Espacios. Vol. 33 (7) 2012. Pág. 16


Perfil do consumidor idoso de alimentos no Brasil

The profile of the older consumers of foods in Brazil

Dario de Oliveira Lima-Filho 1, Filipe Quevedo-Silva 2 y Caroline Acosta Lezcano Foscaches 3

Recibido: 06-12-2011 - Aprobado: 10-04-2012


Contenido

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RESUMO:
Este trabalho teve como objetivo identificar o perfil do consumo alimentar da população idosa no Brasil. Para tanto, foi feita um estudo quantitativo-descritivo junto a 401 indivíduos moradores da zona urbana de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, pertencentes às classes A, B, C, D e E, com 60 anos ou mais, em novembro de 2010, usando um questionário estruturado. Os dados foram analisados por meio de análise de cluster. Os consumidores idosos são, em sua maioria, mulheres com pouca escolaridade, gostam de fazer a compra de alimentos, por mais que esta pese em seu orçamento e que a saúde limita a escolha dos mesmos, não consomem produtos semi-prontos e não costumam comer fora de casa. Os resultados apontam, também, a existência de três segmentos distintos em hábitos, preferências e características sócio-demográficas: “Consumidor padrão”, “Rica saudável” e “Cesta básica”.
Palavras-chave: Comportamento do consumidor; Segmentação de mercado; Inovação.

 

ABSTRACT:
The objective of this study was to identify the profile of food intake in the elderly population. For that, was made a quantitative-descriptive study with 401 individuals living in the urban area of Campo Grande-MS, Brazilian southwest, classes A, B, C, D and E, aged 60 or more during November 2010, using a structured questionnaire. Data were analyzed using cluster analysis. Older consumers are mostly women with little education, they like to go out buy food, despite it absorb considerably their budget and their health limit the choice of food, do not consume take-away foods and do not usually eat out from home. The results also indicate the existence of three distinct segments in habits, preferences and demographic characteristics: "Consumer standard", "Healthy rich" and "Basic basket".
Keywords: Consumer behavior; Market segmentation; Innovation.


1. Introdução

As transformações ocorridas na sociedade no século 20 levaram a população a um novo estilo de vida e, por conseqüência, a novos hábitos alimentares, como, por exemplo, o aumento no consumo de comidas prontas e semi-prontas. A globalização tem causado uma homogeneização dos padrões de consumo de tal maneira que, em alguns mercados, já se vê hábitos de consumo muito semelhantes em diversas regiões do planeta (POULAIN, 2004; MARTINELLI, 1999).

Segundo Poulain (2004), as empresas modernas têm capacidade de transportar alimentos para qualquer parte do mundo, fazendo com que o alimento moderno não tenha mais limitações geográficas nem dificuldades climáticas e possibilitando a oferta de produtos alimentícios oriundos de regiões distintas; esse fato permitiu o surgimento de um fenômeno chamado de “mestiçagem”, em que o mundo todo acaba adquirindo hábitos alimentares semelhantes, criando assim, uma cultura alimentar mista ou mestiça.

 De acordo com Lima-Filho et al. (2008), a população da terceira idade é destaque quando se relaciona mudança demográfica com alimentação. Nos últimos anos tem-se notado uma alteração na distribuição de idade da população; está havendo uma inversão da pirâmide populacional com um decréscimo da base e aumento do topo. O crescimento no número de idosos, tanto nas nações desenvolvidas quanto nos países emergentes está ligado à diminuição da fecundidade e ao crescimento da expectativa de vida, fatores que influenciam diretamente a estrutura das famílias e da sociedade de maneira geral (ARAÚJO; ALVES, 2000).

No Brasil, esse fenômeno não se mostra diferente, ou seja, o país está passando por um processo de envelhecimento rápido e deve se tornar, em 2025, segundo a Organização Mundial de Saúde [OMS], o sexto maior país em número de idosos com 32 milhões, número que tende a aumentar (OLIVEIRA; COSTA, 2009; CAMARANO, 2002; MORIGUTI et al., 1998).

