Espacios. Vol. 33 (6) 2012. Pág. 4


Competitividade e Sustentabilidade na percepção dos stakeholders do "Porto Digital" do Recife (Brasil): Uma compreensão de aspectos estratégicos

Competitiveness and Sustainability in the perception of the stakeholders "Porto Digital" of Recife (Brazil): An understanding of strategic issues

Minelle Enéas da Silva 1 , Ana Carolina Vital da Costa 2, Ana Paula Machado Corrêa 3, Camila Scheidegger Farias 4 y Carla Regina Pasa Gómez 5

Recibido: 10/10/2011 - Aprobado:15/01/2012


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RESUMEN:
El objetivo fue caracterizar la relación entre la sostenibilidad y la competitividad según la percepción de los stakeholders de un Sistema Productivo Local ubicado en Recife, Brazil. Según la teoría, en la búsqueda por la competitividad, las empresas tienden a formar redes, y de esta forma contribuyen para el desarrollo local. Sin embargo, en la práctica, según la opinión de los stakeholders de este estudio, la sostenibilidad no contribuye para la competitividad de las empresas.
Palabras claves: competitividad, sostenibilidad, stakeholders

 

ABSTRACT:
The objective of this paper is to characterize the relation between sustainability and competitiveness, as it is perceived by the stakeholders of a Local Productive Arrangement (LPA) located in Recife, Brazil. In theory, some companies join in networks in order to achieve competitiveness and in this way they contribute to local development. However, according to some of the LPA stakeholders of this study sustainability does not contribute to the competitiveness of companies.
Key words: competitivess, sustainability, stakeholders



1. Introdução

As mudanças de caráter econômico, social e ambiental pelas quais têm passado as práticas organizacionais nas últimas décadas apontam a necessidade de considerar de forma mais criteriosa como as empresas interagem no cenário competitivo. Ao mesmo tempo, temas emergentes, como a sustentabilidade (ou o desenvolvimento sustentável) têm se apresentado como fatores que precisam ser integrados a essa discussão. Ambos os constructos – competitividade empresarial e sustentabilidade, enquanto instrumentos estratégicos para a tomada de decisão de gestores públicos e privados (GÓMEZ et al., 2010), devem ser considerados como fundamentalmente importantes na elaboração das respostas aos novos desafios trazidos por essas discussões.

A incorporação da preocupação com a integração desses constructos à gestão organizacional conduz ao desenvolvimento de competências que podem incorrer em ganho de vantagens competitivas no mercado em que a organização esteja inserida. Considerando, entretanto, que a estrutura de mercado é composta por diferentes atores sociais (PASA, 2004), mostra-se relevante que esses atores também integrem a mesma preocupação às suas práticas. Esses atores, sendo aqueles que podem influenciar ou serem influenciados pela organização são os chamados stakeholders (MITCHELL et al., 1997) e podem exercer pressões em relação à organização para que a mesma adote determinados comportamentos em decorrência de seus interesses, como, por exemplo, respostas aos desafios ambientais, característicos da discussão sobre a sustentabilidade.

O conceito de desenvolvimento sustentável, enquanto aquele que permite às gerações presentes o atendimento de suas necessidades sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras (WCDE, 1987), tem sido alvo de discussões que tentam apresentar meios de provar-lhe possível. Tais discussões advogam pela harmonia das diferentes dimensões que compõem a sustentabilidade, como defende Sachs (2007), ao argumentar que, para que haja o desenvolvimento sustentável, é necessário que as dimensões social, econômica e ambiental sejam harmonizadas. Operacionalmente, as empresas têm incorporado essas discussões por meio da responsabilidade socioambiental empresarial (BARBIERI e CAJAZEIRA, 2009), apresentando-a como a resposta aos desafios trazidos pela necessidade de alinhar a prática estratégica ao novo contexto de competição.

Considerando a existência de uma relação entre sustentabilidade e competitividade (FARIAS, 2010), as organizações podem adquirir diferencial competitivo, diante da dinâmica de seu mercado de atuação, ao incorporar práticas de responsabilidade socioambiental em sua gestão. Nessa perspectiva, entende-se que a competitividade está relacionada com a capacidade de formulação e implementação de estratégias (FERRAZ et al., 1997), a qual pode ser refletida nos resultados organizacionais quando uma organização apresenta um diferencial não identificado em seus concorrentes (MARTINS, 2008). Desse modo, percebe-se a necessidade de que o desenvolvimento sustentável esteja alinhado à estratégia organizacional para que traga o diferencial competitivo em questão.

Corroborando com essa ideia, Porter e Van der Linde (1995) argumentam que uma organização pode ser competitiva a partir do aproveitamento de oportunidades apontadas pelas demandas oriundas da discussão sobre a sustentabilidade. Entretanto, a visão de curto prazo e o baixo conhecimento sobre a temática do desenvolvimento sustentável por parte dos gestores são os principais fatores apontados pelos autores como explicação ao fato de ainda haver pouca concordância entre os discursos de competitividade e sustentabilidade. Nesse sentido, não só os gestores, mas também outros atores envolvidos no cenário competitivo estariam perdendo oportunidades de mercado.

Tais atores, que podem englobar concorrentes, fornecedores, consumidores, poder público e sociedade civil, por exemplo, também fazem parte da dinâmica de mercado e, quando considerados em conjunto, formam as chamadas redes interorganizacionais, caracterizadas pela união entre uma ou mais empresas e outras organizações no sentido de cooperar para o alcance de melhores resultados no mercado em que atuem (SANTOS et al., 2009).           O Arranjo Produtivo Local (APL) é um dos tipos de redes organizacionais que podem resultar desses agrupamentos, e que possibilita o incremento da competitividade das empresas aí inseridas (SILVA et al., 2010). Esse tipo de agrupamento tem se mostrado frequente e aponta para a percepção das organizações de que a integração com outros atores de seu setor econômico, ainda que sejam concorrentes, pode ser benéfica para o alcance de seus resultados.

