Espacios. Vol. 33 (11) 2012. Pág. 10


Empreendedorismo, inovação e redes de relacionamento: o caso de uma empresa incubada

Entrepreneurship, innovation and social networks: the case of a company incubated

Déborah Mara Siade Barbosa 1, Nayara Silva de Noronha 2 y Cléber Carvalho de Castro 3

Recibido: 13-03-2012 - Aprobado: 01-07-2012


Contenido

Gracias a sus donaciones esta página seguirá siendo gratis para nuestros lectores.
Graças a suas doações neste site permanecerá gratuito para os nossos leitores.
Thanks to your donations this site will remain free to our readers.

RESUMO:
Este artigo tem como objetivo entender o papel da rede de relacionamentos de uma empresa de negócios inovadores de uma incubadora de base tecnológica de uma universidade federal brasileira. Partindo de uma revisão teórica acerca de empreendedorismo e inovação, incubadora de empresas e redes de relacionamento e capital social, buscou-se (i) estabelecer se por meio da rede de relacionamentos da incubada foi possível vislumbrar oportunidades de negócios inovadores; (ii) identificar quais foram os fatores intervenientes no processo de decisão de incubar de tal empresa e (iii) mapear a rede de relacionamentos desta incubada. Para tanto, neste estudo de caso, utilizou-se da análise de conteúdo das entrevistas e do desenho da rede de relacionamento proporcionada pelo software Ucinet® 6 e NetDraw para compreender o papel desta rede para a Incubada. Os resultados encontrados permitem inferir que a rede de relacionamentos em que a Incubada está inserida é de fundamental importância para esta, pois as relações possuem papel de destaque e constituem pontos-chave para o desenvolvimento e evolução da Incubada.
Palavras-chave: empreendedorismo e inovação; empresa incubada; rede de relacionamentos.

 

ABSTRACT:
This article aims to understand the role of relationships network in an innovative business enterprise of technology-based incubator of Brazilian federal university. From a literature review on entrepreneurship and innovation, enterprises incubated and relationships networks and social capital, sought to (i) to establish if through the relationships network of incubated were able to pinpoint innovative business opportunities, (ii) identify what factors involved in the decisory process of company's incubation, (iii) map the relationships network of the Incubated. Hence, in this case study, we used content analysis of interviews and the relationship map provided by the network software Ucinet NetDraw ® 6 for understand the role of this network to the Incubated. The results allow us to infer that the network of relationships in which the incubator is inserted is crucial for the Incubated, because the relations have a prominent role and are key points for the development and evolution of the Incubated.
Keywords: entrepreneurship and innovation; incubated enterprise; relationship network.


1. Introdução

As mudanças ocorridas a partir da segunda metade do século XX impactaram a economia e, consequentemente, os formatos organizacionais. Estar inseridas em um cenário globalizado exige das organizações uma nova postura para obter ou manter sua competitividade. Assim, para um melhor desempenho competitivo, as empresas possuem alternativas como: centrar-se na inovação, na facilidade de se adaptar a mudanças e na capacidade de se aliar a parceiros estratégicos.

As micro e pequenas empresas (MPE’s) representam grande parcela dos empreendimentos brasileiros e movimentam significativamente a economia nacional. No entanto, sabe-se das dificuldades enfrentadas pelas mesmas para se manterem no mercado e crescerem. Neste sentido, os programas de incubação de empresas são instrumentos de apoio fundamentais a MPE’s, que assim, passam a contar com a participação do governo e das universidades, facilitando o processo de inovação nas mesmas, principalmente no que tange à pesquisa e desenvolvimento tecnológicos.

As incubadoras de empresas têm o papel de auxiliar a ligação das empresas com o mercado, clientes e parceiros estratégicos. Ponto de destaque no processo de incubação é a sinergia resultante do uso compartilhado da planta industrial, instalações, pessoal, equipamentos e ferramentas, transferência de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e tecnologia, garantindo maior consolidação e crescimento das incubadas (ARAGÃO, 2005; STUDDARD, 2006). Esta sinergia e as oportunidades de negócios geradas ressaltam, para a nova economia, a importância dos relacionamentos para as empresas incubadas.

No contexto das MPE’s, a rede de relacionamentos interorganizacionais é um dos pontos principais para a comunicação com o mercado, para a obtenção de novos clientes, fornecedores, parceiros tecnológicos, bancos e órgãos financiadores. A rede de relações (networking) engloba o entendimento da criação, manutenção e desenvolvimento de relações interpessoais dentro e fora da organização, com o intuito de assegurar e ampliar os ganhos em determinado negócio (GALLON et. al., 2009).

Percebendo a importância das redes de relacionamentos para as incubadas surgem várias indagações, tais como: qual o papel da rede de relacionamentos no processo de incubação? Como é a rede de relacionamento dos empreendedores incubados? A rede de relacionamentos influenciou o processo de decisão de incubar? Por meio desta rede foi possível vislumbrar oportunidades de negócios inovadores? Assim, este trabalho tem como objetivo entender o papel da rede de relacionamentos de uma empresa de negócios inovadores de uma incubadora de base tecnológica. Para isto, têm-se como objetivos específicos: (a) verificar se por meio da rede de relacionamentos da incubada foi possível vislumbrar oportunidades de negócios inovadores; (b) identificar quais foram os fatores intervenientes no processo de decisão de incubar de tal empresa e (c) mapear a rede de relacionamentos desta incubada.

