Espacios. Vol. 35 (Nº 2) Año 2014. Pág. 8


Brasil e China no Século XXI: algumas projeções sobre o papel do Brasil neste fluxo de comércio entre as duas economias

Brazil and China in the twenty-first century: some projections about Brazil's role in this flow of trade between the two economies

George Henrique de Moura CUNHA 1. Tito Belchior S. MOREIRA 2. Michel Ângelo Constantino de OLIVEIRA 3

Recibido: 19/11/13 • Aprobado:09/01/14


Contenido

RESUMO:
Este trabalho analisa o padrão do comercio bilateral entre Brasil e China desde a década de 1990. Entre outros aspectos, avalia-se a composição das exportações brasileiras para a China. Os resultados da análise apontam para a concentração das exportações de produtos brasileiros para a China, em sua maior parte bens primários ou com pouco valor agregado. Contudo, as autoridades chinesas podem reagir aos saldos comerciais favoráveis ao Brasil com uma negociação bilateral que vise uma maior abertura do mercado interno brasileiro para produtos manufaturados chineses. Dessa forma, o processo de redução da participação da indústria brasileira no PIB nacional pode aumentar.
Palavras-Chave: Comércio Sino-Brasileiro; agronegócio; desindustrialização.

ABSTRACT:
This paper analyzes the pattern of bilateral trade between Brazil and China since the 1990s. Among other aspects, this article assesses the composition of Brazilian exports to China. The analysis results indicate the concentration of exports of Brazilian products to China, mostly primary goods or with little added value. However, the Chinese authorities can react to favorable trade balances to Brazil via bilateral negotiations aimed at further opening of the Brazilian market for manufactured products in China. Thus, the process of reducing the contribution of Brazilian industry in GDP may increase.
Keywords: Sino-Brazilian trade; agribusiness; lower share of industry.



1. Introdução

Nos últimos vinte anos a economia chinesa se transformou no chão de fabrica do mundo. A maior parte das grandes empresas multinacionais utiliza a mão de obra chinesa para a elaboração de seus produtos com custos mais reduzidos do que aqueles que obteriam em seus países de origem. O que motiva a atração de novos investimentos para o país é uma combinação de três fatores: baixos custos salariais, mercado interno e dos fortes incentivos que o governo local proporciona. Como consequência de um conjunto de politicas internas visando à expansão da atividade econômica, a economia chinesa alcançou a segunda posição no ranking da economia mundial.

Durante o mesmo período, a economia brasileira apresentou um processo de estabilização da inflação e uma gradual melhora na sua distribuição da renda. Nesse período, grupos sociais que até anteriormente estavam fora do mercado consumidor, passam a ingressar em uma classe média crescente. Porém, mesmo diante dos avanços sociais obtidos, o desempenho da economia brasileira permaneceu abaixo da média na América Latina.

Comparando o desempenho das duas economias entre 1990 e 2011, segundo dados do Banco Mundial, entre 1990 e 2000, a economia brasileira cresceu em média 2,7% ao ano, enquanto que a China apresentou 10,6%. Entre 2000 e 2011, a economia brasileira cresceu um pouco mais: 3,8% ao ano, enquanto que a China cresceu 10,8%. O motor principal do crescimento chinês é o comércio exterior. Comparando o desempenho dos dois países, entre 2000 e 2011, os chineses exportavam quatro vezes e meia a mais que o Brasil em 2000. Em 2011, esta relação já era de quase sete vezes e meia.

Tabela 1: Comércio Exterior: Brasil e China em milhões de US$

Exportações

Importações

Fluxo de Comércio

País\ano

2000

2011

2000

2011

2000

2011

Brasil

55.086

256.040

59.053

236.870

114.139

492.910

China

249.203

1.898.381

225.094

1.743.484

474.297

3.641.865

China/Brasil

4,5

7,4

3,8

7,4

-

-

Fonte: Word Bank data base (2013)

Objetivo deste trabalho é apresentar o comportamento do comercio bilateral entre Brasil e China nos últimos anos. Para tanto será analisado a composição das exportações brasileiras.

2. Uma breve revisão da literatura

Ao longo da sua existência, o comércio de mercadorias ajudou a moldar a sociedade em que conhecemos, possibilitando a integração de comunidades isoladas em função de interesses comuns. Segundo Smith (1979), o comércio voluntário entre duas nações é baseado no conceito da vantagem absoluta, que ocorre quando uma economia é mais eficiente que a outra na produção de determinado bem. Nesse contexto, a vantagem absoluta decorre da condição de se utilizar menos fatores de produção para produzir um dado bem em comparação com a produção desse mesmo bem em uma outra economia. Neste caso, o conceito de eficiência é baseado na quantidade de horas necessárias para produção. Assim, cada economia deveria se especializar na produção daquele bem cujo custo de produção seja inferior (mais eficiente) a outra economia, e importar a mercadoria no qual ela onde não se consegue produzir com eficiência.

