Espacios. Vol. 33 (8) 2012. Pág. 3


Riscos e gestão de riscos em cadeias de suprimentos: uma síntese da literatura

Risks and risk management in supply chains: a synthesis of the literature

Edson Cezar Aguiar 1 , Ubiratã Tortato 2 y Marilson Alves Gonçalves 3

Recibido: 09-01-2012 - Aprobado: 21-04-2012


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RESUMO:
Com o objetivo de proporcionar um melhor entendimento dos riscos em cadeias de suprimentos e de sua importância e relevância como disciplina da Administração, esse trabalho, por meio de uma revisão de literatura, buscou uma sistematização da Gestão de Riscos em Cadeias de Suprimentos (SCRM) com o objetivo de identificar uma estrutura para a SCRM, vista primeiro, como a forma de gestão mais abrangente para a identificação, análise, priorização, avaliação e monitoração dos riscos nas cadeias de suprimentos e segundo como direcionadora para o estudo dos riscos em cadeias de suprimentos. Outros objetivos alcançados pelo trabalho foram: o resgate da evolução histórica dos riscos, a identificação das abordagens disponíveis para a gestão dos riscos em cadeias de suprimentos, as diversas formas dos riscos e a proposição de uma agenda para o estudo e pesquisa dos riscos e gestão dos riscos em cadeias de suprimentos.
Palavras - chave: riscos, gerenciamento de riscos em cadeias de suprimentos.

 

ABSTRACT:
With a view to providing a better understanding of risks in supply chains and considering their importance and relevance as a Management subject, the present paper, by means of a literature review, aims at a Supply Chain Risk Management (SCRM) systematization in order to identify an SCRM structure. It is seen first as a more comprehensive means of management for identifying, analyzing, prioritizing, assessing and monitoring risks in supply chains, and second as focused on studying risks in supply chains. Other goals reached by this paper include: reclaiming the historical evolution of risks, identifying approaches available for supply chain risk management, the various forms of risks and the proposal of an agenda for studying and researching risks and risk management in supply chains.
Keywords: risk, supply chain risk management


1. Introdução

Diversos momentos da história da civilização mostram que o risco sempre acompanhou o homem. Na pré-história na busca por alimento e abrigo se expunha a perigos ao enfrentar adversas condições climáticas e animais ferozes. Na Idade Média, Moderna e Contemporânea, doenças, guerras, fome e desastres naturais colocaram a espécie humana em risco. Da mesma forma, com o surgimento e o desenvolvimento das organizações, o risco nelas se fez presente. No atual estágio competitivo as empresas, cada vez mais, buscam substituir a fábrica “interna” tradicional, pelas cadeias de suprimentos. Essa é uma forma organizacional mais eficaz e eficiente que se constitui em componente-chave da competitividade e da efetividade organizacional ao criar vantagens competitivas consideráveis para as empresas dispostas a adotá-la (ZSIDISIN et al. 2005). Entretanto, com ambientes de negócios cada vez mais turbulentos, as empresas constituídas em cadeias de suprimentos, estão sujeitas a pressão e desafios em uma escala sem precedentes (PECK, 2006). Isso porque no desenvolvimento de estratégias que focam a eficiência e a redução de custos, as organizações ignoram ou subestimam os riscos provenientes dessas estratégias, bem como, das diversas manifestações sociais ao redor do mundo e dos diversos eventos naturais que ocasionam paralisações da produção e dos suprimentos (HENDRICKS e SINGHAL, 2005). Assim, pode-se entender que o risco, ou ao menos nossa percepção dele, está se tornando mais preponderante em quase todas as dimensões de nossas vidas e igualmente nas cadeias de suprimentos. Assim, na busca da sistematização do conhecimento sobre os riscos em cadeias de suprimentos (SCRM) tornam-se relevantes os objetivos definidos neste trabalho: (1) identificar uma estrutura para a gestão dos riscos em cadeias de suprimentos; (2) identificar formas de classificação dos riscos; (3) identificar as abordagens disponíveis para a gestão dos riscos em cadeias de suprimentos e (4) identificar formas de abordagens aos riscos; (5) propor uma agenda para o estudo e pesquisa dos riscos e gestão dos riscos em cadeias de suprimentos.

Para alcançar seus objetivos, esse trabalho se utilizou de pesquisa qualitativa quanto a abordagem do problema, exploratória quanto aos objetivos de pesquisa e bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos e está estruturado da seguinte forma: em primeiro lugar mostra a evolução histórica do risco e discute brevemente o significado de risco e incerteza. Em seguida busca entendimento sobre risco e gestão de riscos em cadeias de suprimentos e suas formas de abordagem. Por último, propõe uma agenda de trabalho que se origina das lacunas a serem preenchidas nessa importante área temática.