Ademais, ao longo deste trabalho, desenvolver-se-á uma sessão de referencial teórico envolvendo: (i) empreendedorismo e inovação, (ii) incubadora de empresas e (iii) redes de relacionamentos e capital social. Em seguida, será descrita a metodologia da pesquisa e a apreciação dos resultados, por meio de análise de conteúdo das entrevistas e do mapeamento da rede de relacionamentos da incubada. Por fim, serão apresentadas as considerações finais e sugestões para pesquisas futuras.   

2. Referencial Teórico

2.1 Empreendedorismo e inovação

O empreendedorismo é um fenômeno social que tem despertado interesse nos estudos recentes da administração contemporânea (SHANE, 2012). A importância do empreendedorismo começou a se propagar a partir dos estudos de Richard Cantillon (1680-1734) e Jean-Baptiste Say (1767-1832), passando por Schumpeter (1883-1950) e sua visão sobre a importância da inovação.

O termo empreendedorismo ganhou diferentes conotações e, atualmente, há diversas concepções existentes sobre o empreendedor que demonstram o caráter rico e multifacetado desse agente (VALE et. al., 2008). Para Dolabela (1999), o empreendedor é o indivíduo que gera riquezas na transformação de conhecimentos em produtos e serviços, na geração do próprio conhecimento e na inovação em áreas de organização, produção, marketing e outros (DOLABELA, 1999).

Vale et. al. (2008) apresentam duas abordagens independentes acerca do empreendedor: (i) agente articulador de redes – pois possui a capacidade de unir e conectar diferentes atores e recursos, agregando valor à atividade produtiva e (ii) agente de inovação, corroborando as ideias schumpeterianas.

A visão do empreendedor como um agente de intermediação e de criação de redes é elaborada por Leibenstein (1968) e aperfeiçoada por Granovetter (1973) e Burt (1992). Nesta perspectiva, segundo Leibenstein (1968), o empreendedor é um ator capaz de atravessar vazios e brechas de mercado e, dessa forma, desfrutar de vantagens destes. De forma complementar, Granovetter (1973) o apresenta como o agente capaz de estabelecer pontos e de gerar conexões por meio de laços fracos, contatos e relacionamentos eventuais e, também de laços fortes, formando redes coesas. Burt (1992), por sua vez, afirma que o empreendedor é capaz de preencher lacunas que se formam entre dois atores situados em redes – os “buracos estruturais” – e visualizá-los como oportunidades de novos negócios. Assim, o empreendedorismo compreende a habilidade de colocar juntas peças que de outra maneira estariam desconectadas (VALE et. al., 2008).

Já a perspectiva de Schumpeter (1982) associa empreendedorismo e inovação como forma de desenvolvimento econômico e aproveitamento de oportunidades em negócios (DOLABELA, 1999). Destarte, o comportamento empreendedor, constitui fator essencial para as transformações na esfera econômica e seu desenvolvimento em longo prazo (CÁRIO, PEREIRA, 2002).

A inovação é conceituada por Dosi (1988) como pesquisa, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, de novos processos de produção e novas formas organizacionais. Conforme o Manual de Oslo (OECD et.al., 2005, p.55) “uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.”

Desse modo, a economia passa a valorizar o empreendedorismo e a inovação como formas essenciais de desenvolvimento econômico e, assim, como instrumentos de apoio, surgem os programas de incubação de empresas, que concentram esforços para criar um ambiente que conduza à formação de empresas de base tecnológica (PALETTA, 2008).

2.2. Incubadoras de empresas

Para que o empreendedorismo possa surgir é de fundamental importância a existência de um ambiente que incentive seu desenvolvimento. A capacidade de gerar conhecimento e transformá-lo em riqueza e desenvolvimento social depende da ação de agentes institucionais responsáveis por gerá-lo e aplicá-lo, quais sejam: governo, universidades e empresas (PALETTA, 2008). Dentre os mecanismos de apoio à criação de MPE’s destaca-se a atuação das incubadoras de empresas que, além de incentivarem o desenvolvimento de negócios, visam capacitar os empreendedores para a gestão do empreendimento.

Com o intuito de proporcionar assistência na fase inicial de incubação, as incubadoras de empresas são um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de MPE’s, por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais, facilitando o processo de inovação tecnológico nas mesmas (MCT, 2000).

De forma complementar, para a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) e para o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), as incubadoras de empresas podem ser definidas como agentes nucleares no processo de geração e consolidação de MPE’s e também agentes facilitadores do processo de empresariamento e inovação tecnológica (ANPROTEC, SEBRAE, 2002).

As incubadoras podem ser classificadas como de base tecnológica, setor tradicional e mistas (ANPROTEC, 2003). De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), incubadora de empresas de base tecnológica, objeto de estudo deste artigo, é aquela que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas nos quais a tecnologia representa alto valor agregado (MCT, 2000).