Outra questão importante é a de que os idosos apresentam algumas características peculiares que influenciam o seu consumo alimentar e estado nutricional. Entre elas estão, por exemplo, as seguintes dimensões: a) socioeconômicas, b) psicossociais, que englobam, por exemplo, a perda de algum ente querido, c) fisiológicas, abrangendo as alterações no funcionamento do aparelho digestivo e d) físicas, como maior dificuldade para realizar as tarefas básicas do dia a dia (FELIPE, 2006; RELVAS, 2006; CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

Essa tendência aponta para a importância de estudos sobre o comportamento de consumo dessa população, principalmente relacionados ao comportamento alimentar.  No Brasil, há poucos estudos sobre esse grupo etário, além do fato de que as mudanças físicas, fisiológicas e comportamentais que os idosos passam, acabam afetando seus hábitos alimentares, e fazem com que os mesmos tenham necessidades específicas na sua dieta, como, por exemplo, uma alimentação equilibrada com proteínas, vitaminas e sais minerais, com baixo teor de gordura, rica em fibras, moderada em sal e açúcar, rica em líquidos; além disso, efetuar refeições em menor quantidade e em maior número de vezes ao dia e de fácil digestão (RODRIGUES; DIOGO, 2000). 

Esses fatos indicam às empresas processadoras e varejistas de alimentos uma efetiva oportunidade de inovação em mix de produtos para atender às necessidades de uma parcela importante da população – idosos. O presente estudo tem como objetivo identificar o perfil do consumo alimentar da população idosa na cidade de Campo Grande/MS, Brasil, por meio do entendimento de seus hábitos e preferência.

2. Referencial teórico

2.1 Demanda de alimentos

No estudo do comportamento do consumidor, são vários os fatores que interferem nas decisões de escolha e consumo, entre eles estão os atributos culturais, sociais, familiares, econômicos e psicológicos. Essas dimensões agem ao mesmo tempo, tornando a análise e identificação dos fatores determinantes à escolha uma tarefa complexa. Contudo, esse tipo de estudo se torna necessário em função da competitividade cada vez mais acirrada em que as empresas se encontram, fazendo com que conhecer o cliente e suas necessidades seja imprescindível no processo de definição das estratégias de marketing.

Segundo Kroeber-Riel (1992 apud ALVENSLEBEN, 2002), as forças do comportamento de consumo são: emoção, motivo e atitude. A “emoção” é um estado interno de tensão que pode ou não ser prazeroso e mais ou menos consciente. O “motivo” refere-se a um estado interno de tensão combinado a uma determinada atividade como um objetivo. E, finalmente, a “atitude” é a disposição ou pré-disposição de o consumidor agir positiva ou negativamente a um estímulo do produto. Em uma abordagem focada no consumidor de alimentos, Alvensleben (2002) propõe modelo para explicar como se dá o comportamento [Figura 1]:

Figura 1: Variáveis que influenciam a demanda de alimentos.
Fonte: Alvensleben (2002, p. 212)

  1. necessidades nutricionais: necessidade de energia, nutrientes, gordura, proteínas, carboidratos, minerais e vitaminas que variam de acordo com a idade, gênero, peso, temperamento, tipo de trabalho executado e clima;
  2. motivação de saúde: na parcela da sociedade de renda mais alta tem surgido uma tendência generalizada na busca pela perda de peso, na diminuição de calorias e uma alimentação mais saudável. Em decorrência disso, há um aumento na demanda de alimentos saudáveis [baixa caloria, diet/light, funcionais e de baixo colesterol]. É importante observar que os motivos de saúde diferem significativamente entre as faixas de idade e gênero.
  3. hedonismo: existe um desejo coletivo de desfrutar a comida, o alimento deixa de ser apenas uma fonte de nutrientes capaz de suprir as necessidades fisiológicas e passa a ser uma experiência prazerosa. As pessoas preferem consumir alimentos saborosos e diversificados e fazem da sua compra, preparo e consumo experiências sociais, como em um churrasco. Contudo, este desejo pode ser conflitante com os motivos de saúde criando uma oportunidade de mercado para as empresas que conseguirem lançar produtos que supram essas duas necessidades.
  4. motivação de conveniência: as pessoas buscam evitar transtornos ou inconvenientes na compra, preparo e consumo de alimentos. Além disso, a inclusão da mulher no mercado de trabalho e a necessidade de mais tempo para o lazer ou para o trabalho fizeram com que os bens de conveniência, como produtos prontos, semi-prontos [enlatados, congelados e fast foods] se tornassem cada vez mais populares, inclusive no Brasil.
  5. motivação segurança: alguns problemas sanitários ocorridos nos últimos anos, como a doença da vaca louca, e que ganharam destaque na mídia despertaram o interesse da população quanto à segurança dos alimentos. Percebe-se que a confiança dos consumidores no fornecimento dos alimentos tem diminuído nos últimos anos, sendo que a preocupação com os resíduos tem aumentado. O resultado é uma demanda crescente de alimentos saudáveis, visando uma maior segurança alimentar e transparência no sistema de produção [orgânicos].
  6. normas do grupo de referência: no geral, as pessoas gostam de viver em conformidade com as normas dos grupos em que estão inseridos. Alguns exemplos são as religiões restringindo os hábitos alimentares de seus adeptos, além de modismos e tendências. É importante destacar que existe uma parcela da população que seria “do contra”, isto é, essas pessoas têm hábitos de consumo independentes do grupo em que estão inseridos e podem, em alguns casos, ter uma função pioneira [inovadores] para a mudança dos hábitos da população em geral. A demanda de produtos orgânicos é um exemplo desse fenômeno.
  7. prestígio: o consumo por prestígio acorre quando o consumo se dá com o objetivo de alcançar reconhecimento por parte de um grupo. Geralmente, esse comportamento acontece mais comumente entre pessoas de baixa auto-estima do que entre pessoas de elevada auto-confiança e que dependem menos da aprovação dos demais. Alguns exemplos de produtos alimentícios usados por motivos de prestígio são espumantes, caviar e o declínio do consumo de manteiga em relação ao de margarina.
  8. meio ambiente/motivação política: a demanda por certos produtos alimentícios pode ser motivada por questões políticas. Por exemplo, produtos que preservam o meio ambiente como os alimentos orgânicos e garrafas reutilizáveis. Outro fator seria a origem do produto que pode ser tanto relacionado com o senso de patriotismo do consumidor quanto à crença de aquela região produzir de maneira mais sustentável.