A obra a Riqueza das Nações lançada em 1776 foi uma critica as políticas mercantilistas que obstaculizavam o livre comércio e foi uma das primeiras tentativas de explicar o comércio internacional. Quadro décadas depois, em 1817, Ricardo (1979) publica Princípios de Economia Política e Tributação, onde desenvolve o conceito de vantagem comparativa. Neste modelo, o comércio entre dois países poderia ser proveitoso para ambos, mesmo se um deles apresentasse vantagem absoluta na produção de todos os bens. As duas teorias partem do principio que os custos de produção permanecem inalterados ao longo do tempo, as mercadorias são produzidas e comercializadas em mercados perfeitamente competitivos; a mão de obra é homogênea podendo ter a mesma eficiência na produção de qualquer bem ou serviço; e que independente do volume de produção não haverá economias de escala.

Em resumo, tratava-se de um modelo com dois países, dois produtos e um só fator de produção (trabalho). Em linhas gerais, o princípio da vantagem absoluta representa um caso especial de uma teoria mais geral, que neste caso é a teoria das vantagens comparativas (Salvatore, 2007). O ponto principal destas duas teorias estava baseado nos princípios do livre comércio ou na livre concorrência entre produtores. Para que isto acontecesse era necessário que não existissem barreiras ao comércio entre as nações e que estes mercados estivessem em concorrência perfeita.

No início do século XX, dois economistas suecos Eli Heckscher e Bertil Ohlin apresentam um modelo mais próximo à realidade que consistiria na teoria neoclássica do comércio internacional ou teorema Hechscher-Ohlin (H-O). Neste novo modelo é incorporada a disponibilidade de capital. A teoria de Hechscher-Ohlin parte do principio, por um lado, que uma economia deverá exportar mercadorias cuja produção requeira o emprego intensivo do fator relativamente abundante e barato. Por outro, a economia deverá importar mercadorias cuja produção necessite a utilização intensiva do fator relativamente escasso e caro em seus mercados. Em outras palavras, países com uma abundancia relativa de trabalhadores exportarão mercadorias intensivas no uso do trabalho e importará mercadorias intensivas no uso do capital. É importante assinalar que países com uma abundancia relativa de trabalhadores apresentam salários mais reduzidos, quando comparados com economias com escassez relativa do fator trabalho (Caves, 2001).

No comercio entre o Brasil e a China, cada um dos seus componentes tem um fator abundante em termos comparativos. Quando comparados, observa-se que o Brasil tem maior disponibilidade relativa de terra, enquanto que a China apresenta uma maior disponibilidade relativa de trabalho e capital. Partindo-se deste cenário, a formação de um mercado de comércio livre e sem restrições entre os dois países poderia levar o Brasil a uma especialização no fornecimento para a China de produtos agrícolas e minerais com baixo valor agregado. Enquanto que a China se especializaria na produção de manufaturas intensivas em trabalho e de produtos intensivos em capital.

3. O comércio sino-brasileiro

Entre 1990 e 2012, a dimensão do comércio bilateral Brasil China aumentou 137 vezes, de um pouco mais de meio bilhão de dólares no inicio para mais de setenta e cinco bilhões em 2012. Em termos globais elevaram-se tanto as exportações como as importações. Os dados agrupados mostram que as exportações cresceram mais de 108 vezes, enquanto que as importações aumentaram 203 vezes.

Nestes vinte e três anos, o fluxo de comércio gerado por estes dois países correspondeu a US$ 373,9 bilhões, as vendas brasileiras para a China totalizaram US$ 203 bilhões enquanto que as compras de produtos chineses somaram US$ 171 bilhões. É importante ressaltar que nesse período, os resultados comerciais foram em sua maioria benéficos para nosso país. Nesse intervalo de tempo, o Brasil apresentou um saldo favorável em sua balança comercial em 16 anos, enquanto a China apresentou em sete anos. Em termos gerais, o Brasil apresentou um saldo acumulado de comércio de US$ 33 bilhões aproximadamente, desse total US$ 23,6 bilhões somente entre 2009 e 2012. Em suma, o Brasil tem conseguido expressivos resultados comerciais com a China, em cenário externo recessivo.