Quanto às modalidades de incubação, ANPROTEC e SEBRAE (2002) as definem como: pré-incubação, empresas residentes, não residentes e graduadas. As empresas residentes, foco deste estudo, são definidas como aquelas constituídas ou em fase de constituição, instaladas na incubadora, que já tenham dominado a tecnologia e o processo de produção (ANPROTEC, 2003).

É notório o crescimento das incubadoras no Brasil, desde o final dos anos 1990, mostrando-se um fenômeno relevante para a criação de emprego e renda. Atualmente, o Brasil ocupa posição de destaque na América Latina, em relação ao número de incubadoras, empresas incubadas e taxa de crescimento (MIZIARA, CARVALHO, 2008).

Assim, há diversos estudos demonstrando a relevância das incubadoras para a sustentabilidade do desenvolvimento econômico (ARAGÃO, 2005; BAÊTA et. al., 2006; MIZIARA, CARVALHO, 2008; PALETTA, 2008; GALLON et. al., 2009; BARBOSA, HOFFMANN, 2011; BORGES, FILION, 2011). Desse modo, acredita-se que as empresas incubadas tendem a apresentar maiores chances de sobrevivência, quando inseridas no mercado, quando comparadas àquelas que não passaram por esse processo.

A participação do governo brasileiro é relevante, promovendo incentivos à inovação tecnológica, por meio de leis de incentivos e programas de subvenção econômica e financiamentos, por meio de diversas instituições. No entanto, no processo de incubação de empresas os órgãos de apoio de maior representatividade são as universidades. Estas apóiam a promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e social, através da transferência de conhecimento e tecnologia da universidade para o setor produtivo, gerindo as incubadoras de empresas, permitindo a integração do setor privado, do setor público e das universidades na forma de empreendimentos.

Entende-se que as incubadoras de empresas atuam como importante elo entre as empresas incubadas e o mercado, os clientes e os parceiros estratégicos. A sinergia gerada nas incubadoras e as oportunidades de negócios ressaltam, para a nova economia, a importância dos relacionamentos intra e inter empresas. Estas relações estabelecidas que integram a rede de contatos são consideradas importantes, neste contexto, para o desempenho das incubadas e constituem o foco deste estudo.

2.3 Redes de relacionamentos e o capital social

Apesar das discussões acerca de redes estarem ganhando cada vez mais destaque nos estudos organizacionais, esse termo não é novo e apresenta variados significados e aplicações nos diversos contextos (BALESTRIN et. al., 2005). Atualmente, entender como as redes de relacionamentos afetam as tomadas de decisões pelos agentes econômicos tornou-se ponto central para a vantagem competitiva. Essas ações cooperativas podem ajudar as firmas a adquirirem novas competências, conservar os recursos, dividir os riscos, fazer com que se movam mais rapidamente para novos mercados, além de criar opções atrativas para futuros investimentos. Entretanto, muitas alianças falham no alcance de suas expectativas porque conferem pouca atenção às relações que unem as organizações parceiras.

Segundo Amato Neto (2001, p. 46), o conceito de rede se refere “à noção de um conjunto ou uma série de células interconectadas por relações bem definidas”. Para Brito (2002, p. 347), redes de empresas são “como arranjos interorganizacionais baseados em vínculos sistemáticos entre empresas formalmente independentes”. Já Grandori e Soda (1995, p. 1) conceituam o termo redes como “conjunto de nós e as ligações para conectá-los”.

Fazendo um estudo detalhado acerca das ligações entre as organizações, Granovetter (1973) afirma que uma organização leva a outra a agir em rede e que quanto maior a conexão entre as firmas, mais similares são as organizações. Ademais, nunca há uma ausência de ligação entre firmas, há sempre uma ligação, seja ela forte ou fraca. E, quanto mais contatos houver, mais informações valiosas fluirão na rede. Dentre os recursos trocados nas redes, estão inclusos dados, informações, produtos, serviços, entre outros.

Grandori e Soda (1995) apresentam três tipos de redes: sociais, burocráticas e as proprietárias. As redes sociais são aquelas que prescindem algum tipo de contrato formal e nas quais há troca de “bens sociais”, como prestígio e status. As redes burocráticas caracterizam-se pela formalização, acordos contratuais para reger as relações, no entanto, não excluem a existência de redes sociais dentro delas. As redes proprietárias são formalizadas e se caracterizam por acordos relativos ao direito de propriedade entre os acionistas. (GRANDORI, SODA, 1995). Independente do tipo ou forma de rede, é necessário haver confiança nas relações, para que haja trocas efetivas e consequente sucesso das redes. No entanto, muitas vezes, o dilema não é confiar ou não, mas em quem confiar (BURT, 1992).

Outro ponto nevrálgico para o sucesso das redes estratégicas é a comunicação, haja vista sua capacidade de produzir interpretação compartilhada das metas e um acordo comum de normas, de papéis e das relações sociais. Em qualquer rede, os fluxos de comunicação e informação são cruciais para resolver diferenças, tomar decisões e também alcançar o conhecimento compartilhado das metas da rede. Assim, uma rede envolve relações pessoais e contratos informais, que muitas vezes substituem os formais (HUTT et. al., 2000).

