Espacios. Espacios. Vol. 30 (3) 2009. Pág. 32

Incubadoras de Empresas e Desenvolvimento Local: Análise de Dois casos em uma Cidade Brasileira

Incubators of companies and local development: Analysis of two cases in a Brazilian city

Incubadoras de empresas y desarrollo local: Análisis de dos casos en una ciudad brasileña

Luiz Alex Silva Saraiva y Glauciane da Piedade Rodrigues


O movimento de incubadoras de empresas no Brasil

O movimento para constituição de Incubadoras no país começou na segunda metade dos anos 80 mediante parcerias entre a pesquisa científica e o mundo dos negócios, estimulando a criação de empresas cujos produtos têm a inteligência como matéria-prima básica. Desde então, o número de incubadoras apresenta taxa expressiva de crescimento. Além do aumento na quantidade, houve uma ampliação no foco das incubadoras de empresas a partir da década de 90, quando surgiram incubadoras em outras áreas, como indústrias criativas (HANSON, 2008), agronegócios (Rodrigues, Pereira, 2003; Cruz, Rezende, 2005), atividades extrativas (Diniz et al., 2005), cooperativas populares (Andrade, Duarte, 2003; Soares et al., 2003) etc. Essa ampliação contribuiu para a consolidação de know how sobre os processos relacionados à geração e desenvolvimento de empresas. Adicionalmente, o que se tem observado é que as incubadoras mais antigas redimensionaram suas estratégias de atuação, de geradoras de empresas a catalisadoras da criação e desenvolvimento de sistemas locais de inovação, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região onde atuam (Bizzoto, 2003).

Uggioni (2004) sustenta que os processos de incubação necessitam de ferramentas de gerenciamento com as quais se avalie o estágio de desenvolvimento das empresas residentes, de modo a estabelecer seu posicionamento dentro das fases definidas no processo, as quais exigem maior ou menor apoio da equipe de gerenciamento e operacionalização das incubadoras. Cada incubadora precisa ter uma metodologia de avaliação definida, no que concordam Jabbour et al. (2004). As empresas que passam pelo processo de incubação são divididas em grupos de acordo com sua fase em relação à incubadora, conforme o quadro 1:

Empresa Incubada Empresa Residente Empresa Associada Empresa Graduada
Participa do processo de incubação, podendo ser residente ou associado Instalada no espaço físico da incubadora, utiliza a infra-estrutura física e os serviços da incubadora. Usa os serviços disponibilizados pela incubadora, porém sem a ocupação de espaço físico. Passa pela incubação e que se desenvolve o suficiente para deixar a incubadora. Pode manter o vínculo com a incubadora, como empresa associada.

Quadro 1 – Definições de Grupos de Empresas em Desenvolvimento
Fonte – Adaptado de Atrasas et al. (2003).

Para Andino et al. (2004, p.1), as incubadoras de empresas são:

sistemas orientados para incentivar as inovações tecnológicas, através do estimulo a base empreendedora, ajudando novos negócios a crescer e sobreviver em seus primeiros anos de vida, quando são mais vulneráveis, fornecendo serviços e infra-estrutura adequada, assessoria técnica e administrativa e capacitação gerencial, com o objetivo de que as empresas instaladas na incubadora desenvolvam e adquiram capacidades que contribuam no sucesso da empresa após o período de incubação.