Considerando a diversidade de atores ou stakeholders que podem fazer parte de um agrupamento, para fins desse trabalho considera-se o APL como foco de atenção, haja vista possuir esse tipo de arranjo o intuito de potencializar o desenvolvimento de uma localidade por meio do foco em uma atividade empresarial (CAVALCANTI FILHO e MOUTINHO, 2004). Esse objetivo intrínseco ao conceito do APL permite caracterizá-lo como apto para compreensão de um contexto emergente como o da sustentabilidade, entretanto para isso, compreende-se como necessário o conhecimento do papel de todos os atores envolvidos no agrupamento. Considerando as dificuldades apresentadas por Porter e Van der Linde (1995) para o alinhamento dos discursos entre competitividade e sustentabilidade, mostra-se relevante identificar quais as percepções desses stakeholders quanto ao entendimento dos dois constructos em referência.

A partir dessas considerações, selecionou-se como objeto de estudo desse artigo o APL de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de Recife (PE), conhecido como “Porto Digital”, devido a sua importância econômica para o Estado e a sua caracterização enquanto APL. Com o intuito de nortear as discussões, o objetivo do artigo é caracterizar a relação entre sustentabilidade e competitividade na percepção dos stakeholders do APL de TIC do Recife (PE). Para atendimento desse objetivo, foi realizada uma primeira etapa exploratória para identificação dos principais stakeholders atuantes no APL, seguida de uma segunda etapa descritiva, em que representantes desses grupos de stakeholders foram questionados sobre a visão que apresentam dos constructos: competitividade, sustentabilidade e da relação entre os mesmos.

Para uma melhor compreensão do objetivo proposto o presente artigo está dividido em cinco partes distintas. Além da parte introdutória são apresentados os aspectos teóricos, norteadores da pesquisa, por meio de uma discussão sobre desenvolvimento sustentável, competitividade e como pode se dar a relação complexa entre os constructos, com o intuito de apresentar as argumentações utilizadas para o entendimento do fenômeno. Em seguida, são apresentados os procedimentos metodológicos. No quarto momento, observa-se a apresentação e análise dos resultados, caracterizando o objeto escolhido, identificando quais os principais stakeholders atuantes no arranjo produtivo, e apresentando de forma crítica seus pontos de vista quanto ao objetivo de pesquisa. Por fim serão apresentadas as considerações finais.

2. Discussão Teórica

2.1. Desenvolvimento Sustentável

Ao longo dos últimos anos, a evolução da atividade humana tem evidenciado em diversas regiões do mundo, diferentes episódios, com certa frequência, que envolvem problemas como escassez de recursos, instabilidade econômica e desigualdade social. Ao analisar essas questões é perceptível que tais transformações surgem como reflexo das ações humanas sobre o meio ambiente (CORRÊA et al., 2010) e do modelo de desenvolvimento adotado. Embora o crescimento econômico seja necessário, o mesmo não se demonstra como suficiente e precisa ser dissociado do termo desenvolvimento. Segundo Sachs (1997) esse último deve abranger demais dimensões relevantes, tais como social, ambiental, e política que devem ser inter-relacionadas e formar um todo consistente.

Corroborando com o autor supracitado, Pereira (2009) afirma ser necessário redefinir a direção e o papel do desenvolvimento, para que outros interesses sejam inclusos e orientem a ação econômica. Diante das circunstâncias é preciso construir um novo paradigma no qual tanto o crescimento econômico, quanto a qualidade do meio ambiente, dentro de um contexto macro de interações, e outras dimensões relevantes (aspectos políticos, sociais, culturais e territoriais, por exemplo) possam ser harmonizadas. Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável surge como alternativa de mudança que se faz necessária (SILVA, 2010). O conceito ainda é recente e o termo é utilizado sem o devido cuidado em muitos casos, fato que pode ser comprovado pelo discurso acerca do crescimento sustentável sem que sejam internalizadas questões ecológicas e sociais (LEFF, 2001).

Embora as dimensões sociais e ambientais que segundo Elkington (2001) se juntariam à econômica para formar o tripé do desenvolvimento sustentável estivessem sendo discutidas há décadas, apenas em 1987 com a publicação do Relatório de Brudtland que o termo ganhou destaque. Segundo ele, desenvolvimento sustentável é aquele que permite a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades (WCED, 1987). Assim sendo, as pessoas - estejam elas como representantes da sociedade, de uma instituição privada ou do poder público - têm que estar cientes de suas responsabilidades ao fazer suas escolhas, já que podem restringir as oportunidades dos seus sucessores.

Com o intuito de não limitar as oportunidades das gerações presentes e futuras e de efetivar o desenvolvimento sustentável, se faz necessário atender simultaneamente critérios de relevância social, prudência ambiental e, claro, viabilidade econômica (SACHS, 2008). Embora não seja fácil conciliar esses critérios, pautado por esse objetivo é possível substituir o desenvolvimento que Sen (2000) denomina como “feroz”, aquele com foco na riqueza, no aspecto econômico, para um mais “amigável” por meio de uma combinação de atividades harmônicas, que não privilegiam uma dimensão em detrimento de outra.

Sabendo da dificuldade do processo de mudança do paradigma, dos trade-offs que as pessoas, independente do papel que estejam desenvolvendo, vão se deparar é preciso ressaltar que os problemas enfrentados devem ser entendidos em sua totalidade. Pois, considerando a necessidade de harmonia entre as dimensões, o novo paradigma requer uma visão sistêmica, sendo preciso analisar os valores cultuados e desenvolver estilos de vida, métodos de produção e padrões de consumo que suportem essa ideia de sustentabilidade (SCHUMACHER, 2001). Com isso, Van Bellen (2005) versa sobre as dificuldades de se adotar a perspectiva sustentável, e ressalta a questão da escolha da sociedade, das organizações, das comunidades e dos indivíduos em direcionar-se nesse sentido.

Ao ir além da discussão do conceito e da necessidade de implementar o desenvolvimento sustentável, Franco (2000) expõe uma perspectiva interessante sobre o tema, pois considera que a sustentabilidade de um sistema consegue se manter a longo prazo devido a capacidade auto criativas que desenvolvem. Esse enfoque pode fazer com que a sustentabilidade se aproxime da competitividade, já que a última assume como ponto de vista se diferenciar dos demais e agregar maior valor ao cliente. Para isso, precisam desenvolver soluções criativas, ou seja, que dificultem os demais concorrentes a se igualar em termos de valor e performance. Desse modo, percebe-se como de total importância o reconhecimento do que vem a ser o constructo competitividade e de que maneira o mesmo, de forma efetiva, se relaciona com o desenvolvimento sustentável.