            Com relação às trocas entre os agentes, há três tipos de capital na arena competitiva: o financeiro, o humano e o social. O financeiro é o dinheiro à vista, reservas no banco e investimentos. O humano refere-se a habilidades naturais do funcionário combinadas à educação formal, experiência no trabalho e habilidade para realizar determinadas tarefas. O capital social é aquele que, através de amigos, colegas e contatos em geral, confere ao agente a oportunidade de usar o seu capital financeiro e humano e transformá-lo em lucro. Além disso, o capital social não é possuído individualmente, como os outros capitais, mas é compartilhado entre as partes (BURT, 1992).

            Destarte, considerando que rede social constitui um conjunto de atores os quais podem ser individuais ou unidades agregadas, como organizações, comunidades ou sociedades; se pode afirmar que a possibilidade e a capacidade de trocas de capital social é maior se comparada a agentes que não pertencem a redes sociais. Tal ideia é corroborada por Anand et. al. (2002) que ressaltam a necessidade de contar com redes de relacionamento para tirar o máximo proveito do capital social. Além disso, o compartilhamento deste capital é responsável por transformações organizacionais, haja vista a incorporação de conhecimentos externos aos internos, impactando de forma a gerar inovações para a empresa ou evidenciando suas possíveis fragilidades.

Percebe-se a importância, para o desenvolvimento da empresa, do compartilhamento do capital social que passa a ser considerado vantagem competitiva. Logo, é indispensável às empresas o estabelecimento de laços entre si, sejam eles fortes ou fracos, a fim de manterem o fluxo de capital social. Para Burt (1992), o tempo e energia investidos para alcançar um agente com mais recursos gera mais capital social. Cada tipo de recurso pode ser considerado uma relação na rede social dependendo do número, dos tipos e da importância dos fluxos de recursos transacionados (PROCOPIUCK, FREY, 2007). Portanto, observa-se a importância das relações sociais entre os agentes das redes. Uma trama de conexões interpessoais provê os circuitos de fluxo de informação, o aprendizado coletivo e também a formação de estratégias eficazes.

3. Métodos da pesquisa

Esta pesquisa pode ser classificada como de natureza qualitativa, pois trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes dos empreendedores entrevistados (MINAYO et. al., 2009). Foi realizado, um estudo de caso de uma empresa residente em uma incubadora de base tecnológica presente em uma universidade federal brasileira, denominada neste estudo de Incubada. A escolha desta empresa como objeto de estudo deveu-se às seguintes motivações: (i) trata-se de um empreendimento de base tecnológica que busca a inovação como fator competitivo; (ii) a Incubada recentemente foi aprovada em um processo de incubação; (iii) a Incubada ainda não possui faturamento e sobrevive de seus relacionamentos com órgãos de apoio.

A técnica de coleta de dados consistiu em entrevistas semi-estruturadas, realizadas pelas com dois dos sócios (EMP 01 e EMP 02) da Incubada, com duração média de trinta minutos cada, em uma sala da incubadora de empresa cedida para a realização deste estudo. Essas entrevistas foram gravadas com a autorização dos participantes e, posteriormente, transcritas para serem submetidas à análise de conteúdo.

A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema (VERGARA, 2006). Segundo Bardin (2007, p. 37) “é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.”

A interpretação dos dados foi realizada por meio do emparelhamento (pattern-matching), pois os resultados da entrevista foram associados ao referencial teórico utilizado. Este emparelhamento resultou em nove categorias de análise que permitiram a compreensão dos sentidos atribuídos pelos empreendedores ao fenômeno de incubação e rede de relacionamentos. Frases e parágrafos foram definidos como unidades de análise.

Assim, em relação ao tema empreendedorismo e inovação as categorias de análise foram: ação empreendedora; inovação e novas oportunidades de negócios. No que tange à incubação de empresa: fatores motivacionais de incubação, aprovação no processo de incubação e vantagens da incubação. E por fim, referente à rede de relacionamentos e capital social: foco das relações, relevância das relações e relacionamentos diferenciados.

Os excertos extraídos das entrevistas foram dispostos em quadros, de acordo com as categorias às quais foram classificados, conforme será demonstrado na análise de resultados.

Para mapeamento da rede de relacionamento da Incubada, obtida também por meio das entrevistas, utiizou-se o software Ucinet® 6 e NetDraw para identificar os principais atores e instituições que compõem a rede social da Incubada.

4. Apresentação dos resultados

A Incubada foi criada em 2008, atua na área de tecnologia, identificando e desenvolvendo produtos e sistemas inovadores voltados ao agronegócio. A empresa ainda não comercializa seus produtos, pois estes ainda se encontram em processo de desenvolvimento. O repertório interpretativo “empreendedorismo e inovação” possui três categorias analisadas no quadro1.