As principais contribuições deste artigo são a identificação das diversas formas de entendimento sobre gestão de riscos de cadeias de suprimento e de abordagem aos riscos em cadeias de suprimentos; das lacunas a serem preenchidas nesta fértil área de pesquisa e conhecimento e a proposição de um direcionamento para o desenvolvimento de estudos e pesquisas futuras sobre riscos nas cadeias de suprimento.

1.1 Evolução histórica do risco.

O risco tanto pode ser originário da palavra árabe risq como pode ser uma derivação da antiga palavra italiana “risicare”, que traduz uma percepção do ser humano em “ousar”. Nas antigas civilizações, o privilégio de realizar previsões era dos oráculos e adivinhos e os eventos eram compreendidos como manifestações da providência divina. Entre os séculos XIV e XVI, ocorreram grandes transformações sociais, científicas, culturais, religiosas e políticas, o que contribuiu para uma nova visão de mundo e da sociedade, prevalecendo uma época de grande turbulência religiosa, de capitalismo nascente e uma abordagem vigorosa da ciência e do futuro (FREITAS; GOMES, 1997). Em 1654, o matemático francês Blaise Pascal foi desafiado a decifrar um enigma proposto por Luca Pacioli em 1494. A pergunta era como dividir as apostas de um jogo de azar entre dois jogadores, que foi interrompido quando um deles estava vencendo. Pascal pediu ajuda a Fermat, que era matemático. O resultado da colaboração entre eles levou à descoberta da teoria das probabilidades, ou seja, o núcleo matemático do conceito de risco (BERNSTEIN, 1997). A solução do enigma trouxe um grande avanço intelectual na compreensão do risco. Em 1711, Bernoulli enuncia a Lei dos Grandes Números, fornecendo a base para a amostragem de grandes populações. Em 1738, Moivre apresentou a distribuição normal, depois refinada por Laplace e Gauss. Mais adiante, em 1763, Bayes publica seu trabalho sobre como atualizar hipóteses preexistentes à medida que novas informações são coletadas (DAMODARAN, 2009).  

Segundo FREITAS e GOMEZ (1997) as profundas alterações tecnológicas provocadas pela revolução industrial, que iniciou em 1760, com o aparecimento da primeira máquina de tear e marcada pelo aprimoramento da máquina a vapor em 1781 por James Watts, deram início aos grandes processos de industrialização, que prosseguiram até nossos dias, substituindo o trabalho humano pela máquina. Essa revolução surgiu no país que era, na época, o principal país do mundo e líder do progresso material, a Inglaterra, e fez surgir e aumentar novos riscos, diferentes em termos de características e magnitude dos encontrados no passado. Esse processo de transformações dos riscos teve implicações diretas e indiretas nos custos das indústrias, sendo fundamentais para que a análise de risco, incluindo o seu gerenciamento, emergisse como disciplina científica A partir do início do século XIX, o termo risco foi adotado pelas indústrias de seguros na Inglaterra e em 1921, a dissertação de doutorado de Frank Knight em Cornell foi publicada em livro, sob o título Risk, uncertainty and profit. Em 1952, Henry Markowitz tornou-se o pioneiro na mensuração de risco quando apresentou sua dissertação na qual utilizou modelos matemáticos para o cálculo do risco total de uma carteira de ativos. A partir da década de 60, com o maior desenvolvimento tecnológico e o aumento do tamanho e internacionalização das organizações, o risco e seu gerenciamento se tornaram de interesse para a ampla comunidade de negócios. Estudos sobre riscos começaram a surgir de modo mais sistemático, marcados por uma multiplicidade de abordagens teórico-metodológicas, temas de investigação e variedade de medições e interpretações, contribuindo para a visão de riscos como um construto multifacetado que não pode ser captado através de uma única visão.

Diversos são os trabalhos que procuraram apresentar os principais temas de investigação associados aos riscos que emergiram desde aquela década até os dias atuais. Entre eles estão Khan e Burnes (2007), Rao e Goldsby (2009) e Freitas e Gomes (1997). Além do trabalho desses autores há, ainda, um amplo corpo de publicações sobre riscos associados à teoria das decisões, tais como: Hammond et al (2004) que publicaram artigos sobre riscos e escolhas da decisão dentro da área da análise de decisão; Clemen e Reilly (1996), sobre a aplicação de técnicas quantitativas nas tomadas de decisão; Bazerman (2004) sobre as atitudes e as percepções de indivíduos sobre riscos que tratam das decisões em organizações. Também existem contribuições importantes no estudo dos riscos associados as questões financeiras. Jorion (2003) que publicou Value at Risk, importante fonte de estudos sobre mercados derivativos, Damodaran (2009) que apresentou publicação sobre Gestão Estratégica de Riscos onde aborda a tomada de riscos financeiros pelas empresas. Mais recentemente na área de operações e cadeias de suprimentos emergiu abrangente literatura sobre riscos (TANG, 2006). O Quadro 1 sintetiza os principais avanços na história do risco.

