1. Introdução
A sociedade vem buscando o pleno desenvolvimento e ao mesmo tempo o equilíbrio entre as relações com o ambiente na qual coexiste. Acompanhando o ritmo da sociedade em geral, o mercado e as organizações vêm se relacionando de maneira interligada e globalizada, o que resulta em uma teia mundial. Para Carvalho et al. (2007) os empresários se deparam com um grande desafio que é dotar-se de pensamento, métodos e ferramentas que lhes permitam ao mesmo tempo se sustentar e limitar seus efeitos nocivos dos produtos desenvolvidos. O meio ambiente como fonte natural de recursos, tende a sofrer grandes impactos em decorrência da ação humana, movida pelo capital financeiro. Desenvolvimento sustentável tem sido reconhecido como a grande meta para a sociedade humana (BOSSEL, 1999).
Tachizawa (2005) corrobora com essa idéia afirmando que as organizações necessitam, nesse novo contexto, partilhar do entendimento de que é necessário um objetivo comum e não um conflito, entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto no momento presente como para gerações futuras. Essa proposta também foi apresentada no Relatório Brundtland, criado pela Assembléia Geral da ONU pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD. Com este relatório formalizou-se pela primeira vez o conceito de "Desenvolvimento Sustentável", muito embora a idéia já existisse a partir de outras nomenclaturas (WCED, 2009).
Considerando o âmbito empresarial, nota-se o uso de diversas nomenclaturas para tratar questões sociais e ambientais, como responsabilidade ambiental, gestão ambiental, entre outros, no entanto, o termo sustentabilidade é geralmente empregado para a designação de programas e ações de desenvolvimento sustentável, fundamentados no equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social propostas inicialmente no trabalho de Elkington (1998).
De forma geral as organizações buscam apoio nas certificações e indicadores que mensurem e apresentem seus resultados, as organizações frequentemente usam como referência de sustentabilidade o modelo do tripple bottom line – economia, sociedade e ambiente (ELKINGTON, 1998). Surge então a idéia de que era possível estabelecer uma estrutura de indicadores legitimados por uma rede global de atenção. Indicadores e relatórios de sustentabilidade surgem através de entidades, órgãos, institutos como o GRI - Global Reporting Initiative- Reports List, IBASE- Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas., Instituto Ethos, entre outros, capazes de ilustrar o uso da gestão sustentável para cada objetivo empresarial.
Diante do exposto, este estudo se propõe a responder à seguinte questão de pesquisa: Quais indicadores de sustentabilidade são priorizados pelas indústrias químicas do segmento de resinas termoplásticas, associadas a ABIQUIM (Associação das Industrias Químicas do Brasil), visando avaliar as dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade e sua interação com o mercado internacional, já que o cenário internacional tem um crescente nível de exigência no que se refere aos produtos e práticas de gestão sustentável, portanto, vale a pena verificar se a internacionalização pode estar relacionada, de alguma forma ao uso de mais ou menos indicadores.
A escolha do segmento deve-se ao fato de as indústrias químicas estarem contidas no grupo das indústrias mais poluentes, tal como considerado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (KRAEMER, 2000) e a própria ABIQUIM (2009) que trabalha com programas e exigências específicas dentro do setor visando a redução de impactos. O presente estudo esta estruturado nas seguintes seções: Introdução, Referencial teórico, Metodologia, Descrição e Análise dos Resultados; Considerações Finais e Referências. |