2.2 Competitividade

A compreensão sobre o que de fato representa a ideia do constructo de competitividade, notadamente complexo, apresenta-se ainda como um desafio, considerando as controvérsias desse que é um dos termos de uso mais frequente na literatura que versa sobre qualquer setor econômico. Esse uso frequente do conceito, ao contrário de ser proveniente de um modismo passageiro, já demonstrou ser uma constante nas discussões sobre pressões competitivas, sobrevivência e capacidade de êxito competitivo (MONFORT MIR, 1999).

Apesar da importância atribuída à discussão da competitividade empresarial, percebe-se que o conceito ainda apresenta divergências sobre seu entendimento e é alvo de constantes tentativas de construção de modelos que sejam capazes de explicar e avaliar suas causas e efeitos. Não há, pois, uma definição única para o conceito de competitividade, mas a preocupação das empresas em lidar com seus concorrentes e com a competição em que estão inseridas só reforça a relevância da temática em questão (COUTINHO e FERRAZ, 1995; ESSER et al, 1994; PORTER, 1986, 1989, 1999).

Enquanto que alguns autores, como Chudnovski e Porta (1990) dividem as abordagens da discussão sobre competitividade de acordo com sua abrangência, podendo apresentar uma discussão mais focada no ambiente microeconômico, na ambiência interna da empresa ou mais focada em aspectos macroeconômicos, outros constroem suas definições baseados nos aspectos do desempenho empresarial (em que o principal indicador é a participação de mercado, seja nacional ou internacional) e nos aspectos da eficiência (traduzida na capacidade da empresa de transformar insumos em produtos com maior eficácia do que os concorrentes) (KUPFER, 1992).

Além das diferenças no que se refere aos conceitos de competitividade, os modelos sobre ela desenvolvidos também apresentam diferentes enfoques. Autores como Porter (1989), que analisa a estrutura da indústria, e Barney e Hesterly (2005), que enfatizam a importância dos recursos internos da empresa para sua competitividade, por exemplo, discutem modelos que apontam indicadores quantitativos como aqueles relacionados à qualidade, produtividade, eficiência e desempenho econômico como métricas para a avaliação do desempenho competitivo. Em contrapartida, outros modelos, como os de Esser et al. (1994), de Meyer-Stamer (2001) e de Ferraz et al. (1997), por exemplo, consideram esses elementos insuficientes e buscam destacar o papel que atores externos às empresas exercem sobre a competitividade das mesmas, caracterizando o ambiente competitivo como sistêmico, em que os atores do cenário em questão se classificam em diferentes “níveis de competitividade” e, dessa forma, afetam diferentemente as empresas instaladas em uma localidade (GÓMEZ et al., 2010).

A despeito das diferenças apresentadas por alguns dos autores aqui discutidos, faz-se necessário, para atendimento do objetivo desse artigo, propor uma definição de competitividade que possa servir como base para analisar o conteúdo apresentado pelos respondentes da pesquisa realizada. Considerando ainda que o objetivo desse trabalho abrange a compreensão da relação da sustentabilidade com a competitividade, o conceito de competitividade deverá também conter aspectos que possibilitem um diálogo com a discussão teórica sobre sustentabilidade e suas dimensões, como indicam Barros (2010), Sgarbi (2009), Santos (2009) e Martins (2008).

A partir dessas considerações, parte-se do conceito de competitividade sob uma ótima sistêmica proposta por autores como Esser et al. (1994), Meyer-Stamer (2001) e Ferraz et al. (1997), que a caracterizam a partir das interações complexas e dinâmicas que envolvem o Estado, as empresas, as instituições intermediárias e a capacidade de organização da sociedade. Segundo eles essas relações se manifestam em diferentes níveis, que vão desde o micro (em que as relações são caracterizadas especialmente pelas empresas e pelos clientes), passando também pelos níveis macro e meso (que englobam os atores da sociedade civil e do setor público, bem como instituições de ensino e pesquisa) e culminam no nível meta, que apontam os valores e aspectos mais abstratos da sociedade, reflexos das relações de níveis anteriores.

            Essa caracterização da competitividade sistêmica, proposta a partir de uma revisão das definições dos autores supracitados, não desconsidera as diferenças intrínsecas aos trabalhos desenvolvidos por esses autores, mas agregam os aspectos convergentes entre os mesmos para balizar a definição que orienta a análise desse trabalho, permitindo também relacioná-lo com o conceito de sustentabilidade. Diante dessas considerações, faz-se necessária a realização de uma discussão sobre a relação entre os constructos de competitividade e de sustentabilidade, para um melhor entendimento da proposta.

2.3. Competitividade e sustentabilidade: Uma relação complexa.

A discussão sobre a sustentabilidade e a preocupação com o desenvolvimento sustentável como uma alternativa ao modelo econômico preponderante têm demonstrado ser intensa nas últimas décadas. Entretanto, a adesão das empresas a esse novo contexto não tem refletido essa preocupação no mesmo ritmo com que tem avançado a discussão sobre a sustentabilidade. Porter e Van der Linde (1995) discutem essa problemática e sugerem, como possíveis razões para esse descompasso, o desconhecimento empresarial do significado e da relevância da discussão sobre sustentabilidade. A isso atribuem a necessidade empresarial de planejamento a curto prazo - enquanto que um planejamento pautado no desenvolvimento sustentável necessita de visão de longo prazo por todos os atores envolvidos no contexto empresarial (SACHS, 2007). Outro fator atribuído pelos autores é a dificuldade que os empresários têm de institucionalizar as preocupações com a sustentabilidade às práticas de gestão (PORTER e VAN DER LINDE, 1995; BERNS et al., 2009).