Contudo, estes resultados devem se analisados com extrema cautela. Geralmente, quando uma nação apresenta-se superavitária em relação à outra, mais concessões ela deverá proporcionar ao país deficitário para tentar equilibrar seus fluxos de comércio. Neste caso, a política comercial chinesa buscará meios para reduzir este superávit por meio de um aumento nas compras de produtos chineses. Neste caso, maiores serão as pressões para a redução das barreiras tarifarias e não tarifárias brasileiras, e maiores serão as demandas para estabelecimento de um regime preferencial de comércio.

Tabela 2 Comércio Brasil-China.

A n o

Exportação US$ FOB

Importação US$ FOB

Saldo

Corrente Comércio

(A)

(B)

(A-B)

(A+B)

1990

381,803,845

168,792,327

213,011,518

550,596,172

1995

1,203,750,528

1,041,728,048

162,022,480

2,245,478,576

2000

1,085,301,597

1,222,098,317

-136,796,720

2,307,399,914

2005

6,834,996,980

5,354,519,361

1,480,477,619

12,189,516,341

2006

8,402,368,827

7,990,448,434

411,920,393

16,392,817,261

2007

10,748,813,792

12,621,273,347

-1,872,459,555

23,370,087,139

2008

16,522,652,160

20,044,460,592

-3,521,808,432

36,567,112,752

2009

21,003,886,286

15,911,133,748

5,092,752,538

36,915,020,034

2010

30,785,906,442

25,595,419,005

5,190,487,437

56,381,325,447

2011

44,314,595,336

32,790,418,216

11,524,177,120

77,105,013,552

2012

41,227,540,253

34,248,498,759

6,979,041,494

75,476,039,012

Fonte: Brasil (2013).

Analisando o comportamento do valor comercializado entre as duas nações, podemos observar que o intercambio de mercadorias apresentaram valores extremamente elevados. Porém uma analise mais detalhada nas exportações por valor agregado 4, revela grandes transformações na composição do que o país destina em direção à China. Durante o período analisado, o Brasil aumentou significativamente suas exportações em termos quantitativos. Contudo, quando analisamos a composição das vendas para este destino, constata-se uma mudança qualitativa de fornecedor de produtos manufaturados e semimanufaturados, para produtos básicos.

Uma explicação para este processo estaria na especialização do Brasil nos produtos em que ele tem vantagem comparativa com a china. Neste caso, a produção de commodities. Contudo, ao configurar-se em definitivo esta situação, o Brasil poderá torna-se um mercado fornecedor de matérias primas para a economia chinesa. Em 1990, a participação dos produtos básicos era de menos de 20% do total. Contudo, em 2012, isto representava mais de 80%. O que se tem observado é um gradual aumento destes produtos no total.

Em termos absolutos, as três categorias apresentaram taxas positivas. Entre 1990 e 2012, a exportação de produtos manufaturados aumentou 20 vezes, enquanto que os bens semimanufaturados cresceram 25 vezes aproximadamente. Contudo, o que chama maior atenção e valor nas vendas de produtos básicos a China que cresceram 456 vezes.

Tabela 3: Composição das exportações brasileiras para a China (%)

Ano

Produtos Básicos

A+B

Semimanufaturados - A

Manufaturados - B

1990

19.6

80.4

48.9

31.5

1995

15.9

84.1

57.3

26.8

2000

68.2

31.7

13.0

18.8

2005

68.4

31.4

14.7

16.7

2006

73.9

25.6

15.2

10.5

2007

73.8

26.1

18.0

8.1

2008

77.7

22.3

15.7

6.6

2009

77.7

22.3

15.5

6.8

2010

83.7

16.3

11.8

4.5

2011

85.0

15.0

10.4

4.6

2012

82.8

17.1

11.3

5.8

Fonte: Brasil (2013).

Além de exportador de commodities para China, o Brasil tem se concentrado em poucos produtos para este destino. Tomando-se por base o período de 2011 e 2012, o que tem se constatado é que três produtos de exportação (minério de ferro, soja e petróleo) correspondem a três quartos de todas as vendas externas. Este cenário é similar ao verificado no começo do século XX, com as culturas do café, algodão e borracha que representavam o mesmo patamar.

A história mostra que a concentração de poucos produtos exportados para um único mercado, torna o fornecedor de matérias primas extremamente vulnerável as pressões de seu comprador. Para os próximos anos, caso não ocorram mais mudanças, o cenário é ainda mais concentrador, em virtude das perspectivas favoráveis para o agronegócio e das descobertas de petróleo do pré sal.