2.2 Consumo de alimentos entre a população idosa

Qualquer compra é influenciada por uma série de elementos que variam dependendo do grupo ou até mesmo de pessoa para pessoa, podendo ser informações demográficas, de comportamento de consumo, psicológicos, culturais, sociais e situacionais. No caso da população idosa, também há vários fatores podem afetar o consumo alimentar: socioeconômicos, psicossociais, fisiológicos e físicos.

Os socioeconômicos exercem grande influencia sobre o consumo de alimentos entre os idosos, tanto na quantidade como qualidade, podendo até ter mais peso que os fatores físicos ou fisiológicos. Alguns estudos (FELIPE, 2006; RELVAS, 2006; CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000) apontam que a qualidade de vida e de saúde dessa faixa etária está positivamente relacionada com a situação econômica da mesma. Além disso, o percentual de idosos que consomem diariamente menos de 1000 calorias é maior entre as pessoas de menor poder aquisitivo; conseqüentemente, menores gastos com alimentação geralmente estão ligados a magreza ou desnutrição. Esses autores revelam também que o gênero mostrou estar associado com doenças relacionadas a alimentação. A escolaridade apresentou relação de dependência com o estado nutricional dos respondentes (FELIPE, 2006; RELVAS, 2006; CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

Dentre dos fatores fisiológicos, nota-se que durante o envelhecimento o corpo humano passa por diversas mudanças e essas alterações acabam interferindo tanto no estado nutricional quanto no consumo alimentar (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000). É relevante colocar o uso de fármacos e seus efeitos secundários nessa faixa etária. A terceira idade geralmente faz uso de um maior número de medicamentos e isso tem aumentado, podendo trazer sérias conseqüências na absorção dos nutrientes causando a desnutrição e mesmo anorexia.

Entre os fatores psicossociais que podem afetar o consumo alimentar dos idosos estão a depressão, que pode ser acarretada pela perda do cônjuge, o isolamento social, a pobreza, a desintegração social, a dependência para realizar atividades da vida diária e o comprometimento da capacidade cognitiva e de deslocamento (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

O isolamento social se mostra um fator relevante no consumo de alimentos dessa população afetando tanto na qualidade como na quantidade ingerida. De fato, os idosos que sofrem de solidão tendem a se preocupar menos consigo mesmo, a negligenciar a compra e preparo de alimentos variados e nutritivos, e dar preferência a produtos industrializados, como doces e massas, e de fácil preparo. Isso acaba afetando a adequação dos nutrientes ao organismo, o que pode implicar em má nutrição (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000; MORIGUTI et al., 1998).