Tais limitações, entretanto, não eximem o setor privado da responsabilidade de adoção de novas práticas gerenciais que contemplem aspectos concernentes à sustentabilidade, e nem excluem as vantagens que podem adquirir por meio do aproveitamento das oportunidades trazidas pelo novo contexto. Para isso, é importante que as empresas se antecipem às demandas, restrições e configurações que podem advir desse novo cenário (TAYLOR, 2006; PORTER e VAN DER LINDE, 1995). Dessa forma, elas poderão tomar suas decisões de forma mais bem elaborada e alinhar, de forma mais rápida que seus concorrentes, a sustentabilidade à gestão estratégica da empresa, agregando assim mais valor a sua imagem e a seus stakeholders.

Esse panorama ideal, de a empresa incluir a sustentabilidade em sua estratégia de negócios de forma proativa nem sempre se configura e, portanto o Governo tem papel fundamental no estímulo e imposição de práticas que levem em consideração a questão. Independente do que deflagra sua inclusão, seja por meio da regulamentação imposta pelo Estado em decorrência de necessidades identificadas (TAYLOR, 2006) ou pela identificação de oportunidades de mercado pelas empresas (PORTER e VAN DER LINDE, 1995), a discussão da competitividade e das medidas de desempenho empresarial precisam incorporar os aspectos da sustentabilidade, e, por essa razão, a discussão da relação conceitual entre os dois constructos mostra-se relevante (SGARBI, 2009; BARROS, 2010; SANTOS, 2009; MARTINS, 2008).

Embora os quatro autores citados percebam como relevante a discussão, nota-se que não há consenso entre as discussões desenvolvidas nesses trabalhos sobre essa relação, o que demonstra que o assunto não tenha sido esgotado. Proporcionando suporte a afirmação e indicando que ainda há muito que discutir, novas questões tem sido lançadas, perguntas como de que forma as potencialidades e limitações da localidade podem afetar a competitividade empresarial e como os indicadores de sustentabilidade de uma localidade disponíveis podem ser usados para a gestão empresarial, são exemplos de questionamentos que não apresentam, até o momento e pela literatura pesquisada, respostas consistentes.

Relacionando os construtos, Teodósio et al. (2006) analisam que a sustentabilidade, no tocante a operações, pode ser incorporada tanto na competitividade empresarial quanto na gestão ambiental. Analisam também, as diferenças de percepções sobre o assunto, já que segundo eles para algumas pessoas a competitividade e a proteção ambiental são pontos incongruentes enquanto que para outras não seria possível negócios se perpetuarem no longo prazo sem essa proteção. Embora essa dualidade entre competitividade e sustentabilidade seja perceptível, é importante ressaltar que a perspectiva sustentável no presente estudo não se restringe a questão temporal e nem apenas a dimensão econômica ou ambiental, mas também a social, seguindo o Triple Botton Line.

A caracterização dessas relações, ainda que aponte um modo de interpretar como se manifestam, não é definitiva. Sendo uma temática nova e em que existe pouco consenso, carece ainda de fundamentação teórica e empírica para que obtenha maior robustez nas conclusões apontadas. A investigação da percepção dos atores sobre essa relação, como propõe esse artigo, contribui para o discurso acadêmico que tem sido produzido nesse sentido. Com isso, percebe-se justificável e contributiva a realização da presente pesquisa no sentido de buscar identificar a relação entre os referidos constructos sob a ótica dos atores sociais atuantes em um arranjo produtivo.

3. Procedimentos Metodológicos

Com o objetivo de caracterizar a relação entre competitividade e sustentabilidade na percepção dos stakeholders no APL de TIC do Recife (PE), a presente pesquisa assume uma abordagem qualitativa na medida em que o fenômeno estudado especifica e representa um processo de reflexão e análise de um contexto para uma compreensão detalhada do objeto de estudo (OLIVEIRA, 2005). A utilização da referida abordagem justifica-se ainda, segundo Richardson et al. (2008, p.79), “por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”. Para tanto, a mesma está caracterizada como pesquisa exploratória e descritiva.

A pesquisa caracteriza-se como exploratória, por proporcionar uma maior familiaridade para com o problema e com vistas a torná-lo mais explícito e compreensível (GIL, 1991; CRESWELL, 2007), e descritiva por apresentar a descrição das características de dada população ou fenômeno em estudo, com caráter conclusivo para análise (MALHOTRA, 2006). No primeiro momento, a exploração foi utilizada para delinear quais são os stakeholders atuantes no arranjo produtivo, identificando a partir das diferentes organizações participantes da rede quais são os stakeholders mais importantes, no sentido de utilizá-los como foco da pesquisa na busca pela identificação da relação proposta.

Para tanto, a partir de um levantamento prévio, identificou-se a existência de 130 (cento e trinta) empresas participantes do arranjo, das quais por meio de contato direto, de modo virtual ou por telefone, conseguiram-se respostas de 54 (cinquenta e quatro) para a identificação dos principais stakeholders do APL. Com uma porcentagem de 40,8%, considera-se como relevante e generalizáveis as repostas obtidas. No segundo momento, utilizando da prática descritiva, busca-se apresentar qual o posicionamento de cada stakeholder mencionado como importante no que se refere ao entendimento sobre a competitividade, a sustentabilidade e a relação entre os constructos, almejando, a partir de então, compreender como tais aspectos podem se tornar estratégicos para as organizações.

Com o intuito de melhor identificar a relação de pesquisa proposta, o chamado “Porto Digital”, é considerado nesse trabalho como estudo de caso para análise, na medida em que os atores sociais atuantes no Arranjo Produtivo, com sua indissiocracia, fornecem informações peculiares ao local de pesquisa. Nesta perspectiva, considera-se que o estudo de caso se apresenta como método adequado quando o investigador deseja: a) definir tópicos de forma mais superficial do que específica e aprofundada; b) cobrir condições contextuais e não apenas o fenômeno de estudo; e c) se basear em múltiplas fontes de evidências e não em algumas poucas (YIN, 1993).

