Espacios. Vol. 33 (8) 2012. Pág. 14


O processo de institucionalização de práticas ambientais em uma indústria internacionalizada

Scenario Building: Consideration of Methods Used in Strategic Management more

Valéria da Veiga Dias 1, Marcelo da Silva Schuster 2, Maríndia Brachak dos Santos 3 y Flávia Luciane Scherer 4

Recibido: 01-02-2012 - Aprobado: 25-05-2012


Contenido

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RESUMO:
A compreensão das circunstâncias que envolvem os gestores ao enfrentarem impasses entre ceder ou oferecer resistência às pressões recebidas do mercado, sociedade, governo e de seu próprio segmento para a institucionalização de práticas ambientais, requer a adoção de ações responsáveis por parte das organizações. O presente estudo tem como propósito descrever e analisar de que forma as práticas de gestão ambiental se institucionalizam e impactam no processo de gestão de uma indústria química internacionalizada. Metodologicamente utilizou-se da pesquisa descritiva de natureza qualitativa realizada por meio de entrevista semi-estruturada e, quanto aos meios de investigação caracterizou-se como estudo de caso. Os dados foram analisados utilizando-se das técnicas do método análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que a organização estudada possui a característica de assimilar bem as transformações institucionais e organizacionais, já que atua em diversos tipos de mercados. A organização atua de forma preponderante com o pilar normativo já que busca legitimar-se por meio da atuação confiável. Percebe-se que no campo organizacional, a esfera governamental caracterizou-se como o tipo de instituição que mais influência a organização. Conclui-se que a abordagem institucional revela-se como uma importante perspectiva para analisar a dinâmica de difusão de inovações sustentáveis ou ambientais entre as empresas, na qual se verifica que valores e interesses sociais prevalecem após as transformações corporativas, fator também perceptível ao inserir conceitos de gestão ambiental na estratégica organizacional.
Palavras-chave: Institucionalização; Gestão ambiental; Legitimidade

 

ABSTRACT:
The comprehension of the circumstances that involve the agents upon will face predicaments between give up or offer resistance to the pressures received of the market, society, government and of his own segment for the institucionalização of environmental practices, requer the adoption of responsible actions on the part of the organizations. The present I study has like purpose describe and analyze of that forms the practices of environmental management itself institutionalize and shatter in the trial of management of a chemical industry internationalized. Metodologicamente utilized itself of the descriptive research of qualitative nature carried out by means of interview is structured and, as regards the means of inquiry characterized itself as case study. The facts were analyzed utilizing itself of the techniques of the content analysis approach. The results showed that the organization studied I possessed the characteristic of assimilate well the organizational and institutional transformations, since acts in diverse kinds of markets. The organization acts of predominant form with the normative pike since search legitimize itself by means of the dependable action. It perceives itself that in the organizational field, the governmental sphere characterized itself as the kind of institution that more influence the organization. I concluded that the institutional approach reveals-itself as an important perspective for analyze to dynamic of sustainable or environmental diffusion of innovations between the companies, in the which is verified that values and social interests prevail after the corporate transformations, also perceptible factor upon inserting concepts of environmental management in the strategic organizational one.
Key-Words: Institutionalization; Environmental management; Legitimacy



1. Introdução

As organizações estão inseridas cada vez mais em ambientes dinâmicos, no qual as alterações dos fatores econômicos, sociais e ambientais significam grandes oportunidades e desafios, impulsionando-as a inserir em sua gestão práticas estratégicas que configuram em uma maior responsabilidade por parte destas empresas.

O processo de adaptação as contínuas mudanças no ambiente globalizado exige dos gestores não somente saber enfrentar essas transformações ocorridas no campo organizacional, mas também administrar as pressões sofridas em seus processos internos e externos (GREINER, 1972).

Percebe-se que a atuação em prol do desenvolvimento econômico e tecnológico não vinha se preocupando com a preservação das gerações futuras, acarretando em reflexos para a sociedade e para o meio ambiente, ocasionando em mudanças significativas no modo de vida do homem, nos padrões de trabalho e na forma de interação das organizações com o meio no qual estão inseridas.

Diante deste cenário nota-se que a relação entre os atores sociais 5 e o meio ambiente se intensifica gradualmente pelo reconhecimento de uma influência recíproca, do qual emerge um questionamento institucional sobre atuações organizacionais que podem prejudicar a continuidade dos recursos naturais ainda existentes (MUNCK, SOUZA, 2009).

Para tanto, a gestão de práticas sociais e ambientais envolve a combinação das chamadas boas práticas administrativas com a preservação da natureza e ampliação dos compromissos éticos da empresa, expressos na sua maior transparência e no respeito para com o desenvolvimento sustentável (POLIZELLI, et. al. 2005).

Na ausência de uma gestão adequada dos recursos existentes, aumentam os debates sobre um tema de relevância mundial, a gestão das práticas sociais e ambientais que busca incorporar uma gestão sustentável. A crescente preocupação com a temática entre os estudiosos da área afirma (Carvalho, 2010), deve-se ao fato de que o meio ambiente está sendo prejudicado pelo uso inadequado que o homem faz dos recursos naturais disponíveis no planeta.

Diante desses impasses e a inserção de novas perspectivas na gestão, destaca-se a busca pela compreensão das questões institucionais que segundo (Dimaggio, Powell, 2005) referem-se às práticas e comportamentos que tem sua origem nas práticas sociais e que assumem caráter definitivo em cenários como o meio ambiente da organização, adquirindo a posição de regramento formal ou informal entre organizações ou pessoas que internalizam esta prática como uma norma social necessária e legitimada, portanto aceita, internalizada e adotada como regra.

Da mesma forma (Scott, 2008) afirma que a gestão social e ambiental vem se institucionalizando por meio de mecanismos isomórficos, e é por meio da pesquisa que se torna possível reconhecer estes mecanismos isomórficos e evidenciá-los em seu campo organizacional.

A legitimação do papel social e ambiental da organização está diretamente ligada à atividade da empresa, que passa a agir igualmente atenta ao aprendizado, baseada em princípios éticos e estreitamente comprometida com o bem-estar de seus parceiros, colaboradores e instituições que com ela se relacionam, direta ou indiretamente (DIAS, 2011).

Em razão da importância da gestão de práticas sociais e ambientais frente às organizações, este estudo tem como propósito descrever e analisar de que forma as práticas de gestão ambiental se institucionalizam e impactam no processo de gestão de uma indústria química internacionalizada. Para tanto, caracterizou-se a organização estudada, investigou-se as práticas sustentáveis; verificou-se de que forma as práticas ambientais são difundidas por meio dos processos institucionais na organização e identificou-se as implicações das práticas ambientais no processo de gestão considerando o campo institucional nacional e internacional.

2. O institucionalismo e a gestão ambiental

Os primeiros estudos organizacionais que adotam o conceito de instituição estão preocupados com as formas com que uma organização pode tornar-se uma instituição, ou seja, ganhar legitimidade perante a sociedade e tornar-se permanente, sobrevivendo ao ambiente de negócios. Desenvolve-se a chamada corrente de desenvolvimento institucional que teve um grande impacto nos estudos organizacionais, especialmente devido a seu caráter aplicado (PERCI apud PINTO, 1968, 1969).