Quadro 1 - Os principais avanços na história do risco

Data

Principal evento

Antes de 1494

O risco era considerado tanto parte do destino (e, portanto impossível de alterar) ou da ação da Divina Providência (em cujo caso ele podia ser mudado apenas por meio de oração ou sacrifício).

1494

Luca Pacioli propõe seus quebra-cabeças, com o jogo dos dois apostadores e do arremesso da moeda.

1654

Pascal e Fermat resolvem o quebra-cabeça de Pacioli e lançam as bases para as estimativas e a teoria das probabilidades.

1711

Bernoulli enuncia a “lei dos grandes números”, fornecendo a base para a amostragem de grandes populações.

1738

De Moivre deriva a distribuição normal como uma aproximação para a distribuição binomial, e Gauss e Laplace a aprimoram.

1763

Bayes publica seu tratado sobre como atualizar hipóteses preexistentes à medida que novas informações são coletadas.

1921

Knight observa que risco e incerteza são manifestações da aleatoriedade e associadas a situações de escolha.

1952

Markowitz lança as bases para a diversificação e gera carteiras eficientes para diferentes níveis de risco.

1967

Robinson et al com o modelo de Buy Grid  (Matriz de Compra).

1970

Arrow publica ensaios sobre riscos associados a tomadas de decisões.

1987

March e Shapira tratam do risco associado a resultados negativos dentro da perspectiva gerencial.

1980

Rowe pesquisa abordagens e métodos para avaliação do risco. Lowrance define o risco como medida de probabilidade e severidade dos resultados adversos.

1984

Perrow pesquisa a contribuição dos aspectos organizacionais na geração e enfrentamento dos riscos.

1995

Mitchell estuda a influência do porte da empresa e do tipo de compra no desempenho das empresas compradoras.

1996 Clemen e Reilly apresentam obra sobre a aplicação de técnicas quantitativas nas tomadas de decisão

1998

Kleindorfer pesquisa sobre a ligação entre Gerenciamento de Operações e Gerenciamento Ambiental.

2003

Jorion publica pesquisa sobre riscos em mercados derivativos.

2004 Hammond et al  publicaram artigos sobre riscos e análise de decisão. Bazerman apresenta estudo sobre as atitudes e as percepções de indivíduos sobre riscos que tratam das decisões em organizações.
2006 Tang relata o surgimento de abrangente literatura sobre riscos na área de operações e cadeias de suprimentos

FONTE: Adaptado de DAMODARAN, 2009, com contribuições de KHAN;
BURNES, 2007; RAO; GOLDSBY, 2009; FREITAS; GOMES, 1997; AGUIAR, 2010.

1.2 Risco e Incerteza: uma breve discussão sobre os conceitos

Uma busca na literatura sobre riscos e incerteza revela muitas discussões e que ainda não foi estabelecida uma nomenclatura consensual para os conceitos e as tentativas de definição geraram uma grande variedade de abordagens e interpretações diferentes na literatura acadêmica (WAGNER E BODE, 2008; HOLTON, 2004).

Uma primeira razão para essa relutância em definir os conceitos poderia ser a percepção dos gestores no que concerne ao significado e interpretação dos conceitos incerteza e risco. Em pesquisas realizadas com gestores de cadeias de suprimentos, Peck (2005) descobriu que os entrevistados não fizeram distinções entre incerteza e risco e consideram que o uso corriqueiro do termo “risco” em um contexto de negócios incorpora as dimensões tanto da incerteza quanto do risco e são frequentemente usados de maneira intercambiável. 

Uma segunda razão é a considerável tensão na literatura acadêmica quanto a natureza do conceito risco em si. Por um lado, teóricos que estudam decisões defendem que o risco não é meramente a possibilidade negativa, mas também a possibilidade de o desempenho ser melhor que o esperado, ou seja, o risco é essencialmente uma manifestação de incontrolabilidade da tomada de decisões que podem apresentar resultados diferentes, cada uma com probabilidades diversas e não obrigatoriamente negativas. Por outro lado, a maioria dos pesquisadores de negócios aparentemente usa o termo “risco” para se referir a alguma forma de mudança negativa no que diz respeito ao desempenho. A razão disso não é surpreendente: é a preocupação com o lado negativo que parece dominar os gestores, ao invés de ser aquela com o lado positivo.