E, finalmente, é importante colocar a dimensão condição física da pessoa idosa, principalmente relacionada à capacidade motora. Mesmo quando a imobilidade não impossibilita a compra dos alimentos, esse processo se mostra difícil por causa da grande variedade de produtos presentes nos supermercados, causando confusão, principalmente aos idosos de idade mais avançada. Dificuldades com a coordenação motora também são capazes de afetar os hábitos alimentares dos idosos, uma vez que podem levá-los a evitar alimentos que apresentem qualquer dificuldade de manipulação durante suas refeições, podendo causar um estado de inadequação alimentar (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000; MORIGUTI et al., 1998; PODRABSKI, 1995)..

As grandes lojas de varejo de alimentos [supermercados e hipermercados] tornam o processo de compra um transtorno para uma grande de idosos, em função do seu tamanho [área em m2] e do contingente de consumidores de ali circulam, pois não se sentem confortáveis em lugares muito cheios. Lojas menores mais pertos de suas residências [vizinhança] podem ser mais apropriadas à essa faixa etária.

Dessa forma, quaisquer tipos de incapacidades físicas que dificultem a compra, o preparo ou mesmo o momento da refeição podem desestimular o consumo e, conseqüentemente, prejudicar o estado nutricional dessa população.

3. Metodologia

Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo transversal único (MALHOTA, 2006). O universo é composto por moradores da zona urbana de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, pertencentes às classes econômicas A, B, C, D e E, com 60 anos ou mais e que costumam ir ao supermercado sozinhos ou acompanhados de outra pessoa.

Foi realizada uma amostra probabilística, utilizando intervalo de confiança [IC] de 95% e erro-padrão de 5%, totalizando 401 questionários, selecionada por meio do modelo estatístico de conglomerados [PPT – probabilidade proporcional ao tamanho] em três estágios, que consistiu em: seleção dos bairros [dados IBGE/PLANURB], seleção de quarteirões [mapas atualizados e numerados] e seleção de domicílios, através de pulos sistemáticos previamente estabelecidos. Foram estabelecidas cotas de região [dados IBGE/PLANURB] e classe sócio-econômica [Critério Brasil-ABEP]. Foi necessário ajustar o percentual de entrevistados das classes B e D.

Para a coleta de dados utilizou-se a técnica de survey, com adoção de entrevistas face-a-face [interrogatório direto], com abordagem nos lares, sendo que as informações foram obtidas por meio da aplicação de um questionário estruturado. As entrevistas foram conduzidas por entrevistadores treinados para esse tipo de abordagem, sob a orientação de um supervisor, em novembro de 2010. Os questionários, depois de aplicados, foram criticados [lidos] em sua totalidade e 20% verificados para checar o correto preenchimento e adequação do entrevistado às variáveis do projeto.

As variáveis utilizadas neste estudo tiveram o objetivo de cobrir os três fatores determinantes do consumo alimentar apontados por Gains (1994): alimento, consumidor e contexto. Dessa forma, para se conhecer o comportamento alimentar dos idosos, além das variáveis sócio-demográficas, foram utilizadas variáveis contidas no Quadro 1.

Os dados foram analisados com auxílio do software MINITAB, versão 12.1 (LEE, 2000), utilizando estatística descritiva, testes de diferença entre média e qui-quadrado, além da técnica de analise de agrupamentos hierárquica aglomerativa (análise de cluster).

Quadro1: Variáveis utilizadas no estudo empírico

Variáveis

Hábito de fazer refeições fora de casa [restaurantes]

Hábito de comprar comida/alimentos prontos por meio do serviço de disk-entrega ou delivery

Aparência do alimento

Produto em promoção

Quantidade que vem no pacote/tamanho da porção

Marca

Nutrientes expressos no rótulo

Preço

Sabor do alimento

Variedade de produtos

Tratamento das queixas/reclamações

Higiene

Funcionários eficientes

Cortesia dos funcionários

Espaço interno e distribuição das gôndola/prateleiras

Serviços extras como farmácia, lotéricas lanchonetes,    bancas, pequenas lojas

Entrega em casa

Acomodações externas: estacionamento, bancos para descansar, e área coberta

Existência de transporte gratuito aos idosos por parte dos supermercados

Fonte: Elaborada pelos autores

4. Resultados e Discussão

 4.1 Perfil dos consumidores idosos

Primeiramente, faz-se necessário saber como se caracteriza a amostra, uma vez que conhecer quem são os respondentes é fundamental no processo de estudo de seus comportamentos e preferências [Tabela 1].