O institucionalismo desenvolveu-se como reação contra o estruturalismo que dominavam os anos 60 e 70. Enquanto as correntes tradicionais tomavam como objeto de estudo as organizações individuais e consideravam o ambiente como pano de fundo, a nova abordagem institucional entende as organizações individuais como conseqüências desse ambiente. Segundo (Perci apud Carvalho, et. al. 1999, p.7) antes da contribuição institucional “os ambientes eram variáveis formados por elementos de dimensão fundamentalmente objetiva como os recursos materiais, a tecnologia e o capital”. A proposta institucionalista sugere o acréscimo de um “sistema de crenças e de normas institucionalizadas” à visão do ambiente formado por “fluxos e intercâmbios técnicos”.

A teoria institucional tem suas origens em trabalhos desenvolvidos a partir do final do século XIX nos campos da economia, ciência política, e sociologia (SCOTT, 1995). A sua aplicação ao estudo de organizações é relativamente recente, apesar das numerosas pesquisas que têm sido realizadas, promovendo avanços teóricos e práticos (SCHERER, 2007).

Os autores (Meyer e Rowan, 1992) baseiam-se na premissa da existência da chamada sociedade pós-industrial, cujas estruturas organizacionais formais refletem os mitos dos contextos institucionais nos quais estão inseridas, em vez das demandas decorrentes de atividades do seu trabalho. Os autores concebem as organizações como reflexos estruturais da realidade socialmente construída, sendo condicionadas, principalmente por seu ambiente institucional.

Para (DiMaggio, Powell, 2005) e (Meyer, Rowan, 1991) a teoria institucional pode ser definida como o produto natural das pressões e necessidades sociais um organismo adaptável e receptivo. (Carvalho, 2010) infere que os estudos da teoria institucional contribuíram para os estudos organizacionais, ao seguirem uma ênfase sociológica, introduzindo variáveis como valores compartilhados, busca de legitimidade e isomorfismo na análise sobre as relações entre organizações, e entre organizações e o ambiente.

Ao abordar a perspectiva institucional, torna-se essencial definir estruturas institucionais e institucionalização. Para (Rosa, Coser, 2004) as estruturas institucionais consistem nas pressões ou perspectivas de natureza regulativa, normativa e cognitiva, aceitas no campo organizacional e que são definidas e redefinidas a partir da interpretação e interação entre os atores, estabelecendo critérios para a legitimidade das ações.

Para (Scott, 1995); (Scott et. al. 2001) e (Rosa, Coser, 2004), cada uma destas três perspectivas confere uma base para a legitimidade de formas diferentes. A regulatória enfatiza a conformidade com as regras, valores e padrões; sendo assim, as organizações devem agir de acordo com as regras estabelecidas. A concepção normativa aponta para uma base mais profunda para obter legitimidade, já que as formas de controle são mais predispostas à internalização do que os controles regulativos, e os incentivos para a conformidade são recompensas tanto intrínsecas e/ou extrínsecas. A visão cultural cognitiva aponta a legitimidade advinda da adoção de um esquema de referência ou da definição de situações comuns.

 Em relação ao termo institucionalização entende-se como o processo de transformar crenças e ações em regras de conduta social. Para (Machado-da-Silva, Fonseca, 2010), ao longo do tempo, por influência de mecanismos de aceitação e reprodução, tais regras tornam-se padrões, e passam a ser visualizadas como rotinas naturais, ou concepções amplamente compartilhadas da realidade. Para (Filho, 2008), institucionalização, passou a ser considerado processo restrito aos modos como ocorre a conformidade organizacional às normas socialmente aceitas, num sentido unilateral de obediência organizacional às pressões institucionais.

Para alguns autores (DiMaggio, Powell, 2005; Scott, 1995) o institucionalismo pode ser classificado como velho, novo e neo-institucionalismo. Para os mesmos autores o velho institucionalismo considera a influência, coalizões e valores competitivos como aspectos centrais, com ênfase em estruturas informais e de poder de organizações individuais. O foco do novo institucionalismo valoriza o cognitivo, enfatizando a legitimidade e coesão de campos organizacionais. Para (Holanda, 2003), o velho institucionalismo segue a orientação econômica e política enquanto o novo segue mais a orientação sociológica. O enfoque sociológico foi o escolhido para fins desse trabalho, pois, diferentemente dos outros dois, sublinha o papel das normas culturais e dos elementos do amplo contexto institucional, como as normas profissionais e os organismos do Estado no processo de institucionalização.

Segundo (Carvalho, Vieira, 2003) ainda que se utilize a expressão “perspectiva institucional” existem muitas diferenças entre os estudiosos que, em número crescente, desenvolvem suas investigações sob os pressupostos institucionais, contudo, acredita-se que é na vertente sociológica que se encontram diferenças significativas entre estes conceitos. Para (Scott, 1995) a divergência mais freqüente e profunda encontra-se na ênfase atribuída aos elementos institucionais que dividem a perspectiva em três pilares: regulador, normativo e cognitivo.

Entre os conceitos utilizados pelos institucionalistas destaca-se o campo organizacional, o qual é considerado por (Carvalho, 2010) como um conjunto de atores que interagem entre si, tanto em trocas de bens, serviços, recursos financeiros ou informações. Segundo a autora é neste campo organizacional que os processos isomórficos acontecem, o que leva organizações distintas a se tornarem cada vez mais parecidas.

Uma vez estruturado o campo organizacional (fornecedores, consumidores, outras organizações, etc.) poderosas forças emergem e levam as organizações a se tornaram mais similares entre si. Esse processo de homogeneização é definido como isomorfismo, no qual as organizações são influenciadas por seu ambiente institucional e apresentam similitudes nas suas estruturas e processos, dentro de um mesmo ambiente institucional.

Para (Meyer, Rowan, 1991) na teoria neo-institucional existem dois tipos centrais de isomorfismo: o competitivo e o institucional. Os autores definem que o fenômeno do isomorfismo competitivo está relacionado a um sistema de racionalidade, mais apropriado para segmentos no qual se pode observar a competição livre e aberta. O isomorfismo institucional de acordo com (Rossetto, Rossetto, 2005, p.6) é assumido como “um conjunto de restrições que forçam uma unidade de uma população a parecer-se com outras unidades que se colocam em um mesmo conjunto de condições ambientais”.

Estas mudanças institucionais no campo organizacional, segundo (DiMaggio, Powell, 2005), ocorrem por meio de três formas centrais de isomorfismo: isomorfismo coercivo, isomorfismo mimético e, isomorfismo normativo. O isomorfismo coercivo é o resultado de pressões formais e informais exercidas por uma organização sobre outra que se encontra em condição de dependência, bem como autoridade, e por expectativas culturais vindas da sociedade. O isomorfismo mimético tem a ver com a imitação, ocorre quando organizações estão contextualizadas num ambiente de incerteza o que as leva a copiarem outras organizações vistas como modelo. O isomorfismo normativo, por sua vez, está associado principalmente com profissionalização, valores - padrões com os quais as estruturas e comportamentos existentes podem ser comparados ou avaliados, pois as profissões estão sujeitas às mesmas pressões coercivas e miméticas que as organizações (MEYER, ROWAN, 1991; SCOTT, 1995; SCOTT et. al. 2001; DIMAGGIO, POWELL, 2005).