Como forma de contribuição a essa discussão, Aguiar (2010) sintetiza essa discussão a partir dos conceitos dos seguintes autores: 1). Wagner e Bode (2008) que entendem o risco como algo negativo e relacionado a perdas; 2). Jüttner (2005) de que existe um conjunto de ameaças que são as condições que dão origem a possibilidade de algo dar errado; 3). Chopra (2011) que define os riscos em perturbações e interrupções; 4). Schneier e Miccolis (1998) de que o risco é algo que não se pode gerenciar diretamente; 5). Holton (2004) e Peck (2005) que defendem a idéia de que deve haver incerteza sobre os possíveis resultados esperados. Aqui se entende como resultados esperados os resultados negativos, dos quais não se conhecem a distribuição de probabilidade. Se conhecida fosse não haveria incerteza. A figura I apresenta o resumo esquemático da discussão.

Figura I: Resumo esquemático da discussão dos conceitos incerteza e risco.

2. Riscos em cadeias de suprimentos: buscando familiaridade com o tema

As organizações e as cadeias de suprimentos são, por natureza, suscetíveis a eventos de riscos e Kraljic (1983) enfatizou a importância de se considerar os riscos oriundos de fluxos interconectados de materiais, informações e finanças nas relações interempresariais. Uma grande quantidade da literatura recente relata eventos que perturbaram ou interromperam cadeias de suprimentos e seus impactos negativos nos negócios (WAGNER E BODE, 2008). Alguns exemplos são apresentados com o intuito de proporcionar maior familiaridade com o tema e torná-lo mais explícito, de forma a permitir o aprimoramento de idéias e intuições e estimular a compreensão (GIL, 2002).

A explosão da Union Carbide Chemical em Bhopal na Índia em 1984 teve impacto significativo em toda a indústria química que conduziu à reavaliação do risco associado a produtos que tinham potencial de causar perdas catastróficas. A grande explosão na fábrica de fertilizantes AZF (Azote de France) nos arredores de Toulouse em Setembro de 2001 teve impactos na área ao redor e criou problemas para empresas que dependiam do fornecimento de fertilizantes da AZF. Em 2003, houve uma falha no suprimento de energia no centro-oeste americano e em Ontário, tendo a falta de energia resultante durado de minutos a dias e afetou a Apple Computadores que se preparava para lançar um novo produto. Esse lançamento foi afetado por essa interrupção, uma vez que a Apple dependia da IBM para fornecer seus chips. Em 2002 o furacão Floyd inundou uma fábrica da Daimler Chrysler que produzia peças de suspensão em Greenville, na Carolina do Norte (EUA). Por conseguinte, sete das outras fábricas da empresa na América do Norte tiveram de ser fechadas por sete dias. Em outro evento, a Toyota foi forçada a fechar 18 fábricas por quase duas semanas, depois de um incêndio em fevereiro de 1997 em seu fornecedor de válvulas de dosagem do fluido de freio. As perdas nas vendas, resultantes dessa interrupção, foram estimadas em 70.000 veículos (cerca de $325 milhões). Em 2000, na cidade de Campo Largo, Paraná, a Chrysler e a Dana encerraram aquela que era considerada o estado – da - arte das relações de suprimentos, devido a problemas de previsão de demanda. Em 2010 o recall da Toyota para seu carro híbrido Prius envolveu 8,1 milhões de unidades no mundo e ainda, nos dias atuais não se consegue quantificar as perdas decorrentes do tsunami que atingiu o Japão em 2011. Esses exemplos explicitam o crescente aumento nas perturbações e interrupções, tornando relevante a questão dos riscos para as cadeias de suprimentos (CHOPRA; SODHI, 2004).

O desafio dos negócios atualmente é, então, gerir os eventos de riscos nas cadeias de suprimentos como, por exemplo, a demanda incerta, os suprimentos incertos e as imprevisíveis catástrofes naturais e provocadas pelo homem. Em suma, encontramos um mundo relativamente instável, por um lado, e cadeias de suprimento cada vez mais sensíveis, do outro. Por isso, muitas empresas começaram a repensar sua estratégia de gestão de riscos na busca da resiliência das cadeias de suprimentos. Entretanto, os esforços para gerir os riscos das cadeias de suprimentos estão geralmente focados dentro dos limites das fronteiras das grandes empresas e são fragmentados em sua abordagem (FAISAL, 2009). Corroborando essa observação, estudos sobre o setor de defesa da Inglaterra, apontaram que as empresas analisadas não monitoravam, muito menos geriam o risco além de si próprias ou daquelas imediatamente adjacentes a elas (PECK, 2006). Assim, torna-se relevante que as fronteiras da gestão de riscos incluam em sua abrangência, os riscos herdados de incontáveis relacionamentos interempresariais que representam parceiros a montante e a jusante nas cadeias de suprimentos (CHRISTOPHER, 1998). Os riscos exigem novas abordagens no campo da gestão de riscos, principalmente, a partir de uma perspectiva da cadeia de suprimentos.