A categoria ação empreendedora demonstra o perfil empreendedor dos sócios os quais almejavam o desenvolvimento de uma atividade nova, utilizando seus horários livres para o desenvolvimento de modelos que acreditavam serem diferenciados, demonstrando ser o empreendedor um indivíduo capaz de gerar riquezas na transformação de conhecimentos em produtos e serviços (DOLABELA, 1999). A inovação, em alguns momentos, corrobora o perfil empreendedor no sentido afirmado pelo EMP 02 cuja expectativa é a criação de algo diferente, por isso a opção por uma área ligada à inovação. Tal característica também está presente no discurso do EMP 01 que relata a expectativa e o desejo de novos projetos. Esta perspectiva acerca da inovação e ação empreendedora assemelha-se sobremaneira à conceituação de Dosi (1988) acerca de inovação como pesquisa, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos e processos de produção.

Como novas oportunidades de negócio, ambos os sócios vislumbram possibilidades de a Incubada desenvolver negócios que extrapolem o agronegócio que é, atualmente, o foco da empresa. A inovação presente nos produtos da Incubada é característica relevante, segundo o EMP 02, para incentivar negócios potenciais. Outro ponto propulsor de novos negócios é a parceria entre empresas, segundo os EMP 01 e EMP 02, pois se refletem em possibilidades para a expansão da empresa por meio de novas oportunidades. Neste contexto, percebe-se os EMP 01 e EMP 02 como articuladores de rede.

Fica evidente a importância da inovação e do empreendedorismo para os sócios da Incubada, conforme preceitos schumpeterianos de necessidade de inovação para o crescimento e desenvolvimento empresarial e, por conseguinte, econômico, conforme elucida o EMP 02.

Diante do contexto, o objetivo específico deste estudo – verificar se por meio da rede de relacionamentos da incubada foi possível vislumbrar oportunidades de negócios inovadores – é respondido, haja vista, ambos os entrevistados relatarem a possibilidade de novos negócios, tendo em vista suas redes de relacionamentos.

Quadro 1 – Repertório interpretativo “empreendedorismo e inovação”

Categoria de análise

Fragmentos ilustrativos

Ação empreendedora

[...] e surgiu uma idéia, ou posso dizer talvez que era até um sonho ter algo nosso, algo que pudesse trabalhar que fosse nosso... EMP 02

[...] inicialmente, começou com EMP 01 e eu fazendo protótipos experimentais à noite, pós trabalho da empresa que a gente trabalhava... EMP 02

Inovação

[...] e então, a gente tinha a expectativa de criar (...) algo que fosse diferente e caminhamos para essa área de inovação... EMP 02

[...] a aprovação de novos projetos que a gente vai tentar também...outros produtos que a gente quer criar... EMP 01

[...] o produto nosso, o carro chefe, ele é inovador, ... ele vai agregar valor para uma cadeia produtiva que é importante para o Brasil... EMP 02

Novas oportunidades de negócio

[...] as relações constantemente aparecem...a gente vislumbra alguma oportunidade. EMP 01

[...] possibilidade (...) de parcerias com as outras empresas que estão aqui, a aprovação de novos projetos também...pra submeter novos projetos, conta muito o fato de estar aqui... EMP 01

[...] em cima desse projeto chefe, ele agregou um conjunto de tecnologias, de inovação que vai possibilitar a criação de novos produtos de inovação... EMP 02

[...] o foco da empresa hoje é o agronegócio, mas já vimos que a nossa tecnologia pode ser aplicada principalmente, também no setor industrial... EMP 02

[...] a gente participou de um projeto recente em parceria com a EPAMIG e o CNPq e vislumbramos ali a possibilidade de criar um novo produto... EMP 02

Fonte: dados da pesquisa.

No que tange ao repertório interpretativo “incubadora de empresas”, a categoria fatores motivacionais de incubação demonstra que a proximidade à universidade, proporcionada pela incubação; o apoio, principalmente, físico e a chancela dada ao mercado, devido ao atrelamento do nome da Incubada à universidade, foram os principais fatores motivacionais para a Incubada.

O apoio a que se referem os entrevistados é considerado pela ANPROTEC e SEBRAE (2002) parte do processo inerente à incubação, visto que as incubadoras têm por objetivo a apoiar novos empreendimentos.

É sabido que a intervenção de agentes como o governo e a universidade são indispensáveis no processo de incubação, conforme afirma Paletta (2008), entretanto, neste caso, a incubadora atrelada à universidade, constitui motivador para a Incubada.

Em contrapartida, aos benefícios concedidos aos empreendimentos, foi exigido um plano de negócios, classificado pelo EMP 01, como bastante exigente e trabalhoso. Entretanto, o EMP 01 julga a Incubada como apta a ter o apoio da incubadora, por ter demonstrado atributos que se adequavam às exigências da incubadora.

Os EMP 01 e EMP 02 apontam como vantagens da incubação o fato de a acessibilidade a recursos financeiros ser mais fácil e, talvez este seja um dos fatores que proporcionem maiores chances de sobrevivência das empresas incubadas quando comparadas às não incubadas, conforme demonstram vários estudos (ARAGÃO, 2005; BAÊTA et. al., 2006; MIZIARA, CARVALHO, 2008; PALETTA, 2008; GALLON et. al., 2009).

Assim, fica evidente o papel das universidades como órgão de apoio de relevante representatividade, visto permitirem a integração dos setores privado, público e das universidades na forma de empreendimentos. Tais constatações podem ser verificadas pelos excertos presentes no quadro 2.