Cada um desses fenômenos e controles institucionais visa de alguma forma a compreensão da maneira com que as organizações buscam sua legitimidade no mercado. A legitimidade, conforme (Scott, et. al. 2001), tem relação com o momento em que as ações de uma entidade são percebidas ou presumidas como esperadas, corretas e apropriadas, dentro do contexto de um sistema socialmente construído de normas, valores, crenças e definições.

A busca da legitimidade tem papel central na explicação das práticas organizacionais, e sua importância destaca-se na obra de (Meyer, Rowan, 1991), para os quais as organizações que absorvem aspectos racionais socialmente legítimos na sua estrutura formal aumentam a sua legitimidade e capacidade de sobrevivência. (Rossetto, Rosseto, 2005) ilustram que a perspectiva institucional busca explicar os fenômenos organizacionais, por meio do entendimento do como e do por que as estruturas e processos organizacionais tornam-se legitimados e suas conseqüências nos resultados alcançados. O quadro 1, a seguir apresenta dentro da perspectiva institucional os três pilares, o mecanismo preponderante em cada um, a lógica preponderante, indicadores e a base para a legitimidade:

Quadro 1: Pilares da perspectiva institucional

Regulador

Normativo

Cognitivo

Mecanismo

Coercitivo

Normativo

Mimético

Lógica

Instrumentalista

Adaptação

Ortodoxa

Indicadores

Utilidade (Regras, leis, sanções)

Obrigações Sociais (Certificações e aceitação)

Pressupostos (Predomínio e Isomorfismo)

Base para a Legitimidade

Legalmente sancionado

Moralmente governado

Culturalmente sustentado, conceitualmente correto

Fonte: Adaptado de Scott et al (2001, p.51)

Pode-se dizer que na perspectiva institucional, analisam-se como as escolhas são moldadas, mediadas e canalizadas pelo ambiente institucional. Sendo assim, essa influência é manifestada por meio das instituições, que constituídas por regras, normas e crenças que descrevem a realidade de uma organização, explicando o que é e o que não é, como pode e como não se pode agir (HOFFMAN, 1998).

De acordo com (Graefe, 2005) ao analisar modelos que apresentam os processos inerentes a institucionalização (TOLBERT, ZUCKER, 2001) a sociologia do conhecimento que forma a base da perspectiva cognitiva (BERGER, LUCKMANN, 2002) e as limitações representadas pelas instituições (BARLEY, TOLBERT, 1997; BERGER, LUCKMAN, 2002; GIDDENS, 1989) nota-se que é evidente a razão pela qual a institucionalização deve ser vista como um processo, admitindo-a como função da instituição para a promoção da estabilidade, bem como a possibilidade de mudanças.

Neste ambiente de transformações a inserção de questões relativas à preservação ambiental e ao bem estar social nota-se um grande movimento no cenário organizacional. A partir de um estudo realizado no período de 1960-1993, (Hoffman, 2000) analisou a indústria química norte-americana, as mudanças ocorridas no campo organizacional formadas a partir da gestão de práticas ambientais. Seu objetivo principal era construir uma ferramenta que permitisse o entendimento da co-evolução entre campos organizacionais e instituições. 

Para a realização do estudo, (Hoffman, 2000) utilizou como fontes de dados a base estatística dos casos jurídicos federais e um periódico relevante - Chemical Week, o campo organizacional, a percepção dos constituintes sobre o assunto e os eventos que desencadearam as mudanças. O autor utilizou como constructos centrais os pilares, cognitivo e normativo para analisar a evolução institucional, apresentando uma concepção inovadora para campo organizacional.

Com base nos resultados o autor afirma que, "(...) embora ambientalistas e indústrias químicas possam ocupar um campo organizacional comum, através do qual eles influenciam um ao outro, seria incorreto afirmar que eles compartilham as mesmas crenças e atitudes em relação ao ambiente” (HOFFMAN, 2001, p. 353).

Concomitante ao estudo de (Hoffman, 2000), podem-se citar também os primeiros estudos científicos a respeito da preservação ambiental que segundo (Santos, 2007) ocorreram nesse período, à década de 1960, com o surgimento do Clube de Roma em 1968, formado por um conjunto de empresários e intelectuais com a finalidade de identificar os problemas globais do planeta. Em 1972 foi realizada a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente na cidade de Estocolmo (Suécia) e em 1992, destaca-se a realização da Conferência conhecida como Rio/92 ou Eco/92, realizada no Rio de Janeiro, na qual se elaborou um documento intitulado Agenda 21, que discute soluções e estratégias globais para o desenvolvimento sustentável.

A partir da publicação de 1987 de nosso Futuro Comum, o relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMAD), a definição da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, já amplamente utilizada, é o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias necessidades” (WCED, 1987, p. 42). Para (Elkington, 1998, p. 397) também introduziu o conceito do "triple bottom line" ou tripé da sustentabilidade e a reflexão sobre a gestão ligada à noção de desenvolvimento sustentável. Segundo o autor “o desenvolvimento sustentável envolve a realização simultânea de prosperidade econômica, qualidade ambiental e equidade social”.

A progressiva integração da gestão ambiental nas atividades das organizações industriais pode ser compreendida neste movimento de ruptura, que cria um novo paradigma para a incorporação organizacional. Esta integração pode como indicam pesquisas empreendidas na década de 90 (DONAIRE, 2010; LLERENA, 1996; BARBIERI, 2007, TACHIZAWA, 2005), interferir em diversos níveis na alteração da organização das empresas.

A adequação a leis e exigências ambientais não foi o único fator que impulsionou a busca por padrões de produção mais sustentáveis, ao longo dos anos 90. Estratégias de promoção da qualidade e da competitividade cumpriram um papel importante no processo de ajuste das indústrias brasileiras ao novo ambiente induzido pela abertura econômica, contribuindo para a melhoria da ecoeficiência 6 nas empresas (DIAS, 2011).

Desta forma, os desafios no ambiente de negócios se refletem na busca por mudanças de conceitos sustentáveis, cujas atenções estão voltadas aos fatores antecedentes e conseqüentes da dimensão da responsabilidade corporativa (GOMES, et. al. 2009). Esse desafio refere-se em perceber a responsabilidade sustentável como uma estratégia organizacional que vislumbra as questões sociais, ambientais e econômicas referentes às preocupações com os impactos resultantes das operações organizacionais e seus efeitos (SOUZA, et. al. 2007).

Ao longo das três décadas, com a redefinição do papel do Estado e o fortalecimento das ONGs, as batalhas judiciais, legislativas e uma crescente atenção da opinião pública em relação ao tema, dá-se inicio a um processo de mudança institucional referida a gestão de práticas ambientais e sociais, que teria dado origem ao chamado ambientalismo empresarial (HOFFMAN, 1998; ABRAMOVAY, 2007), movimento pelo qual o meio ambiente tornou-se um componente importante na dinâmica das empresas, conhecido por inserir as práticas de gestão ambiental em especial na organização.