Percebe-se que a SCRM é um processo complexo, em grande parte, devido à sua dependência da grande quantidade de variáveis difíceis de quantificar em termos exatos e que existe dificuldade em verificar a influência dos riscos no desempenho das cadeias de suprimentos. Assim, é importante e parece o mais sensato identificar, avaliar, priorizar, controlar e mitigar os riscos oriundos de uma gama diversa de fontes e contextos, o que envolve um entendimento da maneira como os diversos riscos influenciam o desempenho para que os gestores possam mudar sua exposição ao risco através do desenvolvimento da prevenção, mitigação e estratégias de recuperação.

3. A importância da gestão do risco para a gestão de cadeias de suprimento

A gestão de riscos foi identificada como uma das primeiras tarefas da administração (THOMPSON, 1967). Mais recentemente, na literatura de pesquisa emerge a importância do tema riscos nas cadeias de suprimentos, devido a um aumento mais geral do interesse em gestão de riscos (CAVINATO, 2004). O motivo principal deste novo olhar à gestão de riscos em cadeias de suprimentos é a maior importância da competição global (PAULSSON, 2004). Nesse caminho Christopher (2004) reconhece os crescentes riscos no contexto das cadeias de suprimento e a necessidade de novas formas para lidar com eles. Assim a SCRM emerge como importante fator na gestão das cadeias de suprimentos que se origina da intersecção entre gestão de riscos e gestão da cadeia de suprimentos (PAULSSON, 2004), conforme a figura II.

Figura II.  Gestão de riscos na cadeia de suprimentos como a intersecção
entre gestão da cadeia de suprimentos e da gestão de riscos.

Fonte: Paulsson (2004).

3.1 Formas de Abordagem à SCRM.

Considerando o fato de que os fatores de risco não podem ser completamente eliminados há duas escolhas para estabelecer a gestão dos riscos em cadeias de suprimentos: a preventiva e a interceptiva (VISWANADHAM; GAONKAR, 2008).  

A forma preventiva busca a redução da possibilidade de ocorrência de um desvio ou interrupção através da configuração de uma cadeia sólida. A abordagem interceptiva, por outro lado, tenta conter as perdas através de intervenções subsequentes à ocorrência do evento. A figura III mostra as essas duas formas de abordagem á SCRM.

Figura III - Formas de Abordagem à SCRM.

Fonte: VISWANADHAM; GAONKAR, 2008.

3.2 Estruturas para o SCRM

Khan e Burnes (2007), inicialmente, discutem a SCRM como um processo que deve dirigir todos os riscos em torno das atividades passadas, presentes e, em especial, futuras da organização. Deve ser integrada na cultura da organização com uma política e um programa conduzido pela alta administração. Deve traduzir a estratégia em objetivos táticos e operacionais, designando responsabilidade por toda a organização pela gestão dos riscos e representa um importante elemento da resiliência das cadeias de suprimentos (SHEFFI, 2005). Assim se pode entender a SCRM como uma função que visa avaliar e encaminhar riscos no contexto dos objetivos gerais da organização e que tende a seguir o processo genérico estruturado que consiste de diversos estágios: identificação, análise, avaliação, priorização, monitoração e resultados do desempenho (WAGNER E BODE, 2008). A figura IV sintetiza a estrutura da gestão dos riscos.

Figura IV – Estrutura para a Gestão dos Riscos

A identificação dos riscos propõe que sejam percebidas todas as incertezas, falhas e as consequências adversas que são prováveis de ocorrerem nas cadeias de suprimentos. Cada empresa é responsável por seus próprios riscos e deve identificá-los de acordo com a perspectiva da empresa. Além desses riscos específicos, existem riscos comuns às empresas que atuam na mesma cadeia de suprimentos. Segundo Shi (2004) a identificação eficaz de riscos em cadeia de suprimentos, pode ser obtida através de brainstorming, mapeamento de processos, análise histórica e revisão de literatura. A análise de riscos é a etapa do processo de SCRM que consiste na determinação da probabilidade de ocorrência e impacto dos riscos que serão examinados (ASBJORNSLETT, 2008). Um método comumente usado para esta análise é a matriz de riscos. A figura V mostra uma matriz de riscos. Para esta ferramenta, o nível do risco é dividido em quatro quadrantes, variando de acordo com a probabilidade e o impacto na cadeia de abastecimento. A análise de riscos fornece o fundamento para as etapas de avaliação e tratamento de riscos e envolve o exame completo das fontes de riscos, o levantamento e probabilidades das consequências, os fatores que afetam as consequências e a estimativa de algum processo ou controle existente que possa minimizar os riscos. A avaliação do risco propõe que seja decidida a resposta gerencial mais apropriada para gerenciar cada um dos riscos identificados e segundo Chopra e Sodhi (2004) deve combinar um entendimento compartilhado por toda a organização sobre o risco e suas consequências nas cadeias de suprimentos. Inúmeras estratégias podem ser usadas. Essas incluem: transferir, mitigar, prevenir e aceitar os riscos. A priorização dos riscos é o processo de identificar os riscos relevantes dentro do universo de riscos que podem afetar as cadeias de suprimentos (SHI, 2004). Para Zsidisin et al (2004) o monitoramento contínuo e revisão de informações sobre os riscos existentes podem permitir o desenvolvimento de planos de contingência à medida que o risco aumenta. Ainda, segundo esse autor, aliado a obrigação de gerenciar o risco mais efetivamente está o chamado por métricas associadas ao risco e à performance.