Os instrumentos de coleta de dados selecionados para a realização da pesquisa foram: o levantamento bibliográfico – para o entendimento da relação proposta, a aplicação de questionários e a realização de entrevistas. Na fase exploratória, mencionada anteriormente, utilizou-se na aplicação de questionários a chamada técnica bola de neve (MALHOTRA, 2006), que visa à indicação por parte de um ator sobre aspectos da pesquisa, no caso, buscou-se a indicação sobre quais seriam os principais stakeholders atuantes no arranjo. Já as entrevistas foram selecionadas como instrumento de coleta, por poderem ser utilizadas como complementares ao entendimento de um dado aspecto, e mesmo para estimular o respondente a passar a mensagem de maneira alinhada e fluida para com a pesquisa.

No que se refere à análise de dados, foi realizada uma análise de conteúdo, baseando-se na perspectiva categorial, por meio da análise temática, visando uma compreensão mais rápida e eficaz nos discursos diretos e simples (BARDIN, 2009). Esse tipo de análise realizada em três etapas: em três etapas: a) pré-análise ou organização do material coletado nas entrevistas, bem como dos documentos levantados; b) análise do material propriamente dito, no qual os dados foram categorizados e embasados na literatura pertinente ao estudo; e c) tratamento dos resultados, sendo feita a interpretação destes dados e confrontando-os com os resultados obtidos na teoria, formulando-se as considerações finais.

4. Apresentação e Análise dos resultados

4.1. Caracterização do “Porto Digital”

Definido como um Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), o Porto Digital concentra empresas desenvolvedoras de software com vínculos de cooperação entre universidades, iniciativa privada, governo e organizações não governamentais no estado. Seu principal objetivo envolve a criação e promoção de um ambiente de negócios favorável ao surgimento e crescimento de empreendimentos de tecnologia da informação de classe mundial e foi apontado pela AT Kearney, uma das maiores empresas de consultoria do mundo, com o maior parque tecnológico do país em número de empresas e faturamento (FARIAS, 2010).

De acordo com os dados fornecidos no site da instituição, em dez anos de operação, o Porto Digital já transferiu para o bairro do Recife 4.000 postos de trabalho, e atualmente contabiliza 130 instituições entre empresas de TIC, serviços especializados e órgãos de fomento. Em sua grande maioria, são pequenas e médias empresas, porém, multinacionais como IBM, com sua sede regional, e Microsoft, Sun Microsystems, Motorola e Samsung também estão presentes. Destas quatro últimas, as duas primeiras com parceria em centros de inovação e desenvolvimento e as duas últimas em projetos de cooperação com institutos de pesquisa locais.

No sentido de gerir seus objetivos, foi criado o núcleo de gestão do Porto Digital (NGPD), uma associação civil sem fins lucrativos, qualificada como uma Organização social, que, com a execução de contratos de gestão com o Governo do Estado, administra operacionaliza, e promove os interesses e os recursos do arranjo, cuja gestão é compartilhada entre várias entidades públicas e privadas que o compõe (PORTO DIGITAL, 2010). Em relação a essas práticas desenvolvidas pelas organizações que estão inseridas no porto é de suma importância reconhecer quais são aqueles atores que mais se destacam nessa interação no agrupamento de empresas, bem como quais suas percepções quanto a temáticas emergentes como a competitividade e a sustentabilidade.

4.2. Caracterização dos stakeholders atuantes no APL

Com o intuito de identificar quais os stakeholders de maior importância para as empresas integrantes do Porto Digital, na fase exploratória da pesquisa foram aplicados questionários com representantes das empresas ali instaladas. Nesse instrumento, estavam especificados os sete grupos de atores sociais – instituição de educação e pesquisa, empresas e centros de comercialização, governo e órgãos públicos, públicos e formadores de opinião, instituições financeiras, entidades de apoio à indústria e ao comércio e sindicatos e associações – e solicitou-se que dentre as opções relacionadas fossem indicados os principais stakeholders para o seu negócio. Como se pode observar no Quadro 01, identifica-se como mais mencionados sete atores, quais sejam: clientes, empregados, Governo Estadual, UFPE, ASSESPRO, SEBRAE e BNDES, coincidentemente um stakeholder de cada grupo.

Quadro 01: Principais stakeholders mencionados pelas empresas

Fonte: Dados de Pesquisa

            Após essa primeira etapa, esses stakeholders mais mencionados foram contatados na tentativa de captar o que eles entendem por sustentabilidade e competitividade e qual seria a relação entre as duas, caso acreditassem existir. Para tal, realizaram-se entrevistas por meio digital com esses atores do Porto Digital. Da totalidade de e-mails encaminhados para os funcionários e clientes, apenas 10 funcionários e 07 clientes, que correspondem a 25 e 28% dos contatados, deram retorno sobre a pesquisa. No tocante aos demais stakeholders e considerando que cada organização deveria ter uma visão uniforme sobre os assuntos, o número de entrevistas realizadas foi reduzido. Dessa forma, 02 representantes da UFPE, 04 do Governo Estadual, 02 do SEBRAE, 01 do ASSESPRO receberam o instrumento de pesquisa e deram retorno. Já o BNDES não deu retorno e por isso não será considerado na análise.

            A partir das respostas de cada um dos stakeholders foram identificadas 03 categorias de análise para cada questionamento. Para versar sobre o que seria sustentabilidade, as respostas mais frequentes mencionam a questão das necessidades presentes e futuras, as dimensões da sustentabilidade (ambiental, social e econômica) e a questão do ser sustentado. Quanto à competitividade, as respostas referem-se principalmente a competição, diferenciação e, eficiência e eficácia. Em geral, quando o assunto é a existência de relação entre os constructos, a maioria dos respondentes acredita existir indicando que muitos se referem à dualidade dessa relação, que em suas visões podem vir a ser positiva ou negativa, afirmam que a sustentabilidade pode gerar competitividade e que essa pode ser um passo ou pré-requisito para a sustentabilidade. É importante ressaltar que cada resposta construída pode ter mais de uma categoria e desdobramentos.