Assim, têm como objetivo principal responder à demanda de apoio às idéias inovadoras, no intuito de torná-las um negócio viável. Daí sua importância na geração de emprego e renda, além de estímulo à cultura do empreendedorismo, proporcionando um ambiente sócio-econômico positivo para as localidades em que se instalam (Bermúdez, 2004). Segundo o Sebrae (2007) há seis tipos de incubadoras de empresas, conforme o quadro 2:

Incubadora de Empresas dos Setores Tradicionais
Abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detêm tecnologia largamente difundida e que queiram agregar valor aos seus produtos, processos ou serviços por meio de um incremento em seu nível tecnológico. Devem estar comprometidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias.
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica
Abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas, nos quais a tecnologia representa alto valor agregado.
Incubadora de Empresas Mistas
Abriga empresas dos dois tipos acima descritos.
Incubadora de Empresas de Agronegócios
Apóia empresas atuantes em cadeias produtivas de agronegócios, que possuem unidades de produção externas à incubadora e utilizam os módulos da incubadora para atividades voltadas ao desenvolvimento tecnológico e ao aprimoramento da gestão empresarial.
Incubadora de Cooperativas
Abriga, por período médio de dois anos, empreendimentos associativos em processo de formação e/ou consolidação instalados dentro ou fora do município. Representam uma das modalidades de incubadoras de setores tradicionais.
Incubadora de Empresas Culturais
Desenvolve negócios relacionados à arte e a cultura regional, gerando trabalho e renda alternativas, trabalhando com a arte e a cultura como valor agregado aos seus produtos.

Quadro 2 – Tipos de Incubadoras de Empresas
Fonte – Adaptado de Sebrae (2007).

No Brasil, o empreendedorismo tem crescido rapidamente nos últimos anos e as incubadoras de empresas são a principal vitrine do país tendo como base a inovação (Dornelas, 2003). Para Dornelas (2001), empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados, o que, em uma incubadora de empresas, ocorre mediante a acumulação de habilidades, know how, experiência e contatos por alguns anos. Não existe uma fórmula para formar um empreendedor e torná-lo um empresário de sucesso, mas há dois fatores imprescindíveis para que as empresas saiam da fase de projeto: o conhecimento e o empreendedorismo. A atitude de empreender e inovar, a partir de idéias baseadas no saber científico ou pragmático, conduz ao caminho que pode levar o empresário (estudante ou profissional formado) a construir um futuro promissor.

Metodologia

Face à necessidade de aprofundamento proposta pelo problema de pesquisa, a estratégia metodológica adotada foi qualitativa, traduzida em uma abordagem descritiva cujo objetivo foi identificar a contribuição de incubadoras de empresas para o desenvolvimento local. Esta pesquisa se deu em duas frentes: a primeira, bibliográfica, levantou fontes que pudessem subsidiar uma aproximação maior com o objeto de estudo, a cidade de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais. A segunda frente metodológica se valeu dos dados de uma pesquisa de campo, que se concentrou sobre os casos das duas mais importantes incubadoras de empresas da região citada: A Incubadora Municipal, cujo órgão mantenedor é a Prefeitura Municipal de Santa Rita do Sapucaí e a do Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel. O município de Santa Rita do Sapucaí foi escolhido por ser referência no que se refere à experiência com incubadoras de empresas, pois foi a primeira localidade brasileira a contar com tal tipo de organização. A incubadora do Inatel, que existe há 12 anos, recebeu em 2004 um Prêmio oferecido do Sebrae de “Melhor Incubadora Municipal do Brasil”, tornando-se uma referência. Outro motivo para a escolha da cidade é que entre as incubadoras de empresas conhecidas, as duas desta cidade são as que apresentam melhor funcionalidade dos processos de incubação.

O universo da pesquisa foi composto pelos profissionais envolvidos nos projetos das duas incubadoras de empresas, bem como os de empresas que já passaram profissionalmente por ali. A amostragem do estudo obedeceu a um critério não probabilístico intencional, que pressupôs a existência de grupos mais apropriados para serem abordados sobre a problemática. A amostra foi formada por representantes dos órgãos mantenedores das duas incubadoras locais, pelos gerentes dessas duas incubadoras, por nove donos de empresas incubadas, sendo seis da incubadora municipal e três da incubadora do Inatel e por dois donos de empresas que já se graduaram e se encontram em atividade, um de cada incubadora. Os sujeitos foram selecionados de acordo com sua participação direta e posse de informações em cada posicionamento apontado anteriormente no processo de incubação. No total foram entrevistadas quinze pessoas.