De forma complementar e/ou alternativa, a essa forma de pensar, Mullai (2004) entende o SCRM como o processo geral integrado que é formado por dois processos fundamentais e mais específicos: a gestão da continuidade de negócios que trata das interrupções devido aos desastres naturais ou causadas pelo homem e a gestão dos riscos recorrentes em cadeias de suprimentos que trata dos que estão compreendidos pelos diversos níveis de gestão e gerenciamento (CHOPRA, 2011).

Figura V. Diagrama para análise e avaliação de riscos

Fonte: ASBJORNSLETT, 2008

3.4 A gestão da continuidade dos negócios

A gestão da continuidade de negócios é a parte do SCRM que trata do gerenciamento do risco para eventos de baixa probabilidade e grandes consequências. Esses eventos são interrupções ou desastres resultantes de desastres naturais ou causados pelo homem que ameaçam de maneira significativa o curso das operações de negócios das cadeias de suprimentos e se caracterizam por sua gravidade. Uma interrupção ocorre devido a não disponibilidade de atividades e instalações de produção, fornecimento, armazenamento, distribuição e de transportes devido ao fechamento temporário irrecuperável da cadeia de suprimentos devido a catástrofes não previstas em todo o sistema (VISWANADHAM; GAONKAR, 2008). São exemplos de riscos de baixa probabilidade e graves consequências as catástrofes naturais ou causadas pelo homem, os fornecedores que entram em estado falimentar e as ações terroristas, entre outros.

Os resultados das interrupções podem ser entendidos e avaliados no estudo empreendido, em 2005 por Hendricks e Singhal que se constitui em exemplo clássico. Neste estudo, os autores relatam que empresas das cadeias de suprimentos que sofreram interrupções e que tiveram desequilíbrio entre o suprimento e a demanda perderam entre 33 a 40% no valor de suas ações em relação aos valores médios da mesma indústria. Os resultados demonstraram que o mercado de ações pune severamente as declarações de interrupções nas cadeias de suprimentos (TANG; TOMLIN, 2008).

          A gestão da continuidade de negócios pode ser definida como a integração de procedimentos formalizados e recursos de informações que procura, através de processos, técnicas e áreas de estudo de gestão fornecer os meios para que as empresas possam recobrar-se de desastres e viabilizem operações contínuas das atividades essenciais, sob quaisquer circunstâncias (HILES E BARNES, 2001).

Assim, entende-se que o objetivo da gestão da continuidade de negócios é assegurar o fluxo esperado de produtos e serviços esperados. Para o Chartered Management Institute (2002) a gestão de continuidade dos negócios (figura VI) inclui a gestão de crises (processos gerais para gerir o incidente), a recuperação de desastres (sistemas, aplicativos, dados e redes cruciais), a recuperação dos negócios (processos cruciais de negócios) e o planejamento de contingências (recuperação de um impacto exterior à empresa).

Figura VI. Escopo da gestão de continuidade dos negócios

Fonte: Chartered Management Institute (2002)

3.5 A Gestão dos Riscos Recorrentes  nas Cadeias de Suprimentos.

A gestão dos riscos recorrentes preocupa-se com os riscos que influenciam o desempenho “normal” das empresas nas cadeias de suprimentos. Esses riscos também conhecidos como perturbações ou desvios ocorrem quando um ou mais parâmetros no sistema da cadeia de suprimentos desviam-se de forma prejudicial de seu valor médio, esperado ou objetivado (CHOPRA, 2011). São exemplos, as variações na demanda, nos tempos de transporte, nos tempos dos ciclos de produção, nos custos de aquisição, de produção e da logística. Os resultados das perturbações podem ser percebidos, por exemplo, no caso da Toyota, em 2010, que devido a problemas de qualidade chamou para um recall, aproximadamente, oito milhões de veículos no mundo. Assim, a gestão de riscos é uma questão central no planejamento e gestão de qualquer empresa.