Tabela 1: Perfil da amostra

Gênero

Classe econômica

Estado civil

Masculino

42,64%

Classe E

0,50%

Viúvo(a)

28,93%

Feminino

57,36%

Classe D

19,45%

Divorciado(a)

14,96%

Idade

Classe C

50,62%

Casado(a)/união estável

51,37%

60 a 65

33,17%

Classe B

25,44%

Solteiro(a)

4,74%

66 a 70

33,92%

Classe A

3,99%

71 a 75

18,70%

Pessoas no domicílio

76 a 80

9,48%

Escolaridade

1

19,45%

acima de 80

4,74%

Até a 4ª série

41,15%

2

29,68%

Ocupação

Da 4ª série a 9ª série

33,17%

3

15,96%

Dona de Casa

27,93%

Ensino Médio

16,21%

4

9,23%

Aposentado

50,37%

Ensino Superior

8,48%

5 a 8

7,23%

Trabalham

21,70%

Pós-Graduação

1,00%

10

18,45%

Fonte: Elaborada pelo autor com dados de fonte primária.

A maioria é composta por mulheres [57,36%], fato consistente com pesquisas realizadas com a população idosa, onde as mulheres sempre são em maior número do que os homens (VIEBIG et al., 2009; HUNTER; WORSLEY, 2009; LIMA-FILHO et al., 2008; HARE, 2003; ABREU, 2003; HARE; KIRK; LANG, 2001;). Essa distribuição também é coerente ao Censo 2010 do IBGE que aponta a tendência de uma população idosa feminina.

A idade média é de 68 anos e um fato interessante é que, ao se comparar as diferenças nas idades entre os gêneros, percebeu-se uma maior concentração de mulheres na faixa de 60 a 65 anos, enquanto que a partir dos 76 anos há maior incidência de homens, indicando que, apesar das idades médias serem praticamente iguais em ambos os sexos, existem mais homens nessa faixa etária do que mulheres, embora elas apresentarem maior expectativa de vida, conforme dados do IBGE (2002).

A escolaridade se mostrou baixa para essa parcela da população, apresentando 41,15% de pessoas com até a 4ª série e 33,17% até a 9ª série, totalizando expressivos 74,32% da amostra com até o ensino fundamental. Essa característica tem sido recorrente em pesquisas (VIEBIG et al., 2009; ABREU, 2003) com essa faixa da população e está ligada, entre outros fatores, às dificuldades de acesso à escola durante a sua juventude, sendo que alguns sequer freqüentaram escola, e à quantidade de professores que era menor.

Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil. Pesquisa realizada por García e Grande (2010) entre a população idosa espanhola identificou que, apesar da quantidade de pessoas com ensino superior ter aumentado entre os anos de 1998 e 2004, na maioria das vezes o nível de instrução constatado era até o primário.

Outro dado importante foi que as mulheres apresentaram escolaridade ainda mais baixa que os homens, sendo que metade delas tem até a 4ª serie. Segundo Abreu (2003), isso pode estar ligado a maior repressão sofrida por elas anos atrás, onde em muitas famílias e regiões os pais não permitiam que freqüentassem uma escola.

Em relação à classe econômica, não há grandes diferenças entre os gêneros sendo que a maioria se encontra na classe C. Contudo, foi possível constatar que maiores níveis de escolaridade implicam em maior renda. Enquanto que entre as pessoas com até o ensino fundamental nenhuma pertence à classe A. Entre os entrevistados com, pelo menos, o ensino médio não há pessoas das classes D/E. Além disso, quando se analisa somente os entrevistados que possuem o ensino superior, apenas 2,63% são da classe C e 31,58% são da classe A.

Quanto ao estado civil, 51,37% são casados/união estável, enquanto 28,93% são viúvos. Entre os viúvos é interessante notar a grande diferença entre os sexos: a) a maioria dos homens está casada e b) a população de viúvas é o dobro da de viúvos. O mesmo fenômeno foi observado por Abreu (2003), onde o percentual de viúvas foi 10% a mais do que de viúvos, e por Filho e Ramos (1999), onde 77,5% dos homens eram casados, enquanto que apenas 32,8% das mulheres. Esses dados confirmam que, de fato, as mulheres apresentam maio expectativa de vida no Brasil,

Quanto à ocupação, percebe-se que 21,7% declararam que ainda trabalham, contudo essa parcela corresponde em, sua maioria, de pessoas com até 65 anos e, conforme a idade vai aumentando, também cresce o número de aposentados. A maioria dos respondentes é aposentada, e há uma grande diferença neste número entre os gêneros, muito provavelmente relacionado ao fato de que quase 100% das “donas de casa” ser mulher. Além disso, a menor quantidade de aposentadas também se dá em função de que muitas se dedicam exclusivamente aos serviços domésticos e aos cuidados dos filhos. Quando do surgimento do fenômeno da entrada da mulher no mercado de trabalho, as idosas entrevistadas já tinham constituído suas famílias e possuíam baixa instrução, fatores que dificultaram sua inserção e, por conseqüência, tornaram baixo o percentual de aposentadas.

