Espacios. Espacios. Vol. 31 (4) 2010. Pág. 38

Setor Eletro-Metal-Mecânico Pernambucano: Um Estudo Sobre a Rede de Capacitação Tecnológica para Atender à Indústria Naval

Pernambuco's Electrical-Metal-Mechanic Sector: A Study About Technological Capability Network for Naval Industry's Attendance

Sector Electro-metal-mecánico de Pernambuco: Un estudio Acerca de la Red de Capacitación Tecnológica para Atender la Indústria Naval

Raphaela Maria de Castro e Silva Vidal, Claudemir Inacio dos Santos y Antonio de Souza Silva Júnior


4. Capacitação tecnológica

A indústria naval enfrentou período de estagnação, o que acarretou defasagem tecnológica. Logo, será necessário um rápido processo de capacitação no segmento. Costa e Primo (2008) comentam que será requerida dos fornecedores do EAS, capacitação no que se refere aos requisitos técnico, econômico, de segurança do trabalho, saúde ocupacional e meio ambiente. Percebe-se que “[...] a capacitação tecnológica de fornecedores dos estaleiros no Brasil passou assim a ser um ponto crítico na inserção de empresas locais na retomada da indústria naval no Brasil” (PRIMO; QUEIROZ; PINTO, 2008, p.3).

Para Figueiredo (2004) capacitação tecnológica se refere ao processo de acumulação de capacidades tecnológicas, por vários processos subjacentes de aprendizagem. Westphal, Kim e Dahlman (1984, p. 5) definem capacidade tecnológica como a “aptidão para usar efetivamente o conhecimento tecnológico”. A capacidade tecnológica de uma empresa pode ser acumulada em, pelo menos, quatro componentes, Sistema físico, que envolve as máquinas e equipamentos; Conhecimento e qualificação das pessoas, que diz respeito ao conhecimento tácito que está na mente das pessoas; Sistema organizacional que se refere ao conhecimento que se encontra em todas as rotinas e procedimentos presentes nas organizações; e Produtos e serviços que se referem a todo conhecimento tácito das pessoas que se materializam em resultados concretos.(LALL, 1992; BELL; PAVITT, 1993, 1995; FIGUEIREDO, 2001; APUD FIGUEIREDO, 2005).

O desenvolvimento de capacidade tecnológica se dá no nível empresarial, sendo objeto de estudo em diversos trabalhos. Porém, Figueiredo (2004) enfatiza os vínculos entre empresas e infra-estrutura de tecnologia e inovação como formas de alcançar o desenvolvimento organizacional. Por infra-estrutura de tecnologia e inovação, o autor entende como conjunto de diversos atores organizacionais ou institucionais que apóiam as atividades inovadoras das empresas, tais como: Universidades, Institutos públicos ou privados de pesquisa, centros de formação e treinamento, e consultorias.

Alvim (1998) ressalta a importância de estabelecer mecanismos de contato entre as firmas e o ambiente externo, seja no âmbito empresarial, como associações de empresas, pois a criação de canais de comunicação torna-se essencial para o sucesso tecnológico e comercial dos negócios.

Dada a velocidade dos acontecimentos, o EAS já está em fase de corte de chapas, percebe-se que a busca pela capacitação tecnológica deve transcender os limites da organização para que efetivamente Pernambuco consiga suprir as necessidades desse empreendimento, o que traz à tona a teoria de redes para facilitar os processos. Dessa forma, o próximo tópico abordará a temática de redes.

5. Redes

Dado o ambiente turbulento em que as empresas estão inseridas, faz-se necessário que estas formulem estratégias que as tornem mais competitivas no mercado. Uma das principais tendências observadas é a adoção de um modelo organizacional baseado na associação de empresas (CÂNDIDO; ABREU, 2000; OLAVE; AMATO NETO, 2001) que compartilham interesses e objetivos em comum ou complementares como forma de atingir seus objetivos individuais (ALVAREZ; SILVA FILHO; PROENÇA, 2002). Esta estratégia coletiva, denominada rede de empresas, envolve, principalmente Micro e Pequenas Empresas (MPE´s), e cria uma arquitetura organizacional que permite a interação entre os participantes do coletivo, proporcionando a formação de relacionamentos (OLAVE; AMATO NETO, 2001). Boaventura (2006, p.31) comenta:

[...] as redes organizacionais são estruturas dinâmicas, virtuais e flexíveis de produção e venda de bens e serviços [...] Baseiam-se na interdependência de seus parceiros, que constroem conjuntos sinérgicos [...] com a vantagem desses não perderem suas identidades e características individuais.