3.6 Formas de abordagem aos riscos.

Cavinato (2004) refletindo sobre o aspecto do risco dentro das cadeias de suprimentos observou que uma classificação de risco deve oferecer um ponto de referência para o estudo dos riscos quanto a responsabilidade da gestão. Para esses autores, os riscos podem ser classificados em internos e externos. Riscos internos estão relacionados às atividades das organizações em si e as falhas de iteração e cooperação entre as diferentes empresas da cadeia. Estão, geralmente, sob o controle do próprio negócio e representam os riscos gerados como uma consequência de decisões das empresas nas cadeias de suprimentos. Exemplos desses riscos são: a capacidade disponível, a produtividade, atrasos nas informações, a organização interna, desenvolvimento de novo produto e desenvolvimento de novo mercado. Os riscos externos são aqueles sobre os quais as organizações participantes da cadeia de suprimentos não possuem controle e representam a exposição a riscos que as empresas não podem evitar, tipicamente emanando do ambiente externo, independentemente das ações ou estratégias que ela pode vir a implantar. Esses riscos são enfrentados por todas as empresas como uma característica do ambiente no qual elas operam (KLEINDORFER E SAAD, 2005). Na literatura sobre ambientes organizacionais, discussões usual­mente focam na escolha entre as denominadas medidas ou técnicas objetiva e subjetiva (KHAN; BURNES, 2007). A medida ou técnica objetiva geralmente se refere às tabulações de objetos ou eventos em um ambiente organizacional e procura modelar o risco a fim de quantificar seu efeito. Reciprocamente, a medida subjetiva, geralmente, é aplicada a qualquer técnica que procura de algum modo abranger a percepção dos participantes em relação ao seu ambiente organizacional, ou seja, procura identificar, descrever, analisar e entender o risco. Outra maneira de classificar os riscos é quanto a variabilidade da medição do risco acerca de um ponto específico de referência, por exemplo, a média ou valor esperado, ou ainda, o risco sendo tanto uma oportunidade quanto um perigo. Sobre essa forma de enxergar a medição do risco existe um vasto conjunto de literatura sobre as operações da SCM que promove uma concepção de gestão de riscos baseada, especialmente, em relação ao controle de indicadores e processos internos de desempenho. Quanto a variabilidade, a medição de risco que considera tanto as variações positivas quanto negativas acerca do nível esperado ou objetivado é conhecida como medida simétrica de risco. Esta perspectiva é contraposta, pela forma como os gerentes enxergam o risco. Eles não dão muita atenção a incertezas acerca de resultados positivos. Veem os riscos como resultados negativos ou assimétricos, ou seja, enxergam os riscos como o retorno caindo abaixo do ponto de referência (TANG, 2006). Quanto a abrangência dos riscos nas cadeias de suprimentos uma abordagem atomística de vulnerabilidade significa que a perspectiva é limitada a uma parte limitada e menor da cadeia de suprimento, como por exemplo, riscos nas atividades de armazenagem ou de uma central de compras (RITCHIE E BRINDLEY, 2007), ao passo que uma abordagem holística de vulnerabilidade significa que a perspectiva considera toda a extensão da cadeia de suprimento. As fontes holísticas de interrupções e perturbações significam uma análise global da cadeia de abastecimento a fim de analisar a vulnerabilidade. Tais riscos incluem interações com elos em estágios mais distantes acima e abaixo na cadeia. Um exemplo de tais riscos pode ser a estratégica de desintermediação. Essa é uma decisão estratégica para, deliberadamente, desviar ou pular certos estágios e elos da cadeia (ex., compras on-line eliminam alguns estágios de distribuição). Vanca (1998) recomenda a classificação dos riscos por natureza e relevância em: riscos estratégicos e operacionais. Segundo os autores os riscos estratégicos estão associados ao modo que uma organização é gerenciada. Está focada nas questões corporativas amplas, tais como fatores competitivos, estrutura organizacional, desenvolvimento de novos produtos, estratégia de formação de preços, entre outras. Correspondem ao processo de decisão sobre as alterações nos objetivos da organização, nos recursos que são utilizados para atingir os objetivos e nas políticas que governam a aquisição e o uso desses recursos. Os riscos operacionais são referentes à habilidade de uma organização controlar e distribuir seus processos principais de maneira previsível e pontualmente. Está focada na integridade e consistência dos processos diários que suportam o negócio. Correspondem ao processo de garantir a aquisição e o uso eficiente de recursos, com relação às atividades para as quais a relação ótima entre as saídas e os recursos pode ser aproximadamente determinada.

Quadro II – Classificação dos riscos quanto a abordagem.