Com relação às variáveis comportamentais, cerca de 80% afirmou gostar de sair de casa para fazer compras de alimento, sendo que as mulheres apresentaram um percentual maior que os homens. Isto ocorre porque a compra de alimentos pode ser encarada como parte de um ritual que engloba compra, preparo e consumo os alimentos (MCKIE et al., 2000). Os consumidores idosos estão dispostos inclusive a visitar várias lojas buscando os produtos mais adequados à sua necessidade antes de comprar, demonstrando que não se incomodam com a tarefa de fazer a compra de alimentos para sua residência (LIMA-FILHO et al., 2008).

Em se tratando dos gastos com alimentação, a maioria disse que as compras pesam consideravelmente no orçamento familiar e 39,9% afirmaram que estes gastos pesam muito em seu orçamento. As respostas não tiveram relação estatisticamente significativa com a classe social dos respondentes, sugerindo que os consumidores idosos de diferentes faixas de rendas percebem o gasto com alimentação de maneira semelhante, porque os de maior renda consumiriam produtos mais saudáveis e mais caros, fazendo com que essa percepção se tornasse igual.

Os entrevistados também foram questionados sobre seus hábitos de consumo, sendo que pouco mais da metade afirmou não consumir produtos prontos, semi-prontos, congelados ou enlatados. Esse comportamento vai contra a tendência verificada nas grandes cidades, onde o fator conveniência é fundamental. No entanto, diversos estudos (HUNTER; WORSLEY, 2009; MAIA; SANTOS, 2009; LIMA-FILHO et al., 2008; RELVAS, 2006; GARCIA, 2003) revelam que os idosos ainda preferem cozinhar, e não atribuem tanta importância a conveniência que esses produtos oferecem. Além disso, outras pesquisas (ALMEIDA et al., 2010; MCKIE et al., 2000) mostram que, em relação à congelados e semi-prontos, muitos idosos têm dificuldade de prepará-los, não gostam do sabor e consideram esses produtos pouco saudáveis ou de má qualidade.

A maior parte dessa população também não costuma fazer refeições fora de casa. Apenas 1,75% fazem isso freqüentemente, com a justificativa de que a comida preparada em casa e consumida junto com a família é considerada mais saudável. Além disso, mais da metade [62,34%] da amostra disse que nunca comprou comida ou alimentos prontos por meio de disks-entrega [delivery].

Quanto às limitações que esta população tem para a compra de seus alimentos, a saúde já é inibidor da escolha dos alimentos para a grande maioria, sendo que quase 30% dos respondentes afirmaram que essa limitação acontece todo o tempo. De fato, muitas doenças ou condições fisiológicas restringem o consumo de certos tipos de alimentos ou a quantidade adequada de consumo, conforme revela (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000), delimitando a escolha dos alimentos pela população idosa.

Além disso, 33,17% já deixaram de ir às compras por falta de transporte e esse percentual é maior para o sexo feminino. Quando questionados sobre a existência de serviço de transporte gratuito, apenas 19,7% afirmaram que não utilizariam.

4.2 Análise de Clusters

Para verificar a possível existência de segmentos distintos entre a população idosa, foi feita uma análise de clusters utilizando as variáveis presentes no Quadro 1, todas relacionadas aos hábitos e preferências de consumo. O método escolhido foi o aglomerativo Ward que inicia a análise com um segmento para cada respondente, neste caso 401, e a partir daí vai aglomerando os mais próximos até formar um grande e único segmento, buscando sempre minimizar a variação interna dos agrupamentos (HAIR et al., 2009).

Para selecionar a quantidade ideal de segmentos deve-se observar a variação percentual dos coeficientes de aglomeração [Tabela 2]. Esse coeficiente representa, segundo Hair et al. (2009), a soma interna nos grupos de quadrados, ou seja, indica o grau de heterogeneidade dentro dos agrupamentos; sendo assim, pequenos acréscimos sugerem que estão sendo formados agrupamentos homogêneos.

Tabela 2: Coeficientes de aglomeração

Cluster

Coeficiente de aglomeração

Variação percentual

5

411,241

22,0

4

501,69

8,2

3

542,679

81,3

2

983,798

60,1

1

1575,396

-

Fonte: Elaborada pelos autores com dados de fonte primária.