A abordagem dos fenômenos interorganizacionais, focada nas relações entre os atores, a cada dia, torna-se mais relevante pela competitividade que o coletivo pode alcançar (VIANA; BALDI, 2008), o que se insere na chamada “Teoria das Redes”. Devido à abordagem da Teoria das redes nos relacionamentos inter-firmas, percebe-se que a maioria dos estudiosos considera que as firmas estão inseridas em redes sociais e devem ser analisadas como tais (CÂNDIDO, 2001). ”A teoria das redes está diretamente relacionada com o reconhecimento da importância do ambiente organizacional e das contingências vividas” (BOAVENTURA, 2006, p. 25).

Existem diversas tipologias sobre redes. Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernandez (2004) propõem uma tipologia baseada nas seguintes componentes: Direcionalidade, localização, formalização e poder. A direcionalidade diz respeito à direção das relações entre os participantes que podem ser vertical ou horizontal. A rede vertical abrange empresas com atividades distintas, buscando a eficiência nos processos e ganhos mútuos. A rede horizontal abrange empresas com mesma atividade, competindo entre si em termos de produtos/mercados, buscando ganhos pela união entre as partes. Quanto à localização, as redes podem ser dispersas ou aglomeradas geograficamente. As redes dispersas englobam nós que não se localizam nas proximidades, contando com grande suporte logístico a fim de proporcionar as interações. Já nas redes aglomeradas, as firmas estão dispostas em uma mesma localização geográfica. E percebe-se a presença de outras instituições entre os nós, como centros tecnológicos, Universidades e empresas de apoio empresarial. Em relação à formalização, as redes podem ser de base contratual formal ou não contratual. A primeira é baseada na formalidade de um acordo que ajuda a conduzir as relações e evitar comportamentos oportunistas. E a segunda, informal, baseada na confiança mútua gerada a partir das interações. A característica de poder permite classificar as redes em Orbital e não orbital. Em termos de poder de decisão, principalmente nas redes que envolvem empresas e fornecedores, existe a hierarquia de poder. Quando a rede apresenta um centro de poder representado por algum nó, em que os demais nós circulam ao seu redor, tem-se a rede orbital. E quando todos os nós têm capacidade de decisão, tem-se rede não orbital.

6. Rede de conhecimento

Um conceito que vem sendo discutido no meio acadêmico se refere à Rede de Conhecimento, proposto por Casas (2001), que diz respeito:

à análise das relações entre os diferentes atores que intervêm no processo de geração e transmissão de conhecimento [...] Estas redes se constroem mediante intercâmbio entre um conjunto de atores que têm interesses em comum no desenvolvimento ou aplicação do conhecimento para um propósito específico, seja científico, de desenvolvimento tecnológico e melhorias dos processos produtivos.

Conhecimento pode ser entendido como mistura de experiências, valores e informações que se originam nas mentes das pessoas. Nas organizações, ele se apresenta através de documentos, processos e normas (DAVENPORT; PRUSAK, 2003). A capacidade da organização em lidar com este conhecimento e transformá-lo em produtos ou serviços torna-se fundamental para a competitividade da empresa e sua sobrevivência no mercado. Sendo que no contexto de rede, o compartilhar de conhecimento apresenta-se como algo vantajoso para as partes envolvidas como já foi mencionado anteriormente neta seção.

Este estudo tem como foco uma Rede de Capacitação Tecnológica, que deve ser entendida como uma rede composta de atores públicos e/ou privados que participam do processo de geração e transmissão de conhecimentos; articulação; participando como suporte técnico, gerencial e financeiro, interagindo entre si para o desenvolvimento de um segmento.