Tipo / Quanto

Classificação

Conceito

Autores

 Variabilidade

Simétrico

Considera tanto as variações positivas quanto as negativas

Tang (2006).

Assimétrico

Considera o retorno abaixo de um ponto de referência

 Tratamento

Subjetivo

Percepções em relação aos eventos de risco

Khan e Burnes (2007).

Objetivo

Tabulação de eventos ou objetos. Probabilidade  indicador de riscos.

Responsabilidade de gestão

Internos

Responsabilidade do próprio negócio

Cavinato (2004);

Zsidisin et al (2005).

 

Externos

Riscos do ambiente sobre os quais as organizações não exercem controle.

Relevância e natureza

Estratégico

Associados ao modo de gestão das empresas. Processo decisório sobre os objetivos organizacionais.

Vanca (1998)

Operacional

Referentes à habilidade de uma organização controlar e distribuir seus processos.

 Abrangência

Riscos diversificados da cadeia  (holísticos)

Riscos são considerados em toda a extensão da cadeia.

Ritchie e Brindley (2007)

Riscos concêntricos do elo (atomísticos)

Perspectiva mais estreita do risco, limitado a uma atividade de uma empresa ou uma empresa.

4. Agenda para o estudo e pesquisa dos riscos e gestão dos riscos em cadeias de suprimentos 

 A grande maioria dos trabalhos lidos trata o risco em cadeias de suprimentos dentro de uma visão atomística. Poucos trabalhos consideram uma visão holística da cadeia de suprimentos e continua a necessidade de pesquisa empírica ampla e profunda sobre como os riscos são gerenciados nas cadeias de suprimentos e os resultados dessas cadeias de suprimentos. Assim se abre uma primeira sugestão para estudos futuros. Um estudo que relacione riscos, gestão de riscos e resultados, analisando a eficácia dos modelos de gestão de riscos e que considere as cadeias de suprimentos de forma holística. Dessa primeira sugestão emergem outras: a busca de um construto do risco em cadeias de suprimentos, com base no que informam outras disciplinas de pesquisa sobre nosso entendimento de cadeias de suprimentos e riscos; como as cadeias de suprimentos avaliam seus riscos e desenvolvem políticas e contingências ao risco; como deve ser conduzida ou realizada a gestão do risco para toda a cadeia de abastecimento; verificar se o maior uso de práticas de SCRM conduzirá as cadeias de suprimentos a melhores desempenhos.  A revisão de literatura aponta outras lacunas e sugestões: o desenvolvimento de um Value at Risk (VaR) para as empresas das cadeias de suprimentos; o estudo dos riscos na inovação dentro das cadeias de suprimentos e identificar a forma de SCRM para cada tipo de cadeia de suprimento (eficiente ou responsiva).

5. Considerações Finais

Inicialmente, o esse trabalho apresentou uma breve evolução histórica do termo risco e uma discussão sobre o significado do risco e da incerteza e entende que a incerteza é a fonte dos riscos, ou seja, a causa dos riscos, e o risco é um resultado sujeito a uma incerteza probabilística, apesar de muitos autores considerarem os conceitos de forma intercambiável nas cadeias de suprimentos. Através de diversos exemplos de eventos ocorridos buscou familiaridade com o tema e o entendimento do que é risco em cadeias de suprimentos e como se manifestam, além de conduzir à percepção que suas consequências estão crescendo no âmbito das cadeias de suprimentos.

Como resposta aos objetivos propostos o trabalho identificou uma estrutura lógica para a gestão de riscos em cadeia de suprimentos composta pela identificação, análise, priorização e avaliação dos riscos, mais a monitoração e desempenho dos resultados. Também ofereceu resposta às formas de classificação dos riscos: uma que nasce da combinação das dimensões probabilidade de ocorrência e impacto nos resultados e outra que se refere a continuidade dos negócios e riscos recorrentes e ainda identificou diversas formas de abordagem aos riscos, tais como, a variabilidade das medições (positivo ou negativo), quanto ao tratamento (objetivo ou subjetivo), responsabilidade de gestão (interno ou externo), quanto a relevância (estratégico ou operacional) e quanto a abrangência (atomístico ou holístico). Ainda, em relação a gestão dos riscos em cadeias de suprimentos identificou duas formas de abordagem à SCRM, a interceptiva e a preventiva.

Finalizando, apresentou lacunas a serem preenchidas nesta fértil área de pesquisa e propôs um direcionamento para o desenvolvimento de estudos e pesquisas futuras sobre riscos nas cadeias de suprimento.

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1 Pontifícia Universidade Católica do Paraná. PUCPR. Email: edson_cezar@uol.com.br
2 Pontifícia Universidade Católica do Paraná. PUCPR. Email: ubirata.tortato@pucpr.br
3 Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. FEA/USP. Email: marilson@usp.br


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