Foram elaborados roteiros semi-estruturados de pesquisa, que deram suporte à captação de pontos de vista diferentes sobre as relações entre incubadoras de empresas e o desenvolvimento local. Em linhas gerais, buscou-se a influência da incubadora de empresas sobre a abertura de novos negócios, a articulação entre o poder local e o setor acadêmico para o desenvolvimento local, os motivos do investimento em incubadoras de empresas, a influência da cultura local e o empreendedorismo associado a novos negócios e o papel das incubadoras de empresas no desenvolvimento local. Quatro foram os roteiros elaborados, com perguntas voltadas aos subgrupos entrevistados: empresários cuja empresa já se graduou; empresários com empresas instaladas nas incubadoras; representantes dos órgãos gestores das incubadoras; e gerentes das incubadoras. Os blocos temáticos contidos nos roteiros de entrevistas utilizados foram os seguintes: a) Identificação e trajetória do entrevistado; b) história da entidade onde se realizou a pesquisa; c) empresa x desenvolvimento local; d) relação da incubadora com as empresas / entidade mantenedora; e e) incubadora x desenvolvimento local.

Os dados coletados foram tratados qualitativamente, mediante o uso da vertente francesa da técnica de análise lingüística do discurso (Fiorin, 2003), de forma a analisar os pontos mais importantes nos depoimentos dos entrevistados a respeito dos desdobramentos do processo de incubação de empresas. Os blocos temáticos usados na coleta dos dados originaram novos blocos, desta vez agregados por aproximação de significado de conteúdo sintático e semântico pelos entrevistados. Os principais procedimentos analíticos utilizados envolveram seleção lexical, identificação e análise dos percursos sintático e semântico. Os trechos dos depoimentos destacados em itálico são a base dos procedimentos de análise utilizados, e não necessariamente algo enfatizado pelos entrevistados em seus depoimentos. O destaque apenas orienta o foco dos principais aspectos levantados nos fragmentos discursivos selecionados.

Todo o processo de concepção e execução da pesquisa atendeu a um raciocínio indutivo, indicado quando é analisado um caso particular, tendo sido criada uma espécie de possibilidade analítica – mas não metodológica, destaca-se – de generalização das informações. As principais limitações metodológicas do estudo dizem respeito à carência de bibliografia específica sobre a problemática no Brasil, à escassez de tempo, levando a que algumas entrevistas tenham sido sintéticas, e ao fato de que a maior parte dos entrevistados era proprietário de empresas incubadas, quando o indicado seria lidar majoritariamente com empresários de empresas já graduadas. Tais aspectos, entretanto, não representaram um empecilho à execução deste estudo.

Segundo dados do site de divulgação da cidade1, na década de 50, Santa Rita do Sapucaí já mostrava a sua vocação para a tecnologia e seu pioneirismo com a criação do Colégio Tecnológico Delfim Moreira e, principalmente, com a fundação da Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da Costa”, primeira escola técnica de eletrônica da América Latina. Mais tarde vieram o Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, pioneiro no ensino superior de telecomunicações no Brasil, fundado em 1965, e a Faculdade de Administração e Informática – FAI, fundada em 1971, que ministra o segundo curso superior de informática implantado no estado de Minas Gerais. Essa base de formação tecnológica mudou o perfil sócio-econômico da cidade, até então baseado na atividade agropecuária. Com o apoio das escolas surgiram as primeiras empresas de base tecnológica, e começou a se formar o alicerce do que hoje se vive na cidade. Depois que o poder público abraçou a causa e da interação escola/empresa/autoridade, surgiu o vale da eletrônica, um dos mais importantes pólos tecnológicos do País.