Depois de selecionar a quantidade de segmentos, é necessário identificá-los. Para tanto, analisou-se as médias das notas atribuídas em cada segmento [Tabela 3] e, posteriormente, e com o objetivo de entender melhor cada segmento, foi feito o cruzamento com as variáveis sócio-demográficas e, por meio do teste Qui-quadrado, foi avaliada a relação de dependência.

Tabela 3: Notas médias dos segmentos [clusters]

Variáveis 

Cluster 1

Cluster 2

Cluster 3

p-valor

12

1,82

1,95

1,55

0,038

13

1,57

1,67

1,5

0,558

16

3,96

4,22

3,56

0,000

17

3,98

3,95

2,74

0,000

18

3,43

3,36

2,86

0,000

19

3,44

3,8

2,82

0,000

20

3,36

3,75

2,7

0,000

21

4,08

4,36

3,58

0,000

22

4,03

4,45

3,55

0,000

23

3,87

4,32

3,5

0,000

24

3,75

3,95

2,94

0,000

25

4,2

4,83

4,07

0,000

26

3,98

4,88

4,08

0,000

27

3,97

4,72

4,07

0,000

28

3,73

3,95

3,73

0,031

29

3,63

3,83

3,01

0,000

30

3,82

3,62

3,05

0,000

31

3,94

4,34

3,35

0,000

32

3,12

3,06

2,82

0,136

Fonte: Elaborada pelos autores com dados de fonte primária.

Segmento 1 [“Consumo padrão”]. Este segmento representa 68,08% da amostra e é composto por 59,34% de mulheres. Trata-se de um segmento intermediário, posicionando-se entre os outros dois segmentos, conforme mostrado a seguir. A maior dos integrantes está na faixa de 60 a 70 anos [67,77%]. Este cluster fica entre os demais em se tratando da escolaridade e classe social; 41,03% têm até a 4ª série do ensino fundamental e 52,75% estão na classe C. Em relação ao estado civil, apresenta 49,82% de casados e 31,5% de viúvos. Em se tratando da escolha dos alimentos, a maior parcela [45,05%] afirmou que a saúde influencia, às vezes, na escolha dos alimentos e que não consome produtos prontos e semi-prontos [55,31%]. O gasto com alimentação pesa “mais ou menos” para este segmento, e maioria faz três refeições diárias [53,48%].

Quanto à importância atribuída às características do “alimento” e do “local de compra”, este grupo mostrou ser, mais uma vez, intermediário, ficando quase sempre posicionado entre os outros dois. Ainda assim, os integrantes atribuíram notas altas para diversas variáveis, considerando como indiferentes apenas a quantidade contida no pacote, a marca e se o produto tem os nutrientes expressos no rótulo. Os demais atributos foram considerados importantes ou muito importantes, e o que obteve a maior nota foi à “higiene”.

Segmento 2 [“Rica saudável”]. Este segmento representa 15,21% da amostra e é composto por 55,74% de mulheres. Pode ser considerado o segmento mais jovem, ou seja, praticamente metade está na faixa de 60 a 65 anos [49,18%]. E o cluster de maior escolaridade [em torno de 20% estão entre ensino superior e pós-graduação] e de maior classe social, com 13,11% na classe A. Em relação ao estado civil, apresenta o maior número de pessoas casadas [62,3%.]. Em se tratando da escolha de alimentos, a maior parcela afirmou que a saúde influencia na escolha dos alimentos [39,34%] e, diferente dos demais grupos, consome produtos prontos e semi-prontos [55,74%].

O gasto com alimentação pesa muito para este segmento e, apesar da maior parcela fazer três refeições diárias [44,26%], este grupo apresenta o maior percentual de indivíduos que fazem quatro ou mais refeições diárias [41%]. Quanto às notas dadas para os atributos do “alimento” e do “local de compra”, este grupo mostrou ser o mais exigente com notas altas para quase todas as variáveis, mostrando ser indiferente apenas em relação à quantidade contida no pacote ou tamanho da porção. Ao compará-lo com os demais segmentos, este apresentou sempre as maiores notas. É interessante ressaltar, ainda, que a “higiene” e o fator “funcionários” foram considerados importantíssimos, sendo os atributos mais importantes para este segmento.