Quadro 2 - Repertório interpretativo “incubadora de empresas”

Categoria de análise

Fragmentos ilustrativos

Fatores motivacionais de incubação

[...] quando você faz inovação, quanto mais perto da universidade melhor.... EMP 02

[...] primeiro esse apoio físico que a própria incubadora nos fornece... O outro é o lado de parcerias mesmo, de projetos e de inovação... EMP 02

[...] é uma empresa nova, com um produto novo, mas incubada pela universidade. Isso dá um respaldo, paras pessoas de fora, muito forte. EMP 01

Aprovação no processo de incubação

[...] a gente teve um trabalho bem grande em preparar um plano de negócios (...) bem exigente (...) foram muitos tópicos. EMP 01

[...] nossa proposta se enquadrava com as ideias deles (universidade) que é a inovação tecnológica, dentro das linhas que eles exigiam, demonstrando o potencial do produto, potencial de mercado, potencial de outras tendências futuras... EMP 01

Vantagens da incubação

[...] Aprovação de projetos e as pessoas começam a te olhar com outros olhos... EMP 02

[...] Acesso a órgãos de fomento é mais fácil, acesso a recursos financeiros (...) há uma linha de financiamento específica para empresas de incubação (...) abertura de portas com clientes (...) alguns apoios específicos da incubadora... EMP 01

[...] quando as pessoas perguntam para gente “quem são vocês” e a gente falou que era uma empresa incubada pela universidade, aquilo é como fosse um aval, aquilo agregava um valor a mais naquele produto... EMP 02

Fonte: elaborado com base nos dados da pesquisa.

O quadro 3, a seguir, demonstra os fragmentos ilustrativos do  repertório de interpretações “rede de relacionamentos e capital social”, na categoria foco das relações fica evidente que a Incubada espera da rede de relacionamentos, na qual está inserida, apoio para a realização de projetos que agreguem valor a seus produtos e projetos, bem como, a utilização desses contatos para o lançamento de seus produtos. Os EMP 01 e EMP 02 demonstram que os contatos, em cada área específica, auxiliam de formas distintas, mas necessárias para a evolução da Incubada. Tais relacionamentos corroboram com as ideias de Granovetter (1973) no sentido de que uma organização leva a outra a agir em rede, portanto, não há ausência de ligação entre firmas, sempre há uma ligação, seja forte ou fraca.

O EMP 01 deixa explícita a relevância das relações para a Incubada quando afirma serem “a razão da empresa existir”. É perceptível a presença de confiança nas relações apresentadas configurando ponto decisivo para haver trocas efetivas (BURT, 1992), inclusive de capital social, conforme afirmam os EMP 01 e EMP 02 ao citarem, como parceiras, as empresas de tecnologia presentes na universidade, inclusive vislumbrando compartilharem o mesmo mercado.

Os entrevistados afirmam que a Incubada possui relacionamentos que constituem diferencial com todos seus parceiros, pois todos eles, à sua maneira constituem-se como importantes para a Incubada. Neste sentido, Anand et. al. (2002) ressaltam a necessidade de contar com redes de relacionamento para tirar o máximo proveito do capital social dos parceiros.

Insta ressaltar que algumas instituições são consideradas apoiadoras e não parceiras, pois oferecem mais a Incubada do lhe é remetido como contrapartida, segundo o EMP 01. Apesar disso, dessa condição ser considerada temporária, pois afirma que a Incubada “ainda” não pode oferecer retorno à altura para a incubadora. A atuação de empresas em redes é, segundo Balestrin et. al. (2005), fundamental para a aquisição de novas competências, conservação de recursos, atingimento de novos mercados, divisão de riscos, entre outros.

Diante ao exposto, o objetivo específico – identificar quais são os fatores intervenientes no processo de decisão de incubar – pode ser respondido, à medida que foram evidenciados pelos entrevistados, fatores como: a valorização da pesquisa para o desenvolvimento de produtos inovadores, a credibilidade conferida pela “tutela” da universidade, os pontos de auxílio e canais de acesso oriundos dos parceiros, as possibilidades de acesso ao mercado e a facilidade de acesso a órgãos de fomento. Assim, percebe-se que todos os fatores supracitados são característicos de empresas inseridas em redes de relacionamentos e podem, em um universo composto por MPE’s, ser considerados diferenciais competitivos.