Segundo (Donaire, 2010) a gestão ambiental é a administração de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, renováveis ou não. Visa também incentivo as práticas que garantam a preservação da biodiversidade, a reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto ambiental.

(Gonçalvez-Dias e Teodósio, 2010 apud Hoffman, 2001) propõe um modelo no qual apresenta-se a institucionalização da questão ambiental desencadeada pela ocorrência de uma série de eventos relacionados ao meio ambiente, tanto no âmbito da sociedade quanto das organizações, cuja percepção é mediada pelo momento histórico e a dinâmica cultural, política e social que o envolve.

(Hoffman, 2001) identifica quatro momentos na história do ambientalismo corporativo 7, caracterizados pelo realinhamento de interesses dentro do campo organizacional: ambientalismo industrial (1960-70), que enfatizava a resolução interna de problemas como um adjunto da área de operações; ambientalismo regulatório (1970-82), cujo foco era sobre a conformidade com as regulamentações, dada a imposição externa de novas leis ambientais cada vez mais rigorosas e trabalha em busca apenas da conservação ambiental; ambientalismo como responsabilidade social (1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização de resíduos dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas voluntárias; e ambientalismo estratégico (após 1990), que dá ênfase à integração de estratégias ambientais pró-ativas a partir da alta administração e caminha na busca da sustentabilidade 8.

Vislumbrando essa ótica, diversas organizações, ao obterem bom desempenho ambiental com a gestão operacional, baixo risco financeiro e perspectivas de sucesso econômico começaram a influenciar de alguma forma as práticas organizacionais trazendo o ambientalismo, para dentro dos sistemas de mercado que é central para os objetivos organizacionais (BARBIERI, 2007, ALMEIDA, 2007).

Para (Gonçalvez-Dias, Teodósio, 2010) quando as organizações buscam compreender as práticas ambientais e os impactos de considerar os pilares sustentáveis em sua gestão estão também pressupondo transformações na estrutura de governança empresarial, o que resulta em alterações no processo decisório, na estrutura organizacional e nos padrões de inovação tecnológica adotados pelas empresas (DONAIRE, 2010; DAROIT, NASCIMENTO, 2004).

A repercussão da questão ambiental dentro da empresa e a sua devida importância ocorrem no momento em que a organização deixa de visualizar esta prática como um centro de custos e a considera como um expoente redutor de custos através do reaproveitamento e venda de resíduos e aumento das atividades de reciclagem. Essa repercussão se torna melhor entendida no instante em que a performance ambiental da empresa evolui, através do melhor uso de insumos que potencializem, de alguma maneira, ganho de energia ou matéria prima usadas no processo produtivo (DONAIRE, 2010).

Diante do que foi exposto neste referencial destaca-se que os resultados do estudo permearam sob ponto de vista da seguinte pressuposição: As práticas de gestão social e ambiental estão institucionalizadas por meio de mecanismos isomórficos miméticos, cabendo desta forma, salientar a importância de conhecer o ambiente na qual a organização está inserida, que tipo de instituições influencia as organizações e que mecanismos as mesmas associam as suas estratégias na tentativa de garantir ou melhorar sua posição no mercado.

Neste estudo, as questões de cunho social e ambiental foram às práticas analisadas considerando sua inserção institucional e organizacional na empresa foco.

3. Método

Em relação ao tipo de pesquisa desenvolvida, entende-se como mais adequada a pesquisa descritiva (MALHOTRA, 2001). Uma pesquisa descritiva, conforme seu próprio nome indica, é aquela que descreve algo, um fenômeno ou fato observado. Para (Gil, 2010), a pesquisa descritiva vai além de detalhar as características de uma população e fenômeno existente.

Quanto aos meios de investigações, este estudo caracteriza-se como um estudo de caso, que para (Yin, 2010), tem preferência na análise dos eventos contemporâneos e conta com as mesmas técnicas da pesquisa histórica, porém acrescenta duas fontes de evidências normalmente não incluídas no repertório do historiador: observação direta dos eventos sendo estudados e entrevistas das pessoas nos eventos. 

No âmbito da sua natureza a pesquisa teve um papel qualitativo. (Hair et. al. 2005, p. 104) salientam que “os dados qualitativos são coletados sem o uso direto de números, tendem a ser subjetivos o que significa que um administrador ou pesquisador deve interpretar o texto (palavras) ou imagens que representam à pesquisa”.

A seleção do setor de estudo se deu baseada no histórico de danos causados ao meio ambiente e tipo de produtos produzidos pelo setor químico, que ao longo dos anos passou a adotar uma postura diferenciada que pode ser visualizada pelas exigências de exportação, normas da ABIQUIM e divulgação de relatórios e dados de promoção da cultura sustentável.

A seleção da empresa estudada foi feita por conveniência, considerando, em princípio, a disponibilidade da empresa em participar do estudo e a adequação de suas características à necessidade do estudo já que a mesma é uma empresa de grande porte, altamente internacionalizada, de origem nacional e com a inserção ambiental em sua gestão.

            Para este estudo foram buscados dados a partir de fontes primárias e secundárias. Os dados primários foram obtidos por meio das entrevistas em profundidade com gestores, utilizando como instrumento um roteiro semi-estruturado; dados secundários provenientes de relatórios gerais e de sustentabilidade e/ou publicações das empresas e conteúdo dos websites da empresa.

              Para (Trivinos, 1987), a entrevista semi-estruturada, em geral, é aquela que parte de alguns questionamentos básicos, amparados em teorias que interessam à pesquisa, e que fornecem amplo campo de questionamentos, fruto de novas idéias que vão surgindo à medida que se recebe as respostas do entrevistado. Desta maneira, o entrevistado, seguindo a linha de seu pensamento e de suas experiências começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

Os dados foram analisados realizando uma equiparação com o referencial teórico do trabalho tendo em visa a possibilidade de identificar a temática chave do estudo e outros pontos que podem contribuir para responder aos objetivos de pesquisa. A análise das informações obtidas se deu por meio da análise de conteúdo proposta por (Bardin, 2010).

De acordo com (Bardin, 2010) dentre as diversas técnicas que compõem a análise de conteúdo, adotou-se a análise categorial por se tratar da mais antiga técnica que funciona através da divisão do texto em partes distintas, em categorias de acordo com um reagrupamento analógico. A categorização oferece diferentes possibilidades de aplicação, tendo sido escolhida a investigação dos temas e/ou análise temática, conforme mencionado anteriormente.