Segmento 3 [“Cesta básica”]. Este segmento corresponde a 16,71% dos entrevistados e está dividido igualmente entre homens e mulheres. É semelhante ao grupo-alvo das Bodegas Bolivarianas” na Venezuela. Apesar de sua maior parcela estar na faixa de 66 a 70 anos [29,85%], é o que contém mais pessoas acima de 80 anos [11,94%] e, portanto, seria o grupo/segmento mais velho. Este cluster é o de menor escolaridade [mais da metade tem até a 4ª série fundamental] e de menor classe social [com 28,36% nas classes D e E]. Em relação ao estado civil, a maior parcela é casada [47,76%], contudo apresenta o maior número de solteiros [10,45%].

Em se tratando da escolha dos alimentos, a maior parcela afirmou que a saúde não influencia na escolha dos alimentos [44,78%] e que não consome produtos prontos e semi-prontos [77,61%]. O gasto com alimentação pesa “mais ou menos” para este segmento. Possivelmente o resultado é que este grupo apresenta o maior percentual de indivíduos que faz apenas uma ou duas refeições diárias [25,37%].

Quanto as notas atribuídas para os atributos do “alimento” e do “local de compra”, este grupo mostrou ser indiferente, com notas próximas a 3, para quase todas as variáveis. Além disso, ao compará-lo com os demais segmentos, este apresentou quase sempre as menores notas. Contudo, é interessante ressaltar que as únicas variáveis consideradas importantes foram “higiene” e as relacionadas ao fator “funcionários”.

5. Considerações finais

Este trabalho teve como objetivo identificar o perfil do consumo alimentar da população idosa no Brasil, por meio do entendimento de seus hábitos e preferência. Para tanto, conduziu-se um estudo quantitativo-descritivo junto a 401 indivíduos na cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, em novembro de 2010. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e análise de clusters.

Os resultados apontaram a existência de três segmentos em hábitos, preferências e características sócio-demográficas: a) “Consumidor Padrão”, segmento que pode ser considerado “na média”, apresentando notas intermediárias em relação aos demais e considerou grande parte das variáveis estudadas como sendo importantes ou muito importantes; b) “Rica saudável”, com maior classe social e escolaridade e são exigentes em praticamente todos os quesitos e avaliaram como indiferente apenas a quantidade contida na embalagem ou na porção; e c) “Cesta básica”, que são os de mais baixa classe social e escolaridade e avaliaram quase tudo como sendo indiferente, apenas considerando importante os fatores “higiene” e “funcionários”; trata-se de segmento semelhante ao grupo-alvo das Bodegas Bolivarianas.

A maioria dos consumidores idosos é composta por mulheres, sendo a idade média de 68 anos e a escolaridade se mostrou baixa, com 41,15% de pessoas possuindo até a 4ª série do ensino fundamental. Em relação à classe econômica a maioria se encontra na classe C e está aposentada. Quanto ao estado civil, 51,37% são casados/ união estável, enquanto 28,93% são viúvos. Cerca de 80% afirmou gostar de sair de casa para fazer compras de alimento e essas compras pesam consideravelmente no orçamento familiar. Eles não consomem produtos prontos, semi-prontos, congelados ou enlatados, e a maior parte não costuma fazer refeições fora de casa. Além disso, a saúde é inibidora da escolha dos alimentos, sendo que quase 30% dos respondentes afirmou que essa limitação acontece todo o tempo.

Este trabalho traz contribuições às empresas das cadeias agroalimentares. As preferências e hábitos alimentares da pessoas idosa, aliadas ao um cenário mundial de grande crescimento deste grupo, indicam oportunidades efetivas de inovação de produtos e processos alimentícios em todos os elos das cadeias agroindustriais. Além disso, a identificação de sub-grupos [segmentos] dentro da população idosa é mais um indicativo para mudanças nas estratégias empresariais. Esse fato também é importante na formulação de políticas públicas alimentares mais adequadas à terceira idade.

Do ponto de vista teórico-conceitual, o presente trabalho vem somar esforço aos estudos de segmentação e comportamento do consumidor de alimentos em um país emergente, como o Brasil, onde é baixa a quantidade de pesquisa sobre hábitos alimentares de grupos específicos da população.

Isso sugere que esta pesquisa possa ser repetida em outras cidades e regiões do Brasil e em outros países da América Latina, onde a cultura alimentar em geral é distinta das dos países anglo-saxões e orientais, apesar da globalização verificada em todo o mundo.

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1 Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail: dariolimafilho@gmail.com
2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail: admquevedo@hotmail.com
3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail: carolinefoscaches@hotmail.com



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