Tabela 4: Brasil - Exportação dos três maiores produtos

2012

Em US$

%

1

Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados

13,950,844,361

33.84

2

Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura.

11,880,053,553

28.82

3

Óleos brutos de petróleo

4,834,736,560

11.73

Total

30,665,634,474

74.39

2011

Em US$

%

1

Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados

17,976,880,575

40.57

2

Outros grãos de soja mesmo triturados.

10,957,102,029

24.73

3

Óleos brutos de petróleo

4,883,733,718

11.02

Total

33,817,716,322

76.32

Fonte: Brasil (2013).

A indústria nacional tem padecido de problemas que obstaculizam seu desenvolvimento. Nos últimos anos a indústria nacional tem reduzido sua participação na composição da economia brasileira, em resposta ao processo de abertura comercial iniciada no começo da ultima década do século XX. Embora a discussão atual sobre este tema, não tenha gerado uma homogeneidade de opiniões, é aceitável apontar alguns fatores, como elementos que impactam negativamente sobre o desempenho industrial. Entre os quais podemos citar: a elevada carga tributária brasileira, as deficiências na infraestrutura, o reduzido investimento privado em pesquisa e desenvolvimento e uma recente orientação de política de comércio no sentido de redução do grau de abertura comercial da economia brasileira com a intenção de uma suposta proteção à indústria nacional.

A indústria chinesa, por sua vez apresenta um cenário totalmente distinto do quadro brasileiro. Desde o final do século XX, a China tem se convertido em um dos principais produtores e exportadores de produtos eletrônicos, da tecnologia da informação e de comunicações. Segundo Bransterrer y Lardi (apud Rosales, 2007), a maioria das mercadorias produzidas haviam se transformado em quase commodities (equipamentos eletrônicos, computadores portáteis e telefones celulares). Para que a produção destes setores avance nas exportações, é necessária uma maior importação de insumos básicos em suas cadeias produtivas. Cabe assinalar, que somente 15% do valor exportado por estes setores correspondem ao valor agregado neste país.

A contribuição da China neste processo está na especialização na montagem de equipamentos aproveitando o uso do seu fator de produção abundante, isto é, o trabalho. Para tanto, os processo de produtivos empregam o uso intensivo de mão de obra em conformidade com as teorias de comércio internacional. No começo deste século, a maioria das atividades de montagem era executada por firmas estrangeiras que usavam a China como plataforma de exportação (Bransterrer y Lardi, apud Rosales, 2007).

4. O papel da economia chinesa no comércio internacional

Nos últimos anos, o prolongamento da crise financeira internacional nas economias mais desenvolvidas, resultou em queda na atividade econômica e aumento nas taxas de desemprego nestes países, tem proporcionado uma queda nos principais mercados mundiais afetando de forma direta o crescimento da atividade econômica chinesa.

O mercado interno da China e seu prolongado ciclo de crescimento tem proporcionado um aumento do consumo dos chineses, impulsionando as exportações dos fornecedores externos de insumos para a sua indústria ou para alimentar a sua imensa população. Embora a China seja o maior produtor mundial de carvão, aço, ferro, estanho, zinco, alumínio, cobre e cereais sua demanda interna ultrapassa a sua oferta, tornando a economia a maior importadoras destes produtos.

Cabe ressaltar a importância da China neste período de recuperação mundial, que tem proporcionado importantes efeitos globais. Por tratar-se de um importante mercado consumidor de matérias primas, minerais, energia e, também, de alimentos e produtos industriais. No final da primeira década do século 20, a economia chinesa havia se tornado o maior importador mundial de carvão, minério de ferro, aço, estanho, zinco, cobre e cereais. E, também apresentava a segunda posição nas importações mundiais de alumínio, chumbo, soja, açúcar e petróleo.

É importante destacar que uma desaceleração do mercado Chinês 5 pode provocar uma redução no consumo destas mercadorias, além de proporcionar uma redução nos seus preços internacionais (IMF, 2013). Tal cenário seria extremamente prejudicial às exportações brasileiras de commodities para este país.

5. Conclusão

Para os próximos anos configura-se uma conjuntura positiva para o setor do agronegócio brasileiro em função das condições externas. O crescimento da renda per capita e uma melhor distribuição das riquezas nos países emergentes verificado nos últimos anos, tem proporcionado uma melhora no poder de compra dos segmentos mais pobres e um aumento na sua demanda por alimentos. Neste cenário, destacam-se uma maior perspectiva de aumento no consumo externo.