3.1 Modelo Proposto

As mudanças organizacionais evidenciadas por meio da teoria institucional contribuíram para os estudos organizacionais ao introduzir valores compartilhados em busca de legitimidade por meio do isomorfismo. Com base no objetivo do estudo elaborou-se o modelo a seguir a partir dos estudos de (Hoffman, 2001); (Scott et. al. 2001) e (DiMaggio, Powell, 2005) que pretende verificar de que forma são inseridas as práticas de gestão ambiental nas organizações, considerando as perspectivas do campo institucional que levam a legitimação por meio do isomorfismo. A figura 1 evidencia o modelo conceitual proposto para este estudo:

Figura 1: modelo conceitual

Fonte: Elaborado pelos autores com base em (Hoffman, 2001) e (Scott et. al. 2001) e (DiMaggio, Powell, 2005)

Para a compreensão do campo institucional utilizou-se (Scott, et. al. 2001) que apresenta três pilares e/ou perspectivas que conferem uma base para a legitimidade de formas diferentes. A regulatória enfatiza a conformidade com as regras, valores e padrões; sendo assim, as organizações devem agir de acordo com as regras estabelecidas. A concepção normativa aponta para uma base mais profunda para obter legitimidade, já que as formas de controle são mais predispostas à internalização do que os controles regulativos, e os incentivos para a conformidade são recompensas tanto intrínsecas e/ou extrínsecas. A visão cultural cognitiva aponta a legitimidade advinda da adoção de um esquema de referência ou da definição de situações comuns.

(Hoffman, 2001) apresenta a institucionalização da questão ambiental desencadeada pela ocorrência de uma série de eventos relacionados ao meio ambiente, tanto no âmbito da sociedade quanto das organizações, cuja percepção é mediada pelo momento histórico e a dinâmica cultural, política e social que o envolve. O autor identifica quatro momentos históricos que se constituem em 04 (quatro) níveis de ambientalismo corporativo, caracterizados pelo realinhamento de interesses dentro do campo organizacional: ambientalismo industrial (1960-70), ambientalismo regulatório (1970-82), ambientalismo como responsabilidade social (1982-88) e ambientalismo estratégico (após 1990).

Em relação à mudança institucional optou-se pela definição proposta por (DiMaggio, Powell, 2005), que especificam três formas centrais de isomorfismo: isomorfismo coercivo (resultado de pressões formais e informais exercidas por uma organização sobre outra que se encontra em condição de dependência, bem como autoridade, e por expectativas culturais vindas da sociedade), isomorfismo mimético (ocorre quando organizações estão contextualizadas num ambiente de incerteza o que as leva a copiarem outras organizações vistas como modelo) e, isomorfismo normativo, O isomorfismo normativo (está associado principalmente com profissionalização e valores).

Para análise dos dados coletados e visando atender ao método proposto que é análise de conteúdo (BARDIN, 2010) foram criadas categorias de análise apresentadas no Quadro 2:

Quadro 2 - Categorias de análise

Teoria Institucional

Influências e Implicações

Identificar a interação da organização com o campo institucional e a influência percebida no campo organizacional. Nesta categoria verificou-se como a organização interage com as pressões ambientais e os mecanismos utilizados para inserir ou não questões percebidas no campo institucional.

Isomorfismo organizacional

Analisar que métodos a organização utiliza para inserir modelos, questões e idéias presentes no campo institucional, visando principalmente o entendimento do tipo de isomorfismo praticado preponderantemente.

Gestão Ambiental

Estratégias e práticas

Inserção de práticas de gestão ambiental e programas existentes na empresa estudada. Também caracterizou-se a organização conforme o nível de gestão ambiental ou uso de práticas ambientais.

Resultados e indicadores

Formas de mensuração de resultados em relação à gestão ambiental adotada pela organização

Fonte: elaborado pelos autores

Para garantir a confidencialidade das informações prestadas, e manter o anonimato dos entrevistados, a indústria química participante da pesquisa será identificada na análise como Empresa X.

4. Resultados

4.1 Caracterização da empresa objeto de estudo

A empresa X é uma empresa nacional de grande porte que atua há mais de 60 anos no mercado nacional e internacional. Na empresa X, a equipe de gestão acredita que a renovação garante a sobrevivência do negócio.  Por isso, incentivam idéias inovadoras, que levam em conta as necessidades de quem fará uso delas.

A empresa X é uma das mais internacionalizadas do Brasil, referência, na América Latina, em adesivos, laminados especiais, plásticos de engenharia e EPIs (equipamentos de proteção individual) para os mais diversos mercados. Pode-se dizer que um dos fatores que influenciam essa posição da empresa é o uso da inovação como ferramenta para ir além, para gerar resultado (segundo relato do presidente no website da empresa). Fabricam bordos em PVC para a indústria moveleira do Brasil e da América Latina, chapas termoplásticas laminadas estruturais, contendo fibras naturais em sua composição, como o produto chamado Ecofibra, que é utilizado principalmente no setor automobilístico, para estruturação e revestimento interno de automóveis, assim como no mercado de construção civil, calçadista, moveleiro, entre outros (website empresa X, 2011)

A empresa X produz 5 000 itens, vendidos para setores que vão da construção civil à indústria automobilística. É o que acontece, por exemplo, com as botas industriais que levam em sua produção o mesmo material utilizado na blindagem de automóveis. A empresa X é uma das poucas fabricantes desse tipo de equipamento no mundo, vende apenas 3 000 pares por ano, a um valor equivalente a 500 reais cada um. Isoladamente, esse resultado pode parecer - e de fato é - pouco expressivo. Mas foi graças à multiplicação de milhares de produtos de nicho, como as botas industriais, que as vendas da empresa cresceram 55% desde 2006, atingindo 280 milhões de reais em 2009. "Hoje, não fazemos produtos padronizados para chegar à liderança” (ressalta o presidente da empresa, neto do fundador da companhia em entrevista aos autores).

4.2 Categorias de análise

Nesta categoria de análise buscou-se identificar a interação da organização com o campo institucional e a influência percebida no campo organizacional. Além de verificar como a organização interage com as pressões ambientais e os mecanismos utilizados para inserir ou não questões percebidas no campo institucional.

4.2.1 Teoria Institucional

4.2.1.1 Influências e Implicações

A organização estudada trabalha fortemente ligada a questões de pesquisa e desenvolvimento, isso porque um de seus diferenciais é a inovação. Trabalha com o desenvolvimento de produtos para atender demandas específicas para seus clientes, para isso o desenvolvimento tecnológico e a capacidade de absorver as mudanças no campo institucional e organizacional precisa ser amplo. Nota-se grande influência na gestão organizacional por parte de Instituições Educacionais e de pesquisa nacionais e internacionais já que estas proporcionam acesso ao know how e tendências que podem produzir influências práticas na organização.

Além das pesquisas internas, seus laboratórios gerenciam parcerias com fabricantes de plásticos e adesivos da Alemanha, da França, da Itália e da Suíça, e ainda mais dez universidades e centros de pesquisa brasileiros, como a Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo. Percebe-se que a gestão da matriz nacional da organização sofre grande influência institucional externa por meio das trocas realizadas entre a organização e seus parceiros com conhecimentos, informações, exigências e culturas diferentes.

De acordo com o gestor da organização essa estrutura permite o lançamento de cerca de 300 produtos todos os anos, alguns deles são fabricados para um único cliente e por tempo determinado, como no caso de uma variedade de cola capaz de fixar cristais Swarovski em sandálias Havaianas, desenvolvida para a Alpargatas em 2003.