Pode-se inferir que se que a Rede de Capacitação Tecnológica incorpora o conceito de Rede de Conhecimento desenvolvida por Casas (2001), sendo possível utilizar suas premissas para tratar das relações Universidade-Empresas-Governo, conforme trabalho bem-sucedido de Ferreira (2002), que estudou rede de conhecimento no setor metal-mecânico em Nova Friburgo (RJ). Casas (2001) analisa estas redes a partir de dois enfoques: Características morfológicas que envolvem os atores no mapa das relações; a relação de poder; motivos que possam aglutinar os atores; tipos de contatos entre os nós. E características de interações que envolvem os interesses das relações; o fluxo de conhecimento; freqüência dos contatos.

7. Procedimentos metodológicos

A pesquisa é um estudo de caso exploratório devido ao enfoque dado no processo de capacitação tecnológica que transcende à organização, utilizando-se do formato de rede para alcançar benefícios mais rápidos. Busca entender a participação dos atores e suas contribuições para o processo de capacitação do setor eletro-metal-mecânico pernambucano para atender à indústria naval. Dessa forma, a pesquisa assume perspectiva crítica de análise sobre o tema.

Para a coleta de dados, uma das técnicas escolhidas foi de entrevista semi-estruturada, pois proporciona certo grau de liberdade para adaptar as perguntas ao contexto que se está discutindo, de forma a captar as perspectivas desses atores sociais e abordá-las amplamente. Foram 16 entrevistas com os atores-chave (quadro 1), que foram realizadas mediante um roteiro de perguntas elaboradas de acordo com o perfil do entrevistado, da instituição e das informações que se pretendiam obter. Foi feito o uso de gravador digital com aquiescência dos entrevistados, para garantir uma perfeita transcrição de conteúdo e atenção focada da pesquisadora, com duração variando de 60 a 90 minutos. No momento das entrevistas, todos os entrevistados se mostraram corteses e disponíveis, e alguns entrevistados forneceram documentos que contribuíram para a pesquisa, sendo efetuada a técnica de análise documental.

Quadro 1 : Relação de entrevistados

Entrevistado Instituição

1

Gerente de Logística Estaleiro Atlântico Sul (EAS)
2 Gestora Projeto P&G, Naval e Energia SEBRAE-PE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco)
3 Diretor SENAI-PE ( Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco)
4 Consultor empresarial contratado pelo SEBRAE-PE e PROMINP A.S. Consultoria Empresarial
5 Consultor empresarial 2 contratado pelo SEBRAE-PE e FIEPE (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) A.S. Consultoria Empresarial
6 Coordenador Executivo de Implantação de Negócios de Suape. Suape – Complexo Industrial Portuário
7 Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UPE Universidade de Pernambuco (UPE)
8 Profissional com larga experiência no setor de compras de estaleiros internacionais Experiência em Estaleiros internacionais.
9 Secretário Especial de Articulação Regional de PE Secretaria Especial de Articulação Regional de Pernambuco
10 Executivo da AD DIPER Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco (AD DIPER )
11 Executivo do EAS Estaleiro Atlântico Sul (EAS)
12 Secretário Executivo Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo e Gás (PROMINP)
13 Coordenador PROMINP na UFPE Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo e Gás (PROMINP)
14 Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
15 Chefe de Departamento Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
16 Executivo do SIMMEPE Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (SIMMEPE)

Fonte: Baseada na coleta de dados da pesquisa

8. Análise e discussão

Ao passar para a pesquisa de campo, coleta e análise do material, pôde-se observar o envolvimento de alguns atores-chave no processo de capacitação tecnológica para atender à construção naval pernambucana. Estes atores, também chamados de nós da rede, foram classificados nesta pesquisa, pelos autores, como articuladores, capacitadores, fomentadores e âncora, neste caso, o EAS. A rede de capacitação envolve diversos atores, mas para este estudo, foi definido o escopo apresentado figura 2 por abranger os atores mais relevantes para a formação da rede, de acordo com a coleta e análise de dados, em termos de competência e ações que visam à capacitação tecnológica que não é apenas relativa à qualificação de pessoas, mas também envolve a aquisição de máquinas e equipamentos, como Figueiredo (2005) argumenta.

Figura 2 : Atores da Rede de Capacitação Tecnológica do Setor Eletro-metal-mecânico (estrutura)

Fonte: Elaboração a partir da coleta de dados

Os Articuladores

Esses agentes proporcionam relacionamentos entre os demais parceiros da rede, facilitando a comunicação, estimulando ações conjuntas, visando à competitividade do setor.