A atual administração tem dado um impulso a este pólo com uma série de iniciativas de apoio aos empreendedores locais: ensino de Empreendedorismo desde o ensino básico nas escolas municipais; centros empresariais I e II, incubadora municipal de empresas, sistema de pré-incubação, doação de terrenos e subsídios no pagamento de aluguéis, infra-estrutura básica para instalação, ampliação ou adaptação de locais para o funcionamento de indústrias etc. Estas iniciativas lhe valeram o mérito de ser a primeira cidade da região sudeste a conquistar o Prêmio Mário Covas de Prefeito Empreendedor, tendo concorrido com outras cidades da região sudeste. Os centros empresariais são condomínios fechados compostos somente por empresas, uma espécie de distrito industrial. A diferença é que no distrito industrial são instaladas indústrias e nos centros empresariais são instaladas indústrias e também empresas comerciais.

A prefeitura de Santa Rita do Sapucaí urbanizou e loteou a área destinada aos centros empresariais e doou estes lotes aos empresários cadastrados na prefeitura, em sua maioria proprietários de empresas graduadas nas incubadoras da cidade. Alguns destes empresários construíram as instalações físicas de suas empresas com recursos de terceiros, recebendo mais uma vez o apoio da prefeitura que oferece as garantias exigidas no financiamento, pois uma empresa nova não possui bens para oferecer de garantia.

Empreendedorismo: Cultura e vocação locais

Uma referência nas entrevistas é a cultura empreendedora do município de Santa Rita do Sapucaí. A partir de uma iniciativa do Inatel, que implantou a disciplina empreendedorismo em seus cursos, o governo municipal estendeu este projeto às escolas estaduais e municipais disseminando elementos para a consolidação de uma cultura empreendedora na cidade. O fragmento discursi (01) é ilustrativo a esse respeito:

(01) O ambiente empreendedor de Santa Rita é muito forte, uma coisa interessante para provar isso é que hoje o núcleo de empreendedorismo do Inatel (...) atende praticamente toda comunidade de Santa Rita, então através dele, todos os professores da rede municipal de ensino foram capacitados para ensinar empreendedorismo, e com isso a gente fortalece um ambiente cada vez mais empreendedor. Estamos com um recorde, temos três vagas abertas na incubadora, tivemos 11 inscrições e estamos chegando ao final do processo seletivo com nove excelentes propostas e teremos que optar por três. Não tenho dúvidas, a base de tudo vem desse ambiente empreendedor que é cultivado aqui em Santa Rita do Sapucaí (Entrevista D-1).

Os trechos destacados no fragmento discursivo (01) apresentam a cultura empreendedora como produto de um processo disseminado a partir das ações do Inatel associadas ao apoio do poder público. Seleções lexicais explícitas como “todos os professores da rede municipal de ensino foram capacitados para ensinar empreendedorismo”, “a gente fortalece um ambiente cada vez mais empreendedor” e “a base de tudo vem desse ambiente empreendedor que é cultivado aqui em Santa Rita do Sapucaí” denotam intencionalidade no sentido de o empreendedorismo ser sedimentado como parte das características locais. Neste fragmento, é interessante ainda o fato de que o entrevistado silencia sobre o quanto o poder público se beneficia direta e indiretamente pela movimentação da economia em um processo auto-alimentado que começa com o ensino do empreendedorismo no ensino municipal. Os professores e seu papel no que concerne à educação, se integram a um projeto público local que vai além da formação humana, o que se caracteriza, em última instância, pela preparação de indivíduos para atuarem futuramente em termos profissionais.

A maioria dos proprietários de empresas entrevistados tinha na época da pesquisa menos de trinta anos e mencionou explicitamente a vontade de montar uma empresa quando ainda estava na escola, e que esse desejo aumentava quando viam ex-colegas de colégio com suas próprias empresas. Em 1999, foi criado um Núcleo de Empreendedorismo – Nemp, dentro do Inatel, que, além de capacitar os professores a ensinarem empreendedorismo no ensino médio e fundamental, coordenaria praticamente todos os programas na área de empreendedorismo desenvolvidos dentro da cidade. O Nemp está ligado diretamente à diretoria do Inatel e possui um conselho administrativo composto por representantes de outras faculdades e da Prefeitura Municipal.