Visando identificar os potenciais alvos, a empresa criou em 2006 uma área de novos negócios, que mantém permanentemente dois executivos em viagem pelo Brasil e pela América Latina em busca de empresas e novas áreas de negócio. É tarefa destes profissionais também identificar novos concorrentes e posicionamentos institucionais que possam comprometer o andamento da organização e sua gestão.

Observa-se que o foco da gestão organizacional da empresa, trabalha com a perspectiva institucional nos pilares normativo e cognitivo, no qual é possível perceber que os mecanismos mais utilizados pela organização é o isomorfismo normativo e mimético. Nota-se que a questão normativa é mais presente pela forte atuação internacional da organização que precisa atender mercados e sistemas diferenciados. Destaca-se ainda o uso associado dos mecanismos isomórficos normativo e mimético que visa conferir maior legitimidade da organização no mercado, principalmente por meio do direcionamento da gestão com foco inovativo e sustentado.

A organização trabalha com maquinários capazes de processar matérias-primas diversas e utiliza ferramentas como à produção mais limpa durante essa transformação, a reutilização de material, a substituição de matérias-primas poluentes por alternativas menos prejudiciais como cascas, sementes, entre outras, tem por objetivo trabalhar além da inovação em seus produtos, inovação em seus processos de industrialização é um dos pontos chave para os produtos sustentáveis. “Não vendemos uma idéia, é uma coisa que faz parte da empresa” (GESTOR DE PROCESSOS, 2010)

            Ao longo dos anos a organização passou a ter suas estratégias focadas na idéia de inovação, o que faz com que a mesma busque alcançar o patamar de empresa modelo dentro de seu campo institucional. A inserção de uma cultura sustentável voltada à inovação tecnológica também influenciada pelo mercado internacional resultou em investimento e mudanças para todas as unidades da empresa, já que tais práticas institucionalizaram-se como modelo de gestão.

A organização sente-se pouco pressionada pela concorrência e adota mudanças baseada em oportunidades de negócio e estudos de Universidades e Institutos parceiros, nacional e internacionalmente. A organização atua muito considerando o pilar normativo já que busca legitimar-se por meio da atuação confiável, cumprindo leis, normas e regras nos países e regiões onde atua, o que, segundo ela, pode ser garantindo por meio de certificações específicas, reconhecidas em termos globais. Pode-se inferir que no campo organizacional um tipo de instituição que influência a organização é a governamental, as instituições normativas, representativas, ministérios, comitês, já que são elas que definem normas, leis, regras em geral

A empresa X busca a legitimação no mercado nacional e internacional por meio de certificações reconhecidas como as ISO 9001 e 14.001 bem como premiações e balanço social. Nota-se que as práticas organizacionais não são de gestão local e sim global e que os parceiros e institutos internacionais são os principais modelos e fatores motivadores de transformações organizacionais. Apesar das particularidades de cada país a organização insere questões estratégicas em uma unidade e posteriormente há replicação para todas visando à formação da cultura organizacional e uma atuação dinâmica e integrada, partilhando dos mesmos valores, princípios e estratégias base.

4.2.1.2 Isomorfismo organizacional

Através do isomorfismo as organizações assimilam regras institucionais, tornado-as mais homogêneas dentro de seu campo organizacional (DIMAGGIO, POWELL, 2005).

A empresa X, por ter a sua origem nacional, possui todas as motivações e iniciativas de uso definidas por seus gestores do país, sendo que não há imposição de uma matriz pela adoção de métodos ou condutas específicas. No entanto, como já mencionado anteriormente, a organização sofre grande influências das instituições internacionais líderes em tecnologia e desenvolvimento, bem como dos centros de educação nacionais e internacionais.

A interação com o ambiente internacional torna acessíveis informações relativas a outros campos institucionais, bem como a adequação de práticas internacionais para realidades locais por meio do mecanismo do isomorfismo mimético. Empresas líderes, bem como parceiras internacionais são fontes de aperfeiçoamento e inserção na gestão da empresa.

A idéia de expandir a atuação para outros setores nasceu depois que o diretor comercial da companhia fez um curso de globalização na Universidade da Califórnia. Quando voltou ao Rio Grande do Sul, o atual presidente da empresa convenceu o pai, então presidente da companhia, a iniciar uma transformação baseado em modelos de gestão de empresas de tecnologia e inovação. A idéia de mudança na gestão causaria mudanças em processos, portfólio, maquinário, capacitação profissional e atendimento a normativas específicas para atuação em diversos mercados:

Com pequenas alterações, os itens podiam ser empregados nos mais diversos setores, como indústria automotiva e construção civil. Num primeiro momento, as vendas caíram 15%. "Não foi fácil, mas precisávamos de uma mudança radical", afirmou o presidente da empresa (GESTOR DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2010)

Sob tal orientação, empresas adotam inovações para aumentar sua legitimidade e para demonstrar que estão tentando melhorar as condições de trabalho. E quais organizações são escolhidas como modelo? Naturalmente que são aquelas percebidas como mais legítimas ou bem-sucedidas. O medo da incerteza leva, portanto, ao processo de imitação, o que, no entanto, pode não levar aos mesmos níveis de desempenho encontrados na empresa modelo. (SCHERER, 2007).

A necessidade de profissionalização para tornar bem sucedida a transformação organizacional fez com que a organização adotasse o isomorfismo normativo, pois profissões estão sujeitas às mesmas pressões coercitivas e miméticas que as organizações. Enquanto vários profissionais dentro de uma empresa podem diferir entre si, eles exibem muita similaridade com seus parceiros profissionais em outras organizações.

Essa similaridade tem origem em dois aspectos da profissionalização. O primeiro diz respeito à educação formal e à legitimação em uma base cognitiva produzida por especialistas universitários. O segundo está nas redes profissionais que transpõem organizações, entre as quais novos modelos são rapidamente difundidos. O isomorfismo normativo configura-se à medida que gestores e funcionários-chave são trazidos das mesmas universidades e filtrados em um conjunto comum de atributos.

 Ao longo do tempo as organizações passam por adaptações, que as deixam mais e mais parecidas. Essas mudanças isomórficas levam a campos organizacionais mais ou menos homogêneos em termos de estrutura, processo e comportamento. O que pode facilitar trocas, parcerias, negociações, entre outros trâmites nesses ambientes.

4.2.2 Gestão Ambiental

4.2.2.1 Estratégias e práticas

Como uma das estratégias iniciais da empresa X, boa parte dos produtos, que integravam o portfólio desde a década de 60, deixaram de ser fabricados de uma só vez naquele mesmo ano. A empresa X desenvolve inovações ecoeficientes como diferencial competitivo, buscando a redução do impacto ambiental de seus produtos e processos. Um exemplo é o Ecofibra, um produto feito com matéria-prima natural que não agride a natureza.

