Edi Braga Júnior, Adelaide Maria de Souza Antunes y Marcello José Pio
A grande quantidade de estudos de prospecção tecnológica demonstra que ainda persiste uma visão fortemente tecnocentrista, na qual o homem e a estrutura organizacional são subordinados ao desenvolvimento tecnológico. Fica-se com a impressão que somente o domínio tecnológico é suficiente para o aumento de competitividade das organizações e que as mudanças organizacionais ocorrerão devido à utilização da tecnologia. Porém o viés tecnológico começa a ser insuficiente quando a organização se depara, por exemplo, com estruturas organizacionais produtivas específicas cuja eficácia se encontra mais no conhecimento tácito do que no explícito. Em certos setores industriais a busca por produtos de maior valor agregado tem feito com que se utilize práticas artesanais. Isto significa modificar as estruturas organizacionais e produtivas, como um todo, para se criar um sistema que incentive o conhecimento organizacional e, conseqüentemente o processo inovativo.
Verifica-se que as inovações organizacionais observadas, mesmo que adaptadas às diferentes realidades dos setores e organizações, objetivam a busca pela eficácia e eficiência produtiva tendo como referência o dinamismo e complexidade do ambiente presente não levando em consideração aspectos futuros. Além do mais, a utilização de tais ferramentas de gestão, pelo seu período de adequação, necessitam de tempo para apresentarem os resultados esperados. Mudanças mais radicais no ambiente podem fazer com que a ferramenta se torne pouco eficiente de uma hora pra outra.
A possibilidade de antever possíveis mudanças organizacionais no ambiente externo de uma estrutura produtiva ou organização, possibilitaria que os tomadores de decisão desenvolvessem, de forma pró-ativa, ações estratégicas que preparariam a organização ou estrutura para tais mudanças.
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