Quadro 3 – Repertório significativo “redes de relacionamento e capital social”

Categoria de análise

Fragmentos ilustrativos

Foco das relações

[...] então, estando aqui (na universidade), você tem a possibilidade de ...pegar uma pesquisa e aplicar aquilo de forma que possa agregar valor alguma coisa no mercado... EMP 02

[...] O nosso principal desafio (...) é nossa entrada no mercado (...) os principais passos que eu vejo é essa rede nos auxiliar nesse processo. EMP 01

[...] são contatos (...) da área que a gente atua (...) na área de subvenção, na área de agronegócios, algumas empresas como a EPAMIG, Pólo (do Café), na parte de fomento CNPq, FAPEMIG, FINEP (...) empresas que fazem parte do pólo de TI (...) empresas que também estão aqui (...) principal foco é o apoio e o auxílio mútuo para as empresas estarem crescendo. EMP 01

[...] o foco nosso é isso, é fazer uma ligação entre a pesquisa universitária e o mercado... EMP 02

[...] a utilização dos contatos do Pólo (...) de outras empresas, que está introduzindo em um mercado comum (...) o apoio da universidade, da FAPEMIG, desses órgãos. EMP 01

Relevância das relações

[...] Pólo (...) do Café, o pólo de TI (...), universidade, FAPEMIG, FINEP, CNPq (...) esses seriam os principais. É a razão da empresa existir...é como começou tudo. EMP 01

Relacionamentos diferenciados

[...] Acredito que todos (parceiros) seriam altamente relevantes porque, em algum aspecto, todas as nossas parcerias ajudaram a gente a chegar aqui... EMP 01

[...] (universidade, FAPEMIG, CNPq são instituições) mais de apoio porque a gente não dá um feedback a altura, não o tanto que eles dão pra gente, pelo menos, não ainda. EMP 01

[...] nossa evolução é totalmente ligada a essas parcerias, essa rede de relacionamento (...) esses pontos de acesso (...) é interessante que cada um tem uma característica específica, mas dentro dessa trajetória todos contribuíram muito. EMP 01

Fonte: elaborado com base nos dados da pesquisa.

            A partir do mapa de relacionamento da Incubada, apresentado na figura 1, pode-se inferir que os principais agentes dessa rede são: a universidade, o Pólo do Café, os órgãos de apoio à pesquisa (FAPEMIG, CNPq, EPAMIG, SEBRAE) e subvenção econômica (FINEP). Conforme citado pelos entrevistados, há a expectativa que os laços com as demais empresas incubadas sejam fortalecidos. Entretanto, o EMP 01 ressalta que todos os atores têm papel de destaque nesta rede de relacionamentos, uma vez que, todos eles, à sua forma, contribuíram para a evolução da Incubada.

Figura 1: Mapa de relacionamento da incubada

Fica claro, no mapa de relacionamentos da Incubada, a forte relevância de atores ligados à inovação e ao incentivo ao empreendedorismo, isto é, percebe-se que na rede de relacionamentos da Incubada tais atributos possuem papel de destaque e constituem pilares para o desenvolvimento e evolução da empresa.

5. Considerações finais

A presente pesquisa teve como principal finalidade proporcionar a compreensão da problemática do papel das redes de relacionamentos para uma empresa de negócios inovadores de uma incubadora de base tecnológica.

                  Verificou-se que a rede de relacionamentos na qual a Incubada está inserida não é de fundamental importância para esta. Percebe-se, nos excertos das entrevistas, que alguns agentes de sua rede de relacionamento são a razão de existir da Incubada e que há dependência desta para com a universidade e com os órgãos de apoio e de fomento que financiam o desenvolvimento dos produtos e permitem a sobrevivência da empresa. No entanto, outras empresas incubadas, fornecedores e clientes também aparecem na rede. Desta maneira, por meio de suas relações, a Incubada busca apoio em outras organizações para crescer.

            Os resultados da pesquisa atestaram que, por meio da rede de relacionamentos, a Incubada já vislumbrou novas oportunidades de negócios inovadores, sempre com o foco em inovação. Quando se observa a dependência da Incubada em relação à universidade, percebe-se uma valorização da proximidade desta com a pesquisa, ademais, a Incubada acredita que o nome da universidade, na qual está inserida, poderá catalisar relações no mercado e este foi o fator interveniente principal para a decisão de incubar.

Ao finalizar este trabalho, algumas limitações merecem ser destacadas. A primeira é que não foi possível entrevistar todos os sócios da Incubada, pois apesar de composta por apenas três membros, o terceiro sócio não teve disponibilidade para ser entrevistado. O fato de a empresa ter sido incubada há pouco tempo é o segundo fator limitante. A Incubada possui perspectivas positivas, no entanto poucos resultados concretos. Por isso, recomenda-se estudos empíricos que visem à mensuração de tais resultados. Ademais, seria relevante realizar o mesmo estudo com todas as empresas da incubadora de base tecnológica estudada, a fim de realizar um estudo multi-caso e mapear os relacionamentos entre as incubadas.

Referências bibliográficas

AMATO NETO, J. A. (2001); Redes de cooperação produtiva: uma revisão conceitual, en: Redes de cooperação produtiva e clusters regionais: oportunidades para as pequenas e médias empresas; Amato Neto, J. A (Ed) São Paulo: Altas.

ANAND, V.; GLICK. W.; MANZ, C. (2002); “Capital social: explorando a rede de relações da empresa”. Revista de Administração de Empresa. São Paulo: v. 42, n. 4, p. 57-71.

ANPROTEC. (2003); Relatório ANPROTEC Panorama 2003. Brasília.

ANPROTEC; SEBRAE. (2002); Planejamento e implantação de incubadoras de empresas. Brasília.

ARAGÃO, I. M de. (2005); Pós-Incubação de empresas de base tecnológica. Tese (Doutorado). FEA. USP, São Paulo, 97p.