(02) Eu acho que é a cultura. Nós temos curso de empreendedorismo, concurso de plano de negócio, curso de extensão, olimpíada do empreendedor, ou seja, o aluno é levado à idéia de que exercer criatividade em pré-incubação é um bom negócio, então você criar uma incubadora antes de criar um empreendedor é um problema. Para ter um empreendedor é muito bom que você crie uma cultura empreendedora em volta, e isso é muito comum aqui em Santa Rita nós temos a Feira Tecnológica do Inatel, que é fortemente voltada para o desenvolvimento de produtos inovadores e empreendedores (Entrevista C-1).

O fragmento discursivo (02) é ilustrativo a respeito da questão da vocação da cultura empreendedora. Verifica-se uma articulação institucional público-privada no sentido de definir, intencionalmente e de um ponto de vista estratégico para a localidade, o que é “cultura” (do tipo empreendedora). O emprego do termo “cultura” é semanticamente muito adequado para a referência ao empreendedorismo, pois diz respeito a algo que pode ser cultivado, no ciclo de plantio de colheita, como parece ser o caso de Santa Rita do Sapucaí. Também se refere a algo que se torna mais ou menos “natural”, intrínseco ao ambiente, quando há referências explícitas a diversas ações intencionais, como “curso de empreendedorismo”, “concurso de plano de negócio”, “curso de extensão”, “olimpíada do empreendedor”, que induzem os estudantes a exercer “naturalmente” “culturalmente” a criatividade em negócios pré-incubados em um contexto empreendedor.

Por meio do seu núcleo de empreendedorismo, o Inatel possui vários programas direcionados aos seus estudantes que os levam ao desenvolvimento de projetos. Os melhores são premiados, sendo alguns destes abrigados na incubadora, tornando-se empresas, o que origina um efeito multiplicador:

(03) Isso nasceu porque o Inatel já estava pregando o empreendedorismo e com o crescimento das indústrias de Santa Rita, que foi provocado pela vinda dos engenheiros que aqui formaram. Então isso gerou na cabeça dos alunos sempre essa idéia, se eles fazem, eu vou ter que fazer também. O cara tem uma idéia de um equipamento qualquer, ele corre atrás e desenvolve. Você tem que desenvolver característica empreendedora na pessoa, fazer ele entender a necessidade de empreender, a partir do momento que os comportamentos empreendedores são bem definidos, jamais ele vai querer ser empregado (Entrevista B-3).

É interessante o uso do vocábulo “pregando” no fragmento discursivo (03). Do jeito como colocado, parece que o empreendedorismo se tornou um objeto de fé, pois “a partir do momento que os comportamentos empreendedores são bem definidos, jamais ele vai querer ser empregado”. O empreendedorismo parece assumir um caráter de missão, uma vez que “tem que desenvolver característica empreendedora”, “fazer ele entender a necessidade de empreender”. Por este fragmento discursivo, não se tem elementos para sustentar o contexto que se mostra aos estudantes, mas aparentemente se trata de uma perspectiva que rejeita a idéia de empregado. Aparentemente, “o futuro é incerto e ameaçador, e que, por isso, os estudantes devem se acostumar a uma realidade em que nada devem esperar além da ultracompetição, sendo, por isso, a melhor das alternativas ‘empreender’” (Saraiva, 2007, p.4). Considerando que a instabilidade econômica pouco promete em termos de emprego, parece uma alternativa viável, mas pode ser problemática a idéia de “fé” em um modelo de educação calcado na formação de líderes empreendedores, uma perspectiva tão problemática quanto a vigente que se baseia na formação de seguidores mudos e eficientes

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