Desse modo, espera-se que as exportações provenientes do agronegócio cresçam nos próximos dez anos. Segundo Brasil (2012) e Contini (2012), para os próximos dez anos são esperados um crescimento nas exportações de soja em grão (31,6%), açúcar (45,2%), milho (32,6), algodão em pluma (43,7%), carne de frango (35%), carne bovina (20%), carne suína (23,1%), suco de laranja (26,9%) e celulose (40,1%).

A venda de produtos primários na pauta das exportações brasileiras tem-se intensificado a partir de 2006. Isto tem ocorrido principalmente para mercados chineses. Caso essa tendência seja confirmada, isto poderia proporcionar problemas para cadeia de produção nacional, além de prejudicar o crescimento da economia no longo prazo. Na visão de Marconi (2013), a manter-se a estratégia de fornecer produtos primários e importar mercadorias com maior valor agregado, a economia brasileira assumiria uma posição de mera fornecedora de matérias primas e proporcionaria uma forte dependência comercial com aquele país.

As evidencias apontam para a concentração das exportações de poucos produtos para a China, em sua maior parte bens primários ou com pouco valor agregado. Os saldos comerciais do Brasil com a China podem fazer com que as autoridades daqueles países forcem a negociar acordos visando uma maior abertura do mercado interno brasileiro para produtos manufaturados chineses, podendo assim, aprofundar o processo de redução da participação da indústria brasileira no PIB nacional.

6. Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasil projeções do agronegócio 2011/20122 a 2021/2022. Brasília, Distrito Federal, 2012. 50 páginas.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Intercâmbio comercial brasileiro: países e blocos econômicos. Acessado em 15 de maio de 2013. http://www.desenvolvimento.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=576

CAVES, Richard E.; FRANKEL, Jeffrey e JONES, Ronald W. Economia Internacional: comércio e transações globais. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

CONTINI, Elísio; PENA JUNIOR, Marcos A. G.; SANTANA, Carlos A.; MARTHA JUNIOR, Geraldo. Exportações: motor do agronegócio brasileiro. Revista de Política Agrícola. Brasília, Distrito Federal: Secretaria Nacional de Política Agrícola, Companhia Nacional de Abastecimento. Ano, XXI, n°2, abril-maio, 2012.

IMF- International Monetary Fund. World economic outlook: a survey by the staff of the International Monetary Fund. Washington, DC: April, 2013.

MARCONI, Nelson. O desempenho do comércio exterior brasileiro no período pós-crise. Boletim de Economia e Política Internacional. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, n°13, jan-abril, 2013.

RICARDO, David. Princípios de Economia Politica. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1979.

ROSALES, Osvaldo y KUWAYAMA, Mikio. América Latina al encuentro de China y India: perspectivas y desafios en comercio e inversión. Santiago: Revista de la Cepal, n°93, dezembro de 2007.

SALVATORE, Dominick. Introdução à Economia Internacional. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2007

SMITH, Adan. A Riqueza das Nações. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1979.

World Bank. World Development Indicators. Acessado em 20 de maio de 2013. http://data.worldbank.org/data-catalog/world-development-indicators.


1 Universidade Católica de Brasília: george@ucb.br
2 Universidade Católica de Brasília: tito@pos.ucb.br
3 Pesquisador IPEA/Universidade Católica Dom Bosco: michel.oliveira@ipea.gov.br
4 O conceito de exportações por fator agregado envolve o agrupamento dos produtos em três grandes categorias, que levam em conta o grau de transformação (agregação de valor) que a mercadoria sofreu durante o seu processo produtivo, até a venda final. Nessa classificação os produtos básicos são aquelas mercadorias de baixo valor, normalmente intensivos em mão-de-obra e cuja cadeia produtiva é simples e que sofrem poucas transformações. Por exemplo: minério de ferro, grãos, agricultura, etc. Produtos industrializados: Dividem-se em semimanufaturados e manufaturados, uma vez mais considerando o grau de transformação. Considera-se uma mercadoria como semimanufaturada, aquela que passou por alguma transformação. Neste caso, podemos tomar como exemplo: suco de laranja congelado; couro e farelo de soja. Já as mercadorias consideradas manufaturada são caracterizadas por incorporar maior tecnologia e alto valor agregado, por exemplo: televisores, geladeiras, fogões, chip de computador, automóveis, CDs com programa de computador, etc.
5 Embora as taxas de crescimento da economia chinesa tenham desacelerado desde a crise do subprime passando de taxas de 2 dígitos para um dígito, as taxas atuais em torno de 7% ao ano ainda é considerável.


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