BAÊTA, A. M. C.; BORGES, C. V.; TREMBLAY, D, G. (2006); “Empreendedorismo nas incubadoras: reflexão sobre as tendências atuais”. Comportamento Organizacional e Gestão, Vol. 12, N.º 1, p. 7-18.

BALESTRIN, A.; FAYARD, P.; VARGAS, L. M. (2005); Le effet réseau dans les pôles d innovation: une étude comparative. 3ème colloque de l'institut Franco-Brésilien d'Administration des Entreprises, Grenoble – France.

BARBOSA, L. G. F.; HOFFMANN, V. E. (2011); Incubadora de empresa de base tecnológica: percepção dos empresários quanto aos apoios recebidos. 35º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, Rio de Janeiro.

BARDIN, L. (2007); Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.

BORGES, C.; FILLION, L. J. (2011); Afiliação, imersão e preparação: mecanismos de contribuição do processo de incubação para o desenvolvimento do capital social dos empreendedores acadêmicos. 35º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. Rio de Janeiro.

BRITTO, J. (2002); Cooperação interindustrial e redes de empresas, en: Economia industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil; Kupfer, D.; Hasenclever, L. (ed.) Rio de Janeiro: Campus, p. 345-388.

BURT, R. S. (1992); The social structure of competition, en: Networks and organizations: structure, form and action; Nohria, N.; Eccles, R. G. (ed). Boston: Harvard School Press.

CÁRIO, S. A. F.; PEREIRA, F. F. C. (2002); “Inovação e desenvolvimento capitalista: contribuições de Schumpeter e dos neo-schumpeterianos para uma teoria econômica dinâmica”. Revista de Ciências Humanas, Criciúma/SC: UNESC, v. 07, n. 01, p. 81-102.

DOLABELA, F. (1999); O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores Associados. 1999.

DOSI, G. (1988); The nature of the innovative process, en: Technical change and economic theory; DOSI, G. et. Al. (ed.), London: Pinter, p. 221-238.       

GALLON, A. V.; ENSSLIN, S. R.; SILVEIRA, A. (2009); “Rede de relacionamentos em empresas de base tecnológica (EBTS) incubadas: um estudo da sua importância para o desempenho organizacional na percepção dos empreendedores”. Revista de Gestão da Tecnologia e de Sistemas de Informação. v. 6, n.3, p. 551-572.

GRANDORI, A.; SODA, G. (1995); “Inter-firm network: antecedents, mechanisms and forms”. Organization studies. v.16, n.2, pp.1-19.

GRANOVETTER, M. S. (1973); “The strength of weak ties”. American Journal of Sociology, v. 6, p. 1360-1380.

HUTT, M. D.; STAFFORD, E. R.; WALKER, B. A.; REINGEN, P. H. (2000); “Case study defining the social network of a strategic alliance”. Sloan Management Review. Winter.

LEIBENSTEIN, H. (1968); “Entrepreneur and development”. The American Economic Review, v. 58, n. 2, p. 72-84.

MCT. Ministério da Ciência e Tecnologia. (2000); Manual para a implantação de incubadoras de empresas: relatório técnico, 33p.

MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. (2009); Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes.

MIZIARA, G. N.; CARVALHO, M. M. (2008); “Fatores críticos de sucesso em incubadoras de empresas de software”. Revista Produção On Line, v. 8, n. 3, p. 1-20.

OECD; EUROSTAT; FINEP. (2005); Manual de Oslo. 3ª Edição, 2005.

PALETTA, F. C. (2008); Tecnologia de Informação, Inovação e Empreendedorismo: fatores críticos de sucesso no uso de ferramentas de gestão em empresas incubadas de base tecnológicas. IPEN. USP, São Paulo, 143p.

PROCOPIUCK, M. FREY, K. (2007); Redes sociotécnicas de difusão de TICs em Porto Alegre e Curitiba. 31º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, Rio de Janeiro.

SCHUMPETER, J.A. (1982); Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo, Abril.

SHANE, S. (2012); “Reflections on the 2010 AMR  decade award: delivering on the promise of entrepreneurship as a field of research”. The Academy of Management Review, jan, v.37, pp.10-20.

STUDDARD, N.L. (2006); “The effectiveness of entrepreneurial firm’s knowledge acquisition from a business incubator”. International Entrepreneuship Management Journal, United States. v. 2, pg. 211-225.

VALE, G. M. V; WILKINSON, J.; AMÂNCIO, R. (2008); “Empreendedorismo, inovação e redes: uma nova abordagem”. RAE eletrônica, v. 7, n. 1, Art. 7, jan./jun.

VERGARA, S. C. (2006); Método de Pesquisa em Administração. 2.Ed. São Paulo: Altas.

1 Universidade Federal de Lavras, Brasil, email: deborahsiade@yahoo.com.br
2 Universidade Federal de Lavras, Brasil, email: nayara.noronha@gmail.com
3 Universidade Federal de Lavras, Brasil, email: clebercastro@dae.ufla.br


Vol. 33 (11) 2012
[Índice]

[En caso de encontrar algún error en este website favor enviar email a webmaster]