4.3 Compreendendo sustentabilidade na visão dos stakeholders

            Para a compreensão da percepção dos respondentes da pesquisa sobre a sustentabilidade, considerando as diversas respostas, três categorias foram identificadas para análise: necessidades presentes e futuras; dimensões ambiental, social e econômica; e a ideia de sustentado. Na literatura discute-se que para o desenvolvimento sustentável possa ser alcançado de forma efetiva atores sociais devem atuar em suas diferentes áreas sejam elas locais por meio de interferência do governo, por exemplo, pessoais pelas práticas que cada cidadão desenvolve ou empresariais por meio de ações que estimulem um melhor processo de produção e consumo no âmbito do mercado (CANEPA, 2007; CORRÊA et al., 2010; SILVA, 2010). Por meio das respostas consegue-se visualizar que os atores, mesmo que às vezes empiricamente, compreendem a ideia de abrangência de atuação da sustentabilidade, como no depoimento de um dos funcionários do arranjo:

Entendemos sustentabilidade como práticas empresariais, comportamentos pessoais e ações empreendidas por indivíduos e corporações que considerem por completo as suas repercussões e que essas repercussões não tenham efeitos negativos no ambiente e na comunidade em que se inserem, mas contribuam de forma efetiva para a melhoria das condições de sua comunidade em todos os seus aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais.

Concentrando a discussão sobre a primeira categoria de análise – necessidades presentes e futuras, percebe-se que a mesma foi mencionada em respostas de representantes dos funcionários, do governo, dos clientes e da UFPE. Tal fato pode-se relacionar com a grande disseminação dessa ideia atualmente, principalmente pelos meios de comunicação, demonstrando que de algum modo há alinhamento entre o entendimento da sustentabilidade por parte dos entrevistados com a literatura, já que o Relatório de Brudtland versa principalmente quanto a esse fato (SACHS, 2008; VAN BELLEN, 2005; WCDE, 1987). Nessa perspectiva, salienta-se que para o desenvolvimento das atividades no arranjo, esse fato pode ser alinhado a prática estratégica como o elemento social “ideologia e valores organizacionais”, proposto por Husted e Allen (2001), enquanto indicador empresarial.

Dentro desse contexto, visando a continuidade das atividades tanto para as gerações atuais como para as gerações futuras (BUARQUE, 2008), discute-se a necessidade de harmonização entre as dimensões fundamentais da sustentabilidade, quais sejam: social, econômica e ambiental (SACHS, 2007), que indicam uma complementaridade de ações. Compreendendo aspectos nesse sentido, todos os atores pesquisados comentaram sobre pelo menos uma dessas dimensões, percebendo um grande foco sobre as questões econômicas e ambientais.

Assim, segundo relato de um funcionário do Porto Digital, “sustentabilidade significa trabalhar, produzir, viver com responsabilidade social e ambiental. Isso significa olhar para nosso futuro e apresentar uma proposta de bem estar e equilíbrio em nossa sociedade”. Outro integrante do mesmo stakeholder afirma que “sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade humana”. Já na visão de um representante do Governo Estadual,a “sustentabilidade é uma forma de pensar as relações econômicas (comerciais, industriais, etc.) de forma que minimizem os impactos ambientais (sócio-ambientais?) de longo prazo”. Tais aspectos indicando que mesmo compreendendo a atuação de dimensões da sustentabilidade, há uma visualização parcial quanto à harmonização necessária das mesmas.

Com isso percebe-se a possibilidade de alinhamento estratégico das dimensões da sustentabilidade às práticas das organizacionais dentro da perspectiva do Triplo Bottom Line (ELKINGTON, 2001), na medida em que nas diferentes funções das organizações ações podem ser desenvolvidas considerando esses aspectos. De forma complementar a essa ideia, percebe-se na análise das respostas que outras dimensões como a ética e a cultural foram mencionadas como necessárias para o entendimento da sustentabilidade, na visão de representantes do SEBRAE e de clientes. Numa perspectiva mais pragmática percebe-se que ao se trabalhar com esse pensamento estratégico das dimensões, a possibilidade de efetivação de uma vantagem competitiva em uma organização.

Apesar dessas considerações, muitas vezes quando se fala em sustentabilidade, percebe-se constantemente uma confusão no que se refere ao seu entendimento de forma ampla, já que a ideia pode ser considerada sob a perspectiva da sustentação – última categoria de análise. Ter sustentação em determinado setor econômico, por exemplo, não sugere que a ideia de sustentabilidade é considerada, percebe-se continuamente a preocupação apenas com a sobrevivência das organizações no mercado. Como se pode observar na fala de um dos entrevistados do governo, entende-se sustentabilidade como a “[...] capacidade de fazer algo ou suprir determinada necessidade de um setor de uma forma que dure para sempre ou que pelo menos não prejudique a capacidade de ser feito novamente no futuro”.

Com isso visualiza-se que no pensamento de representantes dos funcionários e da UFPE, além do governo destacado anteriormente, há o entendimento confuso sobre o constructo. Dentro da perspectiva estratégica, para que o APL possa desempenhar suas atividades de forma que as questões socioambientais em detrimento das questões econômicas são consideradas, há que se ampliar o conhecimento nos diferentes stakeholders sobre a sustentabilidade, já que a mesma pode se tornar um aspecto diferencial para os atores envolvidos, bem como um fator competitivo a ser considerado nesse contexto de inter-relações que estão sendo estudadas. Assim, percebe-se que de modo geral, no que se refere a sustentabilidade há um direcionamento efetivo desses atores nesse sentido.

4.4 Compreendendo competitividade na visão dos stakeholders

Como já explicitado, no tocante ao entendimento sobre competitividade, identificou-se que dentre os aspectos mais mencionados pelos stakeholders para definir esse construto, três se sobressaíram e formaram as categorias de análise: competição, diferenciação e eficiência e eficácia. Ao analisá-las de forma preliminar percebe-se que de maneira geral o construto demonstra relação entre mais de um ente ou organização, já que para existir competição ou diferenciação necessita-se de pelo menos dois objetos de análise. Esse fato por si só já demonstra relação entre as categorias que se fortalece na medida em que se verificam ambas as categorias em uma mesma resposta, como na análise de conteúdo realizada.

A primeira categoria, que foi citada por quase todos os grupos de stakeholders referenciados com exceção da UFPE, está associada à interação entre participantes de um dado ambiente na disputa por algo. No caso do artigo, trata-se de organizações que disputam entre outras coisas espaço no mercado e clientes. Por essa conotação é possível perceber relação com o modelo das cinco forças de Porter (1986), principalmente, por meio da variável rivalidade entre os competidores na indústria. Segundo o autor, a rivalidade acontece quando uma ou mais organizações sentem a pressão ou oportunidade para melhorar de posição no mercado.