Capacitadores

Nesta categoria, encontram-se os agentes que oferecem mecanismos de aprendizagem e qualificação para as empresas do setor eletro-metal-mecânico.

Âncora

A empresa-âncora será aqui definida como um grande empreendimento, no caso o EAS, que atrai pequenos negócios para integrarem sua cadeia de abastecimento à montante.

Fomentadores

Os agentes chamados fomentadores são as instituições financeiras que podem contribuir fornecendo linhas de crédito e financiamento para que as MPE`s possam se desenvolver, buscando capacitação, de pessoas e aquisição de máquinas e equipamentos modernos para atender ao EAS.

Com base na fundamentação teórica de Casas (2001) e Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernandez (2004), a análise da estrutura da Rede de Capacitação Tecnológica do setor eletro-metal-mecânico como suporte à construção naval será apresentada de acordo com a Localização da rede; Poder e coordenação; Complementariedade e Grau de formalização.

Localização

A Rede de Capacitação Tecnológica para suporte à construção naval pernambucana encontra-se dispersa, ou seja, os atores que compõem a rede não estão localizados geograficamente próximos. Neste contexto que está sendo abordado em Pernambuco, não há fatores externos que promovam a aglomeração dos atores, mesmo porque essas instituições (nós de rede) já se encontram sedimentadas e o Plano Diretor de Suape, segundo o Coordenador Executivo de Implantação de Negócios de Suape, não contempla a inserção de MPE´s em seu território.

Poder e coordenação

A partir da literatura disponível, em que enfatiza a formação de uma rede devido à força de atração de um grande empreendimento, tornando-se este, um nó de Poder e Coordenação, têm-se a rede orbital. No caso do EAS, foi constatado o envolvimento do mesmo nas reuniões convocadas para discussão da capacitação do setor eletro-metal-mecânico, porém não se percebe qualquer movimentação da referida empresa na coordenação dessa rede de capacitação. Isso se torna claro na fala do Executivo do EAS, quando diz que: ”O EAS através de suas diretorias e gerências vêm participando de inúmeras reuniões convocadas por diversos atores: SIMMEPE, FIEPE, SENAI-PE e SEBRAE-PE, falando sobre potenciais fornecedores do estaleiro”. Em relação aos outros participantes, percebe-se um grande empenho do SIMMEPE em promover a integração dos atores, divulgando suas contribuições, conforme site do SIMMEPE:

o SIMMEPE reuniu, na sua sede, as entidades parceiras IEL, SEBRAE-PE, SENAI-PE, SESI-PE e PROMINP, objetivando combinar ações e projetos sobre o setor metal-mecânico, em curso nessas instituições, [...]A sincronia de ações proposta pelo Sindicato promete assegurar agilidade aos trabalhos e o alcance dos resultados. (SIMMEPE News 2008).

Outra assertiva que corrobora:

As instituições citadas têm realizado capacitações, mas cada uma voltada para sua atividade. O SIMMEPE, no final do ano passado, procurou SEBRAE-PE, SENAI-PE, SESI-PE, IEL, ITEP para um trabalho junto às empresas. Talvez, tenha sido um ensaio para se formar um nó de coordenação, visando trabalhos em conjunto, ações que beneficiem as empresas (associadas ao SIMMEPE) interessadas em participar de um programa de capacitação. (Gestora do Projeto P&G, Naval e Energia - SEBRAE-PE, entrevista, Março 2009)

Apesar dessa articulação entre as parcerias, não foi identificado nada que se configure como nó formal de coordenação da rede. Portanto, trata-se de uma rede não orbital.

Complementariedade

Nota-se que os nós da rede de capacitação são bem distribuídos quanto às funções que desempenham, sejam elas de capacitação gerencial ou operacional, de fomento ou de articulação. Os participantes se complementam nas atividades gerando vantagem competitiva para a rede como um todo, configurando um dos motivos para a aglutinação de atores em rede.