Nota-se que o conceito proposto por (Elkington, 1998) e pela (WCED, 1987) começou a ser incorporado dentro da empresa, como afirma o Gestor entrevistado da empresa X:

[...] a idéia de gestão ambiental e sustentabilidade já começa a entrar, porque, recursos são escassos, energia deve ser maximizada, otimizada, tempo, todas essas questões não é...sustentabilidade não é só o ecológico, tem todo o mecanismo de economia, de ser eficiente e eficaz, tu não desperdiçar recursos, matéria-prima, tempo, energia, pra um projeto que não vai trazer retorno, tudo bem, vai atender aquele pequeno cliente que vai ficar satisfeito, mas a gente está pensando na companhia, na organização, daí esses conceitos de sustentabilidade começam a entrar também.

A partir do relato do gestor é possível inferir que a empresa X percebe a sustentabilidade como um conceito inerente a organização e sua sobrevivência, já que estaria associado ao melhor uso de recursos, economia de diversos tipos, além de diretamente ligada às decisões estratégicas, já que o conceito estaria vinculado aos demais temas em cada ponto de necessidade.

Sugere-se que a empresa X parece tender a uma visão de ambientalismo estratégico, conforme propõe o modelo de (Hoffman, 1998), no qual a compreensão da gestão ambiental caminha em direção ao desenvolvimento sustentável e faz parte da rotina prática da empresa, neste caso, é maior a interação com a estratégia da empresa.

Um dos gestores entrevistados da empresa X afirma que a gestão é promovida com intuito do lucro para a organização e posterior preservação do planeta, equilíbrio e fatores econômicos, ambientais e sociais e em terceiro lugar colocaria cumprimento de obrigação legal e ainda completa dizendo:

Eu acho que gestão ambiental passa bem por essa ordem de importância para a Companhia, nós somos uma Companhia que tem como um dos princípios e valores o lucro, como crescimento e perpetuação e o crescimento de cada um passa pelo lucro.

O gestor da empresa X mencionou diversas vezes o fato da empresa se preocupar em incluir a gestão ambiental na rotina diária, sendo através de estratégias, de matérias-primas ou nichos de produtos:

A gente tem um histórico muito, muito fácil assim de evidenciar a questão dos lançamentos de produtos com esse enfoque de ambiental. Eu posso te dar alguns exemplos do que a gente teve de sucessos com relação a esse tipo de desenvolvimento...hoje tá muito em voga, muito se fala muito assim ó...o uso de fibras naturais...nós já usamos fibras naturais desde o início dos anos 80.Sempre usamos essa linha de madeira, restos de serragem da indústria moveleira como componente para material de estruturação de calçados.

Em relação a essa preocupação em adaptar seu processo e/ou produtos surgem formas de certificar as relações com o ambiente, como os certificados ISO 14.000 que são uma maneira de comprovar a boa forma de se relacionar com o ambiente: "com relação à sustentabilidade, a empresa iniciou agora em 2010 a certificação pra ISO 14.000, então vem o foco ambiental muito forte dentro de certificação." Nota-se que ao inserir-se no mercado global a organização assimilou mudanças consideradas tendências, como a gestão ambiental, muito antes de outras empresas, o que hoje confere a ela uma posição diferenciada em termos de atuação sustentável no setor.

Utilizar não só o plástico em polímero, oriundo de petróleo, polipropileno, a gente desenvolveu o polímero de fonte renovável, biodegradável, pra essas utilidades. Isso tá muito, utilizar insumos de fonte renovável, tá combatendo o uso do plástico oriundo de petróleo e mais importante que isso é a reciclabilidade. Porque não adianta nada usar, por exemplo, polietileno verde, esse plástico verde que a empresa D esta desenvolvendo, que provem do etanol, mas ele é um plástico como outro normal porque ele não vai se biodegradar, nem sofre oxidodegradação, vai ter o mesmo problema de um plástico, poloetileno que veio do craqueamento do pretróleo, né do gás eteno, se tu não tiver um trabalho de reciclagem de reciclabilidade, daquilo que é refugo, desperdício ou consumo final o problema é igual.

Dentro da linha de desenvolvimento de produtos a empresa demonstra que a questão é mais do que preservação do meio ambiente ou redução do uso de recursos naturais. A questão é a incorporação de novas matérias-primas que ao mesmo tempo sirvam como fonte para produção limpa, de produtos recicláveis ou eco eficiente e ainda respeitem as questões de inter-relação com o meio como salienta o gestor da empresa X:

Eu reutilizo fibras vegetais, utilizo cana, coco, pinus, a gente tá testando fibras de acerola, muito disponível na região sudeste, que SP tem a maior fabricante de suco concentrado de... aquele.... “polpa”, maior fabricante de polpa da América Latina, bambu, mamona, o que tu pensar em termos de fibras disponível que hoje é um descarte, a gente ta estudando métodos e formulações pra incorporar em produtos já existentes e novos.

O gestor salienta a vantagem desse tipo de produção e de que forma a empresa pode perceber o impacto da mudança de matéria-prima e processos:

Eu tô reintroduzindo no meu processo aparas, desperdícios que antes iam fora, esse desperdício, essa economia é direta, é resultado direto. Só pra te dar uma idéia a lucratividade desse ano, dessa unidade da qual eu pertenço tá 47% acima do previsto, da meta, então todos esses movimentos, redução de custos, reformulação de produtos, utilizando insumos de fonte, mas..ã..fibras naturais..resultado direto.

Tais transformações influenciadas por tendências no mercado internacional possibilitaram não só uma reestruturação da organização e sua gestão, como também a oportunidade de atuação em novos mercados devido ao fato de assimilarem de forma precoce tendências do cenário nacional e internacional. O foco na inovação, a certificação de qualidade, bem como a conduta ambiental e social conferem legitimidade para a atuação no mercado.

4.2.2.2 Resultados e indicadores

A mensuração de resultados é vital para qualquer organização, já que é dessa forma que se pode visualizar se os resultados atingidos estão de acordo com os objetivos pretendidos. Os indicadores apresentam a realidade da empresa e embasam posteriores decisões acerca do negócio. Os resultados referentes a uma ação, estratégia de gestão ou mudança executada na empresa podem ser percebidos de diferentes formas. Cada organização percebe a necessidade de ter ou não, indicadores de resultados de gestão e/ou outras ações específicas, programas de acordo com seus objetivos e sua forma de gestão.

A empresa X confere grande importância ao modelo de atuação socialmente responsável, com programas voltados especialmente ao público interno e à comunidade. Desde 1984, desenvolve as políticas de Responsabilidade Social da empresa. Economicamente, a empresa busca sempre ser rentável para poder se perpetuar, gerando receita para todos os públicos envolvidos. “Afinal, somente com resultados positivos é possível continuar trabalhando pelo futuro de nosso planeta.” (web site da empresa).

Nota-se que a empresa X vincula as ações de cunho sustentável com resultados financeiros, ou seja, sustentação do negócio com base na gestão como um todo. Percebeu-se durante a entrevista que o gestor responsável compreendia a questão de forma conjunta, sem desvincular os temas e salientando sempre a importância desse modelo para a empresa que integra o assunto sustentabilidade e ainda destaca a importância para que os resultados sejam atingidos:

[...] em 2010 tem um salto de desempenho muito importante, então, a gestão da inovação com foco na sustentabilidade e essas práticas é um dos pilares, o outro, como é que... a gestão de... no meu caso né, desenvolvimento de novos produtos, os lançamentos, as novidades, as inovações... elas são conduzidas, digamos coordenadas, como é que elas são alinhadas com esse planejamento estratégico, que práticas que a gente tem pra controlar isso e a outra para a internacionalização.