Com a definição de rivalidade supracitada é possível perceber que posicionamento, mencionada por funcionários, clientes e pelo SEBRAE, sem muita expressividade em relação as três categorias de análise, pode se relacionar a competição. Porter (1986) complementa ao afirmar que o movimento de um competidor influencia outros e pode gerar, inclusive, retaliações. Seguindo a linha de raciocínio de Porter (1986), um dos representantes dos funcionários, por exemplo, definiu competitividade afirmando que “[...] ela acontece entre dois ou mais atores [e que] é a ação de sustentar-se em certa posição e por vezes ultrapassá-la para melhor, em relação ao outro [...]”.

Outra escola que se relaciona com a competitividade é a visão baseada nos recursos (RBV), embora ela não tenha sido mencionada de forma explícita, elementos fundamentais para a sua construção, tais como capacidade, competência, recursos, e forças e fraquezas, que demonstram o enfoque interno, foram relacionados pelos três stakeholders mais mencionados na primeira etapa da pesquisa – clientes, funcionários e Governo Estadual. Com relação a esses pontos, pode-se perceber uma aproximação tanto da primeira, quanto da segunda categoria. Essa última pelo fato de que segundo Barney (1991) um recurso pode fazer com que a empresa se diferencie das demais e ser inclusive fonte de vantagem competitiva caso seja valioso, raro, imperfeitamente imitável e não possuir substitutos.

Assim sendo, um dos clientes entrevistados afirmou que “competitividade é capacidade de uma organização atingir seus objetivos utilizando com maior eficiência que seus concorrentes os recursos necessários para obter o melhor resultado possível”. Assim sendo, percebe-se que ao mesmo tempo em que sua definição pode ser expressa por meio da primeira categoria ao se referir a concorrentes e a recursos, ela também está inclusa na terceira categoria, por tratar da eficiência e de resultado, que pode ser traduzido em eficácia.

No tocante a segunda categoria especificamente, diferenciação, é possível perceber que foi a única, dentre as nove identificadas, para definir sustentabilidade, competitividade ou a relação entre as anteriores, que foi relacionada por todos os stakeholders. Para os respondentes, se refere ao fato de se distinguir dos demais concorrentes. No entanto, para Porter (1989) essa é uma das três estratégias genéricas de vantagem competitiva e consiste na seleção de um ou mais atributos valorizados pelos consumidores e não explorados pelos concorrentes. Por sua vez, o mesmo autor discorre sobre a liderança de custo indicada na pesquisa pelos funcionários do Porto, e se refere a escolha da estratégia de produzir ao mais baixo custo da indústria, o que pode ser alcançado dentre outras forma por economias de escala. Já quanto ao enfoque, indicada pelo mesmo stakeholder, se refere à escolha de um segmento ou grupo da indústria específico e de se especializar para atender suas necessidades (PORTER, 1989).

Sobre essa categoria, um dos clientes afirmou que competitividade é ter “um diferencial da empresa em relação aos seus competidores no mercado. A empresa é tão mais competitiva quanto for esse diferencial em relação aos seus concorrentes”.  Ao responder o que seria competitividade, um dos funcionários do Porto demonstrou a mesma linha de raciocínio e afirmou ser “quando um ator tem vantagens ou diferenciais competitivos perante outros atores”. Enquanto isso, outro integrante do mesmo stakeholder, embora não defina expressamente o termo, cita várias características tais como “custos menores [...], ser criativo e buscar novos nichos de mercado [...]” que podem ser analisadas como estratégias de diferenciação

A terceira categoria, que está mais associada com a abordagem de competitividade definida por Kupfer (1992), envolve dois termos bastante utilizados no campo da administração, eficácia e eficiência, que se referem ao alcance dos objetivos e a utilização dos recursos, respectivamente. Embora os termos da categoria não tenham sido mencionados simultaneamente por todos os respondentes que constam nessa categoria, optou-se por agrupá-los em uma única, por entender sua alta correlação. No que se refere aos stakeholders, percebe-se que essa foi a categoria com menor adoção dentre as três de competitividade, pois a categoria emergiu da menção de apenas três: funcionários, clientes e SEBRAE.

4.5 Compreendendo a relação entre competitividade e sustentabilidade

Sobre a relação entre competitividade e sustentabilidade, três categorias emergiram a partir da análise do conteúdo das respostas dos entrevistados. A dualidade foi uma delas, sendo expressa por meio de respostas que ponderavam os aspectos negativos e positivos dessa relação. Os entrevistados parecem avaliar a relação como sendo possível de obter dois resultados, considerados negativos ou positivos, a partir da postura adotada pela empresa. O primeiro estaria relacionado com o entrave que a preocupação com a sustentabilidade e as atividades por ela demanda pode gerar para a competitividade da empresa. Percebe-se assim que a responsabilidade de haver resultados considerados positivos – avaliados como que tragam menor impacto ao meio ambiente, à sociedade e que asseguram o aspecto econômico – é dos gestores e das decisões por eles tomadas.

Segundo um dos funcionários do porto, a dualidade é clara, “tanto no sentido negativo, quando a busca por maior competitividade inibe as práticas de sustentabilidade, quanto no sentido positivo quando as práticas de sustentabilidade aumentam a competitividade de empresas e regiões”. Ainda sobre essa categoria (a dualidade), vale ressaltar que esteve presente principalmente nas respostas dos entrevistados dos grupos dos funcionários, do governo e dos clientes, sendo ausente nas respostas referentes ao sindicato e à UFPE. Também é interessante enfatizar que as respostas que caracterizavam essa relação como dual continham uma abordagem prescritiva, ou seja, de orientação para que as empresas assumissem uma postura positiva de agir de forma a minimizar ou anular os impactos negativos que a gestão da organização possa trazer ao ambiente no qual está inserido.

