale frisar que na escala proposta na questão, o grau de importância 0, podia ser interpretado pelo respondente como impacto não-relevante, ou que não se aplicava ao projeto em relação ao qual o questionário estava sendo respondido.

Entre as três variáveis analisadas, na opinião dos respondentes os principais impactos foram de ordem econômica. Cabe aqui destacar os impactos “qualidade dos bens ou serviços” e “capacidade de produção/prestação de serviços”, os quais foram avaliados por 54% dos respondentes como impactos de importância média positiva (+2) ou alta positiva (+3). Segundo os respondentes dos questionários da amostra os impactos sociais e ambientais dos projetos que gerenciaram não foram significativos. O impacto “redução nos acidentes de trabalho” foi, entre os impactos sociais, o mais apontado pelos respondentes: 23% deles indicaram que, em virtude do projeto que gerenciaram, tal impacto ocorreu e que ele foi de média (4%), ou alta importância (19%) para a CHESF. Quanto aos impactos ambientais, aquele que, na visão dos participantes da pesquisa, teve maior impacto para a CHESF foi o impacto “enquadramento em regulações e normas”: 27% dos respondentes o classificaram como de média (8%), ou alta importância (19%). Tais dados corroboram a pequena magnitude dos impactos sociais e ambientais vis-à-vis os impactos econômicos, de acordo com a avaliação dos respondentes.

5. Conclusões

Conforme apresentado na introdução, o objetivo principal deste artigo foi retratar, de uma forma sistêmica, o conjunto de recursos mobilizados pelos projetos de P&D da CHESF e os distintos resultados e impactos advindos de sua execução. Para alcançar tal objetivo, esta pesquisa contemplou a elaboração de uma proposta metodológica, pautada no modelo interativo de inovação e que se pautou basicamente em duas ferramentas de coletas de dados: survey e estudos de caso. Como exposto ao longo do artigo, tal metodologia se coaduna com a complexidade do objeto analisado.

Quanto ao survey, o número de coordenadores e gerentes que responderam aos questionários foi expressivo, de forma que a amostra analisada é bastante representativa. Ademais, os dados obtidos junto aos respondentes dos questionários trazem à tona informações importantes sobre o funcionamento dos projetos investigados, as quais podem subsidiar a tomada de decisão da empresa no sentido de aprimorar seu Programa de P&D.

Entre as principais conclusões que se pode extrair da análise dos dados obtidos por meio do survey é possível destacar que, em relação à consecução dos objetivos, há uma percepção favorável dos respondentes no que se refere ao alcance dos objetivos (previstos e emergentes) por parte dos coordenadores e gerentes dos projetos da amostra. Ainda assim, cabe ressaltar que alguns fatores como os aspectos regulatórios e normativos e os prazos para a execução dos projetos, foram apontados por alguns dos participantes da pesquisa (de ambas as entidades) como empecilhos para a consecução dos objetivos dos projetos investigados.

Sobre os recursos humanos mobilizados pelas entidades executoras, estes foram muito superiores em número absolutos ao da entidade proponente (a CHESF). Ainda assim, vale frisar que os recursos humanos alocados pela entidade proponente corresponderam o próximo de um quinto do total. Levando em conta o total de profissionais formados por projeto (isto é, tomando em conjunto os dados obtidos junto aos respondentes de ambas as entidades), chega-se a uma média de quase uma pessoa formada por projeto, um resultado bastante razoável. 

No que diz respeito à propriedade intelectual nota-se uma limitada preocupação tanto da CHESF, como das entidades executoras (no caso em que há co-titularidade da tecnologia desenvolvida nos projetos) de se apropriarem das tecnologias desenvolvidas no âmbito desses projetos, pois pouquíssimos projetos geraram patentes ou direitos autorais.

Tanto os gerentes, quanto os coordenadores dos projetos da amostra têm uma visão relativamente favorável em relação à consecução dos resultados esperados em relação aos projetos por eles gerenciados/coordenados. De acordo com as informações obtidas na pesquisa de campo, 60% dos resultados tecnológicos previstos nos projetos iniciais foram implementados, o que significa que cada projeto da amostra implementou cerca de um resultado tecnológico. Partindo desse dado poderíamos concluir que os projetos analisados foram exitosos do ponto de vista dos resultados tecnológicos alcançados.

Entretanto, a pesquisa apontou que uma parcela significativa das tecnologias geradas não passou dos estágios de protótipo de laboratório e protótipo de campo, de maneira que não foi incorporada de fato pela CHESF. Diante disso, deve-se relativizar o sucesso tecnológico dos projetos investigados nesta pesquisa. Entre os principais obstáculos apontados pelos gerentes dos projetos da amostra no que diz respeito à implementação das tecnologias geradas na CHESF, pode-se destacar a cultura organizacional e a burocracia da CHESF. Quanto aos coordenadores dos projetos da amostra, na visão deles os fatores prazo inadequado, burocracia da entidade executora e burocracia da entidade proponente, foram aqueles que mais dificultaram o processo de transferência para esta empresa das tecnologias desenvolvidas no âmbito dos projetos coordenados por eles.

Diante do quadro aqui apresentado, é possível elencar algumas recomendações que poderiam contribuir para a gestão de P&D da empresa. Não se notou, a partir da pesquisa realizada, uma estratégia prévia para a estruturação da difusão dos resultados dos projetos financiados, o que diminui, na prática, os impactos alcançados. Além disso, a partir do estudo realizado, percebeu-se que não há até o momento, uma preocupação com a negociação ou licenciamento de resultados, fator apontado por vários entrevistados como limitante aos impactos possíveis. Por fim, acredita-se que para uma efetiva internalização da área de P&D e Inovação na CHESF, seriam relevantes investimentos na estruturação de uma Unidade tecnológica com equipamentos e quadro técnico capacitado para uma maior interlocução com as entidades do conhecimento, principalmente as universidades. Muito mais do que pesquisa, essa Unidade se preocuparia com as fases finais do processo, que incluem desenvolvimento, engenharia e proteção da propriedade intelectual.

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1 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, Brasil): edmundo.inacio@fca.unicamp.br; furtado@ige.unicamp.br; gabrielapnsilva@gmail.com.
2 Universidade Estadual Paulista (UNESP, Brasil): cassio@franca.unesp.br.
3 Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ, Brasil) sicsu@fundaj.gov.br; luciana.tavora@fundaj.gov.br.
4 Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF, Brasil): valencio@chesf.gov.br
5 Cada projeto possui, no mínimo, um gerente, um coordenador e um pesquisador. O Gerente de Projeto é a pessoa responsável, no âmbito da empresa, pelo acompanhamento da execução do Projeto de P&D, respondendo técnica e administrativamente por esse. O Gerente de Projeto deve ser membro do quadro efetivo da empresa e prestar contas do progresso dos trabalhos ao Gerente de Programa.
6 Forma recomendada pelo Manual Frascati para a medição dos recursos humanos mobilizados em P&D. Tal indicador pondera cada pesquisador pelo tempo de dedicação às atividades de P&D


Vol. 35 (Nº5) Año 2014
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