A gestão sustentável ainda permeia por um momento de ampla discussão de conceitos, resultados e uma diversidade de indicadores. As organizações aderem a indicadores validados e reconhecidos internacionalmente quando sentem a necessidade destes perante um mercado específico, ou a questão a torna um diferencial. Neste cenário, algumas empresas optam em trabalhar a gestão sustentável através de alguns meios de mensuração simples como os indicadores ambientais, sem relação direta com a gestão estratégica, ou financeira da empresa ou mesmo se os impactos gerados alteram alguma necessidade ou estratégia da empresa.

De acordo com a empresa X, nas palavras do seu gestor:

Os indicadores ...eles são mais voltados mesmo pra parte de gestão. Os indicadores com relação à parte de sustentabilidade, eles não estão ainda definidos...por exemplo assim..nós temos..redução de consumo energético ou quanto de matéria-prima de fonte renovável a gente tá usando...os indicadores são basicamente..ã...o lançamento de novos produtos dentro do ano..o número..qual foi a receita líquida que a gente obteve com esses lançamentos...e [...].

Nota-se que, segundo relato do gestor, os indicadores da organização podem ser pontuais para ações específicas ou relacionados a resultados gerais da empresa, sem especificação se o mesmo tem influência direta de questões sustentáveis ou não. De acordo com o mesmo os indicadores referentes à gestão sustentável são direcionados as questões ambientais e os resultados esperados em relação ao uso da gestão sustentável são diversos e a empresa se preocupa em divulgar sim, de forma coerente, em mídia especializada suas ações e resultados, como afirma abaixo:

Divulgamos através de mídia especializada, de cada segmento de mercado. Internamente, eventos com cliente... focar nessa vantagem... É tem que focar, tem que ter esse marketing em cima do produto. Não o marketing irresponsável. Muitas vezes a gente é criticado pelo conselho de Administração e pela diretoria por demorar na comunicação, na divulgação, mas é que a gente... não vamos divulgar antes de ter absoluta certeza. As evidencias de que aquilo que a gente ta comentando...que o produto tem 80% de biomassa, como a gente provou por exemplo. Qual o laboratório fez essa análise?[...].

Entre as formas de mensurar e apresentar resultados destaca-se o uso das certificações. A organização demonstra uma preocupação bastante grande com a apresentação dos resultados de forma reconhecida como os padrões ISO 9001:2008 e ISO 14.001, sendo uma forma de apresentar seus valores e qualidade ao mercado. Além disso, a empresa possui selos corporativos como comprovação do uso de práticas aceitas pelo cenário organizacional e selos ambientais nacionais que corroboram para a legitimação de sua postura e imagem ambientalmente correta no mercado.                                               

5. Considerações finais

Os motivadores para a adoção de práticas sustentáveis ou ambientais são diversos dentro do campo organizacional, bem como as necessidades das instituições que fazem parte dele. Percebe-se que uma questão que em princípio pode dar uma idéia de altos investimentos tecnológicos e de processo, na verdade acaba inserindo-se nas organizações por pressão da concorrência, de legislação específica, por apelos sociais ou ainda porque vem sendo trabalhada por algumas organizações para que faça parte de suas estratégias e de sua cultura organizacional.

A organização estudada possui a característica de assimilar bem as transformações institucionais e organizacionais, já que atua em diversos tipos de mercados, nacionais e internacionais, opera com diversos setores, e produz não só produtos da indústria química. O fato de estar inserida no mercado internacional e trabalhar paralelamente com uma diversidade de produtos inovadores e específicos fizeram com que a organização assimilasse que, questões ambientais e/ou sustentáveis poderiam gerar maiores oportunidades de mercado e tornar a empresa apta para novos nichos, no qual instituições locais poderiam ser mais exigentes em termos de conduta perante o ambiente em que a organização poderia causar impacto.

Entre os pontos relevantes, destaca-se o fato da organização sentir-se pouco pressionada pela concorrência e pelas instituições que fazem parte de seu campo institucional e adotar mudanças baseada em oportunidades de negócio e estudos de Universidades e Institutos parceiros, nacional e internacionalmente. No entanto nota-se que questões relativas a culturas e novos valores, como os valores ambientais, foram assimilados a partir da interação com a sociedade e as organizações.

Percebe-se que a organização atua de forma preponderante com o pilar normativo já que busca legitimar-se por meio da atuação confiável, cumprindo leis, normas e regras nos países e regiões onde atua, o que pode ser garantido por meio de certificações específicas, reconhecidas em termos globais. Pode-se inferir que no campo organizacional um tipo de instituição que mais influencia a organização é a governamental, como as instituições normativas, representativas, ministérios, comitês, já que são elas que definem normas, leis, regras em geral.

Sugere-se que a interação com o ambiente internacional por meio de empresas líderes e parcerias internacionais, com informações relativas a outros campos institucionais, faça com que a organização passe por mudanças de aperfeiçoamento e inserção de práticas de gestão por meio do mecanismo do isomorfismo mimético.

A perspectiva institucional examina as pressões exógenas para a ação corporativa, aquelas que estão fora de sua fronteira e resultam do relacionamento com o grupo ampliado de atores que estão no campo organizacional. Conclui-se que a abordagem institucional revela-se como uma importante perspectiva para analisar a dinâmica de difusão de inovações sustentáveis ou ambientais entre as empresas, na qual se verifica que valores e interesses sociais prevalecem após as transformações corporativas, fator também perceptível ao inserir conceitos de gestão ambiental na estratégica organizacional.

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4. UFSM Brasil. Email: flaviascherer@globo.com
5. Nas palavras de Gehlen (2009, p. 29), atores sociais são aqueles que “manifestam interesses sociais, econômicos, políticos, culturais, além de outros, de forma articulada, via de regra expressos por meio de formas perceptíveis, legítimas e geralmente regidas por legislação, normas, estatutos ou regimentos”. O autor ainda destaca que “os atores sociais ocupam diferentes posições sociais (estratos) que expressam desigualdade social, e sua atitudes são regradas normativamente por valores éticos compartilhados; mas que vivenciam ao mesmo tempo valores culturais específicos ou identidades que expressam as diferenças”.
6. Barbieri (2007, p. 137) define  Ecoeficiência como “ um modelo de gestão ambiental empresarial introduzido em 1992 pelo Business Council for Sustainable Development, atualmente World Business Council for Sustainable nos Development (WBCSD)”.
7. O conceito pode ser subentendido como o conceito de gestão ambiental para efeitos de estudo.
8. Conceito vinculado a idéia de desenvolvimento sustentável proposto em 1987 e reforçado por Elkington (1998) por meio do triple botton line.


Vol. 33 (8) 2012
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