Grau de formalização

Percebe-se que algumas relações entre os nós de rede são baseadas em contratos formais, denominados convênios, tais como Convênio SEBRAE-PE-PETROBRAS, EAS-SENAI-PE e relacionamentos informais baseados na reciprocidade e confiança gerados nas interações entre os representantes das instituições. Com isso, pode-se dizer que a formalização da rede é híbrida, baseada na forma contratual formal e não contratual, que regem os relacionamentos.

As características da rede em relação à dinâmica, tomando como referencial Casas (2001), envolvem os interesses das relações, fluxo de conhecimento entre os parceiros da rede de capacitação e freqüência dos contatos.

Interesses das relações

Torna-se evidente os interesses que envolvem os relacionamentos entre os atores da rede de capacitação. Cada nó, dentro de sua competência, seja ela gerencial, técnica ou de suporte (instituições de fomento), buscam a complementariedade de ações visando à capacitação tecnológica do setor eletro-metal-mecânico.

Existe uma proximidade maior porque o SENAI trabalha a indústria, fornece cursos o que a empresa do estado necessita. Estou com uma empresa que está trocando torno mecânico por torno TNC.[...] Ele está comprando a máquina e precisa capacitar a pessoa[...]Aí a gente faz a ponte com o SENAI. (Gestora do Projeto P&G, Naval e Energia - SEBRAE-PE, entrevista, Julho 2008.)

A interação entre os parceiros pode ser examinada através dos projetos e programas já comentados.

Fluxo de conhecimento

O fluxo de conhecimento que ocorre na rede pode ser percebido pelas inúmeras reuniões entre os nós da rede, com o intuito de apresentar o que cada Instituição está desenvolvendo em prol da capacitação do setor, facilitando a troca de informações, possibilitando aos parceiros agregar esforços e impedindo-os de executarem atividades similares.

A freqüência dos contatos.

Haja vista que os processos de negociação para atrair o investimento naval para Pernambuco começaram em 2004, alguns parceiros começaram a se movimentar visando à capacitação do setor, cada qual dentro de suas competências, como foi o caso do SEBRAE, que em 2006, participou da Feira Rio Oil&Gas, onde seus representantes tomaram conhecimento da ferramenta APROAR, que é um sistema de direcionamento estratégico, incorporando-a ao treinamento de um grupo de empresários, entre eles 50% do setor eletro-metal-mecânico. Em paralelo, outros nós começaram intensos processos de articulação e formulação de projetos e programas visando à capacitação. Devido à urgência de qualificação das empresas locais para se incorporarem à cadeia produtiva naval, os contatos se intensificaram por meio de reuniões.

Outras considerações

Dentro desse processo tão importante para Pernambuco, capacitar sua força de trabalho para inserir empresas locais na cadeia produtiva naval, é pertinente apontar a discreta participação das Universidades dentro desse contexto, interagindo com os demais parceiros. Como ressaltou o Professor da UPE: “O que as Universidades têm para oferecer para Pequenas e Médias Empresas (PME`s)? Pesquisa e extensão. Ensino, a gente está formando engenheiros”. E a assertiva do Consultor Empresarial corrobora: "[...] não basta só trazer tecnologia como está sendo trazida da Coréia, é preciso também criar pólos de tecnologia local para sustentar o projeto porque nem tudo se consegue importar". Contudo, na prática não foram identificadas ações de Pesquisa e Extensão das Universidades pernambucanas dirigidas à cadeia naval, no que tange a capacitação do setor eletro-metal-mecânico.

A dinâmica das relações entre os diversos atores foi identificada e estão expostas no quadro 2:

Quadro 2: Relações entre os diversos atores da Rede.

Relações entre os atores
SEBRAE- PETROBRAS
SEBRAE - FIEPE
SEBRAE- SUAPE
SEBRAE – UNIVERSIDADE
SEBRAE – SENAI
SENAI-EAS-Prefeitura Ipojuca
SIMMEPE-SINAVAL
SIMMPE- SEBRAE-PE, IEL, SENAI-PE, SESI-PE, CNI, FIEPE, PROMINP
SIMMEPE-EAS
SIMMEPE-BID
SIMMEPE-BNB
AD DIPER- FIEPE
Transpetro-BNDES
BID- CNI- SENAI-SESI-IEL-FOMIN

Fonte: Baseado em coleta e análise de dados.

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