Uma segunda categoria que emergiu das respostas sobre como os entrevistados avaliam a relação entre competitividade e sustentabilidade foi a relação de causa e efeito existente entre os dois constructos. Mais uma vez, respondentes dos grupos de funcionários, governo e clientes indicaram a sustentabilidade como fator de causa para a competitividade, ou seja, que de aspectos da primeira podem emergir benefícios referentes à segunda. Segundo um representante do Governo “a sustentabilidade nesse mercado competitivo era uma questão de consciência há algum tempo atrás [...] [hoje] as empresas vêem a necessidade de serem sustentáveis [...] para angariar uma aceitação maior da sua atividade entre os vários stakeholders” e com isso tornar-se competitiva. Já um dos funcionários afirma que “a sustentabilidade hoje é uma das práticas que determina se uma organização é ou não competitiva”

Apesar das semelhanças entre os trechos exemplificados, algumas respostas diferiram um pouco dessa categoria, mas não encontraram eco nas demais. Entretanto, vale a pena ressaltar que um dos representantes da UFPE apresentou a sustentabilidade como fator restritivo à competitividade e outro desse mesmo grupo afirmou não haver relação conhecida ou estabelecida entre os dois constructos. Além disso, no grupo dos clientes entrevistados, um dos respondentes indicou igualdade entre os dois constructos.

A terceira categoria identificada apresenta a competitividade como uma etapa ou requisito para sustentabilidade, como mostram as respostas do representante do sindicato, de representante do governo, e dos funcionários. Essa categoria se difere da anterior à medida em que diferem os fatores considerados como causa: antes, a sustentabilidade poderia gerar a competitividade, ou seja, as organizações poderiam desenvolver estratégias alinhadas à sustentabilidade que lhes garantissem vantagem competitiva. Agora, é da competitividade que os respondentes identificam fatores que podem causar a sustentabilidade, como ilustram os trechos de respostas a seguir:

Segundo um funcionário do Porto Digital, “muitas vezes a competitividade que gera as estratégias para manter a sustentabilidade. A existência de empresas que trabalham no mesmo ramo, em ambientes próximos, sempre gera competitividade. E com essa competitividade, vem os planejamentos para se haver sustentabilidade”.  Já o representante da ASSESPRO “quanto maior a competitividade da empresa, maior a capacidade de obter negócios, gerando receitas e atingindo a sustentabilidade”. Vale salientar que da maneira como esse último representante se expressa o foco para o alcance da sustentabilidade estaria relacionada apenas com a parte econômica, o que torna incompleta a sua forma de pensar.

Percebe-se, pelas respostas analisadas, que os grupos de atores que mais diferem nas respostas identificadas são o sindicato e a UFPE, mas a análise das respostas como um todo parece indicar coerência com o que Porter e Van der Linde (1995) afirmam sobre a necessidade de se observar oportunidades no novo contexto trazido pelas discussões sobre a sustentabilidade. São coerentes também no que diz respeito à dualidade apresentada, quando apontam que a empresa precisa agir de forma positiva no sentido de diminuir ou anular os impactos causados por suas atividades. Isso pode ser relacionado ao que os autores (TAYLOR, 2006; PORTER e VAN DER LINDE, 1995) discutem como a necessidade de as empresas se anteciparem às necessidades e limitações trazidas por esse novo cenário.

5. Considerações Finais

No sentido de melhorar as práticas desenvolvidas pelas organizações dentro do contexto emergente que considera aspectos da competitividade e sustentabilidade, é de suma importância que todos os atores envolvidos estejam cientes dessas definições nesse contexto. Em agrupamentos de empresas como um Arranjo Produtivo, por exemplo, não é diferente, já que todos os stakeholders devem estar envolvidos e envoltos em uma mesma linha de pensamento. Diante dessas características, justifica-se e percebe-se a relevância do presente estudo que se relaciona com essa compreensão. Na medida em que foram questionados os conceitos de competitividade e sustentabilidade para os principais atores do “Porto Digital” foi possível perceber que está havendo um alinhamento no desenvolvimento das atividades desses atores no setor de atuação.

Entende-se como sustentabilidade, de um modo geral, a preocupação com as necessidades das gerações presentes e futuras, com as dimensões da sustentabilidade (social, econômica e ambiental) mesmo que se enfocando mais na parte econômica, percebendo-se assim a visão incompleta do conceito por alguns atores. Todavia, fica claro, ainda, que há uma confusão na definição desse conceito, já que muitos atores indicaram que a mesma está envolvida com a ideia de sustentação, o que se sabe ser incorreto pensar atualmente dessa forma. Quanto à competitividade os atores indicam a questão da competição, da diferenciação e da eficiência e eficácia, sugerindo que nessa área das práticas da organização há um maior alinhamento na percepção desses atores.

Quando questionados sobre uma possível relação existente entre as temáticas, percebe-se em sua maioria que os stakeholders compreendem como possível a mesma, mesmo alguns desses serem descrentes de um envolvimento entre lados considerados como opostos. Nesse momento, percebe-se que as respostas positivas direcionam-se para uma relação direta entre a competitividade e a sustentabilidade, na qual sustentabilidade gera competitividade, ou ainda, a competitividade como um passo para a sustentabilidade. Emergiram respostas ainda direcionadas a identificação efetiva de uma dualidade existente na qual aspectos positivos e negativos foram apresentados como passível de serem resultantes nas ações desenvolvidas pelas organizações.

Para questões desse estudo, na medida em que se selecionou o estudo de caso, enfatiza-se o papel de destaque que a atuação de diferentes stakeholders tem na dinâmica do “Porto Digital”, o que contribui positivamente para o desenvolvimento desses atores na área de tecnologia da informação. Assim sendo, identifica-se a originalidade da presente pesquisa já que se consegue atender ao objetivo proposto e contribuir para a discussão sobre a temática. Vale salientar que não se objetivou esgotar as discussões sobre a temática. Com isso, toma-se como limitação da pesquisa, a pequena participação dos atores já que durante a realização da pesquisa não houve retorno por parte de alguns, mas entende-se que a partir daqueles analisados identificam-se contribuições positivas para as discussões. Para novos trabalhos, recomenda-se a ampliação dos stakeholders analisados tanto quantitativamente como na busca por utilizar todos, não apenas os principais, de forma a melhor contribuir para a compreensão das relações buscadas.

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4 Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, camila.scf@gmail.com
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